Until The Very End - Cap 7 "The Magic World of University"

Um conto erótico de Lipe
Categoria: Homossexual
Contém 1416 palavras
Data: 16/12/2013 15:09:11
Assuntos: Gay, Homossexual

Não posso negar que o segundo semestre do meu terceiro ano foi melhor do que o primeiro. Mas mesmo assim, ainda foi triste. Mas foi melhor porque eu podia contar com Gabi. Mas Fer ainda nem olhava na minha cara, principalmente depois da valsa, na festa do Dhiego.

Para conseguir dormir menos pior, eu estudava até de madrugada toda noite. Tomava meu remédio, as vezes, e dormia. Devido a esse excesso de estudo consegui aprovação para o curso que eu sempre quis fazer: Engenharia de Controle e Automação na UNICAMP. Passei também em várias outras universidades com folga.

Para comemorar essa minha aprovação, meus pais resolveram dar uma festa. Mesmo contra a minha vontade. Devido a imensa insistência, eu cedi. Eles me mandaram chamar todos os meus amigos.

Eu só queria uma pessoa na minha festa, além de Gabi. Sim, o Fer. Chamei todos os meus “amigos” e colegas que eu tinha mais afinidade para a festa. Numa tarde, resolvi ligar para o Fer, mas sem esperança dele me atender. Mas ele atendeu.

- Diga logo que eu to sem tempo – Ele já atendeu dessa maneira, ríspido.

- Fer, boa tarde. Sábado eu vo dá uma festa, pra comemorar meu aniversário e uma festa de despedida, por que em Janeiro estou mudando.. Seria muito importante para mim você ir... – Era aproximadamente meio de Dezembro. Fer ficou um tempo em silencio e disse:

- Se der vontade eu vo – e desligou. Só de ouvir a voz dele eu ganhei o dia. Mas eu também chorei, justamente pelo mesmo motivo.

Enfim, a festa foi muito boa. Nem tão boa quanto a do Dhiego e nem tão perfeita quanto a do Fer. Mas foram todos os convidados. Menos o Fer. A todo instante na minha festa eu olhava para a porta, para ver se ele entrava com aqueles olhos verdes e cabelos negros. Quando mais se aproximava, mais eu tinha certeza que ele não viria.

O lugar onde foi a festa é um clube no ponto mais alto da cidade, que possui uma vista linda da mesma. É um lugar que fazia parte de mim, pois eu ia muito lá. Estava eu, vendo a cidade, quase chorando por Fer não ter vindo, quando minha mãe se aproximou:

- Sabe, eu sempre gostei dessa vista. Mas nunca parei para vê-la, como você fazia quando criança – Dei um risinho.

- Eu também gosto daqui...

- Sabe filho... Eu sei que é difícil, mas você agora é um homem. Vai morar sozinho, sem eu seu pai para te ajudar com tudo. A responsabilidade cresce muito de uma hora para outra. Mas saiba: qualquer coisa, nós estaremos aqui... – Nessa hora foi impossível não chorar. Abracei minha mãe e ficamos assim. Até Gabi vir até nós.

- Que fofo vocês! - Com uma câmera, ela tirou uma foto espontânea minha e da minha mãe. No outro dia, revelei essa foto, e guardei como se fosse ouro.

Detalhes a parte, me mudei para Campinas com um peso no coração. Eu não havia me despedido do Fer. Não por falta de tentativa. Tentei ligar, tentei ir na casa dele, mas nada funcionou.

Em Campinas eu moraria com mais 2 garotos. Rodrigo e Camilo. Faríamos o mesmo curso, e tals. Seria bom morar com eles. Eram gente boa..

Era noite. Meus pais haviam acabado de ir embora para casa, me deixando para uma nova fase da minha vida. Eu, Rodrigo e Camilo ficamos na cozinha conversando sobre suas vidas antes de ir para a faculdade. Contei sobre a Gabi, meus amigos, escola e tals, mas fiz questão de deixar Fer de fora disso. Eu estava na universidade, e eu deveria esquecê-lo.

Mas, quando fui para o meu quarto, havia um único e-mail não lido. Era do Fer, com o assunto “Até que em fim...”. Abri correndo para ler a mensagem, e nela dizia:

“ Felipe,

Até que em fim você foi embora. Não aguentava mais sair na rua com medo de te ver e você fazer alguma coisa inusitada. Não se iluda, eu ainda sou o mesmo. Quero distancia de você. Eu ia dizer isso na sua festa, mas também não sou tão mal a ponto de estragar a sua noite.

Sendo assim, desejo-lhe boa sorte nessa sua parte de sua vida. Que você coma muitas mulheres. Ahh! Já ia me esquecendo, você que é a mulherzinha hihihi. Aproveite que você está em Campinas, encontre um macho para você. Assim você me deixará em paz!

