Meu amor escolar - 06

Um conto erótico de Bruno (Brutamontes)
Categoria: Homossexual
Contém 1325 palavras
Data: 14/11/2013 21:37:03

Meus olhos estavam focados no aluno mais importante daquela escola: o Hugo. Eu o acompanhei com os olhos até o momento em que ele sai daquela escola pra sempre. Eu sou normalmente um cara durão, mas naquele momento eu começo a chorar. Este choro simbolizava a perda do meu melhor amigo de todos os tempos daquela escola.

Fabiana ainda tentava me consolar, mas sem sucesso. Ela também chorava pela saída dele do colégio. Eu vi o quanto eu mudei com a ajuda dele.

Bom, meu nome é Bruno de Sá, tenho 17 anos e estou no 3 ano do ensino médio. Eu sempre fui do tipo bad boy, gostava de farra e mulheres. Bater em alguém era a minha diversão preferida. Tinha uma dificuldade em entender conteúdos. Por isso eu perturbava os nerds daqui.

No quesito namoro eu tinha uma rotatividade muito grande, sabe?! Todo fim-de-semana eu estava pegando uma mina diferente. Eu ficava com elas, transava e depois a mandava embora. Esse quadro começou a mudar quando eu conheci a Fabiana.

Pela primeira vez eu não quis fazer sexo com ela. Era era especial demais para irmos direto para essa parte. Normalmente as minas vem me cantar e praticamente se jogam em cima de mim para engatar um namoro. Mas ela... Ah, Fabiana! Ela fez o meu coração bater mais rápido e mais lento ao mesmo tempo. Eu gaguejei para chamar ela pra sair. Parecia um bocó enquanto ela tinha um sorriso tão angelical no rosto. Ela aceitou e saímos para passear no parque.

Acredite se quiser, eu não consegui tomar a iniciativa; logo eu, o garanhão daquela escola não conseguia nem dar o primeiro passo rumo à carnuda boca dela! Mas ela tomou a iniciativa e me beijou, e eu me entreguei ao doce sabor daqueles lábios.

Começamos a namorar a partir daquela noite. Nós não transamos nem uma única vez.

O problema é que eu estou acostumado a banalizar as minhas "namoradas" e acabei ignorando a Faby, não dei valor a ela. Resultado: ela terminou comigo.

Eu não sei o porquê da minha atitude, eu sou assim, um galinha. Mas eu realmente tinha gostado dela e por isso me senti furioso e ferido por dentro. Fui pro banheiro para chorar e tentar diminuir a dor que sentia.

Foi aí que minha história com o Hugo começou. Ele me consolou naquele dia e me ajudou a tentar reconquistar a Faby. Infelizmente ela não me quis mais e eu tive que aguentar a minha dor de amor.

Naquela noite eu fui dormir e duas cenas dominaram o meu sonho: a Faby dizendo-me que tudo acabou entre nós e o Hugo me consolando e acarinhando-me. Chegou em um momento do meu sonho que a Faby e o Hugo e eu estávamos de mãos dadas, formando um triângulo com os braços. Ela me olhou e depois fez o mesmo com o Hugo, e se soltou da gente. Ela olhou nos meus olhos e disse:

FABIANA: Eu me despeço de você.

EU: Mas por quê?

FABIANA: Porque você desperdiçou o amor que eu te dei.

Aí ela pega a mão do Hugo que ela soltou e levou-a para a minha mão que ela também havia soltado. Após fazer-nos segurar as mãos, ela concluiu:

FABIANA: A vida está sendo boa contigo. (dizia isso olhando pra mim) Ela está te dando mais uma chance no amor verdadeiro. Não vá desperdiçar de novo, pois não haverá uma terceira vez!

E sai, me deixando ali, de mãos dadas com Hugo, que calado ficou durante todo o tempo. Depois que ela desapareceu das nossas vistas, eu voltei a olhar pro rapaz ali. Ficamos nos olhando, olho no olho, por algum tempo até que eu acordo.

Meu domingo foi ótimo, pois não senti mais nada pela Fabiana. Era como se nós nunca namorássemos. Na segunda, a professora passou a atividade sobre o Grande Sertão Veredas, de Graciliano Ramos. Bom, eu sou uma negação nos estudos. Eu precisava encontrar alguém disposto a me ajudar nessa atividade. O único nome que me veio à cabeça foi... O Hugo!

