Arte e Sexo - Capítulo 2: A Arte de Ser Jovem

Um conto erótico de Mack
Categoria: Homossexual
Contém 2246 palavras
Data: 06/08/2013 18:28:05

Aqui é o autor e começo agradecendo aos leitores lucas.rj, Mr. Hollis, Lucas M., laynew e StuquenRedfield pelos votos, comentários e apoio. Quero também informar (mesmo não parecendo algo importante) que colocarei títulos nos capítulos daqui para a frente. Isso parece dar mais "alma" à história.

lucas.rj: é uma boa suposição a que você fez. Continue lendo e logo saberá a resposta.

Boa leitura a todos!

***

ARTE E SEXO

_Temos um nome?

_Não. O cliente quis manter em segredo. - disse Pedro.

_Certo. - aquilo era bastante normal. - Alguma informação, pelo menos?

_Sim. Perguntei a idade e ele respondeu. Acho que pode ser meio estranho para você... - ele disse parecendo também ter se surpreendido.

A média de idade dos clientes era razoavelmente elevada. Variava por volta dos 40 anos. Porém, já havia atendido homens com idades mais elevadas e mais baixas.

_Pode dizer. - eu disse.

_Ele tem dezoito anos.

Tenho que admitir que fiquei surpreso. Nunca havia sido requisitado por alguém tão novo. Ainda mais novo do que eu, sendo que eu tinha 19 anos.

_Tudo bem. Onde e quando?

_Meia noite, o endereço eu te mando por mensagem.

_Ok... ah, Pedro... - pensei em perguntar por algum Carlos na lista de clientes, mas logo depois me lembrei que Pedro provavelmente não teria o nome - ...não é nada, esquece.

_Hum... - Pedro parecia meio incerto - Certo... não se esqueça, meia noite!

Desliguei o telefone. Os clientes não costumavam dizer seus nomes para Pedro, mas muitos contavam para mim, embora eu nunca perguntasse. Talvez eu simplesmente tivesse uma aura confiável. Mas no caso do pai de Aline, ele não havia me dito seu nome. Isso também ocorria com certa frequência.

Voltei para dentro da sala onde ocorria o velório. Aline me viu e deu um sorrisinho, parecia mais calma. Jean ainda estava ao seu lado, agora com uma feição neutra claramente forçada que tentava esconder sua preocupação em relação ao que eu havia contado minutos antes.

_Negócios? - ela me perguntou.

Aline sabia da minha profissão e eu conversava com ela sobre algumas aventuras, embora nunca revelasse nada comprometedor. Eu confiava nela e ela confiava em mim...

...mas isso poderia mudar se ela descobrisse que seu pai havia desfrutado de meus serviços.

_Sim... novo cliente. - eu disse sem emoção, embora o ambiente me pressionasse e eu estivesse curioso sobre o garoto que havia pago por mim.

_Você tem que ir agora? - ela me perguntou.

_Não. - respondi.

Aquela situação me dava um gosto amargo na boca. Eu sentia que estava machucando Aline sem ela saber. Eu nunca teria aceitado dormir com o pai dela se eu soubesse do parentesco... mas o maldito não parecia em nada com a filha.

E agora o fardo estava em minhas costas.

***

Quatro horas depois eu estava de volta ao meu apartamento com Jean. Ele insistira em vir para saber exatamente do que eu havia falado no velório. O enterro do pai de Aline havia ocorrido, foi uma cena triste, ainda mais porque sempre fui fraco para situações assim. Era quase como se eu pudesse sentir a tristeza de minha melhor amiga. Apesar disso, meu autocontrole sempre foi afiado.

Não me preocupei em trancar a porta. Caminhei até meu quarto e deitei em minha cama, Jean veio atrás de mim.

_Mack, você não comeu nada desde a manhã. Quer que eu faça alguma coisa?

Era verdade. Já fazia cerca de dez horas que eu não comia, mas eu não sentia fome. Não depois de tudo.

_Estou sem fome. Vou comer quando acordar.

Eu estava deitado de bruços, meu rosto virado para Jean, ele me olhava sério.

_Tem certeza que o pai da Aline era... - ele começou a dizer.

_Tenho, Jean. - eu o interrompi.

_Não fica assim, Mack. Você não sabia! Nem tinha como saber! Além disso, a Aline nunca iria...

_Nunca iria o quê? Me culpar? Por favor, Jean, sejamos realistas. É óbvio que ela me odiaria. - eu disse rispidamente, parei por um instante - Desculpe.

Ele continuou me olhando da porta. Virei meu rosto para o outro lado, para a parede. Fechei meus olhos, mas logo ouvi os passos de Jean. Senti uma perna passar por cima da minha cintura e um pouco de peso.

_Jean, eu realmente não estou no clima para...

