Coração Indeciso - Capítulo II

Um conto erótico de Arantes, Henrique
Categoria: Homossexual
Contém 1130 palavras
Data: 09/12/2013 00:32:03
Última revisão: 08/01/2014 11:34:14

Boa Leitura!Estava passeando com Deco quando de repente encontro com Bruno. Penso: “Volta, volta!!”. Só consigo ir em frente, ainda mais com Deco me puxando !! #Socorro!!

Consigo passar de onde Bruno estava, mas parece coisa do "cão", se não é ¨¨ Ele me vê e começa a me chamar :

— Henrique, Henrique !! Cara me espera!

Agradeço por Deco estar me puxando e amaldiçoou por não ir mais rápido ou por não passar nenhum felino naquele lugar, naquele momento !!

Quando menos espero, sinto uma mão tocar em meu ombro, me arrepio, sinto espasmos. Penso “Que diabos esta acontecendo comigo?! Droga, droga!”. Ouço a droga que tanto temia:

— Ei, cara qual o porquê de tanta correria? — me questiona. Deco rosna. — Ei, garotão se acalma!

— O quê? ‘Tás’ me chamando de garotão? — Soltei. Ainda estava perdido em meio aos meus loucos e débeis pensamentos.

— Não, estou falando para o cachorro! Por quê? Queres ser chamado assim? — falou, rindo e me olhando.

— Que queres comigo, garoto? Já não basta na escola?! Que droga! — esbravejei. Deco percebeu

— Calma, só quis pedir desculpa para você! — falou num tom doce. Tocou-me, sei lá, às vezes eu o pegava me olhando de um jeito e depois ele virava o rosto. Era tudo muito confuso, já não bastava um para me quebrar !!

— ‘Tá’, eu aceito essa coisa! ’Tá’ bom para ti agora? Tchau! — Estávamos pegando a saída da rua um para a rua dois. Deco me puxou mais, Bruno já estava muito atrás e teve que correr um pouco para me alcançar.

— Porra, a gente não ‘tá’ na escola! Olha para mim! — Segurou meu pulso.

— Merda, me solta! —Puxei meu braço, mas não consegui tirar daquele aperto.

— Ah, a bichinha disse um palavrão! — falou com sarcasmo puro e cruel, este já nem me afetava mais.

— Me larga, agora! — gritei, pois o aperto estava me machucando.

Ele encostou-me na parede, prendendo meus dois braços para cima, resultando na soltura da coleira de Deco. Ele me beijou. Ele fedia a cigarro e tinha o gosto também. Eu cedi, até o momento em que comecei a me debater em vão e a chorar. Veio-me uma ideia genial à mente. Mordi sua língua e efetuei uma joelhada contra ele. Cuspi a saliva dele que ficara em mim. Ele ficara me amaldiçoando, no chão.

— Como tu disse “Nós não estamos na escola”. Seu covarde de merda! — Enquanto eu pegava a coleira de Deco e ia o mais rápido possível

Comecei a pensar “Droga, que porra eu fiz!! ‘Tô’ fodido, morto, sepultado!” . Mas daí me veio uma música da Lily Allen na minha cabeça

“So you say

It's not ok to be gay

Well I think you're just evil

You're just some racist

Who can't tie my laces

Your point of view is medieval

Fuck you (fuck you)

Fuck very, very much

Cause we hate what you do

And we hate your whole crew

So please don't stay in touch”

(Então você diz

Que não é certo ser gay

Bem eu lhe acho simplesmente diabólico

Você é apenas um racista que

Sequer serve para amarrar meus cadarços

Seu ponto de vista é medieval

Vá se foder (vá se foder)

Vá se foder, muito mesmo.

Porque odiamos o que você faz

E odiamos toda a sua turma

Então por favor, não mantenha contato.)

Sendo que ninguém sabe que sou gay. Mas desconfiam, pois sou um menino muito educado e me comporto bem. Mas as pessoas me julgam por tudo que gosto (musical, televisivo, literário ), tudo mesmo.

