Conhecendo ele. PARTE 2

Um conto erótico de M.F
Categoria: Homossexual
Contém 1162 palavras
Data: 25/01/2014 13:44:00

Esperei até que...

Ele não apareceu. Cheguei na lanchonete por volta das sete e meia da noite e permaneci sentado sozinho, olhando para rua, até as nove e meia. Paguei meu refrigerante e decidi entrar na faculdade para assistir a ultima aula. Acho que nunca precisei segurar o choro na garganta por tanto tempo igual aquele dia. O pessoal da minha sala conversava comigo e eu tentava parecer normal. Entrei na aula, mas nem prestei atenção. Só pensava nele e na atitude que ele teve de não ir me encontrar. Será que eu estava esperando demais de uma pessoa que eu nem sequer conhecia pessoalmente? Prometi não julgá-lo sem antes saber o que havia acontecido. A hora não passava e eu só queria que meia noite chegasse logo para eu entrar no Skype.

A aula acabou e fui para a frente da faculdade esperar meu ônibus junto com o pessoal. Fiquei quieto o tempo todo, mais que o normal. O ônibus chegou, entramos e partimos para nossa cidade. Quando desci, voei para minha casa. Antes mesmo de eu me trocar, já fui ligando o computador, tirava a camiseta, colocava a senha, tirava a calça, conectava a internet, colocava um short, várias coisas ao mesmo tempo. Até que entrei. Ele não estava on. E a tristeza pareceu me consumir mais, tanto que foi a gota d'agua, não pude conter o choro. Toda aquela decepção presa na garganta estava sendo colocada para fora. Todos em casa já dormiam. Para minha surpresa, ele ficou online, mas não fui diretamente falar com ele. Queria que ele chegasse falando. Foi o que aconteceu.

- Oi.

- Oi - foi o 'Oi' mais difícil que eu escrevi para alguém até hoje.

- Você está bem?

- O que você acha? - tinha decidido que soltaria tudo o que estava me fazendo mal - Me deixar esperando por duas horas feito um idiota foi super legal. E eu pensando que você era diferente.

- Amor, me perdoa, eu não consegui ir até você. Fiquei com medo.

- Medo do quê? Você acha que eu sou um assassino? Eu já te mostrei várias fotos minhas, fui até a lanchonete que a gente marcou e você acha que eu sou ruim?

- Eu sei que você não é ruim, não tem cara de assassino. Eu te vi.

Ele fora. Mas não se aproximara de mim. Saber que ele me observou me deixou feliz e triste. Feliz por ele ter ido até lá e triste por ter me deixado sozinho na mesa.

- Você foi?

- Fui, fiquei dentro do carro te olhando, mas eu não consegui. Desculpa.

- Ok, te desculpo. Mas saiba que não penso mais como pensava antes de você, até que prove o contrário.

- Eu vou provar, amor. Eu amo você. Eu entrava no bate papo apenas atrás de sexo, mas uns meses atrás eu conheci uma pessoinha que fez eu mudar meus pensamentos e só passei a pensar nela. Eu só quero você a partir de agora.

Confesso que chorei muito mais depois que li isso. Não sei, mas tinha medo de me apegar mais ainda e me decepcionar de novo.

- Ok. - foi a única coisa que consegui escrever.

- Me perdoou mesmo?

- Sim. Espero que não me decepcione de novo.

- Não vou.

Conversamos mais um pouco naquela noite e logo eu tive que sair. Foi a primeira noite que ele me mandou TE AMO e eu só consegui escrever de volta: TAMBÉM. Não que eu não quisesse mandar TE AMO, eu queria, mas não me permiti. TE AMO pra mim tem um significado tão forte que não costumo usar depois de alguma decepção. Infelizmente algumas pessoas dizem TE AMO tão natural quanto trocam de roupa.

Setembro!! Meu aniversário estava chegando. (No conto anterior disse que eu e ele tínhamos 21, na verdade eu fiz as contas e tínhamos 20). Completaria 21 anos. Uma semana antes do meu aniversário, conversando depois da faculdade com ele:

- Queria ouvir sua voz no celular. - ele mandou.

- Eu também, mas não tenho créditos. Estou sem dinheiro esse mês.

A gente riu e ele mudou de assunto.

- Amor, o que você quer de presente?

- Nada, só você.

- Você já me tem. Sério, o que você quer?

-Não quero nada, sério. Só ter você já me basta. Queria que pudéssemos conversar mais, mas assim já tá bom.

- Ok. Amor, me passa seu celular?

- Por que?

- Por que sim ué.

- Ok. rsrs

Passei. Sei que eu não penso direito, mas eu já tinha esquecido do que aconteceu na lanchonete. Perdoei. Só queria ser feliz. Todo mundo espera conhecer alguém especial e ser feliz ao lado dela. Eu estava tentando.

No dia seguinte eu acordo e pego meu celular.

Uma mensagem dizendo que eu havia feito uma recarga de 30 reais. Eu não tinha dinheiro nem pra tomar sorvete, muito menos colocar trinta reais no celular..hahahahahahah

E depois vi que tinha outra mensagem:

- BOM DIA, AMOR.

Mandei de volta:

- QUEM É?

Imaginava que fosse ele, ms não podia arriscar.

- SEU PITITICO.

( Pititico era como eu chamava ele. haha..Sei parece meio tosco agora, mas era tão lindo o apelido nele. Ah, ele me chamava de Catatau. kkkkkk)

Ele continuou:

- VOCÊ VIU SE SEU CELULAR TEVE RECARGA?

- VI, FOI VOCÊ?

- FOI.

- PORQUE FEZ ISSO?

- VOCÊ DISSE QUE QUERIA QUE NOS FALÁSSEMOS MAIS. AGORA PODEMOS POR SMS. TE AMO.

- OBRIGADO. MAS QUE SEJA A ÚLTIMA VEZ ISSO, TÁ?

- NÃO GOSTOU?

- CLARO QUE GOSTEI, VOU FALAR COM VOCÊ DIRETO, MAS NÃO QUERO QUE VOCÊ FIQUE COLOCANDO. OBRIGADO MESMO.

- TÁ BOM. DE NADA :)

Realmente ele me atendeu, foi a última vez que colocou. Gastei até o último centavo com ele. Durante todo o dia ficávamos mandando SMS pro outro. E quando acabou, voltamos a nos falar apenas por Skype. Ele não falara mais de nos encontrarmos no final do ano. Eu também não toquei no assunto. Continuamos da mesma forma, escondidos. E assim chegou o ano novoSentia que ia ser o MEU ano. Mas quisera o destino que não fosse.

Em janeiro ele me disse que um novo garoto entraria na empresa do pai dele para trabalhar. Na mesma semana, Felipe ( ele andou sumido nesse conto, mas conversava com ele direto ainda) me disse que entraria em um emprego novo. Não tinha percebido, mas poderia ser o mesmo Felipe. Fui perguntar pro Pititico.

- Qual o sobrenome desse Felipe que vai entrar na empresa?

- ÉEra ele.

- Eu conheço elee..haha.. Ele é muito gente boa. E é muito inteligente.

- Inteligente é? Hum.. - ele tinha ficado com ciúmes.

- Para né, só tenho olhos para você, sabe disso.

- Eu sei, confio em você. Só não confio nos outros. Certeza que você deve viver com gente em cima..

- Nem é. Para com isso. Você é lindão. Te amo. - já havia dito TE AMO algumas outras vezes a ele.

Se soubesse o rolo que daria ter dito que conhecia o Felipe, eu nem teria tocado no nome dele. Os dois passaram a se odiar, e vocês saberão mais no próximo conto. :)

Continua...

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