Um caminho sem volta - Parte 39

Um conto erótico de Fael Leafar
Categoria: Homossexual
Contém 3842 palavras
Data: 28/10/2013 21:59:05

Presentinho pra vocês

No final de semana, o Renato combinou com os “colegas” da faculdade de tomar um chopp em um lugar que ele já tinha descoberto que o Rodrigo atuava. Fiquei muito ansioso, pois o grande dia tinha chegado. Na hora marcada, fiquei escondido do outro lado da rua com o celular em mãos para fazer a denuncia. Algum tempo depois o Renato chegou com o pessoal, entre eles a Giovana, que reconheci de longe. Não demorou muito, o Rodrigo chegou com mais um colega e pela mochila, eu sabia que estava portando os entorpecentes. Liguei para a policia para dar tempo de eles chegarem e dar o bendito flagrante. Fui observando o Renato se aproximar do nosso alvo e meu coração se acelerava com a proximidade do momento. Ele me disse que iria falar com o Rodrigo que o fulano de tal tinha indicado para a compra dos bagulhos.

Vi que o Renato desenrolava o papo com meu antigo amigo, sem levantar maiores suspeitas. Na verdade, o esquema com a policia já estava tudo em cima. Tratava-se daquele policial amigo do meu irmão, e, portanto o mesmo já estava avisado do flagrante. Não demorou muito para os carros da policia chegarem, deixando o Rodrigo completamente atordoado. Ele ainda tentou fugir, mas o Renato mesmo correu atrás dele e o segurou. Os policiais abriram a mochila e encontraram uma grande quantidade de entorpecentes, e o algemaram em seguida. Ainda foi apreendido outro lote de drogas dentro do carro do mesmo e eu pude assistir a tudo de camarote. Sentia-me estranhamente feliz e vingado com aquela cena toda. Ao mesmo me doía, porque sempre considerei o Rodrigo um grande amigo que agora estava sendo preso por uma armação minha, mas sabia que somente era uma réplica do que ele tinha feito comigo. Continuei onde eu estava até que aquele circo todo acabasse. O Renato foi interrogado, mas obviamente não foi preso ou qualquer coisa do tipo. Já era madrugada quando fomos para outro bar perto da praia comemorar nosso feito. Tinha dado tudo certo e finalmente o Rodrigo estava aonde merecia. Eu tinha as provas que precisava para ser inocentado e as coisas pareciam estar caminhando. A gente brindou com grande alegria, embora estivesse faltando uma pessoa ali para que a alegria fosse completa. O Renato me assegurou que iria contar para o Thiago tudo que tinha acontecido e que ele com certeza ficaria muito feliz.

- Agora que consegui finalmente as provas, você vai voltar para o interior né? – Eu perguntei entre um gole e outro.

- Ah sim. Eu fiquei tempo demais até, mas valeu a pena. Cumpri o que eu prometi ao meu amigo. – Ele me respondeu sorrindo.

- Eu quero voltar com você. Não vou suportar ficar aqui sabendo que o Tito está lá, a mercê daquela vagabunda. Eu quero ajudar, dar meu apoio, estar com ele. – Eu falei aflito.

- Eu entendo Heitor, mas sua chegada lá só piorariam as coisas. A Alice com certeza iria ficar na defensiva com a sua presença e poderia desconfiar que estamos fazendo algo para mudar essa situação. Ela tem que achar que tudo acabou entre vocês. Assim ela ficará mais tranquila e poderá dar algum mole que nos ajude. – Ele falou calmamente.

- Merda! Você está certo, mas isso tudo é tão injusto. Por favor, fala pra ele de todo o meu amor. Que eu sei de tudo e que eu só estou aqui por que sei que é o melhor, mas que meu pensamento e meu coração estão com ele. Eu o amo, Renato. Eu o amo como jamais amei ninguém. – Eu falei sentindo meus olhos marejarem.

- Eu sei Heitor, e apesar de ter achado bem estranho no começo, eu aprendi a admirar esse sentimento. Por isso, eu vou fazer de tudo que estiver ao meu alcance pra ajudar vocês. – Ele disse dando tapinhas camaradas no meu braço.

