Só sei dançar com você - 7

Um conto erótico de FredMoraes
Categoria: Homossexual
Contém 1678 palavras
Data: 22/11/2013 18:18:19
Assuntos: Gay, Homossexual

A impulsividade sempre foi um grande defeito meu. Ela impera em mim até hoje. Atualmente tenho um pouco mais de controle, mas ela já me trouxe muito estrago e já me colocou em situações bem embaraçosas.

Na impulsividade eu aceitei o convite do Edu de irmos a uma boate aquela noite, na impulsividade eu disse que iria acompanha-lo até sua casa pra ele pegar suas coisas. Foi ai que eu me toquei no que fiz. Se eu fosse a casa do Edu espera-lo pegar suas coisas, provavelmente ele encontraria os pais e eu seria apresentado. Pronto, quando me veio esses pensamentos eu comecei a tremer de medo kkk

-Eu, eu tava pensando aqui, não sei se é uma boa ideia eu te levar em casa, tipo, eu te deixo e espero um pouco mais a frente, porque teus pais vão estar lá...

- E o que têm eles?

- E se eles quiserem me conhecer?

- Ué, ai eu apresente meu mais novo... amigo – ele falou a palavra amigo de uma forma bastante irônica, rs.

- Sei lá, tenho medo, sabe?!

- Não tenha rapaz. Relaxe e não se preocupe.

Nós seguimos até a casa dele. Como eu já o havia deixado lá lembrava onde era então ele não precisou me guiar e chegamos rapidamente.

- Pronto.

- Agora desce, Fred.

- Tens certeza, Edu? Não seria melhor eu esperar mais a frente?

- Tenho absoluta certeza. Deixa de ser chorão e medroso e vem comigo.

Sem alternativas, eu desci e fui. Pegamos o elevador e chegamos até o apartamento onde ele morava com os pais.

-Pai? Mãe?

- Oi filho – respondeu uma voz feminina que veio ao nosso encontro – estamos nos arrumando pra sair. Vamos jantar... Ola, como vai? – falou a mãe dele ao notar minha presença em sua sala.

- Mãe, esse é o Frederico, nas horas vagas ele é meu amigo. Fred, essa é Luiza, minha mãe.

- Prazer, Frederico – me cumprimentou com um abraço e beijinhos.

- Prazer é meu, dona Luiza.

- Então, mãe, eu só passei pra pegar minhas coisas, vou dormir na casa do Fred, nós vamos sair.

- Tudo bem, querido – O Edu saiu da sala rumo a seu quarto e me deixou sozinho na sala com sua mãe, que me analisava me deixando ainda mais envergonhado.

- Então, Frederico, o que você faz da vida, querido?

- Eu sou Arquiteto.

- Você já é formado?

- Sou sim, na verdade o Eduardo trabalha no meu escritório e também sou professor dele na faculdade.

- Nossa, então estou recebendo em minha casa o amigo, chefe e professor do meu filho kkk

- Pois é.

- Lu, essa roupa tá boa? – falou uma voz masculina adentrando o ambiente.

- Troca essa camisa. Amor, esse é o Frederico, ele é amigo, patrão e professor do Eduardo. Frederico, esse aqui é meu marido, João, o pai do Dudu.

- Prazer, seu João.

- Boa noite, rapaz. Me desculpe, mas qual a sua idade? Me parece tão novo e já é patrão, professor...

- Tenho 26 anos.

- Parabéns, meu filho. Tão novo e já tão sucedido na vida.

- Obrigado.

- Está esperando o Dudu?

- não acredito que estão me chamando de Dudu na frente do Fred! Vocês não aprendem, hein?! To saindo já, vamos, Fred?

- Vamos sim. Boa noite, seu João. Boa noite, dona Luiza. Foi um prazer conhecê-lo.

- Prazer foi nosso. Juízo, rapazes.

