Minha história, minha luta, minha glória 14

Um conto erótico de Dr. Friction Fiction
Categoria: Homossexual
Contém 3971 palavras
Data: 12/09/2013 23:30:10

Chorei mais ainda e quando me acalmei um pouco, levantei e fui olhar as portas dos outros reservados, todas igualmente pichadas e desenhadas. Claro que não havia somente coisas para mim, mas em todas elas havia alguma coisa pra mim! Nossa, o que estava acontecendo? Será que realmente eu dava tanto na pinta assim? Será que Paula já estava fazendo fofocas? O primeiro sinal tocou, mas não quis subir, fiquei atordoado. Logo, Brunno entrou no banheiro e me abraçou, sem nada dizer. Olhei lá pra fora e vi Évora nos observando, já que ela não poderia entrar no banheiro masculino.

- Amigo, me contaram o que aconteceu!- ele falou sem me soltar- eu sei que esse momento é difícil, mas essa é nossa oportunidade de enganar a vadia da Paula, então me perdoa, mas vamos subir na frente dizendo que ficamos muito decepcionados com você, vamos sentar com ela, OK? Fica perto da Maria e do Neto, eles vão estar do seu lado!

- OK, Brunno, eu entendo- falei- mas cuidado pra ela não desconfiar.

Eles foram na frente, e eu logo depois, rezando pra que ninguém me notasse passando, mas os alunos que ainda estavam no corredor não paravam de me olhar e rir. Muitos faziam piadas, gracinhas. Um cara da minha sala que chamavam de 21, porque tinha um dedo a mais em uma das mãos, ficou fazendo caras e bocas quando passei, como se estivesse me seduzindo. Ele era lindo, e tinha um corpo sarado, mas naquela atitude provou que nem sempre os mais belos têm conteúdo. Os amigos dele riram da graça, e eu passei direto. Se eu não era o colega favorito de muitos por ser o CDF da sala, agora eles tinham a oportunidade que queriam pra me zoar, me atacar. Quando entrei na sala, vi Brunno e Évora sentados próximo de Paula e Gehardt. Ele nem me olhou, mas ela... Me olhou, sorriu e deu uma gargalhada ridícula. Outros alunos riram junto, inclusive Évora e Brunno, que precisavam que ela acreditasse que tinham ficado ao lado dela. Apenas Neto e Maria sentavam próximos a mim. E assim, passou o dia. E assim passou a semana toda, todos os dias sendo zoado, humilhado, caçoado. Meu alívio era conversar com Brunno, Évora e Otávio pelo telefone, e na quinta eu matei aula pra ir na casa do Otávio para ver Tavinho e ele, claro!

Assim que cheguei, me deparei com um jantar a luz de velas na mesa posta. Tavinho veio correndo pra me receber. Eu estava apaixonado pelo fofucho. Otávio estava trazendo uma travessa da cozinha, e depois de colocá-la na mesa veio me cumprimentar.

- Meu am... Donovan, boa noite!- ele me abraçou apertado- eu fiz um jantarzinho pra gente, vinho, refri pra você, uma salada de macarrão e creme de queijo e um filé de frango ao molho de açafrão, minha especialidade.

- Você cozinhou? Nossa, quantas qualidades!- eu estava realmente alegre. Parecia que não importava o quanto eu estivesse mal, ele me levantava o espírito- já pode casar, sabia? Puxa, a mesa está linda!

- É pra você. É por você- ele me pegou pela mão e me conduziu à mesa- Eu gostaria de poder fazer isso todos os dias, mas infelizmente ainda não posso. Você não é meu namorado.

- Isso é injusto. Não faz assim!- pura, naquele momento, como eu queria que fosse!- eu só não aceito porque o médico pediu pra darmos um tempo, você sabe. As coisas não estão fáceis. Não quero complicar seu lado.

- Não estão fáceis? O que aconteceu?- ele perguntou- alguém te bateu de novo?

