Abrigo 3

Um conto erótico de Christian
Categoria: Homossexual
Contém 1964 palavras
Data: 26/11/2013 22:17:45

Capitulo 3

Fiz Li dar varias voltas, dobramos em ruas estreitas e saímos e avenidas movimentadas, por bairros de pessoas mal encaradas e bairros que nós nem víamos pessoas. Estava me sentindo mal por estar fazendo isso com ele, mas eu só não queria que ele soubesse onde eu morava. Sempre que ele me perguntava se estava perto, eu apenas grunhia algo ininteligível e ele seguia em frente, estava cansado e queria apenas chegar em casa. Mas nem sempre o que a gente quer a gente pode.

- Você mora na china? - Ele perguntou quando eu mandei ele dobrar em uma esquina e saímos em uma rua estreita e larga, poderia parecer que eu estava perdido, mas não estava. Essa rua larga era a rua de trás da minha casa. Nós estamos apenas rodando no meu bairro - Por que pelas suas instruções é o único lugar em que eu consigo pensar.

- Não, - Respondi olhando para frente, não queria olhar para ele, tinha medo que ele descobrisse que eu estava mentindo - Mas se fosse lá, você poderia conhecer seus parentes.

- Eu sou brasileiro - Ele protestou - Nasci e cresci aqui.

- Vire na próxima esquerda - Disse assim que a rua estreita chegou ao fim. Mas Li não fez o que eu pedi, ele pisou no freio e parou. Tirou as mãos e olhou para mim, seus olhos puxados estavam ainda mais repuxados.

- Para de brincar comigo - Ele disse, levou sua mão até o meu queixo quando eu tentei olhar para baixo - Olha para mim. Chris se você quiser nós podemos ficar nesse seu joguinho a noite toda, mas eu sei que você esta cansado, quer dormir. Então para com essa tua graça e me diz logo onde tu mora.

- E se eu dizer que moro debaixo da ponte?

- Eu levaria você até lá.

- Você pode me deixar aqui, Li - Falei, não afastei a minha cabeça do seu contato, estava bom, fiquei momentaneamente surpreso com esse pensamento, depois relaxei e continuei - Eu desço, vou para casa e você vai para sua, simples assim.

- Não.

- Por que?

- Por que se eu não for com você até a sua casa é bem provável que você comece a fazer algo e não durma - Falou, ele puxou a minha cabeça, gentilmente, mais para frente. Meu peito batei no freio de mão, ele estava muito perto de mim - Me de apenas um motivo para eu não ir para a sua casa?

- Só um?

- Um.

Procurei por esse motivo na minha mente, mas não achei nada. Minha mente estava uma confusão enevoada, seu toque estava fazendo loucuras comigo, queria disser que se eu amostrasse onde morava ele iria se afastar de mim, se sentir superior, me olhasse com pena. E eu odiava quem sentia pena de mim. Odiava. Mas ao invés disso não falei nada, apenas suspirei derrotado e falei:

- Certo, nós estamos na rua do fundo. Minha casa é do outro lado.

Ele ligou o carro novamente e a ida até a minha casa não durou 3 minutos, fiquei apreensivo quando mostrei a minha pequena casa para ele e dito para ele parar. Olhei para ele para ver se conseguia ver algum sinal de pena ou repulsa, mas ele não demonstrava isso, seus olhos repuxados brilhavam de felicidade e os cantos da sua boca estavam suspensos. Tirei o cinto, estiquei a minha mão até o banco de trás e peguei a minha mochila, ele também já tinha tirado o cinto e estava saindo do carro agora. Abri a porta e sai. Dei a volta e escutei quando ele travou o seu carro. Segundos depois ele estava do meu lado, começei a vasculhar no bolso pequeno da minha mochila a procura da chave da porta, remexi, tateando varias coisas até senti o material frio e pega-lo. Abri a porta e deixei que ele entrasse primeiro.

- Não repara na bagunça - Falei.

- Que bagunça? - Ele perguntou claramente confuso - Sua casa esta impecável, nada fora do lugar.

Mas tinha, olhei logo assim que entrei, a almofada do sofá esquerdo estava fora do lugar, o porta papel sobre a mesinha de centro estava de cabeça para baixo, vi dois copos usados sobre o tampo da pia. Resumindo, no meu ver, estava uma tremenda bagunça. Ele deu uma rápida olhada pela casa e se jogou no sofá, tirou os sapatos e colocou os pés na mesa de centro. Desabotoou os primeiros três botões do terno e suspirou aliviado. Joguei minha mochila no chão e depois me joguei. Abri os bolsos dela e tirei a roupa que eu fui para a faculdade e a farda do primeiro serviço. Coloquei todas as roupas no chão ao meu lado e olhei para cima, Li estava me olhando.

- Você não senti dor nas costas?

- Eu já me acostumei - Disse dando de ombros, mas até esse simplório gesto exigiu forças e como eu estava extremamente cansado, quase me deixei cair no chão e dormir.