Att Fernando.”

Na hora que eu acabei de ler, comecei a chorar. Não a chorar de tristeza, mas chorar de raiva. Fer agora passou dos limites. Mas estava certo. Eu deveria esquece-lo, mas deveria responder a altura. Mandei um e-mail assim:

“Amado Fernando,

Campinas é perfeito. Espero que sua vida continue bem ai. Sim, não se preocupe, encontrarei alguém mais e melhor que você. Mas lembre-se: Bill Gate uma vez disse ‘Nunca zoe os nerds, um dia ele poderá ser seu patrão’. Cuidado, eu sou superior a você, intelectualmente. Quem sabe um dia a gente não trabalha junto? Hehehe

Beijos com muito amor, Lipe s2”

Para quem não sabe, o sonho de Fer era fazer esse curso. Agora o e-mail deve estar mais claro para você. Desliguei meu computador e chorei até dormir. Tive o mesmo sonho estranho, em que todos correm de mim, mas dessa vez, só Fer corria de mim. Em vez de gritar, e tentar segui-lo como antes, fiquei parado. Depois disso, fiquei anos sem ter esse sonho.

Esse e-mail mexeu mais comigo do que eu imaginava. Fiquei extremamente deprimido. Fernando não respondeu meu e-mail. Tentei, em vão, por um ano esquece-lo. Não conseguia ter um relacionamento sério com ninguém, muitas vezes não queria sair de casa. Durante meses minha vida foi casa-faculdade.

No meu segundo ano as coisas começaram a mudar. Gabi passou para Medicina na UNICAMP e estudaria na mesma universidade que eu. Eu não tinha noticias de Fer desde que mandei aquele e-mail.

Como eu disse, no segundo ano de faculdade mudaram algumas coisas. Eu e Gabi iniciamos uma “amizade com benefícios”. Não éramos namorados, mas fazíamos sexo por aventura, mas nada nos impedia de ficar com outras pessoas.

Eu fiquei, nesse ano, apenas com mais uma garota. Decidi por mim, que se fosse para ficar com algum homem, seria o Fer. Deste modo, creio eu que seria considerado hétero.

Mas no terceiro ano as coisas ficaram mortas na minha vida de novo. Um grave acidente acarretou na morte dos meus pais. Não consegui sair de casa por 6 meses. Gabi praticamente começou a morar comigo por conta disse. Perder um amor é triste, mas não é nada comparado a perder os pais, principalmente de forma tão abrupta.

De certa forma, fiquei bem. Meus pais tinha dinheiro, uma casa e dois carros. Vendi os dois carros, pois não tinha carteira, aluguei a casa, que por si só pagava todas as minhas despesas. Além da quantia que eu recebia por meu pai ser militar. Mas mesmo com tanto dinheiro, meu mundo parecia despedaçar.

Agora, eu estava só. Sem Fer e sem meus amados pais. Descobri quem eram meus amigos de verdade na faculdade. Eram aqueles que me apoiavam e davam forças para continuar.

Bom, mas a nossa vida segue né. No meu quarto ano na faculdade foi quando eu cheguei mais perto de namorar uma garota. Era a Luiza. Luiza era a típica garota de faculdade, saia para bares, bebia e era popular. Toda extrovertida e tudo mais. Eu era mais reservado, mais “nerd”.

Não deu certo por que, bem, digamos que ela não gostasse tanto da fruta, como eu.

Fui beijar o primeiro homem da minha vida somente no meu quinto ano de faculdade. Não se iluda, não foi nada especial e nem muito bom. Foi a mesma coisa que beijar uma mulher. Só que era um homem. Estavamos bêbados e eu estava em crise por causa do Fer.

É meu amigo leitor. Amor de verdade é foda. Eu tinha certeza que iria morrer com o coração partido por causa do Fer. Uma simples lembrança ou uma simples menção dele, por parte da Gabi, era suficiente para eu me entristecer. Eu levei 5 anos para aprender a conviver com isso.

Enfim, formei-me com louvor na universidade. Eu havia ganhado moral com vários professores devido a minha capacidade intelectual e meu esforço. Isso me rendeu um bom emprego na hora que eu formei.

Com esse emprego uma nova fase na minha vida começou. E é a parte mais tensa e dramática, mas também a mais feliz.

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Comentários

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Desnecessário o troço enviar aquele e-mail! Crueldade pouca é bobagem!

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Espero sim que tu sejas feliz daqui pra frente, passar pela barra que tu passou não é pra qualquer um não, boa sorte.

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mt bom.....espero q ele esqueça o fer de vez

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Nossa incrível. Pena ele perder os pais. E espero que ele dê a volta por cima e que o Fer se torne apenas uma vaga lembrança de um passado que ficou pra trás.

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Gostei muitoo:-* espero que ele de a volta por cima:)

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