Você Quer Ser Meu Pokémon? Cap. 15

Um conto erótico de Fã do Pokemon Gui/Dodói
Categoria: Homossexual
Contém 5783 palavras
Data: 25/09/2013 01:14:39

Fiquei apreciando o panorama que a janela me propiciava, só depois de uma hora é que Ferdinand acordou.

Primeiro ele se espreguiçou, depois abriu os olhos de forma cerrada até se acostumar com a luminosidade do dia e em seguida se ajeitou na poltrona do ônibus. Ele ficava simplesmente muito lindo com aquela carinha de sono

- Bom dia... – eu falei.

- Bom dia. – ele respondeu.

Nossos olhos se encontraram e demoraram-se no arrostar, como se fossem cúmplices de algum segredo, como se fossem dois amantes. Ele desviou os olhos depois de alguns segundos.

- Estou com fome, você não? – ele perguntou.

- Estou. – eu respondi. – A gente já deve chegar na cidade daqui a pouco.

Aos poucos, o resto do ônibus ia acordando. Chantelle acordou e começou a tagarelar com a gente, estragando todo o silêncio gostoso da manhã que até então eu desfrutava.

Chegamos em Sucre, capital constitucional da Bolívia (La Paz é a capital política).

A cidade era bastante bonitinha, acolhedora, com uma arquitetura ibérico-colonial bem conservada.

Resumidamente, tomamos um café-da-manhã numa cafeteria charmozinha que havia em frente a praça no centro da cidade, logo em seguida procuramos um lugar para nos hospedar. Os preços em Sucre eram um pouco mais caros que em Santa Cruz de La Sierra, mas nada que saísse da esfera do barato para um brasileiro, cujo “real” tinha um alto poder aquisitivo em relação a moeda boliviana.

Passamos a manhã dormindo na hospedaria, pois a viagem tinha sido cansativa. Acordamos para almoçar e de tarde fomos explorar a cidade. A cidade era movimenta, cheia de pessoas nas ruas, fazia um friozinho gostoso, lembrando de forma bem precária alguma cidade européia.

No final da tarde, decidimos ir numa peça teatral de comédia que haveria no teatro de Sucre. Fizemos um lanche numa lanchonete que havia por lá e depois fomos para o teatro, confesso que o humor boliviano não me agradou muito (gosto de humor irônico, sarcástico, essas coisas...).

Depois do teatro - entediante – mas que serviu a título de experiência cultural – fomos para um barzinho que havia na travessa boêmia da cidade – na verdade acho que o nome “taberna” seria melhor para descrever o lugar do que a designação barzinho – o lugar era bem caricato, lembrava realmente um local onde os bárbaros na idade média se encontrariam para encher a cara.

Eu, Ferdinand e Chantelle, nos divertimos muito entre um copo e outro das cervejas bolivianas e o magnífico show de dança que era apresentado no bar por três cholas e um pianista.

Quando voltamos para a hospedaria, cansados, Chantelle foi para seu quarto e eu e Ferdinand fomos para o quarto que dividiamos. Nossos olhores se esbarraram com feições de expectativas, eu senti um calor dentro de mim, os acontecimentos do ônibus ainda estavam no ar, sem um ponto final...

Os lábios de Ferdinand me atraiam como se fossem dois imãs, talvez fosse apenas o efeito do álcool na minha cabeça...

O nariz de Ferdinand aproximou-se do meu. Nossos olhos ficaram se encafifando.

- Você já odiou uma pessoa? - perguntou-me Ferdinand.

- Mais de uma. Aliás, várias. - eu respondi. - Mas por que a pergunta?

Ferdinand ficou quieto, assentou na minha cama, sem pedir a minha permissão.

- E você já amou uma pessoa? – ele perguntou.

- Eu amo meus pais e meu irmão. – eu respondi e logo em seguida me senti meio ridículo de ter dado aquela resposta, era óbvio que não era nesse sentindo que ele tinha feito a pergunta.

- Sim... É claro. – falou cabisbaixo Ferdinand.

- O que está acontecendo? – eu perguntei diante da cara murcha de Ferdinand.

- Acho que bebi muito. – ele falou sorrindo. – Tô meio sentimental...

Ele se levantou da minha cama, trocou de roupa na minha frente e, em seguida, caiu igual uma bomba na cama dele.

Eu me senti completamente frustrado por não ter dado um beijo nele, a gente estava tão no clima. Havia algo dentro de mim que me fazia ter medo de beijar Ferdinand, e acho que ele também sentia isso.

Mas por que eu tinha medo de beijar Ferdinand? Eu sabia que ele me curtia e tal... Por que o medo de beijá-lo?