- Como me deixa sozinho com teus pais, maluco? Kkk

- Pra você ir acostumando – falou abrindo aquele sorriso lindo.

- Sei... então, pra onde vamos hoje?

- Sabe a boate XXXXXX?

- Já ouvi falar, mas nunca fui lá...

- É pobre kkk mas é pra lá que vamos.

- É uma boate gay, né?!

- Isso. Vai ter a festa XXXX lá.

- Já imagino o estrago que vai ser kkk

- É, mas você não vai fazer estrago nenhum, moço. Nem se empolgue.

- Eu disse nada.

Nós seguimos pra minha casa, onde jantamos e começamos a beber um pouco pra esquentar, por volta de 00h fomos nos arrumar.

- Nossa! Tá lindo, hein, Fred.

- hahaha to nada, você que tá, Eduardo, ou melhor, Dudu kkk

- Idiota!

- Mas diga aê, vou fazer sucesso lá, né não?!

- Vai besta! Trate de se comportar. Você precisará estar sóbrio pra me segurar kkk

- Vou ser sua baba?

- Mais ou menos... Ou não quer cuidar de mim? – me senti intimidado com essas palavras. Ele falava tudo rindo, eu não sabia que ele estava a falar sério ou simplesmente na brincadeira, sei que meu peito queimava com suas palavras.

- Quero.

- Então vamos, gatão.

A boate era perto da minha casa, cerca de 10 minutos. Nós saímos por volta de 1h da manhã e logo chegamos. Tinha uma pequena fila na porta.

-Aff, odeio filas.

- Ainda não estamos na lista VIP, rs.

- Fred, seja sincero comigo, você está afim de ficar com alguém daí hoje?

- Não, não, Edu. To tranquilo, por que, você tá querendo arrumar alguém?

- Não preciso! Olha só, tem umas bichas querendo chamar atenção aqui atrás, me dá a mão, finge que é meu namorado que é pra elas não tirarem liberdade.

Eu senti minhas bochechas queimarem, mas não neguei. Na mesma hora que ele pediu eu segurei sua mão, mas logo estava envolvendo-o com meu braço em torno de seu pescoço. Ele em nenhum momento reclamou, apenas me olhou nos olhos e ficamos assim, até entrarmos, não trocamos mais nenhuma palavra. Menos de 10 minutos depois nós entramos de mãos dadas e fomos direto ao bar. Pedimos uns drinks e ele me puxou pra pista. Começamos a dançar. Dançamos tranquilamente até que eu fui ao banheiro. Quando voltei, tinha um cara dando em cima do Edu. O cara tava encoxando ele. Eu fiquei muito puto, na mesma hora quis ir embora, senti ódio ao ver a cena. Não voltei pra pista, fui pro bar, pedi bebido e procurei um lugar pra sentar. Logo chega o Edu.

- Por que você não voltou?

- Não quis atrapalhar.

- Atrapalhar o que?

- Você e o carinha...

- Mentira, né?! Não viu que aquele cara tava abusando?! Eu o mandando parar e ele vindo pra cima de mim?

- Vi ele te encoxando.

- E eu estava empurrando ele. Deixa de ser besta, Frederico. Tá cego?

- Cego? Não, eu vi muito bem.

- Não parece. Levante-se pra falar comigo –eu permaneci sentado – Levante-se, Frederico, agora! – Eu obedeci e levantei quando vi que ele falava serio, com autoridade kkkk

- Pronto, fale. Olhe, eu não quero atrapalhar sua noite, eu vou ficar aqui bebendo vai lá se divertir, arruma um boy pra você, não quero te atrapalhar.

- Você é um idiota mesmo, né?!

- Não é o que você quer, rapaz?

- Olha, chega de besteira, tá?! Vem cá, Frederico, venha cá – ele segurou minha mão e me levou até um cantinho mais afastado, onde a luminosidade era um pouco mais romântica inclusive – Você tá cego, Frederico? Não está enxergando mesmo um palmo a sua frente?

