Nosso Amor 38

Um conto erótico de Marcelo
Categoria: Homossexual
Contém 911 palavras
Data: 02/12/2013 22:36:54
Assuntos: Gay, Homossexual

Eu não sabia o que falar. Eu só me coloquei no lugar dele. Se eu perdesse a minha avó acho que não suportaria. Eu nunca senti isso, porque quando a minha avó por parte de pai morreu, eu era um bebê.

Então eu só fiquei ali, abraçado com ele e acariciando seus cabelos.

- Onde você vai? Digo quando ele levanta.

- Vou ir treinar.

- Você vai conseguir?

- Jogar futebol me faz esquecer.

- Vai! Eu vou tomar um banho e na hora do... Do velório você me busca? Eu vou com você.

- Não precisa. Você ta com pé machucado, eu não vou te levar pra um lugar desses.

- A gente ta junto. Na tristeza e na alegria.

- Ta bom, eu te busco. Mas agora me deixa ir, porque se eu não chutar alguma coisa agora eu explodo.

- Vou esperar.

Ele saiu e eu fiquei deitado pensando na dor dele.

Umas oito horas o Biel me liga.

- Como foi a aula ontem?

- Você não foi, não?

- Não, e pelo visto, nem você.

- Eu tava, com raiva do Wanderson.

- Espera! Tava? No passado?

- A gente voltou. Ontem.

- Até demorou muito.

- Claro que demorou, eu tava disposto a esquecê-lo.

- Eu acredito. Só não acredito que você ia conseguir.

- Como você me conhece tanto?

- Acho que quinze anos de convivência ajudam.

- Verdade. Mas por que você não foi pra escola ontem?

- Matei aula com o Carlos. Fomos pra casa dele.

- Ele já contou pra mãe dele sobre vocês?

- Não. Acho que ainda vai demorar um pouco.

- Eu acho que já demorou demais.

- Não é tão fácil pra ele, como foi pra a gente. A gente

- É. A gente teve muita sorte por ter pais tão compreensivos. E principalmente por não serem evangélicos.

- Com certeza. Ele disse rindo.

A gente conversou bastante até chegar no assunto do meu pé quebrado.

- E como foi que isso aconteceu?

- Bom, eu tava tomando banho e o Wanderson...

- A historia do chuveiro de novo?

- Sim.

- Vocês não aprendem, né?!

- É na empolgação.

A gente conversou por quarenta e sete minutos no total.

Eu levantei, ainda tava difícil andar, mas consegui ir até o banheiro da minha mãe pra tomar um banho.

Quando acabei o banho, voltei pro meu quarto, liguei a TV e pedi pra Deborah levar café pra mim.

- É moleque, você já era chato, agora então.

- Poxa, Deby, eu to dodói.

- Quando terminar me grita que eu venho buscar.

- Ta bom! Linda! Beijo!

Eu fiquei comendo e vendo um filme. Mais tarde, eram umas onze horas, a Carla me ligou.

- Bichaa, novidade: to namorando!

- Serio? Com quem?

- Adivinha!

- Tadeu? (Um garoto que ela tava ficando a um tempo atrás).

- Não...

- Então fala logo, porque eu não tenho paciência pra isso...

- Você não vai acreditar.

- Fala, vaca.

- O... Ela disse e parou.

- Fala logo, cadela.

- Ta, vou falar! É o Thalles.

- Aquele GOSTOSO?

- É... O MEU GOSTOSO!

- Ok! Mas desde quando?

- Eu nem pude te contar, você tava tão atordoado com o termino do seu namoro que preferi nem falar, mas tem um tempo já. Na verdade desde a sua festa.

- Acho lindo!

- No começo era só um rolo, mas ele é tão fofo, tão meigo que eu acabei me apaixonando.

- E tio Paulo? Como reagiu?

- Você conhece a peça, né?! Mas foi melhor que eu imaginava.

- Ele não ameaçou igual ele fez com os outros?

- Ameaçou! Ele disse que uma lagrima minha era um ano na cadeia (O pai dela é delegado).

- Nossa!

A gente ficou conversando até a Deborah levar meu almoço.

- Obrigado!

- Por nada e daqui a pouco eu venho buscar.

Quando eu acabei de acordar o Wanderson me ligou.

- Pode... Pode se aprontar que eu to indo te buscar. Ele diz com uma voz triste.

- Ta bom! Não fica triste, amor. Numa hora dessa ela ta muito melhor que a gente.

- Queria acreditar nisso.

- To te esperando. Beijo!

Eu tomei banho, me arrumei e fiquei esperando ele chegar. Umas 13hs ele chegou, me ajudou a descer e me colocou no carro onde estavam seus pais. Nós fomos em silencio por todo o caminho, apenas nos cumprimentamos e seguimos para o velório.

Chegamos ao velório e lá eu vi o Wanderson se desmanchar em lagrimas, assim como sua família.

Eu estava meio constrangido de não conseguir sentir aquela mesma dor, mas de ver todas aquelas pessoas chorando e pensar em como seria minha vida sem minha avó, também comecei a chorar.

- Vamos sair daqui, eu não aguento mais isso.

- Por que?

- Essa gente toda chorando, inclusive eu, acho que minha avó não queria isso.

- Concordo.

- Vamos pra sua casa? Posso ficar lá com você?

- Claro! Só não sei se vou saber te consolar.

- Seu beijo me consola. Só de você estar perto eu já me sinto muito melhor.

- Como você consegue ser tão fofo até em uma hora dessas.

- Você me faz ser assim.

Ele me levou pra casa no carro do pai e nós ficamos no meu quarto nos beijando a tarde inteira.

- Que horas são?

- Seis. Minha mãe deve estar chegando.

- Acho que não!

- Por que?

- Ela te ligou, enquanto você dormia, e disse que ia no casamento de alguém da família do Cássio.

- Que mãe desnaturada.

- Eu cuido de você.

- Você que ta precisando de cuidados.

- Eu já to melhor.

- Seu sorriso não me engana. Eu sei quando ele é verdadeiro.

- Vamos ver a novela?

- Vamos. Já ta na ultima semana.

A gente ficou conversando e vendo TV até ele ter um surto de fome.

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Comentários

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Cara o teu conto é um dos que eu fico na expectativa pra ler. É sério. Sou louco pelo teu conto desde o primeiro capítulo.

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MUITO BOM O SEU CONTO LINDO DEMAIS <3 E QUE O MARCELO E O WANDERSSON SEJAM FELIZES <3

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Cara o teu conto é um dos que eu fico na expectativa pra ler. É sério. Sou louco pelo teu conto desde o primeiro capítulo.

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