_Só vou fazer uma massagem para te acalmar. Não precisa ficar paranóico. - ele disse com sua voz grave, mas terna, começando a tirar minha camiseta.

Levantei meus braços para deixá-lo despir minha parte superior do corpo. Ele tirou meus tênis. Fiquei de meias e calças. Jean começou a alisar a pele de minhas costas com suas mãos quentes, indo da minha cintura até minha nuca. Ele estava de joelhos sobre mim, mas sem colocar seu peso em cima de meu corpo. Ele começou a massagear meus ombros. Dei um leve gemido abafado.

_Achei muito legal da sua parte ter abraçado a Aline e consolado ela no velório. Você não é de fazer aquele tipo de coisa. - ele disse baixo enquanto me massageava.

Fiquei em silêncio. Ele tinha razão, Aline era minha amiga, mas até com meus amigos eu mantinha minha personalidade fria. Admito que já pensara em mudar meu jeito. Mas mudar algo tão essencial é uma tarefa acima das minhas capacidades. Apesar de tudo isso, Jean e Aline nunca me reprimiram por eu ser dessa forma. Nunca me abandonaram, e eu sempre serei grato a eles por me aceitarem.

_Obrigado. - eu disse meio inconscientemente.

Jean deu um risinho.

_É só uma massagem, Mack.

"Não é só por isso" pensei antes de mergulhar no sono.

***

Acordei sozinho. Meu quarto estava escuro, o ar estava frio, e mundo parecia mais sombrio. Olhei para o relógio, era quase 21 horas. "Dormi por quase 10 horas", pensei.

Levantei-me e fui até a cozinha. Abri a minha geladeira e peguei peito de peru, queijo, requeijão, tomate e ketchup. Eu estava com muita fome, e não estava com paciência para cozinhar alguma coisa. Fiz um lanche rápido e o prensei. Sentei no balcão de madeira e comecei a comer enquanto olhava para o nada.

Meu apartamento era bastante confortável. Era arejado, claro, sempre limpo, sem muita decoração, apenas algumas coisas simples, sendo dois porta-retratos as mais importantes. Um tinha uma foto onde estavam eu, Aline e Jean fazendo um piquenique. Minha cara estava neutra, como sempre, mas eu conseguia ver que eu estava gostando do momento, da leveza de estar com os dois. Outro porta-retratos continha uma foto de meus pais, eu e meu irmão que na época tinha 10 anos, eu tinha 17. Eu não falava com meus pais com frequência, talvez uma vez a cada mês. Os retratos estavam na estante da sala, onde havia uma TV 42 polegadas, alguns filmes, um sofá com três lugares com uma mesinha de centro separando-o da estante. Havia um carpete que cobria o chão da sala.

A cozinha tinha todo o essencial: geladeira, fogão, microondas e coisas do tipo, tudo em cores assépticas. O balcão e os armários eram de madeira em uma cor marrom-clara. Meu quarto era branco, com uma estante cheia de livros, com os que eu não conseguira encaixar no chão, empilhados em diversas pilhas. Havia uma escrivaninha com meu notebook HP, mais alguns livros, uma luminária. Minha cama era de casal, eu gosto de espaço.

Essa é a descrição do meu lar naquela época. Sim, eu vivia muito bem. O dinheiro que eu ganhava era mais do que suficiente para tudo aquilo. O que sobrava eu mandava para meus pais. Não era como se eles precisassem, ou como se eles aceitariam o dinheiro proveniente de minhas práticas, mas eu sentia que, de alguma forma, deveria pagar por tudo que eles fizeram por mim, como me criar e me dar uma boa educação.

Terminei de comer o meu lanche e fui para meu quarto. Achei um bilhete em cima da minha escrivaninha, era de Jean e eu não o havia notado antes.

'Fui trabalhar. Não se culpe! Amanhã eu volto.' - Jean.

Amassei o papel e joguei no lixo. Pensei em ler, mas logo desisti, não conseguia me concentrar direito. Decidi assistir TV, talvez algum filme bom estivesse passando. E estava. Suckerpunch.

Quando terminou, já era dez e meia da noite. Decidi começar a me preparar para o programa daquela noite. Ainda me sentia intrigado. "Um garoto de 18 anos..." eu pensava constantemente. Talvez fosse pretensão minha chamá-lo de garoto, afinal, eu tinha apenas um ano a mais.

Abri meu guarda-roupas e pensei no que usar. "Talvez algo mais descontraído, por causa da idade... ou talvez seja melhor não". Eu não sabia porque me preocupava tanto com esse tipo de coisa. Os clientes não queriam saber de roupas, mas sim da falta delas. Decidi tomar banho primeiro.

