Como Chamas 4x08: O LADO NEGRO!
- Então, o que tem feito? Perguntou John sentando-se na minha cama com toda sua confiança e liberdade.
- Bem, tentando ficar com bem com meu namorado, estudando, tentando ficar vivo, sabe, nada demais.
Ele sorriu e apertou meu macio travesseiro contra o rosto.
- O que está fazendo?
- Sabia que tem seu cheiro aqui? Ele disse rindo e cheirando de novo.
- Claro, eu durmo ai.
- Não, eu digo, não é cheiro de perfume ou creme de cabelo, é cheiro seu.
- E que cheiro é esse?
- Seu sabonete de baunilha e... acho que você.
- Ok, varejador. O que o traz aqui?
- Bem, eu perdi Samuel. Ele falou serio.
Eu não consegui conter o susto.
- Estava com ele?
- Não, estava vigiando ele de longe por alguns dias, por isso sumi, mas acho que ele me descobriu e sumiu.
- Onde ele estava? Porque não me disse? Falei quase gritando.
- Calma, lembra o que eu disse? O lance era levar ele pra casa.
- Não, John, o lance era que ele fosse preso. Deus, você tem ideia do que ele é capaz? Eu vi esse garoto vir pra cima de mim com uma faca.
- É por isso que voltei. Ele está armando algo e eu não consegui descobrir o que é. Mas pode apostar que ele não vai tocar um dedo em você.
- Esse garoto enganou minha família e a policia por meses, o que faz você pensar que ele não pode estar fazendo de novo?
Um trovão estourou lá fora, fazendo um clarão no meu quarto. Uma pesada tempestade começou lá fora e eu logo pensei em Felipe que não havia voltado pra casa. Suspirei e me sentei. Não adiantava ficar aqui com medo de Nick/Samuel aparecer e tentar me matar de novo.
- Bom, preciso ir, esta tarde...
- Vai pra onde? Perguntei.
- Achar um lugar aqui perto que eu possa pagar porque...
- Dorme aqui, hoje. Amanha você vê o que faz.
- Serio?
- Não vou dizer de novo.
Começamos a rir como sempre fazíamos. Na verdade, como eu não fazia a algum tempo.
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Me sentei na mesa de café da manha sorrindo para meus pais, surpreso por Felipe estar sentado ali. Ele me olhou e acenou com a cabeça friamente, isso me entristeceu, mas não demonstrei. Isso ia mudar.
- Vocês dormiram bem? Perguntou minha mãe.
Olhei para Felipe, ele havia dormido em casa afinal de contas. Que bom que não foi a meu quarto. John havia saído mais cedo, para que ninguém o achasse aqui e que bom que ninguém achou.
- Dormimos sim. Falei.
- Fale por você, meu irmão ficou tocando violão ate tarde da noite.
Engasguei sem comer nada. O que ele disse?
- Você não dormiu aqui? Perguntou minha mãe.
- Não porque? Disse Felipe.
- Você foi aonde hoje cedo? Ela perguntou se virando para mim.
Abri a boca, mas meu pai falou primeiro.
- Dan não saiu hoje de manha, eu mesmo o acordei.
E então todos na mesa estavam me encarando. Ai que droga. Porque nem um café da manha pode ser normal na minha casa? Bom, vamos lá Dan, pense em um nome que não seja um choque para ninguém...
- Marcie dormiu aqui e...
- Eu vi um garoto saindo. Afirmou minha mãe.
E lá se vai minha manha tranquila de vez.
- Bom... Era...
- Não minta, por favor. Era Jordan?
- Não, era outra pessoa.
- Quem?
- Não posso conta.
- Você traz um garoto um garoto pra dormir aqui sem falar nada e não pode dizer quem é?
Tudo sumiu a minha volta quando vi a expressão de Felipe. Era uma mistura de decepção e rancor. Acho que nunca tinha visto ele desse jeito.
- Sinto muito. Falei diretamente para ele e corri para fora de casa. Que triste.
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- Um banco por seus pensamentos? Disse a voz musical de Leon.
Enxuguei o rosto coberto de lagrimas e me virei para ele. Depois da minha manha desastrosa, eu havia corrido ate não conseguir mais e acabei sentado em um banco na parte baixa da cidade.
Ele estava em cima de sua bicicleta azul, de camiseta e short, incrivelmente atraente demais.
- Esta tão rico que vai oferecer um banco no lugar de moeda? Falei irônico.
- Pela sua cara uma moeda não vai comprar essa informação.
Sorri e comecei a limpar o rosto.
- Ta tudo bem? Ele perguntou colocando a bike escorada no banco e se sentando ao meu lado.
- Não. Eu estou acabando com um namoro que eu mesmo tanto quis.
- Porque?
- Porque ele acha que não estou contando as coisas para ele.
- Aquele bombado do colégio?
Eu ri.
- Não, esse é Jordan, meu namorado é o Felipe.
- Ah, sei. Aquele cara que salvou você ne?
Apenas concordei com a cabeça.
- Você devia se acertar com ele.
- Como assim?
- Dan, o cara arriscou a vida dele por você. O mínimo que pode fazer é confiar nele.
- Eu confio, só não quero envolvê-lo nisso tudo.
- Ele se envolveu quando resolveu ficar com você.
Ta legal, era isso mesmo? Eu estava ouvindo conselhos amoros de Leon? O garoto que havia me enganado para obter informações sobre um assassinato? O que diabos ele sabia do amor afinal? Bem, respirei fundo e resolvi ficar calado. Não queria brigar, e ele estava certo no fim das contas.
- Desde quando você ficou tão esperto? Falei escorando minha cabeça em seu ombro.
- Sempre fui, você que não notou.
Ele agarrou minha mão e entre-laçou seus dedos nos meus. Nossas mãos ficavam bonitas juntas.
Levantei o rosto e então se virou no mesmo momento, nossos narizes se tocando. Eu realmente não queria beija-lo, mas não me afastei quando ele avançou. E então sei seus lábios tocando os meus, e logo sua língua tocar a minha. Caramba, ele beijava bem.
Me afastei de repente e ele avançou de novo, mas desta vez coloquei a mão em seu peito, impendido.
Ficamos nos olhando por alguns longos segundos.
- Então foi ele que dormiu na sua casa? Perguntou a voz de Felipe atras de mim.
Me levantei rapidamente, andando para longe de Leon.
- Não é o que parece. Falei me aproximando.
- Ah não? Primeiro o cara dorme com você e depois pego vocês se beijando e não é o que eu penso?
- Felipe, ele não dormiu comigo!
- Ah, então foi outro?
- Não é que...
- Não quero saber Dan. Esquece tudo, tudo!
Felipe se virou e correu. Eu podia correr atras dele, mas não estava com disposição para isso. Pude sentir a presença de Leon atras de mim, mas não me virei.
Desta vez não havia mentira que me salvaria.
