Por que você foi embora? IX

Um conto erótico de LucasBH
Categoria: Homossexual
Contém 1130 palavras
Data: 23/12/2013 14:53:55
Assuntos: Gay, Homossexual

- Alô.

- Nuno? Passa o celular pro Gustavo agora. Eu sei que ele está com você.

- Marcela?

- Sim, sou eu. Anda, passa pro meu marido agora.

- Ele está em reunião, Marcela.

- Que maldita reunião. Para de acobertá-lo. Eu sei que ele está de férias e levou você pra despistar.

Pelo menos ela não estava desconfiando de nós dois. Ou seria bom se ela desconfiasse? Pouco provável que iria desconfiar, afinal ele era um macho alfa, ninguém desconfiaria.

- Marcela, peço que você resolva qualquer problema com ele. Me destratar não irá solucionar sua questão. Boa tarde.

Desliguei o telefone e confesso que sorri imaginando a expressão da menina mimada que Gustavo tinha como esposa.

Só de pensar nele, ele surgiu ao meu lado, molhado pelo mergulho que havia acabado de dar.

- Que sorrisinho é esse?

- Nada, só pensei numa coisa engraçada.

Como sempre, ele pegou seu celular e se assustou:

- Nuno, 26 chamadas não atendidas da Marcela mais 4 do meu pai.

- Nossa. Não deve ser nada, amor. Só saudade mesmo.

- Será? Acho melhor a gente voltar pro hotel. Meu celular tá descarregando e nem vai aguentar uma ligação pra São Paulo.

- Não, Guto. Vamos ficar mais um pouco. O sol tá ótimo, a água também. Vem, vamos pra água.

Consegui mudar sua ideia e fomos pra água. Sim, eu estava boicotando Marcela. Era uma atitude minha, já pensando que o prazo de dois anos estava se esgotando. Logo Gustavo ia ser só meu e a gente poderia viver sem a sombra de Marcela.

Enfim, após saímos da piscina, voltamos pro hotel e tratei de esconder seu celular. Fomos jantar e nada dos Marcela ou Antônio surgirem na mesa.

Durante a noite, fizemos amor por três vezes e eu sentia que estava se aproximando a data de uma grande surpresa, um motivo de guinada na minha vida.

Estava ansioso e o dia seguinte se iniciou de uma forma que eu não esperava. Ao me acordar, não encontrei Guto no quarto. Fiz a minha higiene e fui até o local onde são servidas as refeições, para o café da manhã. Avistei Gustavo sozinho à mesa e seu olhar indicava raiva. Me sentei:

- Bom dia Guto. Tava com muita fome e veio mais cedo?

- Você tá me fazendo de idiota, Nuno?

- Como assim?

- Você atendeu uma ligação da Marcela e não me avisou. Por que isso?

- Eu tinha que te avisar? Ela é sua esposa e não minha, que ela resolva isso com você.

- Quantas vezes eu te avisei pra você não se meter com a Marcela, com a minha família?

- Sua família, Gustavo? É com a Marcela que você tá preocupado?

Meu tom de voz elevado fez com que ele me levasse até a área externa do hotel, pra que a gente continuasse a discussão longe dos olhares das pessoas.

- Nuno, a Marcela é minha esposa. Ela não pode sonhar que a gente tá junto e você parece querer dificultar.

- É crime querer que você se desligue de tudo e seja só meu? Nem que seja nos últimos dois dias da nossa viagem?

- Você não entende. O que a gente combinou?

- A gente não combinou nada. Você decidiu e impôs. Eu fui idiota de aceitar, mas a Marcela é minha rival sim. Eu quero você longe dela.

- Você tá ficando louco. A Marcela não tem nada com isso. Sua parada é comigo e será comigo.

- Ou não. Talvez seria melhor se a minha parada não fosse com ninguém.

- Ainda dá tempo de cair fora, Nuno.

E voltou pra área de café da manhã. Fiquei pensativo do lado de fora e confesso que chorei. Nesse momento liguei pro meu irmão. Era sempre confortador e tranquilizador falar com ele:

- Daniel?

- Oi Nuno. Tá tudo bem?

- Tá. Eu só queria ouvir sua voz mesmo. E aí, tá tudo bem?

- Tá sim. Sabe quem veio aqui hoje?

- Não. Quem?

- O Raul.

Ao ouvir seu nome confesso que senti saudades.

- E pra quê ele foi me procurar?