E então contei a ele o que aconteceu e ele apenas ouviu, em silêncio, enquanto nos servia. O cheiro da comida estava tão bom que tivemos que prender Tavinho no quarto pra que ele nos deixasse comer sem ficar pedindo comida. Otávio não falou nada mesmo quando eu terminei.

- Você não vai dizer nada- perguntei- você deve estar pensando algo.

- Juro que não te entendo. Eu não sei o que você quer, sinceramente- ele falou sem me olhar- você se declarou pra um pirralho de 16 anos, que estava bêbado, que então se mostrou ávido em fazer sexo com você, e mais nada. Então depois de tudo, ele te rejeita fazendo um escândalo na frente da escola, te humilhando na frente de todos. Aí você vem pra minha casa, onde eu te preparei um jantar com todo carinho, e espera que EU te console? Se você quisesse, eu estaria sempre ao seu lado, sempre contigo. Se você quisesse eu iria até o seu pai e pediria sua mão em namoro pra ele. Se quisesse, eu te traria pra ficar aqui, comigo, pelo resto da minha vida e eu iria até meus pais, meu tio, meus primos, com você ao meu lado. Mas por favor, eu te imploro, não me fale mais do tampinha babaca que só te faz mal. Porque depois de tudo, você ainda fala o nome dele com tanto carinho que me parte o coração você não estar falando assim de mim!

Ele se levantou e foi pra cozinha. Eu simplesmente fiquei lá, paralisado. Ele foi verdadeiro e tinha toda razão. Ele era super carinhoso comigo e toda vez que eu vinha até ele, sempre era um problema relacionado ao Gehardt. Sempre pedindo que ele compreedesse meus medos, anseios e neuras. Eu pedia pra um homem que claramente me amava pra ouvir meus problemas com outro cara, que eu amava.

Eu era um merda mesmo! O que estava esperando? Que um dia um milagre acontecesse e Gehardt simplesmente mudasse? E se acontecesse? Eu iria me envolver com um cara menor de idade, com um irmão que já me odiava, enquanto um cara que eu também gostava demais estava dando o melhor de si pra me ter ao seu lado ficava de escanteio.

Quer saber, foda-se o que o médico disse, eu pensei! Eu iria ficar com o cara certo, mesmo que ele fosse errado em vários sentidos! Eu me levantei e fui até a cozinha, caminhando determinado a fazer a coisa certa. Quando cheguei lá, ele estava apoiado na pia, de costas para a porta, e chorava em silêncio. Eu só fazia merda, mesmo. Me aproximei sem falar nada. Era agora ou nunca! Me ajoelhei perto dele e o fiz virar pra mim, puxando-o pela mão. Ele me olhou com a carinha mais triste!

- Otávio, me perdoa! Eu sou um idiota!- eu falei- eu estou sendo cego. Me deixei levar por um sentimento que só me trará dor e desgraça, enquanto poderia viver ao seu lado o amor que sinto por você, que sente algo verdadeiro por mim. Com todos os seus problemas e com os obstáculos que teremos pela frente, ainda assim você é quem ficou ao meu lado. Você demonstra seu sentimento a cada palavra e gesto. Quando eu entrei, você ia me chamar de meu amor, não é? Você me ama? É isso que sente por mim?

- De todo meu coração! Você é um sonho pra mim- ele falou se ajoelhando na minha frente- eu nunca antes, nunca, senti isso por ninguém, homem ou mulher! Eu não aguento mais fingir que não porque o doutor Antônio disse isso! Eu te amo!

- Eu te amo também!- falei, e era verdade! Será que eu ia passar minha vida toda feito um pateta em relação aos meus sentimentos?- eu sei que eu demorei pra perceber isso, eu sei! Mas mesmo que ei ainda sinta algo por aquele idiota, é você que me faz feliz! E, se o meu sentimento por você vale de alguma coisa pra você, eu quero te dar esse amor, você deixa?

- É o que eu mais quero!- ele me segurou firme nos braços- eu sei que você aqui na cozinha pra me falar isso, mas quem vai fazer a pergunta sou eu! Você quer ser meu namorado, meu amado, pelo tempo que Deus nos permitir amar um ao outro?

