ENTRE HOMENS - CAPITULO XXIX – EM FAMÍLIA

Um conto erótico de Antunes
Categoria: Homossexual
Contém 1783 palavras
Data: 15/11/2013 01:20:24

ENTRE HOMENS

CAPITULO XXIX – EM FAMÍLIA

‘Não devemos nos preocupar com aquilo que fizeram de mim. Mas devo procurar revolucionar aquilo que fizeram de mim, a partir de hoje (transcrição livre do pensamento de Jean Paul-Sartre).’café em família. Na Fazenda Paraíso.

Todos estão reunidos em torno da mesa para o café da manhã. Quando chegam Dadá e Enzo. Prontamente o modelo apresenta o restante da família para o seu amigo.

“Aqui estão o meu primo Taumaturgo.”

“Prazer.” Falou Dadá dando-lhe a mão em cumprimento.

“Aqui é o meu outro primo Humberto.”

“Prazer.”

“Esta mocinha linda é Rita, namorada de Humberto.”

“Nossa que mapô linda.”

“O que é mapô?” Falou rindo Humberto.

“Desculpa, é mulher bofe escândalo.” Falou Dadá dando um tapa nas costas de Humberto.

“Bofe escândalo!”

“Ai boy magia você não entende nada mesmo (risos).”

“Oxente essa linguagem é nova pra mim.” Falou coçando a cabeça Humberto.

“Boy magia?!” Perguntou Rita olhando fixamente para Dadá.

“Quero dizer que o seu homem é muito lindo.”

Rita e Humberto se olhavam intensamente quando Dadá ficou muito entender o que eles estavam entendendo. Todos caíram na gargalhada.

(Risos).

“Ai mapo sinceramente a senhora é Ó!”

“Se comporta como homem Dadá.” Disse-lhe Enzo nessa altura do campeonato sobre o comportamento de seu amigo.

“Deixa disso Enzo, o teu amigo tem um humor muito interessante e diferente (risos). Falou Rita.

“Viu amor agora eu sou boy magia!” Falou Humberto.

“Hum cheiro de comida natural. Leite de vaca, nossa, cansado de leite de caixinha longa vida. Bolo de macaxeira, hum, delícia.” Falou admirado da mesa posta para o café da manhã.

“Meu filho sempre procuramos comer coisas tirada do campo quase que da hora.” Interrompeu seu Fernando.

“Estou vendo que a vida do campo é maravilhosa mesma, se eu demorar aqui vou parar num spar para perder quilos (risos).”

Quando de repente surge Miguel para tomar o café. Enzo o olha com certa admiração, coisa que é notada por seu amigo Dadá.

“Este é o Miguel, o peão aqui da fazenda.” Mostrando-o para Dadá.

“Prazer.”

“O prazer é meu, todo meu. Realmente você é o homem mais lindo do mundo. Verdadeiro bofão. Desculpa mais você é um condomínio completo (risos).” Exclamou Dadá olhando de cima abaixo aquele armário de peão.

“Agora entendi tudo (risos).”

Nesse momento Enzo belisca a coxa de Dadá.

“Aiiiiiii...”

“Por que você fez isso, migo?”

“Pra você aprender a ficar de boca fechada, né.”

Miguel apenas come algo e sai de partida para onde ficam os cavalos. Humberto se apressa em acompanhá-lo.

“Espera ai cunhado.”

Taumaturgo apenas olha todo sem jeito para Miguel que se despede de todos com o seu chapéu de peão próximo do seu peitoral. Humberto se aproxima de Rita e dá-lhe um beijo na testa e se retira. Os peões seguem em direção do estábulo como se fossem duas crianças indo ao encontro de um parque de diversão.

Taumaturgo também começa a se levantar quando é interrompido por Dadá.

“Quer dizer que você era padre?”

“Quase padre. Faltava um ano para me tornar padre.”

“Ainda bem que você não se tornou um padre (risos).”

“Por que mano?”

“Seria um desperdício um bofe desses de batina. Iria esconder tudo isso dos nossos olhos (risos).”