Preferi não responder a pergunta, troquei de roupa e caí no conforto da minha cama, deixando o sono me levar para a tranqüilidade da noite.

O dia seguinte amanheceu com céu limpo, cheio de energia. A pousada oferecia café-da-manhã, onde eu tive a oportunidade de experimentar o chá feito com folha de coca, que o pessoal tomava para não sentir os efeitos da altitude. Eu, Ferdinand e Chantelle não tínhamos tomado antes o chá porque já havíamos comprado um remédio para a altitude que combatia os efeitos da altura assim como o chá.

Depois do café-da-manhã, fechamos a conta da pousada e fomos para a rodoviária, lá compramos nossas passagens para Potosí, a cidade mais alta do mundo.

A viagem transcorreu de forma normal, Chantelle não se cansava de dar em cima de Ferdinand. Toda vez que o ônibus parava num pedágio, vinha um bando de bolivianos e bolivianas oferecerem lanchinhos pelas janelas do ônibus, nada que me apetecesse muito. Ferdinand quis comprar um suco de limão caseiro que vinha num saquinho plástico (igual aqueles saquinho com peixe), mas eu não deixei ele comprar.

Potosí era apenas um entreposto parar podermos chegar no deserto de sal, não estávamos realmente esperando muita coisa da cidade. A periferia da cidade onde ficava a rodoviária era bem feia, o centro era mais bonitinho, embora Sucre fosse mais bonita. Chegamos de noite na cidade, jantamos e depois fomos procurar um lugar para nos hospedar.

A pousada estava meio cheia, só havia um quarto de solteiro e um de casal. Depois de alguma deliberação, em que Chantelle tentou implicitamente de qualquer forma ficar com Ferdinand no quarto de casal, ficou decidido que ela, por ser mulher, ficaria no quarto de solteiro, e eu e Ferdinand ficaríamos no quarto de casal.

- Você se incomoda de dormir na mesma cama que eu? – perguntou-me Ferdinand sem jeito.

- Não. Por mim não tem problema nenhum. – eu respondi, fazendo aquela pose de quem é bem resolvido sobre a sexualidade.

Então foi aí que eu pensei, talvez Ferdinand estivesse sem graça de tentar alguma coisa comigo, ele tinha tentado no ônibus e não tinha dado certo, ele ainda não sabia se eu curtia ou não, talvez tivesse que ser eu que teria que dar o passo em frente, senão provavelmente não iria acontecer nada entre a gente...

A pousada era simples, o quarto era simples, mas pelo menos o quarto era suíte, quer dizer, tínhamos um banheiro exclusivo nosso, o que normalmente não acontecia nos outros hostels.

Ferdinand pediu para tomar banho primeiro e eu deixei. Tínhamos decido não sair naquela noite, pois precisávamos descansar.

Fiquei na cama, pensando no vazio, escutei o chuveiro ser aberto e o barulho da água cair. Comecei a me sentir inquieto, tive vontade de entrar no banheiro e ver Ferdinand pelado, tomando banho. Mas eu estava com medo... Medo de quê? Eu não sabia explicar o meu medo. Mas não era medo de ser rejeitado, era outro medo que eu não sabia explicar.

Olhava o teto do quarto inquieto, escutando o barulho do chuveiro, imaginando a água quente escorrendo pelo corpo de Ferdinand.

Levantei-me da cama, com o coração batendo acelerado, com dúvidas se devia fazer aquilo que eu queria ou não.

Aproximei-me da porta do banheiro, hesitante. Recuei, fiquei andando pelo quarto, passando a mão pelo rosto, sentindo um oco na barriga.

Respirei fundo e encostei minha mão na maçaneta da porta do banheiro, torcendo para a porta estar trancada.

Levemente fui girando a maçaneta até completar o giro, empurrei discretamente a porta para frente, querendo que ela não abrisse, mas ela abriu. Uma leve onde de vapor bateu contra meu rosto. As roupas de Ferdinand estavam jogadas em cima da tampa da privada. Eu via apenas um leve contorno do corpo do austríaco pela cortina do chuveiro. Ele ainda não tinha percebido a minha presença dentro do banheiro, estava cantarolando alguma música em alemão, tão meigo.

Com muito cuidado, fui tirando a minha roupa, primeiro a minha camisa, depois o tênis, depois a calça, depois a cueca, depois a meia, tudo sem fazer barulho. Coloquei tudo em cima da pia e, descalço, completamente nu, fui me aproximando da cortinha do chuveiro.