No dia seguinte, O Renato embarcou no ônibus da tarde rumo a sua cidade. Infelizmente não tinha o que eu pudesse fazer. Era esperar que o Renato tivesse uma ideia genial para tirar o Tito daquele rolo todo. Eu iria tentar me segurar para não ir até lá e quebrar a cara daquela vaca, e ser pela primeira vez na vida o que esperam que eu seja: sensato.

THIAGO

Os dias se arrastavam em meu desespero constante. Passava os dias trancados no quarto, ouvindo musica e recordando dos bons momentos que tive ao lado do Heitor. Quanto mais a saudade apertava, mas eu me agarrava a aqueles momentos de paixão que vivemos. Esperava ansiosamente as notícias do Renato e ficava feliz com o progresso deles dois para inocentar o meu primo. Estava com os olhos fechados, perdido em algum lugar de um passado recente quando a porta do meu quarto se abriu abruptamente.

- O que você está fazendo aqui, Alice? – Eu perguntei sobressaltado.

- Vim visitar meu noivo amado. – Ela veio querendo me beijar, mas eu desviei meu rosto.

- Você poderia avisar pelo menos quando viesse. – Eu disse com a cara fechada.

- A gente vai casar em breve, meu amor. Já passamos dessa fase. – Ela disse se aproximando sensualmente, desabotoando os botões da blusa.

- O que você está fazendo? – Perguntei assustado e irritado ao mesmo tempo.

- O que você acha? Eu estou com saudade de você. Já tem quase um mês que não fazemos nada, eu não aguento mais. – Ela disse tirando a blusa e engatinhando em cima de mim. Na mesma hora a segurei e a afastei.

- Pode parar! Não vai rolar nada entre a gente. Você faz o seu teatro pros outros. Estamos só nós dois aqui e você sabe que só estamos juntos porque você está me chantageando. – Eu disse com raiva.

- É só questão de tempo para tudo voltar a ser como antes. Você me deseja que eu sei. Sempre foi louco por mim, pelo meu corpo. Esquece aquilo tudo que aconteceu, deixa eu te fazer esquecer. – Ela disse novamente subindo em cima de mim, mas eu a empurrei com força, saindo da cama e a deixando lá.

- Será que você não entende?? Não tem como apagar essas coisas, as pessoas, os momentos. Você pode até me prender a você, mas nunca vai fazer eu te amar. E não adianta tentar me seduzir, porque não cola. Tá vendo esse pau aqui? – Eu perguntei segurando meu membro por cima da bermuda – Ele nunca vai subir por você, porque eu tenho nojo de ti! Nojo! – Eu gritei com ódio.

- Você não pode me tratar assim! Eu vou contar tudo pra todo mundo! Seu pai vai perder o emprego, sua família vai ficar na miséria. E todos saberão que foi por causa do seu romancezinho com seu primo. Primo este, que alias vai voltar pra trás das grades. - Ela disse levantando-se toda descabelada, com o rosto vermelho de raiva.

-Você não vai fazer isso Alice, e sabe por quê? Porque você está muito próxima de conseguir o que quer. Arrastar-me pro altar. Então, você continua o seu teatro pra cidade inteira, mas pra mim não! Você nunca vai ter nada além do que a minha carcaça. O meu coração, o meu amor, meus sentimentos, minha alegria.. a minha vida, pertencem a outra pessoa. – Eu disse com convicção.

- Bom, eu acredito que você ainda vai mudar de ideia. Quando você esquecer aquele moleque e voltar a ser o macho que eu conheci, você vai voltar a me desejar. Vamos ser uma família feliz. Inclusive, eu vou agora à igreja marcar a data do casório. Acredito que dentro de um mês, estaremos devidamente casados. – Ela disse arrumando o cabelo e vestindo a blusa. – Até lá, nem pense em fazer nada, espertinho. Aceite o seu destino e tudo será mais fácil. – Ela disse jogando um beijo e saindo do quarto. Joguei-me na cama, com as mãos tampando os olhos. Aquele pesadelo só estava começando, e eu precisava mais do que nunca pensar nas pessoas que eu amava e só assim conseguiria suportar aquilo. Mais uma vez eu ouvi a porta se abrir e explodi:

- O que você quer?! – Gritei achando tratar-se da Alice, mas era meu irmão que tinha acabado de entrar no meu quarto. Respirei fundo e já ia pedir desculpas por ter sido tão agressivo, mas ele foi mais rápido.

