VERSOS ÍNTIMOS - Penúltima parte

Um conto erótico de Alê12
Categoria: Homossexual
Contém 1307 palavras
Data: 04/11/2013 20:45:25

Ele me passou segurança. Eu me senti tão aliviado por ter contado toda a minha história. Ao lado do Xandi, eu criei coragem e adquirir forças para encarar o mundo se fosse preciso.

Ele segurou na minha mão antes de entrarmos em casa. O meu coração acelerava e eu imaginava as caras de condenações que iria cair sobre mim, principalmente do Mauro e do pai dele. Todos estavam no sofá e o resto dos convidados já tinham ido embora. Quando eu entrei, foi inevitável os olhares.

- O que este marginal está fazendo aqui? – disse o pai dele, gritando.

- Calma pai. O Sandro precisa se explicar e vocês precisam ouvi-lo.

- Calma? Ficou Alexandre? Você ouviu muito bem o que aquele velho disse! Eu vou chamar a policia.

- É decepcionante. Você não vale nada. É um porco! Falso! – o Mauro espumava de ódio, e eu me segurei para não chorar. Seria ridículo da minha parte, desmoronar na frente de todos.

- Não fala assim, Mauro! O Sandro é uma boa pessoa.

- Porque você está defendendo este cara? – perguntou a Amanda, enquanto a mãe do Alexandre chorava.

- Porque não devemos julgar as pessoas sem ao menos dar uma chance de elas se explicarem. O Sandro é um cara do bem! Eu o conheço.

- Como você pode achar que um cara que se prostitui é um homem de bem? – gritou o Mauro, não contendo a decepção e raiva do Sandro. Ele jamais poderia imaginar tamanha revelação.

- Porque eu o conheço.

- Tira este infeliz daqui! Agora! Saia da minha casa seu nojento, imundo!

- Pai, deixa ele se explicar!

- Eu não quero ouvir nada! E para de defender este ser humano podre!

Quando o pai dele usou o termo “podre”, o Sandro não suportou e desabou em choro. Todos o apedrejavam, como em versos íntimos, o seu poema favorito. Ele se sentia humilhado, apedrejado, escarrado!

- Se acalma meu bem. Deixe o rapaz se explicar. Quem sabe ele não é mesmo inocente dessas acusações. – a mãe do Alexandre era a mais sensata.

- Você ouviu muito bem o que o tio dele falou. Este homem matou um cara! E ainda por cima, tentou roubar a família.

- Isso não é verdade! – eu falei pela primeira vez. – O meu tio é um mentiroso. Eu nunca quis roubar ninguém e nem ferir vocês.

- Não se faça de sonso. Seu canalha! Marginal! Você é um pobre, que tentou dar um golpe na minha família. – o Mauro parecia outra pessoa. Nem parecia que ele tinha um caso com o Sandro.

- Seu irmão está certo Alexandre. Ponha este rapaz para fora da nossa casa e da nossa família.

- Cala a boca Amanda. Esta casa não é sua e não existe nossa família. Não pense que só porque você está esperando um filho meu, que eu vou voltar pra você.

- Não fale assim com a sua esposa! Ela está certa. Porque você defende tanto este rapaz? Hein Alexandre.

- Porque pai; foi o senhor mesmo, que me ensinou a dar uma chance para qualquer pessoa se defender de uma acusação. Mas vejo que vocês preferem julgar.

- Você não está vendo meu irmão, que ele está querendo fazer a sua cabeça?

- Mauro, você sempre aprontou! Desde adolescente. Que moral você tem para agredir alguém?

- Qual é hein Xandi? Vai ficar do lado desse aí?

- Parem de brigar! Pelo amor de Deus! – gritou a matriarca da família. – Eu quero ouvir o que o Sandro tem a nos dizer. Não custa nada. O Alexandre está certo. Desde que este moço veio para nossa casa, ele nunca demonstrou nenhum comportamento errado. Muito pelo contrário, só alegrou ainda mais o ambiente. Não podemos julgá-lo desta forma.

- A senhora é uma pessoa incrível! Me perdoa. – o Sandro gagueja e a voz sumia.

- Ok! Vamos ouvir o que ele tem a nos dizer, mas confesso que não vai mudar em nada o que eu penso sobre ele.

- Pai! Para de ser rigoroso.

- Meu pai está certo.

- Cala a boca Mauro. – gritou o Xandi, impondo silêncio, para que o Sandro começasse a falar.

Eu me sentei no sofá, respirei fundo, e abri o meu coração para aquela família. Não dava mais para esconder.