- Sim, sim, sim!- respondi- claro que quero! E prometo que, a partir de agora, vou fazer você feliz como você me faz!

Ele me beijou com tanta paixão que chegou a machucar meus lábios, mas foi bom! Ele tirou minha camisa, e eu a dele. Logo eu estava deitado de costas no chão frio da cozinha, mas sentia o calor do corpo esguio dele em cima de mim. Ele me beijou no corpo todo e lambeu meus mamilos do jeitinho que ele sabia que me deixava doido! Beijei o rosto dele inteiro e desci minha mão até o membro dele, que como eu já esperava, estava rijo como pedra. Era meu. Ele então abriu a calça e deixou escapar o pau que eu prontamente segurei com carinho e firmeza. Era uma delícia fazer aquilo, me dá prazer em fazer ele sentir prazer! Quer sensação melhor do que saber que a pessoa que você gosta está excitada com você? Que deseja o SEU corpo, quando poderia ter outros? Foi aí que ele teve a melhor ideia que possível, alí, naquela cozinha!

- Amor, você já assistiu o filme "Nove Semanas e Meia de Amor"?- ele perguntou- é meio antigo, mas é o máximo!

- Não, nunca!- falei- mas porque você está falando nele agora?

- É que tem uma cena... Na cozinha, e eu queria fazer igualzinho com você- ele me disse com um olhar de quem queria me devorar- vem, deita aqui na frente da geladeira!

- Ele abriu a camisa dele, uma de botão que estava usando no jantar, e eu deitei em cima. Pelo menos não ia sentir frio nas costas! Mas ele abriu a porta da geladeira e eu fiquei deitado com a cabeça quase dentro da gaveta de vegetais! Pense num frio! Ele sentou no meu colo, meio ajoelhado, como se estivesse me cavalgando. Claro, ainda estávamos de cuecas nessa hora. Ele esticou o braço e pegou um pote de nutella, abriu e passou um pouco nos meus mamilos. Quando ele lambeu, foi com o dobro da vontade! Que delícia! Ele me chupou tanto que fazia até barulho e doia um pouco, mas pra mim sexo bom tem dor e prazer nas medidas certas. Então ele falou que era minha vez e eu pedi a lata de leite condensado que vi. Mandei ele por o membro pra fora e lambuzei todinho com o leite. Ele já gemia só com aquilo, então quando ele aproximou o pau da minha boca e eu sorvi o doce direto da pica comprida e rígida dele, ele foi ao céu. Chupei e chupei muito. Lambia, subia e descia, e ele logo estava fodendo minha boca e me engasgando com aquele mastro entumescido. Ele estava quase gozando quando parou e disse que era a vez dele. Ele subiu e pegou dois cubinhos de gelo, que colocou na boca e puxou minha cueca para baixo. Ai, eu fiquei preocupado, ele ia mesmo fazer o que eu achei que ia?

É, ia! Ele colocou meu membro rijo na boca e me fez sentir um misto de sensações inimagináveis! Era gelado, óbvio, mas também era muito bom, eu estava me contorcendo de prazer! Percebi que ele mesmo já tinha experimentado aquilo, provavelmente uma mulher experiente fez nele. Era incrível sentir as pedrinhas de gelo e a língua dele disputando espaço no meu membro. As pedrinhas derreteram, me deixando com um gostinho de quero mais... E aí era a minha vez de novo.

Pedi a última coisa que poderíamos usar, um cacho de uvas vermelhas, enormes e muito doces, e fui pondo de uma por uma na boca.

- Tire de mim- falei- afinal, te beijar ainda é a melhor coisa do mundo!

E assim fizemos, uva por uva, nos beijando por quase vinte minutos. E foi a hora de ir adiante. Levantei, fui até a mesa e sentei nela, levantando as pernas e expondo meu ânus faminto por aquela rola dura. Ele abaixou e chupou meu orifício com tanta paixão! Era e é até hoje uma das melhores coisas do mundo sentir uma língua lá, especialmente a dele. Então eu pedi que ele me penetrasse.

Quando ele foi em direção ao quarto pegar a camisinha, eu o segurei.

