ENTRE HOMENS
CAPÍTULO XX – FOR MEN
Na fazenda Paraíso.
Ainda pela manha após o café da manha, após todos se dispensarem para os seus afazeres cotidianos. Frei João chama Taumaturgo para uma conversa em particular. Já no quarto onde se encontrava hospedado Frei João, Taumaturgo bate a porta.
“Pode entrar meu filho.” Disse serenamente o confrade.
“O que o senhor deseja... senti que a conversa seria bem outra pelo tom de sua voz ao me propor tal conversa.”
“Sente-se meu filho. É verdade o que eu tenho a te dizer é muito sério, diz respeito a sua vida pessoal.”
“Hum... do que se trata então Frei João?”
“Você está de namoro com Miguel?”
“Como?” Taumaturgo fica sem graça com a pergunta de seu confrade.
“Taumaturgo não precisa ficar pensando que eu te trouxe aqui para te julgar. Isso não me cabe, realmente queria apenas entender. Ontem quando eu estava fechando a janela para repousar eu vi duas pessoas se agarrando. No primeiro momento não estava entendendo o que estava acontecendo até que por um detalhe...”
“O que?”
“Vi alguém de hábito... acredito que não preciso mencionar de quem se trata não é verdade meu filho?”
Taumaturgo ficou cabisbaixo pensando em alguma resposta que não fosse o que estivesse na cara. Realmente o nosso jovem estava num beco sem saída. A afirmação de Frei João o deixou sem uma resposta que não fosse a mais pura verdade. Pensando na autenticidade que sempre defendeu na vida pensou, repensou e não titubeou, simplesmente foi verdadeiro.
“Acredito que não posso mentir pro senhor e nem ser hipócrita... Realmente o que o senhor viu aconteceu... ou melhor, continua acontecendo!”
“Não estou compreendendo, pode ser mais claro.”
“Miguel e eu somos namorados.”
“Como foi que isso começou meu filho?”
“Tudo começou quando voltei pra cá para a tal experiência que o senhor achou por bem que eu fizesse. No primeiro momento me encontrei deslocado, não é fácil recomeçar tudo... aos poucos tinha que me sentir de volta em casa. Nem sempre casa que dizer lar. O senhor bem sabe que lar é algo mais pleno, é aonde podemos nos encontrar intimamente, onde podemos nos alimentar de nossas raízes... Como eu disse para o senhor o meu retorno não foi fácil, eu tinha uma vida no convento... Contudo, nos últimos tempos os meus apelos sexuais ficaram mais latentes. Não tinha mais controle sobre o meu corpo se o senhor entende...”
“Mais meu filho você sabe que podemos canalizar as nossas energias para outros meios. Se nos doarmos ao próximo nas suas necessidades podemos suprir nossas lacunas sentimentais.”
Taumaturgo se levanta da cadeira e começa a colocar a mão na cabeça.
“Estou cansado desse papo, sabe... quando a gente entra no convento sempre nos pediram pra reprimir, não pensar, canalizar os nossos sentimentos, nossos desejos, nossas paixões. Talvez isso tenha funcionado para os santos, pra mim isso nunca funcionou.”
“Olha o sacrilégio meu filho! (risos)”
“O senhor não sabe o que é sentir na pele os desejos e as paixões?”
“Meu filho claro que sei... apenas somos de tempos diferentes. Posso dizer que sou de uma época mais romântica quando entrávamos no convento ainda quase crianças. Éramos criados para sermos padres. O nosso mundo era bem outro. Ultimamente se está optando por vocações mais velhas, se podemos dizer assim. Hoje se entra no convento com 18 anos de idade. Nessa idade o rapaz já experimentou de tudo na vida: droga, aventuras, sexo... não se entra mais virgem no seminário. Eu, por exemplo, entrei virgem no seminário (risos).”
“Essa teologia da carne que a igreja teima em pregar ainda em nossos tempos, às vezes nos animaliza, não nos humaniza, não olha a totalidade do nosso ser.”
“Entendo meu filho, sei que você está com o coração angustiado, tenho certeza que o seu coração está apertado. Também sei que não é fácil pra você está me contando tudo isso.”