“Virgílio desse de ser saidinho, hein.” Interrompeu Enzo olhando seriamente para o seu amigo.

“Como sempre você sabe como acabar com a minha alegria. Já te falei tanto que detesto que me chame desse nome, o meu nome é Dadá Maravilha, afinal sou uma maravilha da vida (risos).”

“Tio peço licença e vamos passear um pouco aqui na fazenda, quero levar o Dadá para conhecer as redondezas.”

“Faz bem meu filho. Você não quer acompanhar o seu primo e seu amigo, meu Filho?”

“Bem que eu gostaria pai, mas agora tenho um compromisso lá na capelinha com os comunitários.”

Taumaturgo e Rita se despedem dos demais e saem para sua missão matinalNo estábulo da fazenda.

“Vou sentir saudades de tudo isso, meu amigo!” Falou Miguel olhando todo o horizonte que os seus olhos podiam abarcar e que despontava diante deles.

“Para com isso rapaz. A sua vida é aqui nessa fazenda, com a gente. Você vai ficar muitos anos por aqui. Acho que vai até morrer aqui nestas terras.”

(Risos).

“Acredito que não Humberto. Desde que me envolvi como o teu irmão minha vida mudou. Ele se tornou o centro da minha vida. Mas agora ele nem está mais aí pra mim. Acho melhor partir.”

Humberto que estava dando o feno para a alimentação dos cavalos para com a sua atividade e olha seriamente para Miguel com certo olhar de espanto. Pois percebeu nas palavras do seu companheiro a veracidade.

“Você teria coragem de ir embora, largar tudo aqui e esquecer de vez o Taumaturgo?”

“Sinceramente sim. Agora quanto a esquecer o teu irmão será difícil. O teu irmão é uma pessoa que não se esquece facilmente. Ele é homem excepcional, único, verdadeiro e muito amigo.”

“Falando assim eu quero!”

“O que...?”

(Risos).

“Pena que ele é cabeça dura e continua teimando em não e perdoar.”

“É verdade e isso me dói muito sabia. Afinal aqui no meu coração só tem espaço para eleJá até arrumei as minhas coisas.”

“Para onde você iria?”

“Ainda não sei. Primeiramente vou para Barretos e depois vou ver o que eu faço. Vou continuar com os rodeios, quem sabe eu não consiga esquecer que em dia eu fui feliz.”

“Eu pensava que somente as mulheres fossem complicadas.”

“Também pensava a mesma coisa. Vejo que isso não tem nada haver com o sexo e sim com a personalidade.”

“Ei peão! Vamos fazer as nossas atividades e conversar menos.”Noutro lugar da fazenda.

Dadá e Enzo estão caminhando pelos espaços da fazenda, próximo ao cercado onde fica a criação de bois. O modelo está mostrando um pouco dos lugares que frequentava antes de ir morar no Rio de Janeiro e fazer fama na Cidade Maravilhosa. O empresário está maravilhado com a paisagem bucólica e campestre da região, tão acostumado com os centros comerciais e as selvas de pedras.

“Bi a vida daqui é uma maravilha!”

“Não se apresse, com o tempo você vai percebendo que tudo aqui é a mesma coisa sempre sem muitas novidades.”

“Bi por que realmente você veio pra cá se não gosta mais daqui?”

“Fui obrigado a vir pra cá. Você sabe muito bem o porquê.”

“Mas amigo você não cometeu nenhum crime.”

“Para com isso, você nem sabe o que realmente aconteceu naquela noite não é verdade? Você disse que apagou na hora da conversa com Ícaro e quando você acordou se deu conta que ele estava morto na cama.”

“Verdade a única coisa que eu lembro é ver aquele corpo jogado e ensanguentado. Depois sem saber o que fazer liguei para o Pablo. Ele pediu que eu fugisse do local para não ser implicado no crime. E foi assim que eu fiz. Saí meio que zonzo do apartamento de Ícaro, peguei o meu carro e fui para a mansão de Pablo.”

“Aquele cara realmente é um canalha. Se fez de teu amigo e depois começou a aprontar com você.”