- Eu já sei de tudo Thiago. Eu ouvi a discussão de vocês e agora tudo faz sentido – Ele disse sério, fazendo com que eu estremecesse por dentro.

- Ouviu o que? – Eu perguntei tentando saber se ele realmente sabia de tudo.

- Eu já disse Thiago, eu ouvi tudo. A Alice está te chantageando com o seu lance com o Heitor, em demitir o papai do banco, e ainda mandar ele de volta pra cadeia. Como que ela conseguiu isso? Ela nem está gravida, está? – Ele perguntou de forma nervosa.

- Calma Lucas. Fala baixo. Ninguém pode saber disso. –Eu disse, fazendo com que ele se sentasse na cama.

- Tudo bem, mas me explica então como tudo aconteceu. – Ele pediu e eu vi que não poderia fugir dele. Seria melhor explicar tudo o que aconteceu e pedir colaboração da parte dele. Ele assim como eu iria querer o bem da família e não iria abrir a boca. Então eu o fiz. Contei tudo, parte por parte até aquele momento. Vi o choque nos olhos do meu irmão e depois a raiva, mas fui o acalmando para que ele não pudesse chamar a atenção dos demais da casa. O convenci que o melhor a fazer era deixar tudo aquilo quieto, até que a gente não achasse uma solução melhor. A Alice não podia nem desconfiar que ele sabia de tudo.

- Tudo bem Thiago, eu vou ficar quieto e guardar segredo. Você sabe que pode contar comigo sempre. Eu espero que a Alice escorregue no meio dessa farsa toda. – Ele disse me abraçando em seguida. Retribui o abraço com muito carinho e depois de um momento ele me deixou sozinho novamente. Apesar de ter sido completamente sem querer o Lucas ter ficado sabendo a verdade, me sentia mais leve agora que outra pessoa sabia de tudo. Só esperava que ele realmente cumprisse a promessa de manter tudo em segredo.

Depois de alguns dias, o Renato retornou a cidade e foi com grande alegria que o recebi na rodoviária. Não via a hora que ele me contasse todos os detalhes da sua empreitada para inocentar meu primo no Rio. Fomos direto a sua casa e lá ele pode finalmente relatar cada momento da sua estada. Senti uma dor imensa ao saber do estado do Heitor ao recebê-lo na sua chegada. Queria imensamente que as coisas fossem mais fáceis do que elas são. Logo ele foi me contando do plano e da animação deles ao arquitetar tudo. Podia visualizar cada cena e só de imaginar aquela feição que o Heitor fazia quando estava feliz ou armando alguma coisa marota, fazia meu coração apertar de saudade. Por fim, ele me contou todo o desfecho e como o Rodrigo fora preso. Fiquei muito feliz ao saber que tudo correu como combinado e que acabou com os dois em segurança. Agora, finalmente o Heitor tinha todas as provas que precisava para sua inocência e o Rodrigo estava no lugar onde merecia.

- Que bom! Sinto uma parte desse peso todo sair das minhas costas sabendo que ele não vai voltar pra cadeia. Não tenho como te agradecer Renato, por tudo que você já fez por mim. – Eu disse o abraçando fortemente. Ele retribuiu o abraço e olhou nos meus olhos.

- Você é como um irmão pra mim, Thiago. Eu sempre vou fazer qualquer coisa pra te ajudar, ainda mais numa injustiça dessas. – Ele falou sorrindo. – Ele pediu pra dizer que te ama.

- Como assim? Ele não está com raiva de mim? – Eu perguntei desconfiado.