“Não é fácil mesmo... me dói aqui...” Taumaturgo bate forte no seu peito. Começa a soluçar devido estar a muito tempo engasgado com toda a sua história de vida que para ele tinha que manter na clandestinidade. “O Senhor não sabe o que é amar alguém do mesmo sexo e ter que ficar na sua pra não escandalizar os demais confrades. O senhor não sabe o quanto me fiz de ignorante para ignorar a mim mesmo.”
Frei João olha com muita ternura para Taumaturgo que já se encontra fragilizado nesse momento. Ver que tal jovem foi capaz de uma autenticidade nunca vista.
“Posso não concordar com você na sua prática sexual. Ainda sou dos antigos, ainda sou do tempo romântico da igreja, do tempo que se defende mais a doutrina e a moral da igreja do que mesmo a vida humana na sua complexidade. Mais penso numa postura que sempre defendi: procurar sempre amar o pecador e não o pecado que por ventura tenha vindo a cometer. Afinal o Senhor nos exorta a amar o pecador e não sermos hipócritas com os nossos semelhantes: ‘Atirem a primeira pedra quem não tem pecado.’ ”
“Sempre acreditei na misericórdia, na compaixão, no amor, no perdão. Mas ultimamente estou vendo que aqui fora as pessoas são mesquinhas, são infantis, preconceituosas, desumanas. Sabe frei desde que assumi o meu amor por Miguel só tenho enfrentado obstáculos de todos os lados.”
“O seu pai aceitou essa situação?”
“Ainda bem que sim... o meu velho foi o único que me deu apoio.”
“E o Miguel?”
“O Miguel é o homem mais maravilhoso que eu já conheci nesse mundo. Ele é um sujeito cheio de virtudes.”
“Volto a te dizer que não aprovo isso, mais fazer o que, acredito que o melhor que posso fazer e te dar um apoio pra tua relação.”
Taumaturgo olha para o seu confrade tentando enxugar as lágrimas que teimavam a cair de seus olhos. Seu rosto já se encontrava avermelhado. Frei João se aproxima dele e dá-lhe um abraço muito terno.
“Venha aqui meu irmão, pra mim você vai ser meu eterno confrade... meu amigo... meu irmão de caminhada!”
Os dois se abraçam, o silencio toma conta desse momento singelo e terno que os envolveu.
‘Quem me dará um ombro amigo quando eu precisar? E se eu cair, se eu vacilar, quem vai me levantar? Sou eu quem vai ouvir você, quando o mundo não puder te entender. Foi Deus quem te escolheu pra ser o melhor amigo que eu pudesse ter.
Amigos pra sempre, dois amigos que nasceram pela fé. Amigos pra sempre, para sempre amigos sim, se Deus quiser.
Quem é que vai me acolher na minha indecisão? Se eu me perder pelo caminho quem me dará a mão? Foi Deus quem consagrou você e eu, para sermos bons amigos num só coração. Por isso estarei aqui, quando tudo parecer sem solução.
Peço a Deus que te guarde (Que te guarde, abençoe e mostre a sua face) e te dê a sua paz.’
Após o almoço Frei João se despede de todos e agradece pela hospitalidade que recebeu de todos. Taumaturgo e Miguel o acompanham até o carro. Miguel coloca as malas do Frei João no porta-malas. Antes que Frei João entre no carro fala para Miguel:
“Miguel quero que você cuide muito bem de Taumaturgo!”
“Não se preocupe Frei João, sempre vou cuidar do meu anjo.”
“Anjo, é assim que você o chama?”
“Sim, eu o chamo de anjo... o Taumaturgo pra mim é a pessoa mais especial desse mundo, tenha certeza disso. O amor que nutro por ele é para toda a eternidade.”
“Vejo que o meu confrade está em boas mãos.”
Frei João então dar um abraço em Miguel e logo após em Taumaturgo, adentra no carro e segue em viagem até o convento que fica algumas horas de viagemNo Rio de Janeiro. Desfile de moda verão.
Uma noite especial se configurava no centro de modas no Shopping Leblon. Era o lançamento moda verão masculino For Men. Uma agitação de formara nos bastidores onde os modelos eram vestidos pela grife da agencia de modelos exclusivamente masculinos. Nesses momentos o Dadá ficava um pouco histérico com o andamento do desfile. Ele é o típico organizador de desfiles na capital carioca, muito famoso, requisitado e muito competente.
