ENTRE HOMENS - CAPÍTULO 33 – INIMIGO MEU

Um conto erótico de Antunes Fagner
Categoria: Homossexual
Contém 5336 palavras
Data: 15/12/2013 18:28:50

ENTRE HOMENS

CAPÍTULO 33 – INIMIGO MEU

O outro é meu inferno... Se o outro se torna o meu inferno, nunca devemos nos esquecer de que eu sou o Outro para alguém. (transcrição literal do pensamento de Jean Paul Sartre)

A noite estava muito frio. O vento fazia que os galhos das árvores balançassem de um lado pra outro. Apenas a iluminação dos postes fazia clarificar o ambiente. Enzo estava num lugar próximo de um cercado tomando um ar. Quando de repente sente uma mão tocando o seu ombro. Ao se virar se depara com Pablo.

“Pabloooo.” Depois de falar isso Enzo desmaia.

Passado algum tempo Enzo vai abrindo os olhos quando vê diante de si o seu ex-namorado. Com o susto logo se levanta do colo de Pablo.

“O que você está fazendo aqui? Como você me descobriu o meu paradeiro?”

“Nossa amor, eu aqui aflito por que você desmaiou e é assim que me trata? Vim de tão longe para te ver.” Falou Pablo se levantando do chão.

“Quero que você vá embora daqui agora!” Exclamou gritando Enzo.

“Ai, ai, ai, isso é jeito de tratar alguém que te ama muito? Vem aqui me dá um abraço bem apertado.”

“Acho que estou tendo algum pesadelo. Acho que joguei pedra na cruz de Cristo. Não acredito que isto está acontecendo comigo...” O modelo coloca uma das mãos entre os dois na tentativa de manter o ex-namorado longe dele.

“Espera Enzo... Isso fecha os olhos novamente... Respira... Abre os olhos, tudo isso não passa de um pesadelo. Você está dormindo ainda, você vai acordar agora é vai ver que tudo não passou de um pesadelo.” Quando o modelo fecha os olhos e os abre ver que o seu pesadelo é real.

“Para com isso gato, não é um pesadelo. Sou eu o teu grande amor. Isso é o mais belo sonho. Estou aqui pra te dizer que eu te amo.”

“Não acredito nisto, o que você diabo está fazendo aqui?”

“Amor, fiquei triste agora. Você me chamando de diabo, logo eu que te amo tanto. Sabe fiz uma maratona pra te descobrir aqui nesse fim de mundo. Tive que mexer meus pauzinhos para rastrear e te encontrar aqui.”

“Agora que você me viu, quero que vá embora e suma da minha vida!”

“Amor isso não é jeito de acolher quem veio de tão longe.”

“Você já não me tanto mal, o que você ainda quer aqui?”

“Eu vim aqui te buscar. Descobri que eu não consigo viver longe de você.”

“Deixa de ser cínico, Pablo, você não ama ninguém, você é egoísta demais pra isso.”

“Gato, somos parecidos. Somos feitos um pro outro.” Falou Pablo aproximando-se de Enzo e tocando no seu rosto.

Ao receber o afeto do Pablo, Enzo procura tirar a mão do ex do seu rosto. Coloca as mãos na cabeça e respira novamente.

“Não, não, nãoooo, nunca fomos iguais. O que eu sou hoje em parte devo a você que me transformou nisso aqui. Você acha que somos feitos um pro outro. Além de cínico, você também é louco!”

“Queria saber por que você fugiu de mim. Logo eu que te amo tanto. Vem aqui me dar um abraço e um beijo.” Pablo se aproxima de Enzo na tentativa de lhe abraçar, somente que o modelo tenta se desvencilhar de seus abraços.

“Nunca vou te abraçar, nunca vou te beijar. Você é um louco. Pensava que você era meu amigo, confiei em você. O que você me fez? Simplesmente começou a me tratar mal e me chantagear quanto àquilo que me aconteceu.”

“Desculpa amor, isso nunca mais vai acontecer. Vim de tão longe para te buscar. Só vou sossegar quando você voltar a morar comigo.”

“Além de me chantagear, você em seguida colocou outro no meu lugar em tudo, na agencia de modelo e na sua vida.”

“Hum, estou sentindo uma pontada de ciúmes na sua colocação (risos).” Falou com cinismo o empresário.

“Nunca sentir ciúmes de você.”

“Mudando de assunto. Você tem uma família muito bonita aqui...”