- Vá tomar banho, Chris - Ele terminou de desabotoar o resto dos botões e tirou o terno, a camisa por de baixo era branca e estava colada no corpo escultural dele, fiquei ali, sentado, encarando ele igual a um cachorro faminto encara um pedaço suculento de carne e ele reparou que eu estava olhando - Eu estou sujo, Chris?

- Não - Respondi, o que foi isso? Lembre-se Chris, ele é seu amigo, entendeu? Amigo! Me levantei do chão com as roupas usadas no dia e fui em direção ao banheiro - Vou tomar banho agora - Disse antes de fechar a porta.

Joguei as roupas sujas dentro do cesto e começei a tirar a roupa que eu estava usando, primeiro a calça, depois a camisa e por ultimo a cueca. Antes de entrar na área do chuveiro tiro os tênis e as meias. Abro a torneira e um jato de agua fria cai sobre mim, uma corrente de agua fria. Deixo a agua levar todo suor do dia e depois me ensaboou, a agua leva a espuma embora e por ultimo lavo os cabelos apenas com agua, nunca usei nenhum tipo de produto no cabelo, nem mesmo Shampoo. Giro a torneira na parede acabando com o fluxo de agua sobre mim. Meu corpo deu espasmos de frio quando o vento que vinha de uma persiana no banheiro fez contato com a minha pele. Peguei a toalha que ficava em um gancho do lado do espelho e começei a me enxugar. Depois do meu corpo já estar todo seco vi que eu não tinha trago nada para mim vestir, olhei em volta e vi um calção de um dos meus irmãos, sem pensar duas vezes eu vesti ele. Ficou um pouco folgado, mas serviu. Sai do banheiro e procurei Li na sala e ele não estava lá, escutei um barulho ao meu lado e ali estava ele, sobre a cama do meu quarto improvisado.

- Que quarto bacana - Falou, depois se deitou. Os seus pés e a metade de suas panturrilhas ficaram de fora da cama, ele era muito grande - Quem é que dorme aqui?

- Eu.

- Claro que é você - Ele se levantou num pulo e se prostrou na minha frente, olhei espantado para o seu peito e constatei que ele tinha retirado a camisa e seu belo peito estava a mostra, engoli em seco. Abaixei mais o olhar e vi que ele tinha tirado o cinto e sua calça pendia perigosamente na cintura. Rapidamente levantei o olhar e podia sentir minhas faces afogueadas. Ele arqueou uma sobrancelha demonstrando confusão, mas logo em seguida fechou a cara novamente - E seus irmãos dormem aonde?

- Nos quartos.

- Chris, você é impossível - Falou - Eu pensando que sabia o que você tinha feito de pior para eles e você ainda me surpreende.

- Não foi o pior - Respondi indignado - Eu quis dormir aqui e eles ficariam com os quartos.

- Tudo bem, tudo bem - Ele levantou as duas mãos em sinal de rendição e sorriu para mim, logo em seguida seu estomago deu um ronco - Ops! Eu não comi nada a noite inteira.

- Você quer que eu cozinhe algo para você?

- Você sabe cozinhar? - Incredualidade tingia o tom de sua voz.

- Assim você me magoa - Respondi, colocando uma mão no peito e fungando teatralmente - Eu cuidei de três pessoas, tive que aprender a cozinhar.

- Se for assim - Ele fingiu pensar e eu joguei a toalha nele - É claro que sim.

Me virei para ir em direção a minúscula cozinha, mal dei dois passos eu escutei um arfar de incredualidade atrás de mim, antes mesmo de virar eu já sabia do que se tratava. Li estava parado com os seus olhos regalados, o máximo que um asiático pode, me encarando engraçado. Sua boca teimava em formar um sorriso sobre o "O" perfeito de espanto.

- Isso é o que eu penso que é? - Perguntou.

- Depende - Respondi hesitante - O que você acha que é.

- Tatuagem - Ele gritou exultante de felicidade - Chris você tem uma tatuagem.

- Não quer gritar mais alto? - Falei - Acho que o pessoal da china não escutou.

- Não acredito, não acredito, não acredito.

Devia ter pensado nisso, o calção era super folgado, devia ter olhado para ver se cobria a minha tatuagem. Ela ficava um pouco acima da minha bunda, uns dois dedos mais ou menos, era a abreviação de meu nome em tribal. Foi isso que eu disse para ele quando ele perguntou o que era. Enquanto eu preparava o jantar ele ficava me rodeando me enchendo de perguntas, igual a uma criança que esta aprendendo a ler.

- Doeu?

- Claro, pra caramba - Respondi enquanto despejava o macarrão no escorredor - Desliga o fogo do molho - Ele desligou - Obrigado.