Uma imagem bizarra apareceu na minha cabeça, de repente eu me senti no filme “Psicose”, como se eu estivesse com uma faca e fosse surpreender a garota que estava tomando banho, abrindo a cortina na calada do silêncio. Ri de mim mesmo e afastei esse pensamento bobo da minha mente.

Fui ficando cada vez mais próximo, então percebi que ele percebeu a minha presença. Segurei a minha respiração, vi ele abrindo com força a cortina.

Ele me olhou surpreso. Eu não tive outra reação a não ser ficar ali petrificado.

Ferdinand ameaçou abrir a boca para exclamar qualquer coisa, mas antes que ele pudesse falar alguma coisa, eu me precipitei sobre ele, avançando meus lábios pra cima dos seus lábios molhados. Provei do beijo austríaco, gostoso, suave e sensual... Porém por poucos momentos, Ferdinand, para a minha surpresa, logo virou o rosto.

Fiquei atordoado. Eu tinha certeza que ele curtia!

O que houve de errado? Eu pensei. Fiquei olhando para ele, com uma expressão de ingenuidade nos meus olhos e com um pouco de vontade de chorar, me sentindo parcialmente rejeitado por ele.

Pensei em citar o episódio do ônibus - em que ele pegou no meu pau - para tentar justificar a minha atitude de agora, entretanto achei por bem ficar calado.

Depois de alguns instantes de silêncio, ele resolveu abrir a boca.

- O que você está fazendo? – ele me perguntou com a cara mais lavada do mundo.

Me senti demente naquele momento. Dei de ombros, sem outra resposta que eu pudesse dar.

- Sua boca me dá tesão. – eu finalmente criei coragem e respondi, tentando suprimir os meus puderes de menino certinho.

Ferdinand pareceu surpreso com a minha reposta tão escancarada, ficando quieto por alguns segundos.

Naquela hora, resolvi ligar o foda-se e tasquei mais um beijo naquele austríaco gatinho que estava na minha frente, correndo o risco de levar um soco na cara.

Ele me empurrou antes que eu pudesse penetrar minha língua na boca dele.

- Espera... E se a gente gostar? – ele perguntou.

Eu olhei para ele um tanto chocado... Que dilema adolescente era aquele? Será que ele nunca tinha ficado com outro menino antes? Ele parecera tão taradinho e seguro quando tinha pegado no meu pênis na noite do ônibus.

- Se a gente gostar, melhor ainda. – eu respondi sorrindo, mas por algum motivo meu coração ficou apertado com aquela pergunta.

.

A pergunta de Ferdinand ficou ecoando na minha cabeça. E se a gente gostar?

Eu demorei a entender o que ele realmente queria dizer com aquela pergunta. Aos poucos, a minha ficha foi caindo.

E se a gente gostasse?

Será que seria “melhor ainda”, como eu tinha dito?

Se a gente gostasse, ia ser ruim, porque em La Paz teríamos que nos despedir, cada um teria que seguir o seu rumo... Nossos corações iriam se partir.

Ferdinand tinha razão. Era um grande risco dar um beijo nele. Eu corria o risco de gostar...

Ficamos nos olhando, cúmplices desse ardil dilema, tentando achar alguma solução para o impasse.

Eu sabia com todos os detalhes o que era gostar de uma pessoa e de repente ficar órfão. Era o que tinha acontecido com Guilherme. Maldito dia que eu fora gostar dele, ele tinha me abandonado, e a dor de saber que eu nunca mais sentiria os lábios dele era grande. O mesmo poderia acontecer com Ferdinand... Será que valia a pena ter um caso com ele nessa viagem e ficar eternamente com saudade?

Por outro lado... Será que valeria a pena ficar eternamente pensando como teria sido o beijo daquele lindo austríaco?

E foi esse argumento que usei para convencer o Ferdinand.

- É um ponto... – ele balbuciou.

Enquanto isso, nossos corpos já estavam se coçando, loucos para se encontrarem, para sentirem o calor da pele um do outro. Nossos olhos já estavam soltando faíscas, o desejo era intenso, a vontade era irresistível.

Agarrei Ferdinand pela cintura e devorei-lhe um beijo, liberando todo o calor que estava dentro de mim, torcendo para não gostar do beijo dele...

Ele me puxou para dentro do boxe, nossos braços se enroscaram num abraço profundo enquanto nossas bocas se deliciavam uma com a outra em total gula e a água quente do chuveiro caía sobre nós. O beijo dele era delicioso!

Uma sensação gostosa, puro prazer. Nossos paus, já ligeiramente duros, se esfregavam um no outro, me dando um tesão fora de controle.

