Minha história, minha luta, minha glória 23

Um conto erótico de Dr. Friction Fiction
Categoria: Homossexual
Contém 4632 palavras
Data: 28/09/2013 15:26:43

- Bom dia, Malena. Eu sou Marcos e essa é minha esposa Yolanda- falou meu pai- esses aqui são meu filho e o namorado dele, Otávio.

- É um prazer, pessoal!- ela foi cumprimentando todo mundo, apertando as mãos e dando beijinhos no rosto. Eu me afastei e não deixei ela encostar em mim.

- Bom! Vamos ver... Vocês querem um passeio com pouca ou muita emoção?- ela perguntou rindo- porque pra mim, quanto mais emoção, melhor!

É, se ela continuasse a fazer perguntas como aquela, eu ia dar tanta emoção na cara dela, que ela ia se aposentar por invalidez! Mas enfim, tentei controlar o ciúme louco que sentia, enquanto ela se dirigia rebolativa para o carro.

- Meu amor, se controle, viu?- Otávio disse baixinho no meu ouvido- lembre-se sempre que quem eu amo é você, não uma desconhecida qualquer que mal consegue disfarçar o quanto é catiploc!

- É, mas se ela fizer gracinha, eu não respondo por mim!- falei. Nossa, será que ia começar tudo de novo?- Quer saber, eu vou ficar na minha. Eu confio em você. Nela não, mas em você sim.

Ele me deu um beijinho na testa e sorriu como quem diz "muito bem" pra uma criança. Fomos chegando perto do carro e minha mãe e meu pai já estavam entrando no carro, no banco de trás, então só tinha uma vaga atrás e outra na frente, ao lado da tal de Malena. Eu ia sentar lá, mas ela virou e me olhou de cima a baixo e disse:

- Amore, me desculpa, tá, longe de mim querer dizer que você está gordo...- ela falou afetada- mas é que eu tenho que equilibrar o peso do carro, e você parece pesado! O loirinho bonito ali é mais leve, acho melhor ele sentar do meu lado, pra balancear o peso.

- Eu acho melhor não, "amore"- eu falei olhando pra ela- ele morre de medo, se sentar aí na frente, vai vomitar em você, o que já não seria algo difícil de acontecer, de qualquer forma...

- Meu filho! Não liga, Malena, é que o Otávio tem um estômago fraco, vomita por bobagem- minha mãe falou- não tem como ele ir atrás, não?

- Bom, se vocês quiserem correr o risco do buggy virar...- ela falou fechando a cara- mas é só minha opinião, de quem faz isso APENAS há oito anos.

- Bem, se é assim, não tem jeito meu genro, tens que ir na frente- falou meu pai- Donovan, deixa de fricote, e entra logo aqui atrás.

- Ele tem que sentar no meio, é muito grande- Malena falou- inclusive o nariz, né?

- Como é, sua varej...

- Donovan! Menos, por favor?- pediu minha mãe- moça, toca esse carro pra frente, pelo amor de Deus!

E assim, seguimos para as dunas, Malena e Otávio na frente, infelizmente, e papai, mamãe e eu atrás, muito a contragosto. Começamos a subir e descer dunas, e Malena ia puxando papo com Otávio, sempre que podia. Ele, ligado que eu estava vendo tudo, fazia o possível pra ser educado mas não dava muita trela. A quenga ficava toda cheia de nhen-nhen-nhens pro lado dele, mas ele nem tchun, graças a Deus. Ela de vez em quando me olhava pelo retrovisor, principalmente nas grandes descidas, quando minha mãe gritava horrores, acho que esperando que eu também desse uma de medroso e gritasse feito uma mulherzinha. Mas eu me controlei ao máximo, engoli meu medo, eu jamais iria deixar aquela vagabunda de quinta me ver passar vergonha na frente do meu magrão!

Depois de várias subidas e descidas, começamos a retornar para a praia de onde saímos, e é claro, vínhamos mais lentos e sem grandes emoções, e com isso a vaca ficou com uma mão um pouco mais livre, e essa maldita mão, em vez de ir para o câmbio, foi parar bem na coxa do Otávio. Ah, pra que! Ele nem teve tempo de tirar a mão dela, enquanto ele já estava levantando a mão para empurrar a dela, eu já estava segurando o braço dela com tanta força que pensei que ia quebrar!