Um banho antes do sexo é sempre bastante importante. Por isso, antes de ir à luta, eu passava meia hora ou mais no banho. Fiz a mais completa e cuidadosa higiene pré-sexo, como sempre. Saí do banheiro, sequei-me e abri o armário novamente. Vesti uma cueca boxer branca, uma calça jeans skinny azul clara. Passei uma camisa branca de mangas longas pelos braços e a abotoei, eu gostava daquela pelo fato de ficar justa, bonita e me deixar com um ar mais sério. Dobrei as mangas para ficarem próximas do cotovelo. Calcei o primeiro tênis casual que vi, um branco com detalhes pretos no estilo All Star. Peguei meu celular, olhei as horas, era 23:30. Peguei dinheiro na carteira e coloquei no bolso, saí do apartamento, trancando-o.

***

Eu olhava para o prédio a minha frente. Não era o que eu esperava. Eu estava em um bairro residencial nobre, e eu nunca havia atendido em domicílio. Isso se combinava ao fato de eu estar lidando com um adolescente. Eu fui até a entrada onde a recepcionista me perguntou o que eu desejava. Eu falei o número do apartamento e ela me deixou subir no mesmo momento.

_É no décimo terceiro piso. - ela me informou.

_Obrigado. - agradeci.

Entrei no elevador e subi. Cheguei ao andar desejado e fui até o 1302. Toquei a campainha.

_Estou indo! - disse uma voz grossa, mas jovial.

A porta se abriu e eu percebi a noite seria interessante.

Um par de olhos verde-escuros me olhavam com certo receio. Ele era muito alto, algo por volta de 1,90 de altura contra meus 1,74. Sua pele era clara, mas não tão clara como a minha ou de Jean. Seus cabelos eram bem curtos, pretos e estavam arrepiados. Seu rosto era muito bonito, com um nariz do tamanho certo, afilado, boca que parecia se encaixar perfeitamente em seu rosto, que tinha uma forma bem definida dando um ar mais másculo. Ele tinha uma barba mal feita que dava um ar de juventude junto com um ar mais maduro, se é que aquilo era possível. Vestia uma camiseta polo preta com jeans azul-escuro, ambas as vestimentas caindo muito bem em seu corpo definido que ficava evidenciado mesmo sob as roupas. Braços que pareciam fortes, mas que não eram as típicas "toras" que se vê por aí.

_Entre. - ele disse, ainda parecendo incerto.

Ficava cada vez mais claro que ele nunca fizera aquilo antes. Ele fechou a porta e começou a andar. Eu o segui. Paramos quando chegamos ao quarto, que tinha uma grande cama, talvez do tipo King ou algo assim. Ele se virou para mim e estendeu a mão.

_Álvaro. - ele disse.

"O nome de primeira" pensei. "Será que ele espera que eu diga meu nome?"

_Prazer. - eu disse, sem atender às suas expectativas.

Ele sorriu pela primeira vez, seus dentes eram brancos e perfeitos.

_Neve, não é? - ele disse.

Virei meus olhos para o lado, quase como se invisivelmente tentava desviar daquela desgraça de nome.

_Creio que seja... - eu disse com desgosto.

Ele se sentou na cama de frente para mim e me olhou de cima a baixo.

_Combina com você. - não era a primeira vez que eu ouvia isso - Ele realmente soube interpretar meu pedido.

Álvaro estava provavelmente se referindo a Pedro. Realmente, o Sr. Criador de Apelidos Ridículos sabia muito bem atender os clientes.

_Ele tem anos de experiência. - eu disse, indiferente.

_Mas é engraçado... agora parece que eu sempre idealizei a sua imagem na minha cabeça.

Eu compreendia aquilo. Todos nós criamos uma imagem de desejo em nossa mente, juntando as características que mais gostamos e as comprimindo até monstarmos o nosso "par perfeito" inexistente.

_Fico feliz que tenha apreciado. - eu disse sem muita emoção.

Álvaro me olhou de forma curiosa e com um sorriso.

_Você não sorri? - perguntou.

_É complicado.

_Tomara que você não seja frio na cama, também.

Ok, ele tinha acabado de tocar no ponto proibido. Ele duvidava do meu desempenho, e aquilo era inaceitável. Eu sabia distinguir bem a minha personalidade e o meu dever. Fui até ele, segurei a gola de sua camiseta e encostei meus lábios nos seus de forma levemente violenta, subi em cima dele ficando sobre sua virilha com os joelhos na cama. Ele ficou surpreso, mas logo pegou em minha cintura com as mãos e retribuiu o beijo, começou a desabotoar minha camisa e, quando terminou, alisou meu abdomen e meu peito. Eu o empurrei para trás, fazendo-o deitar-se. Continuei na mesma posição, com a camisa agora aberta, olhando-o do alto. Álvaro me olhava com um sorriso enorme, fantástico.

Ótimo, ali ele viu que não era certo julgar um livro pela capa. Ou pelo menos no meu caso, porque...

_Eu sou um profissional. - eu disse a ele antes de começarmos a verdadeira ação.

Continua...

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