Eu fui até ele para pedí-lo para me ajudar, mas ele ficou receoso. Claro, todos conheciam a minha fama de burro, muito musculo e pouco cérebro. Mas ele me fez prometer que me esforçaria.

Reconheço que me esforcei a entender o primeiro capítulo do livro, mas eu não extraía nada daquele montante de frases. E Hugo percebeu. Ele teve uma ideia que poderia me ajudar na compreensão de texto. Ele começou a interpretar o livro. Ele virou um cangaceiro velho que viveu na época narrativa do livro. Enquanto ele contava a história, eu me sentia igual a uma criancinha que ouvia alegre as histórias contadas pelo avô. E passamos quase o mês inteiro acompanhando a saga daquele "senhor" e consegui entender o livro. Eu me senti mais apegado ao Hugo de uma forma única, indescritível.

Tinha vezes que eu me via com um grande sorriso bobo no roso ao ver ele na escola. Não sabia explicar e nem procurava entender.

Tudo ia bem até aquele dia, quando distribuíram pela escola o panfleto com a montagem que fizeram com o Hugo.

Quando eu cheguei no portão da escola, eu vi uma movimentação anormal dos alunos. Ao chegar na sala de aula, eu o vi: Ele, agachado no chão, fungando de choro, cercado de panfletos com a montagem. Eu comecei a senti uma agonia dentro de mim, das bem intensas. Como poderia alguém fazer tamanha barbaridade com uma pessoa como ele?

Eu poderia retribuir o gesto que recebi do Hugo há quase um mês antes, mas eu fui omisso e não consolei-o quando ele mais precisava de um ombro amigo. Eu sou um grande idiota! Depois que ele foi embora dali, eu me senti igual a um condenado de um crime bárbaro, arrependido do erro que cometeu.

O dia seguinte foi o pior que eu imaginei: ele anunciou que mudaria de escola. Isso quer dizer que eu nunca mais o verei novamente! A despedida dele foi como o encapuzar de um condenado à forca.

Seis meses se passaram e eu continuo aqui, no colégio, mas sem o Hugo por perto. Eu não consegui namorar com ninguém dali, independente do sexo. Era incrível como a ausência daquele aluno que foi o meu melhor amigo me fazia falta. Eu fui feliz no pouco tempo em que fomos amigos. E a falta dele agora me deixa bem triste, que não passou despercebido.

FABIANA: Bruno? Acorda Bruno!

EU: O que foi, Faby?

FABIANA: Eu estou aqui, falando contigo e você parece estar no mundo da lua!

EU: Me desculpe, Faby! Minha mente está em outro lugar mesmo. O que queria me dizer?

FABIANA: Eu tinha perguntado a você o que espera para esse último ano escolar?

EU: Eu espero passar de ano e no Enem. Quero fazer publicidade! E você?

FABIANA: Eu quero fazer medicina, com especialização em cardiologia.

EU: Que bom! Eu já vejo você atendendo na sua clínica de cardiologia. Vamos sentar que a professora já chegou.

Eu me sentei. Vi que existia uma mochila em uma cadeira vazia, a mesma que ficou vazia nesses quase seis meses.

Peraí! Eu conheço aquela mochila... Será que é de...

Meu pensamento foi interrompido pela professora, que tinha acabado de entrar na sala de aula.

PROFESSORA: Bom dia alunos! Hoje é um dia muito especial! Um aluno que esteve entre nós e que saiu dessa escola, agora está voltando ao nosso convívio. (Ela olhou para a porta da sala, sorriu, e disse para alguém que estava ali) Por favor, entre!

Quando o garoto entrou, eu ouvi os burburinhos dos colegas e a alegria no rosto da Fabiana. Mas eu não vi muito devido à movimentação dos outros alunos.

O tal garoto caminhou até a minha direção - e eu estava distraído - e eu o ouvi me dizer:

GAROTO: Saudades de mim?

Quando eu levanto a cabeça para ver quem falava comigo, eu tive uma surpresa!

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Comentários

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A cara continua logo adoro teu conto vc transmite csrinho em suas palavras abraco

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