- Eu contei tudo a ele Thiago. Calma! Eu sei que você me proibiu, mas eu não podia ficar calado o ouvindo falar aquelas coisas de você. Ele precisava saber que tudo isso que você tá fazendo é por ele também. – Ele falou de forma serena.

- Caralho Renato! E agora? Eu conheço o Heitor. Ele vai querer vir aqui, fazer uma arruaça, meter a boca no trombone. Você não devia ter feito isso. – Eu falei passando a mão nervosamente no cabelo.

- Acho que você não sabe o quanto ele te ama. Ele não vai fazer nada, pode ficar tranquilo. Ele sabe que botaria tudo a perder e te prejudicaria muito. Obvio que ele queria vir, te ajudar, estar com você, mas ele mesmo sabe que não é uma boa ideia. Ele prometeu esperar pacientemente, contanto que você soubesse que ele te ama e que está lá pensando em ti. – Ele disse sorrindo. Não consegui me conter e sorri também. Era tão bom saber que apesar de tudo aquilo, a pessoa que eu amava me amava também.

- Eu preciso que o Heitor me esqueça, Renato. Tirando o fato desse romance ser uma loucura na minha vida sempre tão certa e da minha família nunca aprovar, eu estou amarrado nessa situação toda. Eu não vejo saída. Além disso, a Alice marcou a data do casamento. Mês que vem serei um homem casado. É melhor que ele me esqueça de uma vez por todas e seja feliz com um outro alguém que não eu. – Eu falei sentindo meu peito se comprimir.

- Putz, que merda! Mês que vem??? É muito pouco tempo. Como vamos pegar as provas do seu relacionamento com o Heitor da Alice e livrar seu pai dessa denúncia? – Ele perguntou em desespero.

- Você acha que eu já não pensei nisso? Milhões de vezes, mas não consigo achar um jeito. O meu relacionamento com o Heitor é o de menos. Poderia preparar minha mãe antes que ela fizesse um escândalo que pudesse provocar um mal súbito, mas a transação no banco ocorreu ilegalmente. Meu pai fez isso em gesto de amizade e não há como reverter. – Eu disse desanimado.

- Cretina! A Alice está doente, sabia? Precisa de tratamento. E se eu falasse com os pais dela? Falasse toda a verdade. Eles teriam que segurar ela, não? – Ele me perguntou.

- Primeiro eles teriam que acreditar em você. É a filhinha querida deles que está “grávida” e ela sabe manipular muito bem eles. Mesmo se acreditassem, ela faria um escândalo e minha família iria pra ruína. Ela arquitetou tudo brilhantemente. Sabe Renato, eu já estou me conformando com o meu destino. Se for para o bem das pessoas que eu amo, tudo bem, eu aceito. – Eu disse tristemente.

- Não me conformo com isso e não vou desistir. Tem que haver uma maneira e eu vou lutar contra o tempo – Ele falou com convicção.

- O Lucas descobriu tudo. Ouviu uma discussão nossa e graças a Deus prometeu segredo. Ninguém mais pode saber disso Renato, por favor, me ajuda. – Eu pedi.

- Tudo bem, eu não vou falar nada. E sei que seu irmão também não, devido à gravidade da situação. – Ele falou. – Porque você não vai ao Rio encontrar o Heitor? – Ele perguntou.

- Como assim? Você está louco? – Eu perguntei sobressaltado.

- Não. Se você está pronto pra assumir o seu destino e aceitar essa provação, vá se despedir do seu grande amor. Vocês dois merecem isso.. uma ultima vez. – Ele falou olhando nos meus olhos.

- Uma ultima vez? – Eu perguntei abaixando minha cabeça em seguida.

- É ou uma recarga de energias, não sei. Eu tenho esperanças que a gente vai conseguir sair dessa, mas esse encontro seria bom pra você recuperar suas forças ou então encerrar essa história como deve ser. – Ele aconselhou.

- Não sei Renato. Primeiro a Alice não iria permitir e não posso correr riscos. Além disso, eu preciso que o Heitor me esqueça e siga adiante. Não é justo com ele. Mantê-lo preso a mim, quando eu já estou preso à outra pessoa. – Eu disse.