“Bofes escândalos, por favor, olhem agora para o papai aqui... Hoje quero ver vocês brilhando na passarela. Mostrem para todos que alem de corpos esculturais e rostinhos lindos, vocês são extremamente competentes.”
Os modelos todos começaram aplaudir e Alan lhe deu um buque de flores.
“Ai esses bofes querem me ver fragilizado, mas hoje não é momento para chorar, e sim para festejar... Vamos meus lindos. Vamos brilhar nessa noite de lançamento da grife. Vocês são os protagonistas desta noite.”
Alan toma a palavra e diz num tom meio competitivo:
“Claro que a estrela desta noite serei eu, é claro!”
“Essa noite será de todos, meu querido.” Falou Dadá tocando no queixo de Alan.
Na entrada do shopping se formou um tumulto, devido à chegada do empresário e dono da agencia e da grife For Man, o empresário Pablo Scobar. Os flashes das câmeras fotográficas e dos celulares o acompanharam desde o momento em que ele colocou seus pés fora de sua limusine de luxo que sempre usa em eventos grandiosos. Os repórteres e jornalistas, e também os colunistas sociais se comprimiam em torno dele apenas pra conseguir uma informação, uma opinião ou mesmo uma foto sua para noticiar nas paginas de jornais, colunas e revistas.
“O senhor pode nos dar uma entrevista?” Disse um dos jornalistas.
“O que eu posso dizer a vocês nessa noite magnífica? Hoje é uma noite muito especial para mim e minha agencia de modelos. Estamos realizando um sonho. Algo que almejava a longo tempo.” Comentou Pablo Scobar.
“A coleção se tornou o maior evento desses últimos tempos, o senhor pode nos explicar o motivo de tudo isso?” Indagou um colunista.
“Simples começamos a pensar numa proposta mais ousada. Olhando o mercado de moda podemos perceber que o meio gay não tinha um norte no meio da moda. Sabemos que os gays são muito consumidores. Era necessário pensar em uma grife voltada para eles. A ousadia no meio gay foi a nossa motivação e nossa veia criativa para inovar. Espero que vocês possam compartilhar deste momento único que promete se eternizar. Por muito tempo se fez moda masculina, mas sempre voltada para os heterossexuais. Hoje inovamos criando algo para os gays.” Explanou Pablo Scobar sobre a temática da grife.
Pablo continuou seu percurso para se colocar no seu assento próximo aos bastidores. Como empresário bem sucedido ele sempre se mostrou atento a tudo ao seu redor e muito perfeccionista.
O desfile começa com a apresentação da grife For Men. Ao som de diversas baladas que agitam as noites cariocas. Os primeiros modelos apresentam roupas para serem usadas no verão tropical: bermudas transadas com designe arrojado e estampas de cores fortes para o clima quente; camisetas com cortes fantásticos. Logo em seguida outros modelos apresentaram trajes pra baladas e eventos noturnos. Por último, mas não menos importante foi a vez das sungas, camisetas, sungões moda praia; fechando o desfile. No encerramento surge Pablo Scobar, Alan e Dadá. Alan dá um boque de flores para Pablo comemorando o sucesso do lançamento da grife. O público presente fica em pé aplaudindo os modelos e os responsáveis pelo lançamento.
Já nós bastidores do lançamento, ainda no camarim. Pablo toma a palavra para agradecer o empenho de todos:
“Quero agradecer a todos pelo lançamento, principalmente pela sua organização do evento Virgílio.”
“Boy sinceramente você sabe estragar a minha noite. Hum... já não disse a todos que não curto ser chamado pelo meu nome. Sou uma estrela, e como um divo que eu sou quero ser chamado por Dadá (risos).”
“Agora pra comemorar essa noite vamos todos pra minha casa a beira da praia pra festejar.”
Todos ficaram eufóricos com o convite. A casa de praia de Pablo é uma mansão litorânea cheia de aposentos a se perder de vista. Com uma piscina de água térmica e outra de água de excelente qualidade. Existem nela muitos quartos suítes. Um espaço propício para as suas festas e encontros de amigos.