- Ai! Que é isso, ficou doido, rapaz?- ela falou- solta meu braço!

- E você tire sua mão da perna do meu noivo!- eu falei- mas que mulher oferecida!

- Donovan, mas o que foi que eu falei?- disse meu pai- pare com essas bichisses!

- Não é bichisse!- eu disse soltando o braço dela- ela está dando em cima do meu namorado descaradamente!

- Meu amor, eu nem ligo, esquece isso, por favor- Otávio disse- Foi um mal entendido, certo Malena?

-... Claro que foi. Eu jamais daria em cima do namorado de outra. Eu não sou de me faltar com o respeito- ela disse- esse é só o meu jeito, sou muito dada...

- Eu sei bem o que tu queres dar!- falei- só não vai ser pro meu namorado, viu?

- Meu filho, menos, muito menos!- disse minha mãe- ai, que eu até me arrependi desse passeio!

Continuamos o resto do caminho em silêncio, até que Malena nos deixou na porta da pousada, e meu pai pagou o passeio, pedindo desculpas pelo meu mau comportamento. Égua! eu vou te contar! Ter que ouvir ele pedir desculpas pelo MEU comportamento foi o fim! Eu já estava de mãos dadas com Otávio e comecei a puxa-lo para dentro, quando Malena nos chamou e falou:

- Olha, que tal esquecermos essa história de uma vez por todas?- ela falou- hoje a noite vai ter um luau em uma praia muito linda e bem escondida no outro lado da ilha. Se vocês quiserem ir, estão convidados. É só levar algo pra beber, algo pra comer e aparecer.

- Acho melhor não- falei- já temos planos pra hoje, de qualquer forma, né, amor?

- Bom, é, temos sim. Mas acho que não teria problemas em adiar nossos planos e ir ao luau- Otávio falou- não quero que Malena fique com má impressão nossa, príncipe.

- Concordo, vão se divertir! Não quero mais saber de você fazendo barraco por causa dessas coisas- falou meu pai- já está ficando feio, meu filho. Tem que ter confiança no Otávio, como ele tem em você.

- Vai, meu filhote, vai. Tenho certeza que vão se divertir- minha mãe disse. Já eram três contra um!- demonstre boa vontade.

-... OK, OK, nós vamos! Mas como vamos saber como chegar lá- eu disse- não conhecemos a ilha tão bem.

- Ah, que bom que não vamos ficar brigados- Malena falou sorrindo- é só chamar um carro pra levar vocês lá, todo mundo sabe onde vai ser o lual. Até mais tarde. Vamos nos divertir muito!

Entramos e eu não falei uma palavra sequer. Fomos até o quarto, ainda de mãos dadas e eu fui tomar banho. Depois que entrei, tranquei a porta. Nunca tinha feito isso, nunca. Sempre que ia tomar banho na casa de Otávio, deixava a porta aberta. Frequentemente ele entrava comigo e acabávamos transando no chuveiro. Mas eu estava puto com ele por ter aceitado o convite da varejeira. Ele foi entrar junto comigo e viu que eu tinha trancado a porta.

- Abre essa porta, Doni, anda!- ele falou- para com essa ciumeira, caramba! Eu não tenho culpa se aquela mulher ficou a fim de mim!

- Ah, é? Então porque aceitou o convite?- eu perguntei abrindo a porta- olha, Otávio, eu te amo, eu te amo de um jeito que eu confesso que eu não esperava que fosse amar. No começo eu sentia um puta tesão por ti e queria te ajudar também, óbvio. Mas agora eu te amo. E estou me sentindo tão inseguro!

- Mas não precisa se sentir inseguro, amor. Eu já não falei? Mesmo a Paula que supostamente está grávida de mim eu não quero, imagina essa moça!- ele falou- não pode ser que você ache que eu vou te trair! Depois do que a gente já passou? Depois de te trazer aqui? Só se eu fosse um canalha!