“Não toque um dedo na minha família por que eu te mato.”

“Mata nada, você é muito covarde pra isso. Você não tem nem coragem pra matar uma barata. Agora é bom cuidar dos que você ama não é amor.”

“Eu já te disse nunca encoste um dedo em ninguém.”

“Você nunca me disse que tinha uma família aqui no interior de São Paulo. E que vocês tinham uma fazenda tão linda. Por pouco não perdi o foco por causa das belezas naturais, sabe...”

“Nem inventa de tocar um fio de cabelo nos meus familiares. Se não eu...”

“Vai me matar como você o fez com o Ítalo?”

“Você sabe que eu não cometi aquele crime.”

“Eu não sei de nada... Você era o único que estava naquele quarto, naquele apartamento quando você mesmo disse que acordou e encontrou o rapaz já morto.”

“Eu não o matei. Eu não o matei. Queria saber o que você ganha me torturando desse jeito?”

“O que eu ganho? Eu ganho você meu amor. Quero você bem perto de mim.”

“Esquece-me Pablo, você sabe que eu não te amo.”

“Mas eu quero reconquistar o seu amor.”

“Meu Deus, você é louco. Como você quer alguém que não te ama do seu lado? Você precisa se cuidar?”

“Acredito que a sua família não sabe o real motivo que lhe trouxa aqui? Não é verdade? Acho que seria muito chato eles saberem o que você fez no Rio?”

A ira tomou posse do coração do modelo que foi na direção de Pablo para agredi-lo. Mas percebendo a ação, o empresário pode se defender e segurar o braço de Enzo.

“Não meu amor, não vamos fazer da maneira mais difícil? Você não acha?” Enzo bufando de raiva se solta da mão de Pablo. “Acho melhor você pensar no seu bem estar e de sua família. Não quero que eles saibam o que você fez!” Ironizou o empresário.

“Chega eu vou embora, e nem ouse me seguir.”

Pablo volta a pegar na mão de Enzo antes mesmo que ele lhe dê as costas. Aproxima seu rosto ao rosto do modelo.

“Acredito que você não entendeu o que eu disse? Vou te dar um prazo. Um pequeno prazo para que você volte pra mim. Caso contrário você sofrerá as consequências.”

“Me largaaaa....”

“O meu gatinho parece um gatinho selvagem.” Pablo procura imediatamente atender ao pedido.

“Louco, você é louco, louco...” O modelo já falava de forma aflita diante de seu algoz.

“Veja como são as coisas, a gente procura dar todo o amor do mundo, toda a consideração. E é assim que você me paga? Estou voltando para o Rio. Quero que você vá morar comigo. Por enquanto, vou te instalar num flet, depois vemos o que vamos fazer.”

“Pois bem se eu tenho que ir. Quero ficar na casa do Dadá. Não vou voltar a morar com você. Nunca mais...”

“Eu tenho toda paciência do mundo. Sei que um dia você vai ficar aqui na minha mão, bem dócil.”

“É bom você esperar sentado!”

“Vou esperar você de braços abertos, como sempre. Você é o único amor da minha vida. Vou embora agora.” Pablo se aproxima de Enzo na tentativa de beijá-lo. Quando o empresário consegue, Enzo o empurra longe dele.

“Nunca mais toque em mim seu miserável. Você é um monstro! Ouviu, você é um monstro!”

“Eu te amo tanto meu gato.” Enquanto falava isso, o empresário já começava a dar passos em direção contrária do modelo.

Percebendo que estava sozinho novamente, Enzo encosta-se ao cercado e começa chorar ao ponto de soluçarDe volta ao bar.

A noite estava transcorrendo bem para os casais. Miguel nem se importava com a presença dos demais no bar ao ponto de demonstrar o seu amor para Taumaturgo.

“Nossa que esse casal tá que tá, hein.” Brincou Rita olhando para o casal.

“Ai amor você está com ciúmes desses dois. Vem cá pra eu mostrar pra eles o que se faz quando se ama.” Humberto se aproxima de Rita e dá-lhe um beijo daqueles.

“Morr não vamos ficar atrás.”

“Você está louco, Miguel!”

“Estou louco de amor, vem aqui.”

“Para amor, você não tem vergonha de fazer isso na frente dos outros peões.”