- Não precisa. Confio em você- falei- e quero sentir você sem restrições! Vem!

Ele sorriu de orelha a orelha, e começou a penetração, lenta e carinhosamente. Era um príncipe mesmo! Ia me beijando pra me relaxar, e foi devagar me tornando dele. O ritmo era hipnótico, extático. Ele não parou de me beijar um minuto sequer, e não se desconcentrou nem de uma coisa nem de outra, e que pegada! Puxa, as pessoas dão tanto valor em certos tipos físicos, como sarados, gostosões, altões, que nem percebem que um magrelo, um gordinho, um baixinho podem ser ótimos amantes! E assim é o Otávio, o tipo de cara que sabe fazer!

Ele acelerou o ritmo e começou a repetir a as palavras "je t'aime" no meu ouvido. Inúmeras vezes. "Eu te amo", em francês, eu sabia. Eu enfiei as unhas nas costas dele, arranhando-o um pouco. Eu estava me sentindo tão amado, tão querido, por que aquele homem tão deliociosamente gostoso era meu. Aquele corpo magro e atlético era meu. Aquele rosto lindo e bem desenhado era meu, aqueles cabelos claros e macios, aquela boca que me dizia palavras de amor e beijava com paixão e fúria, enfim, aquele membro duro e longo que me penetrava com maestria, era tudo, tudo meu!

Assim como foi o gozo quente e abundante que ele despejou dentro de mim, dessa vez literalmente, urrando e me segurando com tanta força que achei que ia me partir.

- O que achou?- ele perguntou- gostou do jeito que foi?

- Foi perfeito- respondi- você foi perfeito, como sempre. Nunca imaginei que sentiria tanto prazer em ser penetrado, em me entregar a outro homem. Apesar de que gostei de te penetrar também.

- Bem, podemos fazer assim a hora que você quiser- ele disse me dando selinhos- pois eu adorei sentir você em mim também.

- Apesar de nós já termos comido a sobremesa, que tal jantarmos?- falei descendo da mesa e me vestindo- a comida já deve até estar fria!

- Relaxa, eu esquento!- ele disse se vestindo- mas você não prefere tomar um banho primeiro?

E assim foi, tomamos banho juntos e jantamos. Depois ele fez questão de me levar até bem próximo de casa, pra que meus pais não desconfiassem da minha demoraEu não sei se você, caro leitor, notou, mas o tempo passou bastante do início da minha narrativa até aqui. Começamos a história no começo de fevereiro e já estávamos, nesse ponto, pelo meio de junho. Eu só tive relmente noção da minha paixão por Gehardt lá em abril. Foi rápido, até. E ainda assim, me dá até hoje impressão de que tudo o que passei me fez viver dez anos em um, naquele ano. Foi 2005, se você não fez o cálculo ainda. Bom, o importante é que com o tempo que passou, fui me familiarizando com minha orientação sexual, com minha situação como gay. Eu podia estar passando por inúmeros problemas, a maioria vinculada à minha sexualidade, outros não. Mas a minha sexualidade em si era cada vez menos um tabu pra mim. Eu ganhava confiança ao perceber que me aceitando, eu estava mais feliz, apesar de tudo que estava acontecendo.

E Otávio fazia parte desse processo, com certeza. Nós passamos a nos ver duas ou três vezes por semana, sempre na casa dele. Tavinho crescia muito e ele me disse que a raça dele era Maine Coon, a maior que existe no mundo. Nem imagino o quanto foi caro! Mas nem tudo eram flores. A minha situação na escola ia de mal a pior, já que eu não podia falar com Évora e Brunno, senão Paula desconfiaria. E as pessoas tentavam sempre me humilhar, mas pelo menos eu conseguia responder a altura, na maior parte de tempo. Gehardt me evitava e eu o evitava também. Ele continuou a falar coisas de mim, até inventou algumas histórias, sobre como eu havia tentado pegar em seu pênis várias vezes, ligado pra sua casa incessantemente...

Mas a proximidade do fim do semestre me trouxe dois grandes problemas. E de certa maneira, um peso a menos na consciência.