Já um pouco afastados dos demais Alan conversa com Pablo:
“Não estou muito a fim de participar da festa.”
“Quero muito que você vá, afinal você é o meu namorado.”
“Tem certeza que você quer a minha presença lá...”
“Você ainda tem dúvidas?”
“Acredito que sim. Sei que você queria que quem estivesse aqui fosse o Enzo.”
“Lá vem de novo você com essa ladainha, meu anjinho. Enzo é alguém do meu passado. Você é o meu presente. E espero poder contar com a presença do meu namorado lá.”
“Ok eu vou, somente que não vou me demorar afinal estou muito cansado, esses últimos dias tem sido muito tensos pra mim.”
“Vamos pelo menos aproveitar a noite pra ver nossos amigos, comemorar o lançamento, ok.”
“Tudo bem!”Na casa de praia de Pablo.
Todos os modelos da agencia se fazem presente. Muitas bebidas. Drinques de todos os tipos. Alguns já estão em torno da piscina. Alguns já estão tomando banho nas duas piscinas disponíveis da mansão. Tem até um Dj agitando com som tecno e últimas baladas. O clima está propício para altos lances intensos (se é que você entende?). Pablo sempre fez questão de comemorar todos os eventos da agencia com festas na sua mansão.
É praxe na agencia sempre se elencar modelos bi ou homossexuais. Sempre se primou por isso desde que Pablo assumiu a direção da agencia. Pablo assumiu a direção da agencia logo após a aposentadoria inexplicada do seu namorado, o senhor Felix Thomás. Sempre se cercou de mistérios o paradeiro dele. Pablo diz que ele está aproveitando suas férias e que o deixou com uma procuração pra continuar os trabalhos junto a agencia de modelo. Houve muitas especulações sobre o seu paradeiro. Há quem cogite que ele está até mesmo morto. Após Pablo assumir a direção da empresa deu outra conotação aos trabalhos. Antes o foco era mais voltado ao meio empresarial, executivo e hetero. Com a sua ascensão na empresa com o tempo mudou o foco para o púbico mais jovem e homossexual.
Voltando a nossa festa como o casting de modelo é mais de homossexuais se liberou até mesmo o namoro entre eles. Há quem diga que o teste do sofá sempre se faz com Pablo que faz aquisição pessoalmente e depois aprova. Ele sempre deixa alguns olheiros nas academias por ser um local de visibilidade. Foi assim que ele encontrou a sua mais nova estrela e também seu namorado, o Alan.
Existem alguns modelos solteiros e alguns modelos que são namorados. Nessas festas rola de tudo (tudo mesmo, até mesmo aquilo que nem mesmo se consegue imaginar).
Alan apesar de ser a nova estrela procura sempre uma postura mais discreta. Apesar de ser o mais arrogante e soberba dos modelos. Talvez por ser o namorado de Pablo. Esse posto de namorado e estrela antes era ocupado por Enzo (primo de Taumaturgo).
Entre um drinque e outro, Pablo paparica o seu namorado Alan.
“Oi gato te sinto longe! O que está acontecendo?”
“Nada não Pablo, apenas estou muito cansado.”
“Sei que não está sendo fácil pra você tudo isso aqui. Lembre-se é um preço a se pagar pela fama, gato!”
“Sempre soube que a pupila dos seus olhos foi o Enzo.”
“Meu amor esqueça o Enzo. Ele já está no passado. Você é o meu presente.”
“Sei lá cara, acho que o Enzo vai ser a sombra no nosso relacionamento. Sei que ele é a sua paixão avassaladora.”
Pablo beija Alan de forma carinhosa e fala tocando no seu coração:
“Lembre-se de uma coisa quem está comigo agora é você.”
“Está bem, você sabe sou muito inseguro. Afinal você é um homem muito influente nas mídias e é dono da agência de maior conceito do país.”
“Sempre isso foi um empecilho pra mim. Muitos se aproximaram de mim apenas com interesses financeiros.”
“O que você viu em mim, então?”
