Queda 02

Um conto erótico de Rafael
Categoria: Homossexual
Contém 1669 palavras
Data: 19/01/2014 16:20:00

Tomei um banho rápido, a água fria caía sobre meu corpo e eu me perguntava o porque do Luis Otávio estar querendo tanto me ajudar, já fazem anos que não tenho um amigo se quer e as vezes eu desconfiava do interessa das pessoas, ainda mais quando repentino.

Saí com uma bermuda e uma regata, Luís Otávio se encontrava deitado no pequeno e único sofá da humilde casa na qual eu morava e estava com seu smartphone na mão (um iPhone). Se sentou assim que me viu e pediu pra que eu sentasse ao seu lado, ele com cuidado fez um curativo em meu joelho e depois ficou conversando comigo sobre a faculdade, logo o assunto havia chegado a minha vida.

— Então, porque você mora sozinho? Onde moram seus pais?

— Não gosto de falar sobre isso! - Eu respondi seco.

— Por favor, fala.. — Ele tentou me convencer.

— Não, é sério, não gosto! — Eu disse me levantando e indo em direção a cozinha.

— Você é um cara legal! — Ele disse enquanto eu chegava na porta. — Acho que podemos ser bons amigos.

— É.. Você? Quer ser meu amigo?

— Sim, qual é o problema disso? — Ele questionou não entendendo o que eu havia dito.

— Geralmente, ninguém quer ser meu amigo.

Cheguei a cozinha e comecei a cozinhar um macarrão, precisava almoçar depressa pois voltaria a tarde para faculdade, depois trabalharia a noite na pizzaria, minha vida era bastante corrida.

— Eu sei que eles são cruéis com você! Mas, eu sou diferente, pode confiar em mim! — Ele disse sorrindo sentando na pequena mesa no canto da cozinha, eu olhei pra trás e comecei a prestar atenção nos seus cabelos negros em contraste com os olhos verdes, a boca carnuda e vermelha que quando sorria era quase hipnótica, ele era forte, acho que dava uns três ou quatro de mim já que sou bem magro, e também é mais alto, uns dez centímetros mais alto que eu. Era estranho pensar que aquele cara tão lindo queria ser meu amigo, e talvez meu único amigo desde três anos atrás quando tudo aquilo aconteceu.

Eu sou o contrário deste cara sentado na cadeira da pequena mesa da cozinha, sou bastante magro, tenho cabelos loiros no entanto já descuidados e os olhos que vão do castanho ao verde com bastante frequência, ele é bastante rico pois anda num carro aparentemente bastante caro e também é perceptível no que ele veste. Ele me encarava e então saí do transe.

— Eu acho que eu mereço tudo isso!

— Não! Você não merece isso, você deve exigir respeito! — Ele disse um pouco irritado com o meu conformismo com a situação.

— Eu preferia na época que eu era invisível, no começo do ano.

— Você nunca foi invisível pra mim! — Ele disse sorrindo.

Terminei o almoço, ele resolveu almoçar comigo e elogiou minha comida, e então me obrigou a voltar com ele pra faculdade, ao menos economizei o dinheiro do ônibus de ida e volta do almoço.

Daquele dia em diante sempre conversava comigo na faculdade, e também começamos a trocar mensagens, eu finalmente tinha um melhor amigo.

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ALGUM TEMPO DEPOIS

Ele então passou frequentar mais minha casa, no entanto eu nunca havia ido até a sua casa, ele sempre chamava e eu jamais aceitava. Já tínhamos liberdade um com outro, mas ele não havia me dito nada que o fizesse parecer gay, no entanto nada hetero também. Eu por outro lado disse abertamente que era Gay, eu não tinha problemas com isso.

Numa Sexta enquanto saía da pizzaria, já era bastante tarde, o carro preto de Otávio para ao meu lado enquanto eu me preparava pra atravessar a rua numa esquina.

— E ai, quanto é o programa? — Ele disse abrindo a janela do passageiro.

Eu caí na risada e não respondi.

— Entra aí, vamos dar uma volta!

Entrei no carro e ele acelerou pela avenida quase deserta.

— Como sabia que eu estava saindo agora? — Eu perguntei curioso.

— Eu sempre sei a hora que você sai, ontem saiu as onze da noite.

— Anda me espionando? — Eu disse rindo!

— Na verdade não, a Pizzaria é de um tio meu, sempre ligo perguntando.

— E porque a curiosidade na hora que eu saio Luis Otávio? — Eu disse um pouco irritado.

— Não é curiosidade, é preocupação, você sai tarde e alguma coisa pode acontecer na rua, você sabe o quanto essa cidade é perigosa e direto tem assaltos e estupros! Eu só me preocupo em sabe a hora que sai do emprego e chega na sua casa.

— E como descobre a hora que chego em casa?

— Eu sempre estou te esperando perto da sua casa, e isso é uma prova de que é perigoso, pois você anda sendo vigiado há mais d rum mês e não percebeu nada.

— E porque se preocupar tanto? Quem liga se eu vou ser assaltado? Já fui tantas vezes que acho que nem o que levar tem. E o estupro, ah, deixa isso pra lá! — Eu disse irritado mas fiquei mais calado depois que falei do estupro.

