Boys don't cry - Meninos não choram! - 16

Um conto erótico de Pedro
Categoria: Homossexual
Contém 1255 palavras
Data: 06/09/2013 10:23:54
Assuntos: Gay, Homossexual

Depois de um certo tempo nós nos levantamos e fomos andar pelo parque, ficamos algumas horas por ali, então eu comecei a lhe contar meus problemas. Contei-lhe praticamente a minha vida inteira, ele apenas escutava. Quando terminei de contar ele me chamou para sentar e me abraçou. Aquela atitude dele foi muito especial para min, ainda abraçado ele me disse:

- Eu tenho que te contar uma coisa, tenho que te contar um negocio que escondi até de mim mesmo por todos esses anos.

- Conte-me Gabriel. Disse eu.

Ainda abraçados ele começou a oratória:

- Lá pra quando eu tinha sete anos de idade eu tive uma pequena relação sexual com um garoto. – ele estava muito nervoso, eu poderia sentir seu coração batendo forte – eu pensei que era uma curiosidade passageira, que aquilo ia sair da minha vida, que era uma fase, uma influência talvez. Eu estava enganado, cresci com essa viadagem dentro de mim, eu me sentia mal, não gostava daquilo, pensava que era diferente do resto do mundo. Eu não queria ser uma biba. Parte do meu sofrimento da adolescência foi por esse sentimento ruim, que me intoxicava, me deixava pútrido. Eu me apaixonei por um menino aos 15 anos. Foi tão ruim. Ele jamais soube que eu era afim dele, ele odiava viados, eu tinha medo que as pessoas me descobrissem, eu tinha medo de que eu mesmo me descobrisse. Eu poderia dizer que boa parte desse sofrimento eu externalizei nas minhas ações de adolescente revoltado. Essa homossexualidade só me trouxe sofrimento.

Ele chorava muito, mas ainda ficou abraçado a mim, de frente para mim. Depois de alguns segundo assim ele se desvencilhou do abraço. Continuou:

- Quando o André disse que era seu namorado eu me revoltei, eu não queria que você sofresse aquilo que eu estava sofrendo, eu te amava Pedro.

Meu coração acelerou mais do que tudo. Eu estava suando tamanho nervosismo, naquele momento eu estava ouvindo do Gabriel uma frase que eu só ouvia nos sonhos “eu te amo”, mas estava em um pesadelo. Ainda tremendo de nervosismo perguntei-lhe:

- Então porque você não me contou? Por que você não me disse logo no começo?

- Eu sei que você não me ama, eu sabia que você jamais ia me querer. Só iria aumentar o meu sofrimento.

- Você está errado! Eu te amo Gabriel, eu te amo mais do que tudo nesse mundo.

Ele se espantou, parecia que via um fantasma na frente dele. Abaixou a cabeça, aquele dia estava sendo um grande peso na mente dele. Já eu estava me sentindo o mais elevado dos seres. Aquele “Eu te amava Pedro” ainda ecoava na minha mente. Perguntei quase sem voz:

- Mas você não me ama mais?

- Amo, amo sim. Falou baixinho, fazendo um esforço danado.

Ele levantou o rosto, fazia um esforço temendo para olhar pra mim, seus olhos verdes lacrimejavam muito, ele enxugou as lagrimas. Ele estava mais bonito do que tudo no mundo. Eu não consegui resisti à força que invadiu meu corpo e impulsionou minha boca contra a boca dele, eu o beijei.

Foi um dos momentos mais fantásticos da minha vida. Meu lábio deslizava na superfície do lábio do Gabriel, era mágico. A ponta da língua dele passou a percorrer toda a superfície do meu lábio inferior... Ele passou a mão na minha nuca e fez um carinho que me arrepiou todo. Foi muito bom, eu podia sentir sua língua dentro da minha boca, e a minha fazia o mesmo na sua.

Ficamos nos beijando ali por uns cinco minutos. Eu estava completamente desconectado do mundo exterior. As pessoas que olhavam aquela cena um tanto que inusitada não existiam para min; nem existiam as árvores que faziam sombra para nós; não existia a área de piquenique ou qualquer outra coisa no mundo; só existia aquele beijo.