Eu estava me preparando para a apresentação final do bimestre, um trabalho interdisciplinar enorme envolvendo seis disciplinas sobre possíveis escolhas de carreira. Ao contrário de mim, que sempre soube que queria ser médico veterinário, muitos colegas ainda não tinham ideia sobre que curso escolher no fim do ano, na hora do vestibular. Então cada grupo ficaria com uma área e falaria para os outros sobre as profissões daquela área, e as áreas de atuação. Enfim, trabalho grande e difícil. Fui até a casa de Otávio pra pegar umas papeladas que ele me prometeu, já que falaríamos justamente da área biológica, Maria, Neto, dois outros meninos e eu.

Quando cheguei, o porteiro me deixou subir. Ele tinha ordens pra me deixar subir sempre que Otávio não estivesse recebendo visitas da família. Ele raramente me via, já que geralmente eu entrava pela garagem com Otávio.

Subi e quando cheguei no andar dele, estranhei a porta aberta, a luz vinha lá de dentro, e uma voz também. Mais uma vez, para meu desgosto, era a voz da safada loira. Ela gritava com Otávio, mas eu não entendia bem o que ela dizia. Algo sobre responsabilidade e hombridade. Nem imaginava que ela sabia usar aquela palavra... Tomei coragem e fui entrando. Já estava mais do que na hora de eu começar a enfrentar aquela puta.

Encontrei Otávio sentado no sofá, chorando com as mãos no rosto, enquanto a vaca gritava com ele de pé no meio da sala.

- Ei, sua vadia! O que você quer com o meu namorado?- eu falei puxando ela pelo ombro- você não é bem vinda aqui!

- Ai, seu viado nojento, eu até tô feliz de te encontrar aqui- ela sorriu. Não estava surpresa de me ouvir chamar Otávio de namorado- tenho uma ótima notícia pra te dar, sabia?

- Vai se mudar pro Afeganistão? Está com câncer em estágio terminal?- eu falei- sim, porque pra mim, boa notícia em relação a você, só se for assim!

- Pois nem uma coisa nem outra! Eu vim falar o Otávio, que parece que virou bicha também, mas vai ter que desvirar e já, já!- ela falou alto como sempre- porque ele vai ter que casar comigo e assumir o filho que ele fez!

- Você tá mentindo, sua vaca! Eu não entendo, porque você quer tanto me destruir?- falei- não é possível que você seja tão rancorosa, tão podre que chegue a inventar uma mentira dessas!

- Não é mentira. E você, você tirou ele de mim, tirou ele de mim duas vezes!- ela falou- você me fez perder o cara que eu amo!

- Ama porra nenhuma, sua falsa!- eu me exaltei. Otávio estava desnorteado no sofá- você queria e quer o dinheiro dele! Você não vale nada, o que eu tirei de você foi sua galinha dos ovos de ouro, só isso!

- Então vamos ver quem fica com quem- ela disse- pois eu vou me casar com o Otávio e vou dar pra ele o filho que você não pode nem nunca vai poder dar. Um homem, uma bicha que não se enxerga, querendo o que é de uma mulher? Pois nunca!

- Quer saber, sua vaca? Filho ou não, eu vou te dar o que tua mãe não te deu!

Reuni toda a raiva que estava em mim, toda a mágoa dela e de todos e dei um tapa na cara da vadia, que caiu no chão. Ela segurou o rosto e vi uma lágrima descer. No mesmo instante, me arrependi do que fiz, violência contra mulheres é algo que abomino. Mas já tinha acontecido, e o tempo não volta. Ela levantou, me olhando com tanto ódio que eu até senti um calafrio.

- Eu vou me vingar desse tapa, Donovan- ela falou entre os dentes- vou destruir sua vida, vou fazer o mundo inteiro te odiar. Escreve o que eu te digo, daqui pro fim do semestre, eu vou te ver na lama!

Ela saiu, batendo a porta. Eu gemendo e Otávio gemendo e urrando fazendo sexo, a louca fa Paula gritando... Sério, não sei como os vizinhos nunca reclamaram dele!