Acho que Ferdinand foi o primeiro a perder o controle. Ele se abaixou na minha frente, pegou no meu pau, ficou olhando durante um tempo para ele, admirando-o, e, em seguida, fechou os olhos e começou a chupá-lo.

Eu sentia o calor e a umidade da boca de Ferdinand massageando meu pau, ao mesmo tempo em que água quente do chuveiro caía sobre mim.

Enquanto ele se deliciava com o sabor da minha pica, eu segurava seus cabelos, controlando o ritmo com que meu cacete fudia aquela boquinha daquele europeu lindo. Os dedos das minhas mãos se fincavam com força no couro cabeludo de Ferdinand enquanto eu fazia força para respirar ao mesmo tempo em que gemia de prazer.

Ferdinand com uma das mãos segurava meu pau e com a outra ele massageava o meu saco, era relaxante e ao mesmo tempo excitante, meu corpo estava tendo calafrios de deleite com aquele magnífico boquete que Ferdinand estava me pagando.

Fiquei admirando aquele lindo garoto de joelhos na minha frente, sendo subjugado pelo meu pau, servindo ao meu inteiro prazer. Vê-lo de joelhos, chupando meu cacete duro, me deixava mais tarado ainda.

Comecei a sentir vontade de gozar. A vontade foi crescendo cada vez mais.

Fui segurando o máximo que podia, prendendo a respiração e me contorcendo todo, até não conseguir mais. Eu segurei tanto, que, quando eu gozei, foi que nem uma explosão, ejaculei uma quantidade enorme de leite dentro da boca de Ferdinand.

Soltei a respiração aliviado e joguei meu corpo pesado contra a parede do boxe, me sentindo leve e ao mesmo tempo incapaz de me manter em pé. Fechei os olhos e fiquei curtindo aquela sensação de prazer que aos poucos ia se dissipando.

Respirei fundo e olhei para Ferdinand. Ele agora já estava em pé e me encarava com uma expressão meiga. Dei um abraço. Logo depois, ele pegou o sabonete e começou a ensaboar o meu corpo, eu não tinha força nenhuma para me lavar, então deixei que ele me desse banho.

Depois do banho caímos na cama, limpinhos e cheirosinhos e ficamos de chameguinho um com o outro.

Acordei no dia seguinte com Ferdinand abraçadinho atrás de mim, todo dengo. Fiquei observando o modo como ele dormir, todo lindinho. Confesso que fiquei meio apaixonado.

Depois do almoço, fomos para a rodoviária comprar passagens para Uyunni (a cidade que ficava próximo do deserto de sal), havia vários horários. Somado a isso, a rodoviária estava uma bagunça, cheia de gente e, além disso, Chantelle estava menstruada e estava precisando ir constantemente ao banheiro. Fora isso, aconteceram várias outras coisas, que não merecem ser detalhadas aqui (sobretudo um problema com um mapa que Ferdinand queria comprar), que fizeram com que nós três nos desencontrássemos na hora de comprar as passagens de ônibus. No final das contas, cada um comprou uma passagem para um horário diferente de saída, com uma diferença de 15 minutos de um para o outro.

Assim, o ônibus de Ferdinand saia às 15h00min, o meu saia às 15h15min e do Chantelle saia 15h30min.

Diante da confusão, tentamos trocar as passagens para que fossemos nos mesmo ônibus, mas a má vontade dos atendentes associado a bagunça que estava a rodoviária, acabou impedindo que a gente conseguisse fazer a troca. Tivemos que ir em ônibus diferentes, mas combinamos de um esperar um o outro na rodoviária de Uyunni, para não nos desencontrarmos.

Foi estranho e ao mesmo tempo legal viajar sozinho, afinal a idéia do mochilão em principio era de ter feito toda a viagem sozinho até Machu Picchu (plano que já havia se modificado completamente, ao invés de ir para Machu Picchu, eu estava indo para o Salar de Uyunni – o incrível deserto de sal – e ao invés de estar indo sozinho, estava com Ferdinand e Chantelle).

Eram 4 horas de viagem (o que era pouco, considerando que as viagens que estávamos fazendo na Bolívia eram das casas de 16 horas, 12 horas, quando pouco, 8 horas... Então 4 horas era como se fosse uma viagem relâmpago.

Chegando na cidade de Uyunni, tomei um susto ao perceber que o ônibus parara para a gente desembarcar no meio da rua, não havia rodoviária lá. Isso era especialmente preocupante porque eu, Ferdinand e Chantelle estávamos em ônibus diferentes, seria mais fácil nos perdermos ali na rua. Em todo caso, fiquei torcendo para que todos os ônibus parassem no mesmo ponto da rua (existia a possibilidade dos ônibus poderem parar em pontos diferentes da cidade, sei lá...).