“Que outros peões, que outros peões. Vergonha é ter um Anjo lindo desse aqui e não poder beijar.” Antes mesmo que Taumaturgo pudesse contrariar os apelos de Miguel foi surpreendido por um beijaço dado pelo peão diante de todos.

(Beijos).

“Miguel você é um maluco mesmo. Mas é o maluco que eu amo muito.” Ao terminar de falar isso, foi a deixa de Taumaturgo para corresponder ao amor do peão retribuindo o beijo anterior.

“Morr vou até o banheiro tirar a água do joelho.”

“Amorzão quem inventou esse ditado estava pensando em você (risos).”

(Risos). Todos começaram a ri do comentário de Taumaturgo. O grupo continuava a se divertir quando se aproxima da mesa André.

“Oi... Pelo visto foi uma boa pedida vir até aqui para o bar hoje.”

“O que você está fazendo aqui?” Perguntou Taumaturgo.

“Pelo visto você está solteiro. Acertei?”

“Não estou solteiro.”

“Claro que está. E agora chegou a minha vez de ocupar o lugar que é meu... Primeiramente vou sentar nesta mesa.”

Antes mesmo que André ousasse ocupar a cadeira onde estava Miguel, o ex-seminarista se levanta injuriado com a cara de pau do rapaz.

“Aqui você não vai sentar!”

“Nossa quanta agressividade, quero apenas passar a noite do seu lado.”

Ao longe quando já voltava do banheiro Miguel percebeu a presença de André. Parecia que o peão tinha visto o diabo a sua frente. Rapidamente se dirigiu à mesa.

“Quero saber o que está acontecendo aqui?”

Ao ver Miguel, André fica com o semblante assustado ao perceber que o seu plano não tinha vingado.

“Quero saber o que você pensa que está fazendo aqui?” Falou grosseiramente Miguel já pegando na gola da camisa do André.

“É com esse brutamonte que você quer ficar. Com esse sujeito ignorante que pensa que o trato com as pessoas é o mesmo que se dar com os bois e os cavalos?” Ironizou André diante da situação.

“Por favor, Miguel não precisa bater nele, meu amor?”

“Escuta o teu namorado peão. Seja obediente pelo menos uma vez nessa vida.” Continuava a ironizar André.

“É isso mesmo que você quer meu Anjo?”

“Isso. Deixa o cara em paz. Não perca seu tempo com ele. Ele não merece nem mesmo a sua raiva.” Miguel prontamente obedece e solta a gola da camisa.

“Sabe Miguel você não usa a cabeça. Você pensa que sua força é suficiente para resolver todos os teus problemas.”

“Sabe André eu fico curioso com uma coisa?” Falou Miguel coçando a cabeça.

“Diga peão.”

“Quero saber o que você tem contra a minha pessoa? Qual o motivo de tanta raiva?”

“A sua existência pra mim já é o suficiente para ter toda a raiva do universo. Só vou me contentar no dia que eu te ver no fundo do posso.”

“Engraçado André eu não tenho nada contra você. Não procuro fazer o mal a ninguém. Queria entender essa sua raiva comigo.”

“Qualquer dia você vai entender. Claro se você realmente tiver algum neurônio pra entender alguma coisa. Acredito que nessa sua cabeça apenas tem esterco.”

“Chega. Agora é a minha vez. Você é um filho de uma puta, seu desgraçado. Pensa que eu não sei que você quis a minha separação.” Falou esbravejando Taumaturgo.

(Silêncio).

“Nossa onde está o santo padre? Não acredito que você descobriu o que estava um palmo do seu nariz.”

“Eu quero agradecer tudo o que você me fez. Agora tenho uma novidade pra você.” Mostrou a mão com a aliança de noivado.

“Não acredito que você vai fazer esse sacrilégio!”

“Vou me casar com o Miguel, estamos noivos. Todo o seu plano foi por água abaixo, seu crápula.”

“Pelo visto você é igual esse peão rude.”

“Deixa Mor, que a coisa agora é comigo.” Miguel se aprontava para esmurrar André. Quando Taumaturgo disse a ele que não.

“Agora a coisa é comigo!”

Taumaturgo reúne toda a raiva que sentia de André e o esmurra ao ponto do pseudo-peão cair de costa no chão do salão. Todos ficam admirados com a ação de Taumaturgo.

André se levanta apresentando hematoma no olho direito. Espumando de raiva ameaça:

“Todos vocês vão pagar caro por essa humilhação. Escutem o que eu estou dizendo. Todos vocês.” Ao terminar de falar ele ainda cospe contra Taumaturgo. Que volta a esmurrá-lo novamente, mesmo assim André sai do bar como se nada tivesse acontecido a ele.