- E o que é justo nessa história toda, Thiago? Vocês dois se amam e pode ser que não haja amanhã pra vocês. Vai lá e aproveita nem que seja pela ultima vez. – Ele falou tocando de leve meu ombro.

- Não...Melhor não. – Eu disse abaixando a cabeça mergulhando na minha dor.

HEITOR

Mais de uma semana se passara desde a partida do Renato. O tempo todo eu pensava no Tito e em como ele devia estar. Precisava ser forte e seria por ele. Às vezes caminhava até a praia para ver o por do sol da areia. Meus pensamentos viajavam para um passado seguro, onde vivi momentos bons. Ele adorava assistir o sol indo embora e abria sempre aquele sorriso lindo ao vê-lo se esconder atrás do mar. Comecei a pensar no porque de eu ser assim tão rebelde. Era tão difícil reviver aqueles fatos, atrocidades que eu escondi em um lugar obscuro dentro de mim. Talvez meu gênio complicado nunca passasse por completo por fazer parte da minha essência, mas boa parte disso tinha se amenizado depois da chegada do Thiago. Ele me mostrou que pode sim haver um caminho a trilhar, que não precisa ser tudo oito ou oitenta na vida e que ela pode ser boa. Sorri ao lembrar-me dos sermões dele ou do jeito bravo que ele me chamava atenção. Das vezes que brigava comigo por causa da minha bagunça ou por causa das minhas criancices. Era tão bom me aconchegar em seu peito e sentir que nada mais podia me machucar ou sentir seu calor no meio da noite quando migrava sorrateiramente para sua cama. Quando foi que tudo acabou?

Minha mãe chegou de viagem e depois de deixa-la descansar tempo bastante, eu a chamei para conversar. Sabia que iria ser uma conversa difícil, porém necessária. Ela estava no sofá vendo televisão, quando eu me sentei ao seu lado, pegando o controle e desligando a mesma.

- Mãe, eu preciso muito conversar com você. – Eu falei olhando em seus olhos.

- Claro, meu filho. Pode falar. – Ela disse se virando para mim.

- Lembra quando eu te disse tantas vezes que eu não tinha nada a ver com aquelas drogas que foram encontradas aqui em casa no dia do meu aniversário? – Eu perguntei.

- Sim, eu lembro. Mas porque se lembrar disso agora, você já está respondendo em liberdade e prometeu não fazer mais nada do tipo e.. Heitor, você está se drogando novamente? – Ela perguntou séria.

- Não, mãe. E eu não tive nada a ver com aquilo tudo que aconteceu, e agora eu posso te provar. – Eu disse retirando do bolso o celular. Selecionei o vídeo e apertei o play. Na tela do aparelho, aparecia o Rodrigo confessando tudo, dizendo como foi fácil implantar as drogas no meu quarto e o porquê de fazer aquilo. Minha mãe arregalou os olhos e cobriu a boca ao ouvir a revelação. Quando o vídeo acabou, eu olhei para ela. Seus olhos esbugalhados foram marejando-se aos poucos até que ela me puxou e me abraçou com força.

- Meu Deus meu filho, eu não acreditei em você! Perdoa-me, por favor. Eu te imploro, me perdoa? Você ficou preso e passou por tudo aquilo sem que tivesse feito nada. Eu que sou sua mãe não acreditei em você. Eu sou um monstro. – Ela falava soluçando em pranto.

- Para com isso, mãe. Você é maravilhosa, sempre foi. Eu que sempre te dei motivos para que você duvidasse de mim. Por muito tempo eu andei fora da linha, fiz coisas erradas, mas eu mudei. – Eu disse, esboçando um sorriso emocionado.

- Esse garoto vai pagar muito caro por ter feito isso com você, meu amor. Fazer essa atrocidade por ciúmes, por inveja. Isso é horrível. – Ela falou secando as lágrimas.

- Ele já está pagando, mãe. Ele foi preso semana passada. Ele traficava dentro de universidades e pelos bairros mais nobres da cidade. Foi preso em flagrante. – Eu falei vitorioso.