- Eu matei sim um homem. Mas foi por legítima defesa. Foi por que... – ele chorou novamente. – Logo após ele ter matado a minha mãe na minha frente, ele tentou me matar também. Eu não queria machucar ninguém, mas o meu padrasto estava transtornado. Ele matou minha própria mãe! Naquele momento o meu mundo desabou. Eu fiquei sozinho no mundo. E eu tive que me defender, porque ele ia me esfaquear. Eu fui preso, mas consegui provar que não foi homicídio doloso. Eu já havia perdido o meu pai; e ele foi morto pelo meu tio juntamente com a minha tia, para que os dois pudessem ficar com a empresa que o meu pai, com tanto amor, ergueu.

- Não chora Sandro. – o Alexandre tentou acalmá-lo, e a mãe dele estava chocada e aos prantos com aquela história. Aliás, todos ficaram chocados. Parecia um filme de terror.

O Sandro terminou de concluir o assunto, inclusive, de como foi parar na prostituição e como conheceu o Igor.

- Eu cheguei a dormir um mês nas ruas. Eu não tinha pra onde ir. Eu busquei emprego por toda parte. Eu estava disposto a fazer qualquer coisa para sobreviver. Mas todas as portas se fecharam pra mim. Foi quando numa noite, eu conheci um rapaz chamado Igor. Ele me disse eu que eu era bonito e que se eu topasse, ele me mostraria uma forma de levantar uma grana. Daí eu fui morar com ele, e nos tornamos grandes amigos. No inicio, foi difícil pra mim, pois eu sentia nojo de mim mesmo, mas foi a única solução para eu ter sobrevivido até hoje.

- Meu Deus! Que história triste meu filho. Me dê um abraço. – a mãe dos irmãos, se comoveu tanto com o Sandro, ainda mais pelo fato de ela ser mãe, e saber o quanto é difícil está sozinho na vida.

- Não justifica nada, o que você fez rapaz. Além do mais, você mentiu pra mim, para a nossa família. Eu quero que você vá embora da minha casa.

- Eu queria que o senhor me perdoasse. Eu só não queria que os meus tios tivessem aproximação com vocês, por motivo de proteção.

- Claro querido. Nós entendemos.

- Você não devia ter mentido pra gente. – o Mauro lançou um olhar para ele, como se quisesse dizer na verdade que o Sandro não devia ter mentido para ele.

- Agora que vocês sabem de toda a história, peço que tenham compreensão com o Sandro. Ele já sofreu muito nessa vida.

- Não adianta Alexandre. Eu não quero mais este rapaz morando aqui. Pode arrumar as tuas coisas e procurar outro local. Ah! E o trabalho que eu consegui pra você, não precisa ir amanhã. Eu vou te dar uma grana, até você se virá.

- Mas eu não quero o dinheiro do senhor. Apenas que não me julgue. Eu sei que não devia ter mentindo, mas foi pensando no bem de vocês.

- Eu já tomei minha decisão! – o Sr. Nogueira era irredutível!

- Se o Sandro sair desta casa, eu vou junto com ele. – todos ficaram surpresos com a frase do Alexandre.

- O quê? – Mauro se espantou já desconfiado.

- Chega de esconder os fatos. Eu e o Sandro, estamos tendo um caso, e ele a partir de hoje é o meu namorado. – até o próprio Sandro ficou espantado com a coragem do Xandi.

- Eu vou matar vocês. – o Mauro deu um soco no irmão. Aquilo sim era uma bomba para ele. – Desgraçados!

- Ai, meu filho. – A Amanda começou a passar mal, tamanho foi o choque dela com aquela notícia.

CONTINUA...

Vou me pronunciar apenas no final do conto, onde me despedirei com muito carinho, de cada mente que leu os meus contos desde o primeiro. Desde já, eu admiro vocês...

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Comentários

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Parabéns pelo conto,amei de paixão essa história,abraços!

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Pena que está acabando D: Eu não queria que você parasse de escrever maravilhosos contos como só você consegue !! É uma imensa pena,pois sentirei e acredito que todos que lêem teus contos e conhecem a pessoa maravilhosa e simpática que você er ... Sentirao !! Enfim ansioso pelo último capítulo !! Se cuida querido! 10 como sempre (:

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meu tu vai parar d postar não mega triste com isso teu conto e um dos meus preferidos

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ah não ... o conto está muito bom pensei que chegaria ao número 40 devido ao desenrolar da história...

mas continue está ótimo!!!

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Ah e vou sentir muita, mas muita falta mesmo dos teus contos cara. E ansioso pro final de versos íntimos.

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Ai mega triste aqui Ale, nossa não acredito que está é a penultima parte do teu ultimo conto aqui na casa. Também não acredito que vou perder meu muso inspirador de me tornar um autor de contos, não tão bons como os teus, mas me tornei, mas espero que tu seja feliz cara.

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