Miguel não se conteve e deu um abraço forte no seu Anjo comemorando tudo o que tinha acontecido.

Do lado de fora André ficou olhando a alegria do casal e daquele momento em diante o seu coração tomou de raiva pela humilhação que sofrera.

Dadá e o outro peão que lhe fizera companhia se aproximaram da mesa para saber o que tinha acontecido. Mas foi tranquilizado. Enzo aparece e o chama para ir embora.

“Bi, tem certeza que quer ir embora. A noite está tão agradável.”

“Se você não quiser ir comigo e continuar aqui vou entender. Apenas estou com uma dor de cabeça insuportável. Preciso mesmo me recolher.”

“Está bem. Vamos embora... Se você quiser ficar aqui não tem problema.” Falou Dadá se dirigindo ao peão.

“Não seja por isso vou fazer companhia pra vocês até a fazenda.”

“Nossa boy, você é mesmo um amor.” Empolgado Dadá dá um beijo no rosto do peão, que logo fica com o rosto envergonhado.

“Não precisa agradecer vai ser uma honra para mim.” Então Enzo partiu juntamente com a dupla em direção do casarão.

“Depois dessa luta de touros aqui no salão vamos continuar a beber pra comemorar essa noite... Manda mais uma cerveja garçom.” Falou Humberto.

“Pelo visto tem gente aqui que vai ficar porre bem cedo.” Disse Rita.

“Calma amor, temos que comemorar, o meu irmão está se tornando homenzinho. Está até batendo agora.”

(Risos).

Quando a cerveja chegou à mesa, Humberto tratou de colocar o líquido dourado nos copos de cada um.

“Vamos brindar a nossa vida. A volta de Miguel. O casamento dos dois.” Solicitou Humberto erguendo o seu copo.

(Brinde de coposNa Fazenda Paraíso.

Enzo adentra na casa enquanto que Dadá e o peão ficam na varanda conversando.

“Posso lhe fazer uma pergunta indiscreta?”

“Diga, senhor.”

“Eu já lhe falei pra não me chamar de senhor. Afinal não sou tão velho assim! (risos)”

“É por que o senhor... digo você é amigo do patrãozinho, aí já viu não fica bem ter tal intimidade.” Falou o peão com o seu chapéu sobre o peito e com a cabeça cabisbaixa.

“Você fica mais lindo com o seu jeito tímido, sabia.” Dirigiu-se Dadá ao peão levantando a sua cabeça e olhando fixamente para ele. Os olhos do peão reluziram diante do sorriso de Dadá.

“O que você quer saber de mim?”

“Você é casado? Tem filhos?”

(Silêncio).

“Sou não rapaz, nem tenho filhos... Estou aqui há pouco tempo e ainda não finquei raízes se é isso que o senhor, quero dizer você quer saber.”

“Você pensa em ter filhos? Se casar?”

“Bom pensar, a gente pensa, sabe. Mas ainda não encontrei a pessoa certa pra mim.”

“Entendo.” De repente o sorriso largo no rosto de Dadá deu espaço para uma frustração com a resposta do peão.

“O senhor é casado?”

“Não. Ainda não apareceu a pessoa legal pra isso.”

O peão olha atentamente para o empresário e começa a ri. Dadá fica sem saber o porquê da risada.

“O que houve, por que você está rindo?”

“Sabe, você é muito bonito, um cara do bem, acredito que você vai encontrar uma mulher que queira lhe fazer feliz.”

Ao escutar isso Dadá não se conteve e começou a ri do comentário do peão ingênuo. O peão apenas ficou coçando a cabeça sem entender o que estava acontecendo.

“Uai, o que houve?”

“Você não percebeu nada?”

“Perceber o quê?”

“Eu não gosto de mulher. Meu lance é homem. Eu sou gay.”

“Sério patrãozinho.”

“Sim. Pensava que você tinha percebido isso.”

“Pra falar a verdade eu percebi é que eu não entro das intimidades do patrão. Vi que o senhor tinha um jeito diferente.”

“E pra você isso é bom ou ruim?”

“Sei lá nunca fiquei tão perto de um cara gay, é assim que se diz.” Falou de um jeito ainda acanhado.

“Preste bem atenção eu sou gay, mas sou homem como você ou qualquer um.”