Quando desci do ônibus, rodei minha cabeça, procurando Ferdinand. Será que ele estaria ali?

Olhei por todos os cantos, mas não o vi. Resolvi me preocupar com a minha bagagem, antes que alguém pudesse roubar ela. Acotovelei as pessoas para poder chegar no cara que estava entregando as malas, depois de algum sofrimento, disputando espaço com outras pessoas, consegui pegar meu mochilão. Nesse momento, sinto alguém me abraçando por trás. Tomei um susto, achando que era algum ladrão, mas ao ver aquele sorriso austríaco inconfundível, me acalmei e dei um abraço forte em Ferdinand, feliz da vida por não tê-lo perdido.

- Vamos – falou ele, me agarrando pelo braço para me tirar daquele bolo de gente. – Eu procurei me inteirar e descobri uma agência de passeios que vende o pacote de visitação para o deserto por um preço bom.

- Mas e Chantelle? – eu indaguei.

Ferdinand parou por um momento e me olhou nos olhos, como quem pergunta “Você realmente quer esperar por ela?”

Eu dei de ombros. Fomos embora dali, sem olhar para trás, sem esperar Chantelle, dando um perdido na pobre menina. Senti um pouco de peso na consciência, afinal a menina não falava espanhol, o que dificultava as coisas pra ela na Bolívia, mas tentei me consolar com o fato de que ali em Uyunni, o turismo era mais consolidado e não seria tão difícil de ela achar alguém que falasse inglês...

Eu e Ferdinand fomos à agência de passeios, conversamos com uma moça chamada Fátima, que trabalhava lá. Depois de uma negociação exaustiva, conseguimos comprar um pacote de passeio de três dias no deserto, com tudo incluído, local para dormir e comida, por 70 dólares por pessoa (graças a mim, porque se dependesse de Ferdinand, a gente teria pagado o primeiro preço que a mulher tinha falado, ou seja, 120 dólares).

O Salar de Uyuni é um deserto de sal, a maior planície salgado do mundo, fazendo fronteira com o deserto do Atacama (Chile). A exploração turística do lugar é feita por agências bolivianas situadas na cidade local, que leva o mesmo nome, Uyuni. O problema é que os preços e a qualidade dos serviços podem variar muito de uma agência para outra, assim, você pode achar uma agência que cobra um preço caro e oferece um péssimo serviço, ou o contrário, achar uma agência que cobra um preço barato e inclui várias coisas no pacote. Antes de chegar em Uyuni, eu já tinha feito um levantamento de preços na cidade Potosí, com alguns turistas que eu tinha conhecido, e acabei achando o preço que eu tinha negociado com Fátima (70 dólares), um preço mais do que bom.

Na verdade, eu só tinha conseguido esse preço, porque ela estava querendo fechar uma caravana de passeio em que faltavam apenas dois lugares, então para ela, era vantajoso fechar logo comigo e Ferdinand, porque o passeio saia na manhã seguinte e se ela não fechasse, o passeio iria “sem a capacidade máxima” (conseqüentemente ela deixaria de ter um lucro maior).

O passeio no deserto funcionava da seguinte forma. Havia duas opções. A primeira opção era o passeio de 1 dia, em que se ia e se voltava no mesmo dia, conhecendo apenas o deserto de sal propriamente dito. E a segunda opção, era o passeio de 3 dias, em que se passava três dias no deserto, no primeiro dia conhecia-se o deserto de sal, no segundo dia conhecia-se um pedaço do deserto do Atacama e o terceiro dia era a viagem de volta.

Eu e Ferdinand ficamos com o passeio de 3 dias, porque a gente achou que valia a pena conhecer o deserto do Atacama; sem contar que tínhamos conseguido esse preço com um bom desconto, já que a gente ia fechar o grupo da viagem.

O grupo de viagem era de 14 pessoas, que iriam distribuídos em duas Toyotas 4x4.

Dessas 14 pessoas, 3 delas eram da agência de passeios, sendo 2 motoristas (um para cada carro) e a cozinheira. O resto (as outras 11 pessoas), eram os turistas em si, eu e Ferdinand, um rapaz francês que estava viajando sozinho, um casal da Alemanha, um grupo de 4 argentinos e 2 duas garotas russas.

