Boys don't cry - Meninos não choram! - 18

Um conto erótico de Pedro
Categoria: Homossexual
Contém 999 palavras
Data: 06/09/2013 10:32:15
Última revisão: 06/09/2013 10:33:22
Assuntos: Gay, Homossexual

No caminho fui falando sobre a situação do Gabriel, falei que ele perdeu o emprego, que estava com uma divida com um pinta que vende drogas, falei que a família dele era muito problemática, que ele estava passando por muitos problemas agora.

Falei também que meus pais tinha perdido a principal fonte de renda, que nossa rendam mensal caíra em pelo menos 60% e que precisaríamos nos mudar para uma casa modéstia. Falei o quanto aquilo estava sendo difícil para mim e para eles também. André apenas escutava, continuava a dirigir.

Então eu falei o que não deveria ter falado naquela hora, falei que estava namorado o Gabriel, e que ele tinha dito que ficaríamos juntos para sempre. André freou o carro tão bruscamente que uma fumaça branca se espalhou ao nosso entorno. Ele olhou para mim com lagrimas nos olhos. E chorou.

- Eu te amo Pedro. Falou entre lagrimas.

- Eu sei disso André, sei que você faria tudo para me ter, sei que fez tudo para me ver feliz, me protegeu, me deu carinho... Nos momentos que eu mais precisei você estava lá dando forças.

- E você não reconhece isso não é mesmo? Ele ainda chorava, falava muito alto. Por sorte estávamos numa rua muito pouco movimentada.

- Eu reconheço tudo que você fez por mim – ele enxugou as lagrimas e continuou a dirigir – mas infelizmente eu não te amo André, me desculpa dizer isso, eu sei que isso choca qualquer pessoa que está apaixonado.

- Eu sempre soube que você não me amava, eu sempre soube que tudo que eu fiz por você não valeu de nada.

- Valeu sim André – falei. Ele dirigia muito devagar – você conquistou minha admiração cara, você é uma pessoa muito boa, eu te acho um cara legal, você deve encontrar uma pessoa que te ame e que te faça feliz.

- MAS SÓ EXISTE VOCÊ – ele gritou – EU SÓ QUERO TER VOCÊ, EU FARIA QUALQUER COISA POR VOCÊ PEDRO, VOCÊ VAI VER ISSO!

Eu abaixei a cabeça, não falei mais nada, mas sabia que aquela conversa era necessária, eu tinha que lhe explicar que não o amava de uma forma romântica, tinha sim afeição por ele, mas era apenas uma gratidão por todo o bem que ele me fez, as coisas ruins eu esquecera.

Não falamos mais nada até chegarmos a sua casa. Quando finalmente chegamos pude ver que ele tinha uma bela casa. A casa situava-se em um dos bairros com melhor IDH da cidade, tinha grandes e bonitas janelas de vidro. Era branca e possuía um belo jardim na frente belamente adornado. O muro inteiro era na verdade um portão branco que deixava toda a casa a mostra, e que casa!

Então entramos. A sala era muito bem decorada. Assim como a mãe do Gabriel o André parecia ter um ótimo gosto para escolher os moveis e por nos lugares certos. Havia um belo piano preto na sala. A casa inteira era muito bonita. Mas eu não me sentia bem ali.

Ele olhou para mim e disse:

- Eu sei que seus pais estão desempregados, eles me falaram – dizia ele sentando-se em uma das poltronas vermelhas, muito confortáveis por sinal – eu imagino a barra que você está sofrendo com isso tudo, os problemas que eu já te fiz passar. Te peço perdão Pedro.

Ele fez sinal para que eu me sentasse em uma das poltronas, sentei-me e falei:

- Não tem problemas, já esqueci isso, relaxa.

- Eu tenho a solução para os seus problemas Pedro. Eu posso resolver suas complicações. Falou ele.

- Com uma formula mágica? Perguntei satirizando-o.

- Não, já falei com seus pais, posso conseguir um emprego de gerente para ambos, eles têm elevado grau de instrução, são inteligentes e já controlaram uma empresa. Enfim, são ótimos profissionais.

Eu não acreditava no que estava ouvindo, mesmo com toda a desesperança e o sofrimento que eu tinha proporcionado ao André ele ainda estava predisposto a me ajudar.

- André po, muito obrigado, eu não sei como agradecer.

- Não agradeça, não agora, e não dessa forma...

- Como assim? Perguntei.

Ele mudou de assunto, falou:

- E a divida com o Gabriel, eu posso pagá-la também, eu sei que você adoraria ver o Gabriel longe desse sofrimento. Ele deve estar sofrendo muito, você sabe que essa gente quando não recebe o pagamento manda matar mesmo não é?

Eu ainda não tinha pensado nessa hipótese, não tinha pensado que o Gabriel corria risco de vida. Mas era um problema real, mas um na minha vida. Eu fiquei com a imagem do Gabriel sendo assassinado pelo vendedor de drogas na minha cabeça.

André cruzou as penas, pôs o cotovelo esquerdo sobre o braço da poltrona “quebrou a munheca”. Parecia aqueles ricaços que estavam prestes a fazer um acordo com um magnata do petróleo. Ele olhou fundo nos meus olhos e propôs o que me pareceu ser a coisa mais insana do mundo:

- Eu tiro seu pai da fossa e ajudo o Gabriel com a divida, agora em troca você vai ter que namorar comigo, e esquecer o Gabriel para sempre!

Eu não compreendia muito bem o que tinha acabado de ouvir. Não era possível que o que o André falou fosse verdade, aquela ideia era inconcebível. Eu olhei diretamente em seus olhos. Ele me encarava na mesma medida que eu o fazia. Por um momento eu esperei que ele sorrise, dissesse que toda aquela loucura era brincadeira, e que faria tudo por mim sem precisar de chantagem alguma. Por um momento eu esperei acordar, afinal, aquilo só poderia ser um pesadelo; mas eu não acordei, nem ele disse que era apenas uma brincadeira infantil e sem graça. Então eu me liguei que ele tinha falado serio. E chorei.

Chorei baixinho e sem produzir som algum. As lagrimas desbravavam o meu rosto e caiam em direção ao chão, eu não tive iniciativa nem para limpá-las, apenas chorava baixinho, e sem produzir som algum.

- Meninos não choram. Disse André.

Continua...

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HPD: Louco é pouco pra esse André, convenhamos. Obrigada por ler! :D

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