- Ai, eu nem sei o que pensar! Você é tão lindo, tão perfeito! E eu... Sou só eu!- eu disse chorando. Todas as minhas neuras vieram a tona, minha autoestima danificada por anos de bullying- eu sou um pós adolescente, espinhento, meio cheinho, narigudo, feio, sem graça... O que você quer que eu sinta vendo uma mulher linda, morena, cabelos cacheados até a bunda, que aliás é enorme, toda rebolativa pra cima de você? Eu não tenho nem chances de competir!

- Caramba, então é isso! Olha, presta atenção em mim, tá- ele segurou meu rosto com as duas mãos e olhou em meus olhos- quem não tem chance é ela, Donovan. Eu escolhi ficar com o homem que eu amo. Eu sinceramente não sei como ou porque esse sentimento surgiu, mas posso te dizer porque ele cresceu e se mantém. Foi porque eu vi o quanto você é inteligente e sagaz. Porque eu vi o coração enorme que você tem. Porque eu sei o quanto você é sério em relação àquilo que quer e faz... E principalmente porque eu te acho absurdamente sexy justamente por causa desse nariz!

Ele beijou meu nariz e depois desceu pra minha boca, me beijando calma e lentamente, suave. Era como se ele estivesse me mostrando com cada movimento de língua o que estava sentindo. Foi parando aos poucos e me encarou de novo.

- E sabe porque eu aceitei o convite?- ele perguntou. Eu fiz que não com a cabeça- Pra mostrar pra tal de Malena que é você que eu amo. E que não é qualquer mulher ou homem que apareça que vai me fazer mudar quanto a isso.

- O que você quer dizer?- eu não tinta entendido- o que pretende fazer?

- Nós vamos mostrar pra todo mundo nesse lual que o nosso relacionamento é sério e feliz- ele falou- e você a partir de agora vai voltar a ser o gentleman que eu sempre conheci.

- Certo, certo. Prometo que vou me comportar- mas se ela me provocar, para evitar problemas, vamos embora, OK?

- Combinado, então. Sairemos de lá andando se for preciso- ele falou- mas você vai sair de cabeça erguida, sem fazer nem um escândalo. Você superou a Paula, pode superar essa mulher.

Nos deitamos pra descansar um pouco e ele acabou cochilando um pouco nos meus braços. Dei um jeito de levantar sem acordar meu gato e fui falar com a única pessoa que talvez me entendesse naquele momento: minha mãe.

Bati na porta do quarto ao lado e logo meu pai abriu com uma cara de cansaço enorme. Mas logo foi chamar minha mãe e eu pedi pra conversar com ela lá fora um minuto.

- Fale meu filho, o que foi que aconteceu?- ela perguntou quando chegamos lá- ainda é por causa das mulheres que assediaram o seu namorado?

- Mulher, mãe. Foi uma só- eu disse- a mulher que sorriu ontem pro Otávio era a vaca da Malena.

- Virgem Maria, agora eu entendi todo o seu comportamento!- ela falou- então ela já sabia que vocês estavam juntos, e ainda assim ficou passando a mão no Otávio?

- Pois é! Mãe, eu lhe chamei aqui porque estou com medo que o Otávio não me ame mais porque eu sou ciumento- eu falei- eu estou com medo de perder meu magrelo, ele nunca tinha me visto assim. Aliás, eu nunca tinha me comportado assim!

- Ah, meu filho. Mas é assim mesmo! O verdadeiro amor traaz consigo várias incertezas e inseguranças- ela disse- tenho certeza que você não sentia isso com a Vânia, pois com ela não era amor. Não amor como você sente pelo Otávio, pelo menos!

- Eu sei, claro que é diferente! Mas não justifica minhas atitudes- falei choroso- e se ele se cansar de mim por isso? Se não quiser ficar comigo por causa desse meu ciúme?

- Então, ele nunca te amou. Quando se ama, tem que ser o pacote completo- ela falou- tem que amar as qualidades e tolerar os defeitos, todos eles. Não quer dizer que você não possa melhorar, óbvio. É até uma prova de amor você tentar melhorar por ele. Mas tem que melhorar principalmente por você.

- Eu vou tentar. Mas eu tenho a certeza de que ele me ama, sei no fundo da minha alma- eu disse- mas às vezes o amor por si só não é o bastante pra manter um relacionamento. Quero que ele tenha sempre o melhor de mim. O Otávio tolerou tanto da minha parte...