“Eu sei disso patrão, não quis ofender o senhor.”

“Posso lhe dar um abraço amigo?” Pediu o empresário.

“Claro, uai, que mal há nisso né (risos).” Prontamente o empresário o abraçou, mas percebeu que o peão retribuiu com um abraço muito forte. Ao ponto de quase os seus rostos ficarem colados.

“Depois disso você acha que vai mudar alguma coisa entre nós?”

“Claro que não. Eu gosto muito do senhor.”

“Posso lhe pedir uma coisa?”

“Pode sim patrãozinho. Diga.”

“Não me chame de senhor, de patrãozinho, nada que me lembre disso. Se somos amigos mesmos quero que você me chame de Dadá.”

“Está bem Dadá.”

“Agora sim, na sua boca o meu nome fica mais lindo ainda.”

“Quero muito ser amigo seu Dadá.”

“Você não sente vergonha de mim, por eu ser gay, gostar de homem.”

“Não acho você uma pessoa bacana, legal mesmo. Você foi o único que me tratou como amigo aqui. Não foi metido, sabe.”

“Posso lhe fazer outra pergunta indiscreta?”

O peão ficara olhando de forma acanhada para o empresário, mas mesmo assim consentiu em sua pergunta.

“Você já teve relação com outro homem?”

“Sim claro...”

“Hum, sério...”

“Eu sou amigos de todos é claro.” Respondeu de forma ingênua o peão.

(Risos).

“Eu quis dizer outra coisa.”

“Não era isso que você tinha me perguntado?”

“Queria saber se você já tinha feito sexo com outro homem?”

“É isso... Claro que não Dadá.” Respondeu rindo e dando um tapinha na costa do empresário. “Eu nunca fiz isso.”

“Você não tem curiosidade em saber como se faz isso?”

“Sexo com outro homem. Sabe que não sei, nem sei o que eu sentiria com outro homem, se teria tesão, se conseguiria beijar. Sei lá Dadá...” Respondeu com o rosto vermelho de vergonha.

“O que você achou do nosso abraço, por exemplo?”

“Gostei, abraço de amigos. Mas foi quente não sei. Na verdade nunca tinha abraço outro homem como eu te abracei. Senti algo novo... Mas não sei te dizer o que eu senti.”

“Também gostei de te abraçar. Mas posso te dizer uma coisa?”

“Pode dizer Dadá. Agora somos amigos.”

“Eu desde o momento que te vi aqui na fazenda te achei uma pessoa muito especial.”

“Sério, assim você me deixa sem jeito sabe. O que você viu em mim, um simples peão? Só sei mexer com bois e vacas. Sou um cara ignorante.”

Dadá se aproximou mais perto do peão e tocando no seu peitoral que por sinal é bem avantajado lhe disse:

“A tua simplicidade me encantou muito. Estou acostumado com caras que são estudados, mas que lá no fundo, são vazios. Você com o seu jeito simples me mostrou que um homem pode ser bonito por dentro.”

“Dadá você falando assim fiquei até sem graça. Não sou nada disso que você acabou de dizer, mas obrigado pelo elogio.”

“Posso te abraçar novamente?”

“Claro que pode, uai, somos amigos não somos!”

O empresário se aproxima do peão e o abraça agora de uma forma mais intensa e praticamente todo o seu corpo. O peão apenas se deixa envolver pelo carinho recebido. Os rostos dos dois estão bem colocados. O empresário dá um cheiro no cangote do peão que não responde ao afeto. “Você tem um cheiro maravilhoso!” Falou Dadá continuando a cheirar o pescoço do rapaz. Aos poucos ele foi aproximando a sua boca ao do peão, ao ponto de os dois darem um selinho. O peão fica espantado com tudo o que lhe acontecia. Dadá percebendo que não tinha resistência deu outro beijo agora pra valer. O peão no primeiro momento ainda sem saber o que estava acontecendo entre os dois. O peão fica sem jeito mais não impede o beijo. O tempo passa e ele fica mais a vontade ao ósculo do empresário.

Dadá ficara animado com a resposta positiva do peão e continua a lhe beijar ainda mais, um volume se forma na região abaixo da cintura. O empresário com a sua mão boba começa a acariciar a região do pênis que nessa altura do campeonato já estava meio duro.

“Nossa vejo que o menininho começou a dar sinal de vida.”

(Risos).