Estava muito cansado, pois, o tempo continuava parado e seco, o noticiário anunciava toda hora “Já faz cinquenta dias que o Distrito Federal está sem chuva” ou “Seca em Brasília lota hospitais”. Eu tratei de chegar logo em casa.

Enchi as vasilhas de Deco, de água e de comida ele deveria estar exausto, coitado. Afaguei sua cabeça e ele dormiu. Acocado, fiquei olhando-o. Quando de repente ouço Cida me chamando:

— Rick, vai fazer um lanche e tomar um banho, ‘cê’ ‘tá’ com uma aparência horrível!

—Nossa, muito obrigado, Cida, me ajudou bastante! — Brinquei rindo.

— Que foi bebê? Aconteceu alguma coisa, não foi? — Cida me mimava muito. E me conhecia demais! Ela parecia mais uma parente que qualquer outra coisa!

— Nada, besteira! Tava desacostumado, sabe? — menti na cara dura.

— “Tá” bom— falou desconfiada —, mas vai logo se ajeitar ! —Completou.

Levantei-me, fui para a cozinha. Lá, na cozinha, imediatamente bebi um copaço de água. Cida também me convenceu a tomar seu maravilhoso suco de goiaba e comer um sanduíche de pão integral, feito na chapa. Terminando de fazer esse lanche subi correndo, senão iria virar um Nhonho.

Banhei-me e troquei de roupa, peguei meu notebook e celular, fui para o pátio; o vento estava pausado. Desbloqueei a tela do meu celular. Meu PC ainda carregava seu sistema operativo. No meu aplicativo do Facebook deveria ter umas cinco mensagens de Matheus e algumas do meus colegas. Lembrei que nem estudei; “Ah! , o semestre mal começou e nem tem quase matéria”, pensei.

Coincidência ou não Ricardo, de cueca (que variava de faixas verdes escuras e verdes claras), saiu para sua varanda. Sim, ele me saca, já virei um semáforo para ele, enquanto ele nem “tchum” para mim. Ou ele só quer me esnobar mesmo. Logo atrás dele vem a sem sal da Thaís. Como não havia vento nenhum, molhei minhas plantinhas e entrei. Olhei para o Ricardo, enquanto eu fechava minha cortina e ligando meu split, queria tanto que ele estivesse aqui, comigo me abraçando. Não importa se frio ou se quente, final ou início. Eu vi que eu estava perdendo-o, será? Como eu pudera perder algo que nunca existira. Tudo estava morno, frio, não sei. Cai em minha cama e, lágrimas iam deixando cada vez um vazio cada vez maior, as lembranças me perfuravam como balas de chumbo que iam me envenenando aos poucos.

No quarto com o PC de um lado e o telefone do outro, não sabia o que fazer. Pensava no Bruno, aquele beijo ¨¨¨¨ Pensei em Ricardo, meu coração bateu mais rápido, sim, como eu o sentia ¨¨ Eu estava em algum tipo de fossa ¨

Ninguém, não poderia falar nada para NINGUÉM?! QUE BOSTA! Por que todos não somos considerados iguais ? Por que ele me beijou aquele FDP? Droga! Que confusão, que nostalgia! Que vazio! Se algum deles me ama, por que diabos ainda não veio aqui comigo? Bosta! Minhas veias, meu coração, minha cabeça, tudo doía.

Levantei-me, tudo girou cai; um baque surdo se juntou as minhas lembranças.

Cai no sono profundo e turbulento ¨¨¨¨Bom esse foi o capítulo de hoje um pouquinho menor que o anterior. Espero que tenham gostado. :)

Sobre os períodos que postarei, este será nesse esquema : DOM- QUA – SÁB, de outro modo poderá ser DOM- SEG- QUA- SÁB. Poderei postar também aleatoriamente.

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