- Imagino... Você está falando do seu sentimento pelo seu primo, né?- ela falou- ele me contou. Você sabia que temos conversado muito pelo telefone desde que eu fui pela primeira vez no apartamento dele?

- Não, mas imaginei que mantinham um mínimo de contato, já que foi ele que me avisou do infarto do pai- eu disse- estou certo em supor que eu sou o assunto principal dessas conversas?

- Claro, né? Mas foi por isso que eu passei a gostar dele- ela falou- ele me contou o que aconteceu na primeira vez que vocês fizeram... Amor.

- O quê? Como assim? Que loucura é essa?- eu disse surpreso- como ele não me contou isso? Porque ele não me contou isso?

- Eu pedi. Queria ver quando você ia nos dizer que seu namorado te dopou e algemou antes de você consentir que ele fizesse outras coisas com você- ela falou séria- já devia ter dito. Hoje vejo que ele não é uma pessoa perigosa, meu filho. Mas poderia ser, e nós nunca saberíamos. E se te acontecesse alguma coisa?

- Desculpa, mãe. Eu queria contar junto com ele. Mas o Otávio não teve mais surtos- eu disse- e eu já tenho uma pista sobre quem pode ter violentado ele na infância.

- Hum, cuidado onde você se mete, meu filho, às vezes existem segredos que é melhor permanecerem segredos- ela falou tocando minha mão- mas eu espero que ele melhore, pois eu já amo meu genro, pelo amor que ele sente por você. Ele foi muito homem em me dizer isso!

- Verdade. E agora é minha vez de ser muito homem- eu falei- vou nesse luau e vou me comportar como o gentleman por quem o meu magrelo se apaixonou!

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.

.

A noite, por volta das dez horas, nos vestimos e saímos para esperar a carona que um funcionário da pousada ia nos dar. Compramos bebidas e pedimos um pequena torta doce na cozinha da pousada mesmo. Foi o olho da cara, mas não tinha jeito. Estávamos os dois de camisa e bermudas com sandálias de couro. Eu já falei umas dez vezes que não sou bonito, né. Mas eu acho que até dou pro gasto. Se não fosse o nariz, no qual hoje eu já dei uma arrumada, eu seria bem bonito. Naquela noite nos arrumamos. Eu fiquei passável. Ele... Simplesmente perfeito. No dia a dia, Otávio tinha a péssima mania de usar roupas muito largas. Então ele que já era magro ficava parecendo esquelético. E ele não era nada disso. Eu vinha influenciando o guarda roupa dele e compramos umas coisinhas mais ajustadas, nada colado, pois também não ficaria bem, mas algo mais sexy.

Já eu tratei de valorizar algo de muito bom que minha ascendência negra tinha me dado: minha bunda e meu volume na frente. O que eu tinha de nariz, tenho de bunda e pau (apesar de eu achar que 18, pra minha altura, é proporcional, não grande), então comecei a investir em calças e bermudas mais justas. Como meu corpo não é exatamente malhado, bem, da cintura pra cima, mantive as camisas larguinhas mesmo. Não sou gordo, mas não acho legal andar apertado se você não tem o corpo sarado.

O funcionário da pousada também estava indo ao luau e assim que ele saiu, fomos com ele.

Chegamos e nos deparamos com uma fogueira enorme, várias pessoas já estavam lá, sentadas em torno da fogueira em troncos e banquinhos. Alguns rapazes tocavam um samba velho usando um cavaquinho, um padeiro e uns outros instrumentos de percussão. A voz do rapaz que cantava não era boa, mas ele tinha ritmo. Uma mesa com coolers simples de isopor com gelo e copos descartáveis também acomodava a comida, na maioria petiscos simples e coisas compradas no centro comercial. Então Malena veio, do outro lado do fogo, nos cumprimentar. Ela estava linda, eu confesso. Vestia um micro top e uma saia que pareciam ter sido feitos de lenços ou de uma saída de praia. Quando ela chegou perto vi que era realmente uma canga amarrada de um jeito diferente.