- Não, ele não veio te procurar. Ele veio porque sabia que você não estaria aqui. Veio me trazer uns livros e ficamos conversando.

- Ah, que bom.

Fiquei decepcionado. Voltei pro quarto enquanto ainda falava com Daniel, afinal minha fome tinha ido embora.

Faltavam dois dias pra nossa viagem acabar, mas em nenhum momento conseguimos sair de São Paulo, pelo menos na cabeça do Gustavo.

Pensativo, saí do meu transe ao ver a porta se abrindo e ele surgir. Virei o rosto pra não ter que encará-lo e ia pra varanda do quarto, quando ele me segurou.

- O que foi?

- Eu peguei pesado com você. Desculpa?

- Eu sempre te desculpo, Gustavo.

- Eu sei. É que quando envolve questões da minha família, tudo fica mais difícil.

- É. Mas já está acabando isso. O prazo está acabando e dentro de alguns dias você já vou poder se separar da Marcela.

- Ah, claro.

E foi para o banheiro.

Me arrumei para ir à praia, ainda que sozinho.

Os dois dias passaram e voltamos pra São Paulo. Estávamos distantes um do outro, tudo por causa da minha rejeição à Marcela. Fazer o quê? Pelo menos eu me posicionei, como pouco fiz durante a vida.

Chegamos à São Paulo e nos despedimos secamente no táxi. Voltei pra casa e fiquei muito feliz ao ver meu irmão bem. Fiquei o resto do dia pensativo e ansioso. No dia seguinte se encerrava o prazo. Fui dormir, não sem antes contar tudo sobre a viagem para meu irmão, que ouvia atentamente e parecia querer dar sua opinião, mas não estava a vontade para ouvir.

Assim que o dia começou, arrumei minhas coisas e fui pro apartamento de Gustavo. A ansiedade era tanta que, ao ligar o carro que havia comprado alguns meses antes, sentia minha mão tremer. Um misto de felicidade e dúvida que quase me cegavam. Mesmo com Daniel insistindo que eu esperasse um pouco mais, não consegui me segurar.

O trânsito estava ruim e por isso fui devagar. Tentei ligar para Gustavo, mas seu celular estava desligado. Imaginei que tivesse dormindo, afinal eram apenas as 9 da manhã. Como bom playboy, costumava acordar tarde, ainda mais depois de uma viagem.

Depois de mais de 50 minutos de trânsito, consegui chegar ao seu apartamento. Como nunca precisei ser anunciado ali, subi direto pro seu andar. Bati na porta algumas vezes e ninguém atendia. Liguei pro telefone fixo e a ligação não completava. Bati e bati, pensando que ele estava com dificuldades de acordar. Após muita insistência, desci à portaria e fui falar com seu Pedro, o porteiro.

- Bom dia.

- Bom dia garoto. Precisando de algo?

- Sim. Eu vim falar com o Gustavo mas não o encontrei.

- Achei que você soubesse.

- Do quê? O que aconteceu?

- Ele viajou. Ontem a noite mesmo foi com sua esposa pra Nova York.

CONTINUA...

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Comentários

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Francamente... mas já sendo juiz, bem feito pra ele quem manda ele esperar dois anos. Francamente,,, Espero agora que ele caia na real,,,,

continua esta maravilhoso...

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Bom, agora é a hora de tu seguir em frente, tu já se fez de capacho pra ele por muito tempo, busque alguma coisa pra ser feliz e deixe o Gustavo de lado.

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nossa o Gustavo é um sacana e o Nuno um idiota....

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Eu gosto do Guto, desse jeito idiota dele, da pra entender que ele realmente ama o Nuno, mas não pode assumir isso e deixar de lado toda a vida boa que ele sempre teve.

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PORRA EU ACHOQUE VOU PARAR DE LER SEU CONTO PORQUE,PORRA!!!! EU NUNCA VI NENHUM VIDADO SER TÃO TROXA COMO O NUNO, NOSSA EU TO NUM ÓDIO COM ISSO QUE MINHA PRESSÃO TA INDO NA LUA TA VOLTANDO E DANDO UM TAPA NA MINHA CARA PORQUE,NOSSA EU NUNCA VI UM CARA TÃO IDIOTA COMO O NUNO, ESSE SIM TEM QUE SOFRER SOZINHO. MINHA NOTA É SOMENTE 2 ATÉÉÉ O NUNO TOMAR VERGONHA NA CARA.

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Nossa o Gustavo não merece o Nuno de jeito nenhum.

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