Eu pressionei meu peito contra o peito do Gabriel, nós estávamos coladinhos agora. Eu fazia carinho nas suas costas, e ele na minha nuca. Não existia mais nada que contabilizasse o tempo em que ficamos nos beijando, até que ele se desvencilhou do beijo e do abraço e olhando assustado para min falou:

- O que a gente ta fazendo? Isso é loucura!

- Não acho que seja. Sorri.

- A gente não pode fazer isso, a gente não pode ser duas bichas! Ele ainda estava assustado.

- Mas nós não somos duas bichas - fiz um carinho na sua orelha – nós vamos continuar sendo os mesmos.

- Vamos? Mesmo fazendo “esse tipo de coisa?”.

- Claro que vamos, é certo que a gente vai encontrar algumas dificuldades, mas com você eu supero qualquer barreira, mesmo que ela pareça intransponível.

- Que dificuldades? Falou ele.

- Acho que a maior dificuldade vai ser aguentar um dia sem ver você! Eu sorri.

- Muito engraçado você! – sorriu também – eu to falando serio viu? Eu não aguento mais dificuldades na minha vida.

- Nem eu, mas juntos nós iremos superar todas. Disse Eu.

- Eu te amo po! Nunca pensei que iria dizer isso para um macho. Ele riu mais uma vez.

- É a segunda vez que eu beijo uma pessoa na minha vida inteira. Comentei, e ri da minha própria desgraça.

- E as meninas? Indagou-me Gabriel.

- Esqueça as meninas! Falei.

Beijei-o mais uma vez, agora ele parecia nervoso, parecia que estava fazendo uma coisa errada. Ele olhava pelo canto do olho para ver se tinha alguém olhando. Acho que ele meio que esperava a aprovação ou desaprovação de algumas pessoas que passavam perto de nós. Eu não estava preocupado com isso, nem com mais nada, só me preocupava em beijá-lo cada vez mais.

Nós ficamos namorando até o pôr-do-sol, depois fomos embora dali. Subimos no carro do Gabriel e ele perguntou:

- Para onde vamos?

- Não sei, não quero ir para casa. Falei.

- Nem eu, diga ai um lugar legal e meio privativo. Disse ele.

- Não sei, mas a gente pode parar o carro em uma rua mais ou menos deserta e namorar um pouquinho. Eu propus.

- Beleza. Vamos!

Gabriel dirigiu até um bairro nobre da cidade, nesses bairros nobres é difícil passar alguém na rua. Enquanto ele dirigia Eu não conseguia tirar os olhos dele, Eu não conseguia desgrudar um segundo, ficava alisando-o, beijando seu rosto. Era o momento mais feliz da minha vida. Ele não dizia nada, apenas dirigia.

Paramos o carro, a rua era muito pouco movimentada, já estava escuro e sem lua e o carro tinha película, daquele momento tínhamos bastante privacidade.

Beijei seu rosto, fiz um carinho nele, minha mão deslizava pelo seu peito. Eu fui abaixando a mão, abaixando, abaixando... até que cheguei no botão da sua calça. Ele apenas ria e se arrepiava todo. Ainda com a mão ali, muito perto de onde eu realmente queria chegar taquei-lhe mais um beijo, depois do beijo ele me propôs o banco de trás, como eu não sou de negar esmola a sego fui.

Eu tirei minha camisa, nossa aquele dia estava sendo maravilhoso e horrível ao mesmo tempo, a lembrança de que meu pai estava desempregado veio naquela hora, mas eu a espantei como se espanta um mosquito que zuni incessantemente no seu ouvido. Gabriel parecia estar nervoso. Falou:

- Pedro eu nunca transei com um homem, claro que eu já pensei e tal, mas não acho que consiga fazer isso assim, de uma hora para a outra. Ele parecia que não queria me magoar com aquelas palavras.

- Tudo bem Gabriel, por você Eu espero o tempo que for preciso. Disse.

- Você é o melhor namorado do mundo! Disse Ele.

- Namorado? Você disse namorado? Perguntei espantado e feliz ao mesmo tempo.

Continua...

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Aimee a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

ai eu fico todo mole, com esse tipo de coisa, kkk, adoro quando fico arrepiado!

0 0