- Oi, rapazes! Tudo bom vocês?- ela apertou minha mão e deu dois beijinhos em Otávio, que não deixou ela encostar no rosto dele- Otávio, você está lindo! E você está arrumado,....

- É Donovan, Milene- eu disse fingindo errar o nome dela, já que ela fingiu esquecer o meu- meu amor está sempre lindo. É uma pena que nem todo mundo tem alguém assim ao seu lado por mais que se esforce, concorda? Aliás, seu namorado já chegou?

- Hum, não, não tenho namorado. Estou livre, leve e solta!- ela disse- e meu nome é Malena, querido.

- Bom, onde podemos deixar essas coisas?- Otávio perguntou- e onde podemos sentar?

- Deixem as coisas na mesa e sentem do outro lado da fogueira- ela falou apontando- sentem perto da Gisele, aquela minha amiga loira, que estava comigo na praia.

- Hum, então você se lembra de nós da praia- eu falei- realmente, sabia que você não tinha esquecido.

- Algumas pessoas a gente guarda na memória pra sempre- ela falou olhando pro Otávio. Minha vontade era enfiar a mão na cara dela. Ela virou pra mim e continuou- outras, nem fazemos questão de lembrar. Mas vão lá sentar.

Ai, que ódio! Que vagabunda sem noção! Eu estava fervendo de raiva e queria ir embora, mas queria ver o que Otávio iria fazer.

- Aguenta um pouco, amorzão. Logo eu vou despachar essa ratazana- ele falou- você está se saindo muito bem, viu?

- Eu fiquei com vontade de dar na cara dela- eu falei- mas vou ser sempre um cavalheiro por você.

Chegamos perto da fogueira e cumprimentamos os presentes. Localizamos a amiga loirinha e baixinha da vaca 2 (a número 1 sempre será a Paula) e sentamos perto dela.

- Oi, gente! Bem que a Malena falou que vocês vinham- disse a tal de Gisele- a festa acabou de ficar muito mais divertida, pode crer!

Ela tinha um sotaque que não consegui identificar. Não era nordestino, mas não parecia ser do sul. Ela começou a falar sem parar sobre a Malena, dizendo o quanto a amiga estava linda, como ela era a mulher mais bonita de Noronha, que era muito cobiçada pelos turistas... Enfim, fez uma puta propaganda da puta. E logo a dita cuja voltou e falou algo no ouvido do rapaz que cantava e logo ele puxou um samba mais agitado, mais dançante, fazendo várias mulheres e alguns homens se levantarem pra sambar. Malena estava rebolando tanto que provavelmente teve que fazer um transplante de quadril depois que fomos embora de Noronha, a desgraçada. Ela ia gingando, sambando, ia até o chão, queria aparecer, claro. E assim foi boa parte da noite. Ela chegou ao descaramento de vir rebolar aquela bunda grotescamente grande dela praticamente na nossa cara, ou melhor, na do Otávio. Descarada. Como se já não bastasse uma lambisgoia possivelmente grávida do meu namorado, ainda vinha mais uma que queria dar pra ele também.

A fogueira começou morrer, muita gente já estava alta, inclusive a tosca da guia gostosona.

- Ei, você me faz um favor?- falou Gisele- vem comigo rapidinho no chalé pegar umas toras de madeira pra reforçar a fogueira?

-...Claro. Vamos lá, amor?- eu falei virando pra Otávio- ela vai precisar de mais ajuda, tenho certeza!

- Nada, relaxa! Só nós dois damos conta!- ela falou- Vem, é rapidinho! Ninguém vai morder seu namorado até a gente voltar, menino!

Olhei pra Otávio e ele deu de ombros, como se dissesse "a decisão é sua". Bem, eu estava com vontade de provar pro meu amor que eu poderia ser confiante e confiar nele também. Afinal, de uma certa maneira, aquilo era um teste. Ele precisava ver que eu não era um ciumento que iria fazer um barraco louco toda vez que uma mulher ou homem olhasse pra ele. Aconteceria mais vezes, com certeza.