Fátima queria que a gente pagasse tudo adiantado, coisa que eu não aceitei de jeito nenhum, não era bobo igual Ferdinand, vai que a mulher desse um golpe na gente. Eu queria pagar só na hora, mas a mulher ficou buzinando na minha cabeça, dizendo que eu poderia dar um bolo nela e tal. Depois de mais alguma negociação, falei que pagava 20 dólares, como sinal, os outros 50 dólares eu pagaria no dia seguinte, quando o passeio estivesse saindo. Fátima hesitou, mas acabou aceitando (nessas coisas eu era muito cabeça dura).

Após fechar o pacote, eu e Ferdinand fomos procurar um local para nos hospedar. Fátima nos recomendou um hostel que ficava ali perto. Os preços de hospedagem em Uyuni eram sensivelmente mais caros que nos outros lugares que havíamos estado. Bom... Fazer o quê né? Estávamos cansados, já era noite e não estávamos com disposição de ficar pesquisando outros lugares, então acatamos a indicação de Fátima e ficamos no hostel que ela havia indicado.

Fizemos o “check in” no hostel, deixamos nossas malas no quarto, tomamos banho (juntos, por sinal, era uma delicia tomar banho juntinho com Ferdinand, mas sem maiores intimidades, porque era um banheiro coletivo, não exclusivo do nosso quarto), vestimos nossas blusas mais quentes, porque estava muito frio (fazia muito frio de noite, já que era deserto, e muito calor na parte do diaE fomos procurar um lugar bom para comer.

Uyuni era uma cidade pequena, mas lotada de turistas e mochileiros, que enchiam os restaurantes e bares, conversando sobre os planos do dia seguinte, sobre lugares que tinham conhecido, lugares que queriam conhecer, trocando experiências. A cidade tinha um ambiente muito agradável, um friozinho gostoso, as pessoas andando na rua. Minha vontade era de andar abraçadinho a Ferdinand, me esquentando no corpo dele. Enfim, ali era lugar romântico, que me fazia querer ficar grudadinho naquele austríaco lindinho e quentinho que estava do meu lado.

Achamos um restaurante bem arrumado que, por sorte, tinha acabado de vagar uma mesa. O clima era de alegria gratuita.

O garçom nos trouxe o cardápio. Lá eles ofereciam carne de Lhama (um animal típico da Bolívia). Não deu outra, acabamos escolhendo o prato que vinha com carne de Lhama que era servido junto com purê de batatas (afinal, ir na Bolívia, ter a chance de experimentar carne de Lhama e não experimentar...).

A carne era muito semelhante a carne bovina, só que mais macia, suculenta e saborosa que a carne de boi, foi uma surpresa muito boa (eu confesso, eu tinha achado que a carne de Lhama ia ser ruim) e outra coisa, o purê combinava perfeitamente com a carne.

Após barriga cheia, demos uma voltinha pelos camelôs da rua, que estavam cheios de turistas e voltamos para o hostel, pois teríamos que acordar cedo.

Deitamos na cama, debaixo das cobertas, por causa do frio e ficamos nos beijando. Eu não me cansava nunca de provar os sensuais beijos de Ferdinand.

A temperatura debaixo dos cobertores foi esquentando, eu não sabia muito bem se eu estava preparado para dar o passo seguinte depois dos beijos... Tá certo que Ferdinand já tinha me pagado um boquete... Mas eu não estava muito a vontade de pagar um boquete para ele.

Os beijos foram se prolongando no tempo, como se Ferdinand estivesse esperando a minha iniciativa de ir para as partes baixas dele e pagar um boquete para ele; e eu, ao mesmo tempo, estivesse esperando a mesma atitude dele; nós os dois, sutilmente inflexíveis.

O problema era que os beijos de Ferdinand eram muito gostosos e faziam meu corpo arder de tesão, meu pau ficava duro só de sentir a respiração dele na minha pele. Ao mesmo tempo, eu comecei a achar um preciosismo bobo da minha parte desperdiçar uma oportunidade dessas. Um austríaco lindo na minha cama e eu me segurando para não cair de boca no pau dele, com medo de que ele me acharia uma “puta”.

Sem que eu pudesse mais controlar a minha excitação e vontade, fui descendo meu rosto em direção a virilha de Ferdinand, passando pela barrinha gostosa dele até chegar na cueca, que já estava meio melada e com o pau duro querendo sair.

Fiquei acariciando o volume que se formava na cueca enquanto as mãos de Ferdinand massageavam meus cabelos.

Puxei a cueca para baixo, desabrochando aquele cacete lindo e duro. Cai de boca, de maneira inocente e, ao mesmo tempo, maliciosa; saboreando aquele pau gostoso, como se estivesse degustando a masculinidade de Ferdinand.