Fui até Otávio e só então notei o papel meio dobrado no chão perto dele. Peguei e li o que estava escrito. Era um exame de gravidez, feito em um laboratório de confiança. A vadia estava realmente esperando uma criança. Perdi o chão, mas sabia que meu namorado precisava mais de mim. Eu o abracei e o puxei para perto de mim, encostando sua cabeça no meu peito. Eu não iria mais chorar. Eu havia cansado de ser fraco e dependente. Nunca mais ninguém iria me deixar pra baixo, eu não permitiria. Precisava passar essa força pra ele.

Ele chorou durante horas. Essa forma de surto eu nunca tinha visto antes. Mas ele foi se acalmando um pouco, relaxando. O rosto dele estava inchado de tanto chorar. Eu, sem nada dizer, o levei ao chuveiro e tomamos banho juntos, apenas nos beijamos, mas não transamos. Depois que eu sequei a ele e a mim, eu o levei pra cama, sentei e fiz ele deitar com a cabeça no meu colo. Ele dormiu dessa forma. Eu pacientemente esperei que ele acordasse, umas duas horas depois.

Foi aí que, em meio a beijos e carícias, pra que ele soubesse que não importava o que ele fizesse eu estaria ao lado dele, eu falei:

- Você tem uma decisão a tomar. Não precisa casar com a Paula pra assumir seu filho, ela é maior de idade- falei- mas se for aquilo que seu coração mandar, eu vou entender. Não vou aceitar, mas vou entender.

- O que você faria, se eu dissesse que vou ficar ela?- ele perguntou- o que diria?

- Não vou desistir de você. Você é o que de melhor aconteceu comigo- eu disse- você é meu chão, minha âncora. Não posso te dar uma família, não posso ser o pai dos seus filhos. Mas posso ser o seu amor. Ser aquele pra quem você vai voltar pra casa feliz, mesmo que cansado de um dia de trabalho. Vou ser um motivo a mais pra você sorrir sempre. E se tiver que ir em todas aa festas de aniversário do seu filho e aturar a mãe dele, eu vou. W vou dar dois beijinhos na Paula pra que seu filho nunca perceba que um dia sequer houve uma briga. E essa criança vai receber de mim todo o amor que eu puder lhe dar, por que ela é um pedaço seu, a sua continuação. Se isso não for o suficiente, te dou minha vida. Você é o que tem me mantido preso a esse mundo. Você é minha linha de segurança. Sem você, com tudo que está ocorrendo, eu já teria desistido da vida. Você pode até ter seus traumas, seus surtos, mas é você quem me mantém são. E eu te amo por isso.

Ele parou e me olhou. Então levantou o rosto e me deu um beijo tão doce, tão perfeito que eu soltei o choro que estava preso na garganta.

- Era exatamente isso que eu sabia que ouviria de você- ele falou me olhando nos olhos- eu te amo e é com você que eu vou ficar. Não vou fugir da minha responsabilidade como pai, mas não quero nem a amizade da Paula. Eu te quero, pra sempre.

- Mas e agora, meu amor? Qual o próximo passo?- eu perguntei- o que você vai fazer?

- Eu, não. Nós- ele disse- vamos assumir nosso relacionamento. Quero pedir você em namoro ao seu pai.

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Comentários

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Chegou a hora em que você tem que escolher e acho que o Otávio acertou ela, esta no momento de vocês dizerem para seus familiares sobre esse relacionamento e juntar forças para vencer essa mal que te roda, e não deixe esse otario do Guê te desestruturar ele não te merece.

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Que lindo!!! O Otávio pode ter esses problemas psicologicos, mas ele é demais, um fofo. Essa Paula é muito vaca, pelo amor. Merece se dar muito mal pra deixar de ser um escroto!

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Nossa como eu queria um Otávio na minha vida. Nosa ele é um perfeito imperfeito( por causa dos surtos e traumas).

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continua logo....MT emocionante a história e mt bem escrita...mano q raiva desse Gerardt e dessa Paula...afff mil vezes

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