- Por que dizes isto?

- Porque eu já cansei de demonstrar que quero você. Desde o primeiro momento, quando entrei naquela sala e te vi sentado eu quero você. Sei que você também me quer, então por que tá dificultando as coisas? Por que não age de uma vez? Por que prefere ficar fazendo cena de ciúmes quando deveria me tirar dos braços daquele imbecil e mostrar quem é meu homem? Por que eu ainda estou falando quando você deveria me beijar?

Naquele momento foi como se eu tivesse acordado, todo o efeito da bebida que já estava fazendo efeito passou. Naquele momento era apenas eu e o Eduardo. Calamos-nos e apenas nossos olhares falavam. Ficamos nos encarando em silencio por alguns longos minutos até que uma lagrima escorreu pelo meu rosto. Aquele momento estava sendo mágico, como se só estivesse nós dois no mundo e mais ninguém para atrapalhar. Minha felicidade estava ali a minha frente me pedindo uma chance, e eu não iria deixa-la escapar.

- Não tenha medo, Frederico. Tenta, me deixa tentar. Se dê uma chance, me dê uma chance, nos dê uma chance. Eu não sou o Arthuro, eu sou o Eduardo, e eu quero você, e eu sou não burro ao ponto de deixar você escapar.

“Você me chamou pra dançar aquele dia

Mas eu nunca sei rodar

Cada vez que eu girava parecia

Que a minha perna sucumbia de agonia

E cada passo que eu dava nessa dança

Ia perdendo a esperança

Você sacou a minha esquizofrenia

E maneirou na condução

Toda vez que eu errava cê dizia

Pra eu me soltar porque você me conduzia

Mesmo sem jeito eu fui topando essa parada

E no final achei tranquilo

Só sei dançar com você

Isso é o que o amor faz

Só sei dançar com você

Isso é o que o amor faz”

http://www.youtube.com/watch?v=WLxw8SGA_ew%E2%80%8E

Não foi preciso mais nenhuma palavra. Fechamos nossos olhos e nossos lábios se encontraram. Um choque percorreu meu corpo, uma carga elétrica que me fazia suar, meu coração disparar, minhas pernas tremerem. Abraçados, nós nos beijamos por longos minutos, o resto do mundo não existia. Naquele momento eu senti amor, eu experimentei amor. Seu beijo era doce e viciante. Era forte e ao mesmo tempo suave. Seus lábios eram macios e minha vontade era mordê-los. Eu estava entregue a ele. Eu era dele. Não queria e não poderia mais fugir.

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Então, pessoas, tá ai mais um capitulo. Espero que gostem. Quero agradecer imensamente a todos os que estão acompanhando. Mandar também um abraço e dois beijinhos pro pessoal que comenta, obrigado mesmo por vocês leem e pelos comentarios, fico bastante satisfeito e serve pra eu avaliar se estão gostando:

• rakkaus

• Ru/Ruanito

• agatha1986

• CrazyNerd

• Lena78@

• A&M

• Amygah22

• Thiago Silva

• Geo Mateus

• fabi26

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- CrazyNerd: sei bem como é. sou do mesmo jeitinho, sem tirar nem pôr. Infelizmente muitas vezes somente a gente está sonhando. Sempre tive esse problema, de antecipar demais o futuro, de planejar tudo e acabar me decepcionando. Beijos, querido.

- rakkaus : obrigado por acompanhar. O titulo vem justamente da musica, rs. Quando pensei em escrever, tava em duvida quanto ao titulo, ai me lembrei da musica e da letra e ela é como um grande resumo de como eu me sentia antes e depois do Eduardo.

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Comentários

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Own :) Adorei a atitude do Edu, simplesmente fofo e romântico.

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Ai gente qee lindoh:-* momentos ownt :)

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Cara demais. Que bom que o Edu tomou a atitude já que tu estava com medo. Abraços aí cara.

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