O calor foi aumentando e Ferdinand jogou as cobertas para fora da cama, me pegou com força pela cintura e me jogou na cama, ficando com seu corpo quente por cima de mim, enquanto me beijava com ardor e arrancava minha cueca para fora, apertando minhas coxas e minha bunda.

Ferdinand se levantou subitamente e foi até sua mochila, voltando com um pacote de camisinha na mão.

Antes de prosseguir, ele parou e ficou me olhando, esperando que eu desse algum sinal de aprovação para ele prosseguir.

Eu o agarrei pelo pescoço e puxei seu corpo junto ao meu, devorando-lhe um beijo, e ele entendeu que isso era um sinal de que ele podia ir em frente.

Nossos corpos se enroscaram. Eu sentia o pau duro de Ferdinand se esfregando contra meu corpo.

Ele abruptamente abriu minhas pernas, me olhou com uma cara de tarado e um sorriso lindo no rosto e, em seguida, foi em direção a minha bunda e começou a dar mordidinhas nela, gradativamente se aproximando do meu ânus.

Fechei os olhos enquanto meu corpo se eriçava. Senti a língua úmida de Ferdinand tocar a portinha do meu cu.

Ele ficou ali lambendo meu rabo e eu sentia prazer. Eu não gostava de admitir isso, mas eu estava sentindo prazer. Ele então enfiou a língua dentro da minha bunda e começou um longo beijo, penetrando meu cu com sua língua molhada, lubrificando a região com saliva.

Ferdinand retirou a língua e aproximou-se de mim, oferecendo seu dedo do meio:

- Chupa. – ele mandou.

Eu peguei a mão dele, aproximei-a da minha boca e comecei a chupar o seu dedo do meio, sentindo a textura macia e as aderências da pele que o envolvia.

Ele tirou o dedo, voltou a levantar as minhas pernas e enfiou seu dedo do meio, que estava molhado com a minha saliva, dentro da minha bunda, me penetrando com seu dedo médio.

Gemi um pouco, com uma mistura de dor e prazer.

O dedo de Ferdinand começou a massagear meu ânus.

Ele enfiou mais um dedo, arreganhando a minha bunda, e continuou a massagem.

Com o tempo, eu fui me acostumando com a presença daqueles dois dedos invasivos dentro de mim.

Foi então que Ferdinand vestiu seu pau com o preservativo e, ato seguido, colocou minhas pernas por cima de seus ombros, me fazendo de frango assado. Com charme e sensualidade, ele foi aproximando sua cintura da minha bunda, até eu sentir a cabeça do cacete dele encostar na entradinha do meu cu.

Ele inclinou seu corpo sobre o meu e começou a me beijar, um beijo ardente, devorador, e, sem qualquer aviso pretérito, forçou a entrada de seu pau dentro de mim enquanto me distraia com esses beijos calientes.

Ferdinand não perdeu tempo, começou a me fuder deliciosamente. Os gemidos de prazer dele, enquanto comia a minha bunda, ecoavam discretamente pelo quarto.

O pau de Ferdinand era grande e grosso.

O mais gostoso era beijá-lo ao mesmo tempo em que eu sentia o cacete dele me arregaçando.

Ele começou a aumentar o ritmo, desenfreadamente, desesperadamente, desenloucadamente.

A respiração dele começou a ficar acentuadamente mais ofegante.

Ele tirou o pau de dentro de mim, aproximou-se do meu rosto, tirou a camisinha e começou a se masturbar na minha frente.

Eu também comecei a me punhetar enquanto via aquele garoto gostoso se masturbando na minha frente.

Poucos minutos adiante, ele parou o movimento com a mão, prendeu a respiração e, um centésimo de segundos depois, eu vi um jato branco e quente sair do pau dele e atingir meu rosto. Aquela porra no meu rosto me causou um tesão tão enorme, que imediatamente eu também gozei, melando a minha barriga.

Ferdinand desabou na cama.

Meus pensamentos foram, aos poucos, retomando a realidade. Eu me virei de lado, olhando o abajur no criado mudo, e um sentimento de arrependimento começou a pairar na minha mente.

Comecei a ficar com nojo de mim próprio. Eu tinha acabado de dar a minha bunda para outro homem... O que eu era? Eu era uma puta! Tinha aberto as pernas para outro macho meter o pau em mim. O que Ferdinand pensaria de mim? Que eu era uma vadia que abria a bunda para qualquer pica... Senti-me arrependido... Não queria que Ferdinand tivesse esses pensamentos de mim...

A imagem de Guilherme brotou no meu cérebro e eu senti uma saudade profunda do meu Pokémon Gui, me senti oco, embrulhado, sem sentindo. Logo em seguida veio a imagem de Monise... Lembrei-me do calor de suas mãos no meu rosto... De seu sorriso quando eu a abraçava... Senti a dor de uma flecha no meu coração... Ela tinha terminado comigo...