“Na verdade isso nunca tinha acontecido comigo. Nunca tinha tido desejo por outro homem!”

(Silêncio).

“Você está com medo?”

“Eu não sei Dadá tudo pra mim é novo. Acho que isso não é o certo.”

“Calma, hei olha pra mim. Na nossa vida se temos oportunidade temos que saborear coisas novas. Não é verdade?”

“Não sei até hoje só tive lances com mulheres. Na verdade não sei o que está acontecendo comigo nesta noite?”

O empresário percebia que mesmo assustado com tudo o que acontecia com o peão o seu pênis continuava duro ou quase duro, o volume dentro da calça demonstrava isso. Dadá volta a se aproximar dele e dá-lhe outro beijo mais demorado. Aos poucos o peão fica mais a vontade ao ponto de lhe abraçar de uma forma mais intensa.

“Vamos sair daqui!”

“Para onde vamos?” Perguntou de forma ansiosa o empresário.

O peão o pega pela mão e o leva para o celeiro. Quando chegam ao celeiro, o peão o joga sobre o feno, os dois começam a se beijar loucamente.

(Beijos e suspiros).

“Queria saber o que está me acontecendo?”

“Cala a boca e continua me beijando, seja um peão de mais ação e de menos fala (risos)”. Falou-lhe tocando o dedo nos seus lábios.

O peão começou a tirar a roupa de Dadá que fazia a mesma com o peão. Entre uma tirada ou outra de roupa se beijavam loucamente. O empresário coloca o peão contra o feno e se dirige ao seu pênis que está totalmente duro, é algo bonito de se ver e se deliciar, um pênis de 18 cm cheio de veias com uma cabeça bem avermelhada. Dadá não se fez de arrogado e começou a chupar o pau do peão que nesse momento gritava de tanto prazer. Até parecia que era primeira vez que sentia tal prazer.

“Nossaaaaaa.... Que delicia!”

(Gemidos).

“Está gostando?”

“Continua, está muito bom!” Falou o peão vendo todo o movimento da boca do empresário na sua rola.

O vai e vem da boca de Dadá quase fizera o peão ter o seu primeiro gozo. Antes que isso pudesse acontecer pediu que ele parasse. O peão o tomou para si e continuou a beijá-lo, agora mais livre e ele mesmo tomando a iniciativa no beijo.

“Nunca senti isso por outro homem. Será que isso é certo mesmo?”

(Silencio).

“Você tem que acabar com esse senso de culpa. Tem que aprender a degustar a novidade que lhe aparece. O medo de viver coisas novas pode nos deixar paralisados, porém temos que superar esse medo. Se a vida lhe coloca algo novo, por que não experimentar?”

(Silencio). Os dois continuavam um do lado do outro, olhando o teto do celeiro.

“Quer saber de uma coisa. Estou gostando de tudo aqui. Eu quero ver onde tudo isso vai dar tudo isso?” Exclamou o peão. Logo após voltou-se para o empresário e começou a lhe beijar. Os dois já estavam totalmente nus sobre o feno, tendo como testemunhas os cavalos que ali ficavam.

O peão vira de costa o outro, deixando sua costa nua a sua vista. Quando viu aquele corpo todo exposto a espera de se tocado de uma forma mais profunda quase teve uma crise de medo. Olhando aquele corpo atlético de cor branca e aquela bunda bem avantajada não teve mais dúvidas que o destino lhe tinha preparado algo novo e inusitado. O seu pênis estava duro que nem uma rocha. Fora passando sua mão sobre a costa nua de Dadá a fim de perceber cada parte daquele corpo. Ao chegar a bunda a sua mão parou sentindo a maciez, fora abrindo as nádegas quando se deparou com um cuzinho lisinho e bem avermelhado. Sentiu um desejo inevitável de lamber aquele rego. Sua língua foi abrindo um caminho novo. O seu paladar sentira um gosto diferente. Aquele cuzinho era vermelhinho e muito cheiroso. Sua língua continuou o seu trabalho de vai e vem na entrada daquele cuzinho.

(Gemidos).

O peão enche sua mão de saliva e lubrifica a entrada do cuzinho de Dadá. Aos poucos vai penetrando a sua rola no rabo do empresário que sussurra com penetrada. O peão começa um vai e vem frenético, o suor do seu corpo respinga na costa nua de Dadá cercada de feno por todos os lados. O peão alterna entre estocadas leves e fortes. Tem momentos que retira o seu pau e enfia com toda a força no rabo de Dadá que já está totalmente envolvido de prazer.