“Nem me fala. Pensava que ele queria o meu bem. Entretanto começou a ameaçar sobre a morte de Ícaro. Eu não tive culpa.”

“Calma amigo você não fez nada foi um acidente.”

“Eu não tenho certeza de mais nada. Tive que fugir dele. O Pablo é um demônio em forma de gente. ele acabou com a minha vida. Ele me deu tudo: fama e dinheiro; por outro lado, ele pediu a minha alma. Foi ele que me tornou o que eu sou hoje.”

“Calma nessa hora, bi. Tudo vai se resolver. Vai dar tudo certo.”

“Será mesmo. Tenho medo de nunca mais acordar desse pesadelo!”

Um vento suave começa a perpassar o ambiente envolvendo os dos amigos. De repente Enzo sente um calafrio. Parece que pressente alguma coisa, como se estivesse sendo observado.

“Nossa...!”

“O que foi bi?”

“Você está sentindo esse frio?”

“Sim, deve ser o clima aqui que eu acho muito agradável.”

“Sei lá parece que tem alguém nos olhando... Sinto que alguém está nos vendo, nos observando!”

“Querida, por favor, não faz a linha da perseguida.”

“Estou falando sério... Sei lá!”

“Para com isso amigo, você deve estar ainda com estresse, sei lá... Você tem que deixar de lado essa nóia de perseguição, para com isso querido.”

Ao longe se aproxima da dupla, o peão que ajudara Dadá a desembarcar na fazenda. Ao avistá-lo Dadá ficou meio eufórico.

“Bi, olha quem vem ali o peão escândalo!”

“Se comporta rapaz, sussega o facho, hein.”

“E aí rapazes, tudo bem?”

“Tudo sim.” Falou Dadá se antecipando com um sorriso largo ao ver o seu peão diante de si montando um cavalo marrom.

“O senhor não quer experimentar montar nesse cavalo.”

“Por favor, não me chame de senhor.” Falou passando a mão direita na sua cabeça. “Afinal não tenho cabelos brancos e nem sou tão velho (risos).”

“Desculpa.” O peão ficara com o rosto vermelho de vergonha.

“Relaxa boy. Agora tem um, porém...”

“Qual?”

“Eu não sei montar num cavalo.”

“Calma eu te ensino.” O peão apeou do cavalo e segurou firmemente o animal para que Dadá pudesse subir no cavalo.

“Por favor, pode subir que eu seguro.”

Quando Dadá está acomodado na sela do animal, o peão fica logo atrás dele. O peão fica bem próximo das costas de Dadá.

“Está melhor assim?” Falando quase no ouvido do empresário.

“Está ótimoAmigo você não vai querer aproveitar também para cavalgar? (risos).”

“Acho melhor não. Mas aproveita o passeio e juízo seu Dadá. Vou voltar para a sede da fazenda.”

Enquanto Enzo voltava para o casarão, os outros dois aproveitavam para passear e no caso de Dadá aprender a andar de cavalo.

‘De onde é que vêm esses olhos tão tristes?

Vem da campina onde o sol se deita

Do regalo de terra que o teu dorso ajeita

E dorme sereno, no sereno sonha.

De onde é que salta essa voz tão risonha?

Da chuva que teima, mas o céu rejeita

Do mato, do medo, da perda tristonha

Mas que o sol resgata, arde e deleita.

Há uma estrada de pedra que passa na fazenda

É teu destino, é tua senda, onde nascem tuas canções

As tempestades do tempo que marcam tua história

Fogo que queima na memória e acende os corações.

Sim, dos teus pés na terra nascem flores

A tua voz macia aplaca as dores

E espalha cores vivas pelo ar

Ah..Ah...Ah

Sim, dos teus olhos saem cachoeiras

Sete lagoas, mel e brincadeiras

Espumas ondas, águas do teu mar

Ah..Ah...Ah

Êeh laia.’

Jeito de Mato (Paula Fernandes)

Continua...

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Comentários

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Muahahahahahahaha acho que o Pablo descobriu onde está o Enzo. Agora quero ver esse modelinho fura-olho sofrer bastante!

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