Subitamente sinto uma mão envolver meu peito. Era Ferdinand me abraçando por trás, fazendo conchinha.

Aquele abraço fez as minhas angustias passarem. Talvez eu estivesse enganado, talvez Ferdinand não fosse pensar coisas ruins de mim. Talvez realmente tivesse sido melhor Guilherme ter me abandonado para ir para a Irlanda, afinal teria sido muito pior se eu só tivesse descoberto esse mau-caratismo dele depois... Talvez tivesse sido melhor Monise ter terminado o namoro comigo, afinal de contas, ela não me merecia e, cedo ou tarde, eu poderia acabar machucando ela...

Deixei o calor de Ferdinand envolver meu corpo, comecei a ficar sonolento, Ferdinand puxou as cobertas para nos cobrir. Instantes depois meus olhos já tinham se fechado, na calmaria de um gostoso sono.

O dia seguinte começou com o barulho do despertador do meu celular. Ahhhh... Que preguicinha de sair daquela cama quentinha junto ao meu Ferdinand.

Mas era necessário levantar, senão perderíamos o passeio.

Após ter feito todos os rituais matutinos, fomos para a agência de passeios, que era de onde as Toyotas iriam sair.

Chegando lá, avistamos Fátima. Fizemos o pagamento do restante do dinheiro que faltava e, enquanto isso, nossos mochilões eram amarrados na parte superior de um dos carros.

Depois disso, fomos nos socializar com o pessoal que iria viajar com a gente. Já estavam lá as duas russas, o casal alemão e o rapaz francês, estava faltando apenas os 4 argentinos que ainda não tinham chegado.

As duas russas eram simplesmente muito lindas, de pagar muito pau mesmo, tinham a minha faixa etária de idade, confesso que na hora até fiquei com vontade de dar uns pegas nelas. Depois olhei para os lados e lembrei que eu já estava muito(!) bem servido com um austríaco gostoso e gato. Notei que Ferdinand também ficou meio bobo-alegre com a presença das gurias russas, fiquei com um pouco de ciúmes e tive vontade de puxar ele para um abraço, porém me contive. Pela conversa deu para perceber que elas eram meio metidas, embora tivessem ficado interessadas quando eu disse que era brasileiro.

Acho que esse pessoal estrangeiro tem algum fetiche com os brasileiros, não sei por quê, mas acho que os brasileiros são sempre associados com essa imagem de algo exótico. Acho que foi por isso que Ferdinand também se interessou por mim... O que é, em parte, bastante engraçado, porque eu não faço muito o tipo brasileiro que os estrangeiros normalmente tem em mente, que, pra mim, é bem caracterizado pela figura de um baiano lutando capoeira... Ao contrário, sou tipicamente um simples garoto mineiro, cujo charme está no olhar divagante, na tranqüilidade do sorriso, na firmeza dos olhos, que expressa, ao mesmo tempo, ambição e força de vontade.

Percebi que Ferdinand ficou incomodado com o interesse das russas em mim e toda hora ele tentava desconversar o papo. Achei meigo ele tentando marcar que eu era território dele.

O casal da Alemanha era mais velho que a gente, deviam ter por volta de 35 anos, os dois eram bem simpáticos.

O rapaz da França tinha 25 anos, se chamava Pierre-Luc, era de Paris, gente boa também.

O horário da partida, que era 9 horas da manhã foi se aproximando. Já eram 08:58 e os argentinos ainda não tinham chegado. Fátima começou a ficar preocupada.

- Vamos esperar até 09:10. – pediu Fátima. – Pode ser?

Só quando deu 09:07 é que eles apareceram, vinham correndo, quase trombando pela rua. Era um grupo de quatro colegas, Pablo (de 16 anos), Ernesto (de 18 anos), Antonio (de 18 anos também) e Ricardo (de 19 anos).

Todos eram bem gatinhos, caras de moleques safados. O mais gatinho era Pablo, o mais novinho do grupo, estava com o cabelo todo bagunçado e a cara de quem tinha acabo de acordar, tinha um rostinho todo inocente.

O motorista amarrou as mochilas deles em cima do carro e o pessoal entrou nos carros para, finalmente, partirmos para o deserto. Junto comigo e Ferdinand, foram no nosso carro, os 4 argentinos e o motorista. No outro carro foram as duas russas, o rapaz francês, o casal alemão, a cozinheira e o outro motorista.

A Toyota 4x4 rumou para o deserto. Corações batendo forte

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