Fomos andando e ela foi falando de si, que tinha tantos anos, que era de tal lugar, o que fazia na Ilha... Não prestei atenção em nada. Acho que o nome da pequena nem é Gisele :p. Assim que chegamos ao chalé, encontramos uma pilha pequena de galhos grossos. Não seria o suficiente pra reanimar a fogueira, com certeza. A pilha estava do lado de fora do pequeno chalé, de madeira.

- Poxa, acho que a madeira aqui já tá acabando- ela disse- mas tem mais aí nesse depósito. Você me ajuda a pegar?

- Claro, tá aberto?- eu perguntei- eu levo essas mais grossas e você já abre o chalé.

- Eu tenho a chave, sim. Peraí um minuto- ela falou segurando um freixe fino de galhos numa mão e abrindo a casinha com a outra- pronto, gato, vai entrando que eu vou acender a luz aqui.

- Eu não sabia que isso era um depósito- falei entrando na casinha escura. Nesse momento ouvi a porta se fechando atrás de mim- Ei! Gisele! Ficou doida, mulher? Que brincadeira sem graça!

- Fica aí só um pouquinho! É só o tempo da Malena dar uns beijos no seu namorado!- ela disse rindo lá de fora- eu volto depois pra te soltar, viu?

- Sua vaca! Eu vou à delegacia! Eu vou sair daqui e quebrar sua cara!- eu gritei- volta aqui, sua cobra! Puta que pariu!

Nem adiantava, ela já tinha ido embora. Olhei o celular e não tinha sinal. Usei a luz fraca do visor e nada que me ajudasse estava a vista, já que o casebre estava vazio. Então eu lembrei dos galhos grossos e pesados que estavam comigo. Eu pensei, bem, se eu quebrar a fechadura, das duas uma: ou eu saio daqui ou eu me tranco de vez e só com força bruta alguém me tira daqui! Mas eu tinha que arriscar, pois apesar de eu não acreditar que o Otávio beijaria a vaca, não iria deixar ele pensar sei lá o que de mim enquanto ela o seduzia.

Então, peguei o galho mais grosso e o segurei usando um pedaço da minha camisa. Fedia muito aquele lugar e eu até imaginei que seria usado como banheiro. Juntei toda minha força e bati na maçaneta de cima pra baixo. Ela nem se mexeu. Bati de novo e minha camisa esgarçou, mas a maçaneta cedeu um pouco. Aquilo me deu esperança. Respirei fundo e bati de novo, com mais força ainda, usando a gravidade pra me ajudar. Finalmente a maçaneta voou do lugar e a madeira em volta trincou. Eu afastei o corpo e dei um chute que doeu mais em mim do que fez estrago na porta, mas como ela já estava rachada, abriu! Aj, mas aquela puta ia me pagar. Olhei minhas mãos e várias farpas tinham entrado nelas. Uma era grande e estava até sangrando um pouco. Liguei o foda-se e voltei por todo o caminho que fizemos, sem pressa. Levei o galho comigo. Eu o segurava com a mão esquerda e apoiava a outra ponta no ombro. Qualquer que me visse provavelmente veria o ódio mortal estampado no meu rosto, na minha respiração ofegante, na minha mão suja de sangue. Eu avistei a fogueira e Gisele estava chegando lá e nem sequer foi até Otávio pra dar alguma satisfação do meu sumiço. Acho que ia simplesmente dizer que eu fui embora. Mas foi outra coisa que vi que me deixou irado, ainda mais do que já estava. Malena dançava sensualmente na frente de Otávio. Ele, sentado, olhava para o chão, tentando não ver a bunda gigantesca dela. Aquilo não era samba, era uma dança do acasalamento da vaca louca. Se eu estivesse do lado dela naquele exato momento, ia porretar a cabeça dela até a morte, pode ter certeza. Eu via tudo vermelho, acho que tava encarnado no cão. Porque eu nem estava pensando mais, ia dar nela. Mas tinha um bom caminho ainda pela frente e a visão do meu amor olhando pra baixo pra evitar de olhar pra buzanfa da cachorrona, o respeito que ele demonstrou por mim... Aquilo me desarmou. Como eu iria decepcionar o cara que estava demonstrando pela milionésima vez o quanto me amava? Não mesmo.