- E você tem alguma coisa a ver com essa prisão? – Ela perguntou séria.

- Não vou negar. Eu ajudei sim. Minha inocência dependia disso e ele precisava provar do próprio veneno. O Renato, amigo do Thiago me ajudou. Eu to me sentindo uma tonelada mais leve, mãe. Enfim, eu provei a você que eu não tinha nada a ver com aquilo. – Eu falei segurando em sua mão.

- Desculpa não ter acreditado em você, meu filho. Nem no Thiago, que nunca duvidou de você. Agora eu entendo desespero dele ao falar que você estava sendo vitima de uma armação. – Ela disse com tristeza.

- Tudo bem, mãe. Já passou. O que importa é que agora eu vou poder provar a minha inocência e estou livre. – Eu disse.

- Isso mesmo meu filho. Estou orgulhosa de você. – Ela disse me abraçando carinhosamente. Não sei descrever a sensação que eu tive ao sentir tamanho carinho. Parecia que finalmente eu estava fazendo as pazes comigo e com a minha mãe. Perdoando-a silenciosamente por tê-la culpado pela ruina do casamento deles, pela decadência da nossa família. Ela merecia ser feliz e meu pai também. Agora, depois de tudo que tinha acontecido comigo, eu entendia isso.

No Sábado, resolvi andar um pouco de skate. Fazia tanto tempo que eu não praticava. Seria bom para me distrair um pouco. Encontrei com alguns camaradas e passei a tarde toda fazendo manobras e dando um rolé. No final da tarde, fui andando pela orla, sentindo o vento contra o meu rosto. Estava um dia quente e a blusa preta costumeira estava me incomodando. Contrariando meus hábitos de sempre, a retirei, enrolando-a na cintura e virando o boné pra trás. Assim poderia me sentir mais solto, mais livre. Quando começou a anoitecer, eu voltei pra casa. Minha mãe estava na casa de amigos em Angra dos Reis e só deveria voltar no final do dia seguinte. Mais um dia sozinho. Mais um dia que eu iria me entregar a aquele passado seguro, mergulhado em lembranças que não me deixavam fraquejar. Bebi um copo da agua e subi rapidamente as escadas para tomar um banho. Quando abri a porta do quarto, a visão que tive fez com que eu cambaleasse pra trás em puro susto.

- Tito?! – Eu quase gritei arregalando os olhos para ver se não estava sendo traído por alguma alucinação.

CONTINUA...

Fala galerinha,

Com meus comunicados foram apagados, tive a ideia de postar essa parte, que ficou bem grande por sinal, e juntar o útil ao agradável. Assim dei um pouco mais do conto pra vocês que estavam com saudades e pude dar noticias.

Como disse ontem, peço desculpas a todos pela ausência mas foi motivos de força maior. Minha vida mudou 360º e não tive como continuar. Vou ficar fora do país alguns meses, mas é uma viagem que já estava programada. Só adiantei porque vai ser bom pra mim. Como eu disse, li os e-mail e vou responder a todos. Muito obrigado mesmo pelo carinho, palavras de incetivo, força em geral. Vocês são fodas e eu sinto muita falta do nosso contato diário. Ontem mesmo consegui ver alguns comentários e me senti muito lisonjeado por ter tamanha admiração por parte de vocês. Podem ficar tranquilos porque estou bem. Feliz e tranquilo como se deve estar. Pretendo continuar a escrever e voltar com a história pronta.

Assim que der, volto pra vocês.

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Comentários

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2 capítulos até terminar de ler o conto, não demora muito e continua por favor. eu estou muito emocionado, meu Deus, nunca me imaginei nesta situação, quem manda ser tão bom... rsrs te mandei um email espero que responda quando ver, bjo fael

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Pessoal, o Fael tinha me falado que postaria a próxima parte no começo do mês (como eu postei aqui) mas infelizmente não deu porque ele estava na maior correria pra finalizar tudo no trabalho dele antes da viagem que faria. Enfim, ele viajou. Falei com ele hoje bem pouco porque a conexão dele não tava legal. Ta curtindo a viagem mas vai continuar escrevendo. Assim que falar com ele de novo vou cobrar o próximo cap, rsrsrs. É isso e um feliz ano novo para todos. Abraço

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Que ótima noticia Rick***! Pelo final desse Capítulo,acho que teremos que acionar o corpo de bombeiros(rsrsrsrs). Tito e Dinho em chamas e eu e a plateia da CDC saindo chamuscados com o fogo dos dois. Aguardando a volta do muso da casa, então.