E assim trabalhamos juntos no preparo do jantar. De vez ou outra eu me via olhando para aquele peito super desenvolvido, via como eles trabalhavam quando ele se mexia, por causa disso quase me queimei duas vezes. Li continuava a me bombardear com perguntas sobre a minha tatuagem.

- Com quantos anos você fez?Respondi, derramei um pouco de macarrão quente no prato dele e no meu e coloquei a panela de molho em cima da mesa. O molho era de carne moída temperada. Ele colocou uma colherada generosa sobre a massa e colocou na boca, apenas para tirar logo em seguida.

- Acho que queimei a minha língua - Ele colocou a língua para fora e passou o dedo na queimadura, sua língua estava vermelha e brilhante.

- Come devagar - Falei - Ainda esta quente.

Depois disso ele comeu mais devagar, saboreando a comida, de vez em quando ele olhava para mim e sorria, apenas sorria, sem nada que eu tivesse dito ou ele. Quando finalmente ele parou, depois de três pratos, ele suspirou e se recostou na cadeira. Ficou massageando o estômago e disse:

- Esta pronto para casar.

- Só falta a pessoa certa - Me levantei e fui tirar as louças sujas, ele me ajudou. Eterno cavalheiro. Eu lavava e enxaguava e ele secava. Lavamos nossos dois pratos, as panelas e os talheres. Quando Li estava colocando o ultimo prato no escorredor a porta abriu e meus irmãos entraram. Eles olharam de mim para Li depois passaram direto para os seus respectivos quartos, de repente toda aquela alegria que estava ali antes foi embora. Li me olhava, mesmo eu não olhando para ele, conseguia sentir seu olhar. Meu olhar estava travado nas portas que se fecharam.

- Eu acho que já vou - Ele disse, pegou a suas roupas, mas não foi embora. - Eu disse que só sairia daqui depois que você estivesse dormindo. E é isso que eu vou fazer.

- Não precisa.

- Calado - Ele pressionou seu dedo indicador nos meus lábios e apontou com a cabeça para cama, revirei os olhos e fui, sentei e depois deitei e quase imediatamente cai no sono. Quase. - Boa noite, Chris.

- Boa Noite, Li.

Senti seus lábios quentes na minha testa e me lembro antes de cair na inconsciência do som da porta se fechando.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 6 estrelas.
Incentive Blind/Deaf/Mude.... a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Qnta ingratidão. Historia incrível, amo retratos da vida.

0 0
Foto de perfil genérica

Caro Chris, acho que algumas pessoas sao completamente equivocadas com as coisas, sexo é muito boom sim, mas qdo ha sentimento se torna maravilhoso, seu conto apesar de ser ficticio tem muito sentimento, e pra escrever algo assim o autor no minimo tem coraçao e vc pelo que vejo tem muito mais que um orgao(coraçao) pulsando ai no peito, eu e varios amigos que estao lendo seu conto estamos amando, continue por favor! E sua nota??? 100000........

0 0
Foto de perfil genérica

Cara, acho que vc ta enrolando demais essa história. Vc ate escreve bem, mas tá faltando ação.

0 0
Foto de perfil genérica

Para um relato que esta nos topos do ranking, acho que ta muito enrolado. O objetivo deste site e a leitura de contos eróticos, em 3 capitulos nem um beijo teve, acho que vc enrola demais, embora seja um bom narrador

0 0
Foto de perfil genérica

Geralmente não comento, mas gostei tanto do seu conto que vou comentar em todos os capítulos! Ele é estupendo! O Li é um fofo e a maneira como ele trata o Chris, com tanto carinho e amor me faz lembrar de um antigo amor da minha adolescência, pena que no meu caso ele queria ser só meu amigo mesmo. Amando sua história!

0 0
Foto de perfil genérica

Com mais detalhes impossivel pena q meu celu ta descarregando

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Bom, faz algun tempo que eu nao voto. (Perdi minha senha e e-mail e senha que usava aqui, mas por graça eu reencontrei). Estou fascinado pelo seu conto. Caraca, queria que alguem enxerguasse em meus olhos (da forma que o Li faz) pra ver o meu sofrimento. :(. Enfim, seu conto é estupendo. Se tivesse notas que superassem o 10 certeza que eu o daria.

0 0
Foto de perfil genérica

Cara, eu to muito emocionado com sua historia, ela me cativou e muito, espero que tu passes essa barra, e encontre a pessoa certa pra você, lute por seus ideais, seus irmãos já tem 16 anos ta na hora de te ajudar.

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Incrível! Ainda não sabia dessa história, li tudo rapidamente. O Li é um verdadeiro gentleman. Parabéns, autor. Nota dez.

0 0
Foto de perfil genérica

Tou na torcida pra esses dois !! Pqp como o Li é fofo e se preocupa com o Chris ... Ta na cara que ambos estão gostando um do outro *--* Adorando esse perfeito conto ^^

0 0
Foto de perfil genérica

O Li é muito fofo espero que o romance entre eles comeci logo, adoreii.

0 0