Cheguei perto e a aprendiz de piriguete da Gisele se assustou e deu um gritinho, quase caindo pra trás quando me viu com o galho na mão suja com meu sangue. Eu passei por ela e os músicos pararam de tocar e muitos rapazes se levantaram, talvez achando que eu ia matar a puta velha. Mas eu passei pela fogueira e atirei o galho nela.

- Esqueceu um galho, querida- eu não tirei os olhos de Otávio um segundo sequer desde que cheguei perto da fogueira- e porquê a música parou? Não tava lá essas coisas, mas é melhor que nada, né? Agora eu vou dançar com meu amor.

Os músicos voltaram a tocar. A mesma música sensual que estavam tocando antes, acho que pra ver o que eu ia fazer. Malena ficou meio que no meio do caminho entre Otávio, que se levantou, e eu. Ele passou por ela e me pegou pela cintura.

- Você como sempre me surpreendendo. E essas vacas sendo previsíveis- ele falou enquanto nos abraçamos. Eu sei que alguns caras nos olharam com nojo- e você ainda pergunta porque eu nunca te trocaria por uma mulher dessas? Eu te amo.

- Eu também, meu amor. Agora, nós vamos arrasar na dança- eu falei só pra ele ouvir- entra no meu jogo, quero ver a cara dessa mulher no chão.

Eu comecei a rebolar, dançando com ele o mais sexy que consegui sem ficar afeminado. Ele fez o mesmo. Ele é meio sem jeito pra isso, mas fizemos o nosso show. Logo eu tinha virado de costas pra ele e comecei a roçar minhas bunda no volume dele. Estávamos nos entregando, não era mais só uma dança pra provocar a Malena. Era a NOSSA dança do acasalamento. As mãos dele não paravam em um só lugar no meu corpo, e os outros casais também ligaram o foda-se e entrar no jogo. Eu vi que até a lambisgoia da Gisele se arranjou com um carinha. Só Malena ficou chupando o dedo, já que ela achava que ia ficar com Otávio e não convidou ninguém pra ficar com ela. Otávio me virou e me deu mais um beijo de cinema, com direito a me curvar para trás e tudo.

- Agora, meu amor, a cereja no bolo- ele falou- você tem coragem de fazer uma loucura comigo?

- Tenho coragem de ir ao inferno e voltar se for por ti- eu falei- o que você quer fazer?

- Vem comigo.

Ele me pegou pela mão e me levou até a praia, descendo até a beira da água tirando a camisa e a bermuda. Logo já estava completamente nu, e eu, quando cheguei mais perto da água fiz o mesmo. Estávamos a cerca de 100 metros de onde as outras pessoas estavam. Ele foi me puxando pra água e eu me arrepiei todo com a temperatura que estava. Mas aguentei e segui em frente. Ele me pegou pela cintura e me puxou para si, e eu atraquei minhas pernas entorno da cintura dele. Pensei que ele ia me levar pra tomar um banho de mar, mas quando senti seu membro duro tocando minha entrada... Eu entendi a cereja do bolo. Ele ia me amar ali, na água, pra que todos vissem.

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Comentários

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Bem feito pra essa mulherzinha. Kakakakaka se deu mal! Haha mt bom;)

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mulher quando cisma que é a top não mede esforços até conseguir o que quer... Só que nesse caso não deu certo e levou um belo fora haushaushaus. Essa nunca mais tenta roubar o namorado/ ficante/ paquera de ninguém hahaha; Otávio ganhou outros vários pontos por ter resistido, te respeitado e por não ter ficado com a oferecida ^^

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Nossa essa Malena e essa Gisele duas putas invejosas. Mas que bom que confiasse no Otávio e ele foi incrível fazendo o que fez contigo. 10.

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Mais que até eu fiquei com ódio dessa vagabunda. Tu não deverias ter ido buscar madeira, tinha jogado ela na fogueira que era fogo pro ano todo, já que ela tem a cara de pau e o rabo tem faísca. O Otávio é um perfeito. Ai, ai, fiquei imaginando vocês fazendo amor no mar, deve ter sido tão lindo ;$ O tamanho está ótimo e a história melhor ainda!!

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O tamanho dos contos está bom? Imagino os rostos de vocês quando leio os comentários. Abraços!

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