“Ai, isso me fode, me fode com toda a sua força.” Pede o empresário apertando a sua bunda contra a rola do peão.

“Caralho delicia.”

Passado alguns minutos e sem mais aguentar de tanto tesão começa a jorrar sua porra dentro do rego do empresário.

(Sussurros e gemidos).

Após o peão gozar como louco dentro do rego de Dadá, os dois voltam-se um pro outro e começam a se beijar. Passado algum tempo em que o peão descansa da transa, fala:

“Posso lhe dizer uma coisa?”

“Diga.”

“Já tinha comido três periquitinhos. Mas foi a primeira vez que tremi nas bases comendo um cuzinho.”

“Sério?”

“Sim. Foi muito diferente.”

“Você gostou?”

“Foi maravilhoso!”

“Vai querer repetir? Pode ser sincero.”

“Pra te falar a verdade, antes de te conhecer e ficar com você nunca passou na minha cabeça isso. Mas agora tudo está embaralhado. Foi bom sim, mas não sei se quero isso pra mim.”

“Entendo. Relaxa. Agora vem aqui e me beija.” Os dois continuaram a trocar carinhos e cariciasDe volta ao casarão.

Dadá depois de voltar de uma noite única de sua vida. Vai até a cozinha e toma um copo de água gelada e começa a pensar em tudo que lhe acontecera naquela noite, pensa na transa que teve com o peão magia.

“Para com isso, menina, acorda isso foi apenas uma noite, nada além disso... Além que o outro está indeciso. E bofe indeciso é o erro. Vamos dormir sua louquinha...” Falava pra si mesmo o empresário.

Dadá continua o caminho para o seu quarto, passando no corredor central observa que a luz do quarto do Enzo está acesa.

(Batidas na porta).

“Quem é?”

“Sou eu bi.”

“Pode entrar seu louco.”

“Está tudo bem com você, meu amigo?”

“Está sim. Por que não deveria?”

“Sei lá parece que você não pregou o olho.”

“É verdade ainda estou sem sono.”

“Eu te conheço amigo, pode se abrir pra mim.”

“Não tenho nada a te dizer.”

“Será mesmo que você não tem nada a me dizer? Você está assim por que o seu primo reatou o namoro com o peão armário?”

“Não é nada disso. Acho que atrapalhei demais a vida deles. Pensando bem, eles devem ficar juntos.”

“Eu escutei bem, bi. A senhora não está com febre? Será que trocaram a minha amiga no caminho? Será que ela não foi abduzida? (risos)”

(Risos).

“Somente este louquinho como você podia me tirar um sorriso agora. Não sei o que eu faria sem você aqui agora.”

“Amigo pode se abrir comigo. Mas finalmente a voz da razão está funcionando na sua cabeça. O Taumaturgo e o Miguel foram feitos um pro outro, isso é fato. Mas me diga o que te aconteceu?”

(Silêncio).

Enzo fica sentado à beira da cama e lhe diz:

“O Pablo está aqui na região!”

“O que, eu não acredito. Como?”

“Eu não sei, sei apenas que ele conseguiu me encontrar aqui e como sempre me fez ameaças.”

“O que você pensa em fazer?”

“Eu pensei em fugir. Mas não posso passar a vida toda fugindo. Mas cedo ou mais tarde aquele desgraçado vai me encontrar novamente.”

“Verdade. Agora precisamos dar um basta nesta situação. Temos que descobrir alguma forma de te livrar desse pesadelo.”

“Pensei a noite toda. A única forma disso acontecer e voltar para o Rio e descobrir o que aconteceu naquela noite.”

“Não vai ser fácil. Mas temos que tentar amigo.”

“Você vai ficar na casa do Pablo?”

“Nunca. Eu disse que ficaria na sua casa. Posso?”

“Claro. Que pergunta besta, né amigo.”

Os dois amigos se abraçaram, mais lágrimas escorriam dos olhos de EnzoOs dias se passaram. No café da manha na fazenda.

“Tio, Taumaturgo, Humberto e Miguel, quero lhes dizer que estou de partida para o Rio.” Nesse momento todos se entreolhavam.

“Meu sobrinho está tudo bem?”

“Está sim, meu tio. É que pintou uma nova oportunidade de trabalho no Rio e quero aproveitar.”