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Acho que essa semana tem conto hein. Um passarinho me contou que o autor tá preparando o próximo cap. Só acho. Rsrs

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Ahhhh cara, que saudades de sentir esse gostinho de adrelina e emoçao que sempre sentia ao finalizar mais uma leitura desse conto maravilhoso e por tantas vezes me prendeu e me fez vidrar em cada palavra que eram nele escritas!!! Tava sentindo minha falta ne??!!! tenho certeza que sim hehe Acho que vi algumas indiretas no conto... mas deixa pra la :$ Um problema ja foi resolvido, e um peso a menos das costas dessas duas coisas fofas foi tirado, mas tem mto ainda oq se fazer. Mas prevejo um final feliz a essa linda love story hehehe Ahh fael por favor continua logo vai, pleaaaseeee T.T rsrs to morreendo de saudades, o conto ta incrivel, excelente, maravilhoso, perfeito!!! Quero mt saber oq vai acintecer, e logo!! voltaaa vaaii :D

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Meu Deus!! Fael... Voce postou! E eu... So vi agora... Quase um mes depois. Por favor me desculpa, nao foi culpa minha... É Ano de vestibular, e o meu ultimo mês no colegio esta me matando. Espero que tudo dê certo pra vc, que é muito gente boa. Senti sua falta. Boa sorte nessa fase de sua vida. Um beijo.

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Kkk so vi que voce volto hoje D: que sdds.

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Concordo com Crystal. Vc eh realmente td aquilo que o pessoal aki falava: atencioso, educado,um príncipe. Pq me aguentar falando pelos cotovelos não é pra qquer um (rsrsrsrs). O tempo passou rápido enquanto conversávamos. Posso dizer agora que bati um papo com o muso da CDC (adoro te deixar envergonhado hahahahahah).Quero mais(kkkk) Obrigado, Fael pela atenção dispensada. Mais uma vez faço votos de uma ótima viagem e volta pra gente,please.

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Simplesmente amei falar com você. Como sempre educado, gentil e interessante. Você me explicou, mas não convenceu. Devia ser modelo. É bonitão. Só fiquei preocupada com a sua viagem. Além de perigosa, você nem sabe quando volta, só comprou passagem de ida. Não va se perder por lá. Ainda bem há internet e posso te mandar e- mails. Vai com Deus meu Rei. Que ele te guarde e você volte são e salvo pra nós. Te adoro.

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Desculpa galerinha. Meu amigo ta passando mal e eu vim dar uma força. Amanha a tarde entro no skype. Sem falta. Abraços.

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Pelo visto, skype não vai rolar né? Que pena!

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Nossa ja tava morrendo de saudades ainda bem que postou esse capitulo. Fique bem um beijo.

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Fael, que bom que voltou. Li seu conto todo de uma vez e agora estou lendo Pedro e Eu. Cara, você escreve muito. Só quero ver o que vai acontecer agora nesse encontro. Vou tentar entrar hoje a noite no skype pra conversar com você. Quero ver se é tudo isso que todos falam.Hauhauhaua

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Só lembrando, Fael disse que vai aparecer hj a noite no skype hein. Se não tiver imprevisto ...

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Caraca bom demais essa maluca história parabéns!

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Caraca bom demais essa maluca história parabéns!

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Aaaaaaaaah, que perfeito, carinha! Muito bom. Mesmo. Parabéns, Rafael! Você foi ultra malvado, em, por parar o capítulo na melhor parte, mas eu aguento, hehe. Vou estar aqui aguardando o tempo necessário até seu retorno. Valeu, Fael. DEZ.

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