“Sinceramente o teu jeito desprendido, mesmo sabendo que você é arrogante e soberba, mas nunca te vi com interesses financeiros. Sempre você procurou construir seu espaço com o próprio talento. Você não é a estrela da agencia por acaso, você mostrou-se competente ao longo de sua caminhada, disciplinado.”
“Muitos falam que cheguei aonde eu cheguei porque sou o teu namorado, isso me irrita às vezes.”
“Gato relaxa, o que importa não é o que os outros digam mais o que você pensa de si mesmo.”
“Preciso ser mais maduro mesmo, por isso me apaixonei por você, porque percebi que você é um homem de verdade.”
“Eu te prometo que nunca vou te fazer chorar!”
“Amor preciso espairecer um pouco, vou até a beira mar tomar um ar.”
“Você vai voltar pra ficar junto da gente?”
“Acho que não... vai comemorar o lançamento junto com os outros, hoje a noite é sua. Aproveite a noite por nós. Você merece.”
Enquanto isso estava rolando solto momento pegação nas piscinas da mansão com muita bebida e muito som. Os casais estavam nos maiores amassos somente de sungas. Um ou outro que caminhavam entre os convidados totalmente pelados, alguns se jogavam dentro da piscina fazendo o maior agito das águas piscinais.
“Menino assim você vai engolir o outro. O que é isso bofe!” Exclamou Dadá vendo dois caras quase se engolindo nos beijos.
Mais adiante Dadá vê três caras se agarrando dentro da piscina:
“Nossa que essa água está pegando fogo. Que luxo! Estou passado, rosa bebe. Assim vocês matam o papai com desejo.”
Um modelo negro esbarra no Dadá quando ele sai de perto do trio caliente. Dadá toca na barriga tanquinho do negro ébano exclamando:
“Nossa você fugiu do mundo dos deuses. Nossa esses gominhos vão pular de tão sólidos que são. Quando eu precisar lavar minha roupa já sei onde encontrar um tranquilo. Querido você é prestíssimo. Adoro!”
O modelo pegou a mão de Dadá e fez que a mesma circulasse sobre sua barriguinha tanquinho.
“Está gostando da centrifugação?”
“Ai boy espero que essa máquina seja prestativa em tudo. Por que sinceramente tenho pavor quando a torneira não dá nem água (risos).”
O modelo então cochichou no ouvido de Dadá algo.
“Tudo isso...” Dadá coloca sua mão direita sobre o coração e exclama: “Para bofe escândalo, quer matar o papai antes mesmo que eu me case com você? (risos)”
O modelo negro chama-se Éden. Não hesitante com as palavras de Dadá ele dá uma senhora pegada no volume que se formara na sua sunga branca.
“Quer pagar um pipo na minha anaconda?”
“Você deve está louco. Quero ainda viver, e outra coisa se eu passar por ai nunca mais vou tomar banho de piscina (risos).”
De repente Pablo aparece próximo da piscina e todos os convidados o ovacionam com muitos aplausos. Um murmúrio se formou por causa de sua presença. Pablo sempre foi o centro das atenções de todos. Além de ser um grande empresário de moda.
Pablo se dirige a Dadá que está próximo de um dos modelos.
“Parabéns pela organização, como sempre você foi brilhante.”
“Procuro sempre fazer o melhor e nunca me contenta quando o meu melhor não é posto em prática.”
“Queria uma informação sua?”
“Em que eu posso ajudar?”
“Quero saber onde está o Enzo? Sei muito bem que vocês nunca perderam o contato?”
“Esquece o bofe querido. Lembre-se que você está em outra agora!”
“Esquecer o Enzo nunca! Ele é meu cara. Nunca vou deixar ele em paz... Quero que você me diga onde ele se encontra!” Falou isso apertando o cotovelo de Dadá.
“Esquece ele Pablo. Porque ele já te esqueceu.”
“Quero o endereço dele Virgílio!”
“Você sabe mesmo como estragar a minha noite. Boy eu já te disse que não suporto que me chame pelo meu nome.”
Nesse momento em que os dois estão discutindo alguém esbarra neles sem querer e quase derrama bebida neles.
“Desculpa, foi sem querer!”
“Você não olha para onde anda rapaz.” Falou bravamente Pablo.