“Se está tudo bem. Quem sou eu para dizer não. Mas lembre-se de uma coisa a porta dessa casa sempre estará aberto pra você.”

“Queria dizer uma coisa também.” A voz do modelo fica um pouco embargada.

“Queria pedir perdão, bem que eu não mereço o perdão de vocês, Taumaturgo e Miguel.”

“Primo, de boa não queria nem pensar nisso. Na verdade não sei se estou preparado pra isso, pra te perdoar. Mas espero que você tenha boa sorte no Rio de Janeiro.” Tomou a palavra Taumaturgo.

“Eu sei que não é fácil isso... Espero que um dia eu possa ter o seu perdão e também do Miguel... Outra coisa queria pedir perdão do Humberto por não reconhecê-lo como membro da família.”

“Da minha parte já são águas passadas... Eu nem me lembro de mais disso. Agora procure ser menos encrenqueiro primo.”

“Vou tentar... Agora preciso começar a me arrumar.”

“Quando você vai embora?” Perguntou Taumaturgo.

“Acho que amanha. Vou com o Dadá para o Rio de Janeiro.”

“Bom, agora vou cuidar da lida. Vamos embora Humberto.”

“Sim claro, vamos.”

Após Miguel e Humberto se retirarem, foi a vez de Enzo e Dadá. Ficando apenas Taumaturgo e o seu pai.

“Filho, não quero me intrometer na sua vida. Mas acredito que está na hora de você passar uma borracha sobre o que passou entre você e o seu primo.”

“Pai, sinceramente, hoje eu desconheço o Enzo. Desde que ele foi morar no Rio mudou muito.”

“Eu sei filho, mas procura entender que às vezes o meio modifica a pessoa. Quem sabe um perdão também não o ajude a voltar a ser o que ele era antes?”

“Vou pensar nisto com carinho. Quem sabe, né.”

Chegara o outro dia. Era por volta das 9h da manha após o café. Todos se reuniram pra se despedir de Enzo e Dadá. Miguel e Humberto começaram a levar toda a bagagem dos dois até o carro. Taumaturgo se aproximou do primo e lhe disse:

“Enzo, eu tive que repensar muitas coisas na minha vida nessas últimas horas. Mas acredito que o que vou fazer agora é prova que estou tentando superar tudo. Quero que você seja feliz e eu te perdoo.”

“Sério mesmo, você está me perdoando.”

“Sim. Acredito que a vida ainda vai te ensinar muitas coisas. Espero que você aprenda a amar as pessoas como elas são e não como elas se apresentam.”

“Está certo. Bom saber que um dia vamos poder recuperar a nossa amizade de antes.”

Após abraços mútuos. Enzo convidou Taumaturgo e Miguel para o visitarem no Rio de Janeiro, para conhecer a Cidade Maravilhosa.

O peão magia do Dadá também foi vê-lo pra se despedir.

“Olha isso não é um adeus. É um até logo.”

“Dadá você mudou a minha vida.”

“Você também. Espero te rever logo. Você está convidado para me visitar no Rio de Janeiro.”

Os dois amigos entram no carro e partem em viagem.

Continua...

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Comentários

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Tá bom, me convenceu que o Enzo sofreu na mão dele, agora esse C.S.I promete hahaha. O André merece apanhar mais um pouco, se bem que o Miguel poderia dar uma surra nele sem ninguém saber. Dadá que isso fez o peão cair na sua lábia hahaha

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Aeeeeee agora o Enzo precisa sofrer mais um bocado muahaha. Sabe que eu até gosto do Pablo? Sei lá... Ele é (fisicamente) o tipo de cara que me atraia. Acho que mesmo pagando pelo que fez, merece uma oportunidade pra se redimir. No fim ele e o André poderiam ficar juntos, ao menos as transas seriam muuuuuito excitantes. Sexo de macho mesmo haha; Mas o Dadá tem corpo atlético? Eu jurava que ele era meio acima do peso e com algumas marcas de expressão rsrs. Gostei do envolvimento e do sexo meio romântico com feno pinicando e espetando o corpo dos dois haha. Bem que o Dadá poderia conseguir um trabalhinho de modelo pra esse peão no RJ. Hmmmmmmmmm pensando nisso, poderiam fazer um calendário com os peões da Fazenda Paraíso. Até mesmo com o Miguel e Tamaturgo, sĺ que a foto estaria no mês dos namorados rsrs

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