— Como assim deixa pra lá? O que aconteceu? — Ele disse entrando com o carro em uma garagem, eu não havia percebido nem por onde ele havia passado.

— Nada, é outra das coisas que não gosto de falar sobre.

— Já aconteceu com você? Já, tentaram? Por favor me fala! — Ele diss pegando meu braço com força, no entanto permaneci calado.

Ele então viu que não iria falar assim, desceu do carro, abriu a porta e me pegou pelo braço me levando por uma porta pra dentro de uma casa, era linda. Uma sala com sofás e tapares brancos, uma TV enorme e do outro lado uma sala de jantar com um grande lustre de cristal, o piso de mármore escuro passava ao memo tempo um clima frio que era que era quebrado pela delicadeza de toda a decoração. Luis me puxou por uma escada em espiral me levando até a segunda porta depois que subimos ela, e então pude ver um quarto enorme, uma cama de casal king size cheia de macias almofadas, um grande armário embutido na parede onde uma das portas, que estavam abertas davam entrada a um banheiro.

— Você nunca tinha vindo até a minha casa. Hoje eu estou sozinho aqui!

— É uma bela casa! — Eu disse sorrindo e me sentando na cama, era bem diferente de onde eu morava, mas no fundo todo aquele luxo já me foi familiar uma vez, não da mesma forma, mas já foi.

O rosto de Luis Otávio havia tomado uma outra forma, agora ele parecia triste e sombrio.

— Eu preciso que me conte o porque não gosta de falar do seu passado, das coisas da sua vida, dos seus pais. Confie em mim, me conta vai. — Ele disse pegando a minha mão e a alojando entre as suas.

— É que, me deixa triste!

— Eu me preocupo com você, queria que você confiasse em mim assim como confio em você!

— Mas eu confio Otávio, eu juro que confio! — Eu disse olhando pra seus olhos, a tristeza ainda dominava seu rosto, não entendia o porque ele se importava tanto, o porque ficava tão interessado, e então resolvi confiar de verdade e contar.

— Minha mãe faleceu quando eu tinha três anos, e meu pai, bem.. Muita coisa aconteceu, eu sigo a vida sozinho. E é isso, não estou pronto pra detalhar tudo, isso ainda me entristece, penso e sonho com isso todos os dias. — Enquanto eu falava senti ser puxado por braços fortes, ele havia me abraçado, eu correspondi ao abraço e fiquei aninhado em seu peito por bastante tempo.

— Obrigado por confiar. — Ele disse em meu ouvido.

— Um dia ainda vou te falar sobre tudo.

— Eu sei! — Senti seus lábios tocarem nos meus e meu corpo se estremeceu todo, senti cada pelo dos meus braços se arrepiar e depois um calor intenso tomar conta de mim e só após isso correspondi ao beijo, ele já estava prestes a desistir quando notou minha resposta e me puxou pra seu colo e abraçou minha cintura. Eu coloquei minhas mãos em seu cabelo e nos beijamos intensamente por algum tempo, não sei como tínhamos tanto fôlego. Quando nossos lábios deixaram de tocar um ao do outro, e nossas línguas param a dança dentro de nossas bocas eu notei um sorriso alegre de um garoto quando ganha o presente que quer no natal, aquele sorriso que me hipnotiza e sorri também, ele se deitou na cama e me puxou pra cima dele.

— Quero fazer isso há dias, mas eu tinha medo da sua resposta.. — Ele disse. — Eu me preocupo com você porque eu te amo, amo de verdade!

Uma lágrima saltou dos meus olhos, ele então me olhou tentando ler se essa lágrima era de alegria ou tristeza, mas percebo que ficou confuso.

— Ninguém nunca havia me dito isso antes Otávio. Eu também te amo, mas acho que isso nunca vai dar certo, olha pra mim e pra você, somos tão diferentes.

— Essa diferença é o que mais me encanta! Eu te amo e vou correr atrás de você até que você em ame também!

— Não vai precisar. Só estou tentando me acostumar com a ideia. Faz tanto tempo que eu nem mesmo beijava alguém!

Ele sorriu!

— Quanto tempo?

— Muito tempo cara. Pra falar verdade você é a segunda pessoa que eu beijo. — Eu disse envergonhado.

— E agora serei o único que você pode beijar. — Disse ele rindo.

— E quem iria querer me beijar?

— Esse primeiro cara quis, eu quero.. Você é lindo e não sabe disso!

— O primeiro faz mais de três anos, e também nem gostava dele, foi uma coisa de adolescente, e também depois de que minha vida virou uma bagunça nunca mais o vi.

— Ual, três anos sem um beijo! — Ele disse virando por cima de mim na cama e me beijando, nos beijamos por bastante tempo, ele beijou meu pescoço me fazendo ficar todo arrepiado e me abraçou de costas e logo caímos no sono, algo não planejado é claro. No outro dia quando acordei estávamos dormindo abraçados.

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Comentários

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Nossa que demais! Amei o conto, ele é triste demais, Otávio é um fofo *-*... Continua logo :)

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