Foi a deixa que Dadá usou para se livrar da conversa com Pablo sobre EnzoÀ beira da praia.
‘Outro dia de verão
Que vem e vai embora
Em Paris e em Roma
Mas eu quero ir para casa
Talvez cercado de
um milhão de pessoas que eu
ainda me sinto totalmente sozinho
Eu só quero ir para casa
Oh, eu sinto sua falta, sabe?
E eu fui guardando todas as cartas que eu escrevi para você
Em cada um uma ou duas linhas
"Estou bem baby, como você está?"
Bem, eu iria enviá-los, mas eu sei que não é apenas o suficiente
minhas palavras eram frias e plana
E você merece mais do que isso
Outro avião
Outro lugar ensolarado
Eu tenho sorte, eu sei
Mas eu quero ir para casa
Mmmm, eu tenho que ir para casa
Deixe-me ir para casa
Estou muito longe
de onde você está
Eu quero voltar para casa
E eu sinto que estou vivendo a vida de outra pessoa
É como se eu só saiu
quando tudo estava indo bem
E eu sei exatamente porque você não poderia
Venha comigo
Porque isso não era o seu sonho
Mas você sempre acreditou em mim
Outro dia de inverno veio
e foi embora
E em Paris e Roma
E eu quero ir para casa
Deixe-me ir para casa
E estou cercado por
um milhão de pessoas
ainda me sinto sozinho
Oh, deixe-me ir para casa
Oh, eu sinto sua falta, você sabe
Deixe-me ir para casa
Eu tive minha chance
Baby, eu sou feito
Eu tenho que ir para casa
Deixe-me ir para casa
Ficará tudo bem
Estarei em casa hoje a noite
Estou voltando para casa.’
Alan se encontra sentado à beira da praia contemplando as águas ‘esplalhando’ ao tocar as areias. O barulho das ondas arrebentando ao toque silencioso da noite denunciam uma alma que busca respostas ao seu sofrimento interior. O que pode está afligindo o nosso modelo top? À noite com as estrelas cintilantes apenas servem para emudecer uma alma sedenta por responder suas dúvidas e seus medos latentes.
“Sinto saudades de você meu brother, meu coração sente muitas saudades de você.”
Alan apenas fica em silencio até que o mesmo é interrompido por lágrimas persistentes que caem de seus olhos. Seus lindos olhos castanhos claros estão plenos de saudades por alguém que se foi.
“O que fizeram com você? Mais uma coisa eu te prometo, nem que seja a última coisa que eu faça na vida. Vou vingar você. Vou até o fim mais vou descobrir quem te fez um mal mortal. Quem foi o desgraçado que tirou você de mim?”
Apenas colocava sua cabeça entre as pernas, no sentido de busca de consolo para uma saudade que teimava rasgar todo o seu ser.
“Agora se o culpado foi o Enzo ele vai pagar. Ele tirou do meu convívio a pessoa que eu mais amava neste mundo.”De volta à mansão.
Alguém que não foi convidado invade o espaço onde se encontravam alguns convivas. E começa acusar Pablo.
“Você acabou com a minha vida! Você vai me pagar!”
Alguns dos modelos tentaram impedir a aproximação do tal intruso de Pablo.
“Deixem ele. O que eu te fiz rapaz? Você invade minha casa e ainda me acusa de absurdos diante dos meus convidados. Cuidado invasão de lugares privados pode lhe causar problemas judiciais.”
“Você é muito cínico mesmo, senhor Pablo Scobar. Você pousa de bom moço diante de todos e da sociedade, mas um dia a sua mascara vai cair.”
“Que máscara? Eu sou o que sou. Por favor, se retire antes que eu chame a policia.”
“Chama mesmo a policia, mas acredito que quem será preso pode ser outra pessoa.”
“Já chega. Quem deixou esse cara entrar aqui na minha casa. Não vou mais tolerar isso... Saia agora mesmo da minha casa. Ou eu...”
“Você o quê?...”
Pablo perde a compostura e tenta tirar na marra o penetra que lhe acusa de coisas diante de todos os presentes.
“O senhor Pablo Scobar perdendo a compostura!”
Pablo não aguentando mais os insultos desfere um soco no rosto do penetra.
Continua...
