O amor é passageiro de ônibus - 05

Um conto erótico de Paulo
Categoria: Homossexual
Contém 974 palavras
Data: 27/08/2013 21:10:37

Antes de publicar o conto, vou comentar os comentários do conto anterior.

Muito obrigado a todos pela repercussão e pelos votos. Escrever esse conto está sendo ótimo!

Tay Chris e HPD - Essa é a intenção da história, mas para isso acontecer, os dois e os seus amigos terão que amadurecer muito e ainda tem algo que Paulo tem que superar e que pode afastar esses dois.

Edu19>Edu15 - Assim o farei. Obrigado pelo feedback!

Perley - Adolescente tem em seu sangue o desejo de amar e ser amado, por isso é difícil lutar contra os amores platônicos. O que conta a favor de Paulo é que ele teve a excelente direção da avó dele. A solidariedade de Paulo não passou despercebido por Bira.

Oliveira Dan - Sabe que eu também acho. Mas o ambiente dos rodoviários de Salvador (e talvez do resto do país) é marcado e predominado pelo machismo e preconceito. Será que Bira será capaz de vencer esse ambiente e lutar por um amor "impossível"?

Agora vamos continuar com o conto. Boa leitura

O cara ficou na minha frente. Fiquei um pouco medroso. O cara era magrelo, roupas negras, um cabelo liso, louro escuro e comprido, tinha umas olheiras no rosto. Uma imagem aterrorizante! Mas os olhos azuis dele contrastavam-se com todo o resto da figura.

Ele olhava de cabeça baixa, mas conseguia me olhar. Tive a sensação que o cara queria falar comigo, me contar alguma coisa importante. Porém ele simplesmente me disse: Posso me sentar aqui contigo?

Eu poderia negar a companhia dele, podia deixar ele se sentar e sair dessa mesa e me sentar perto de outras oito que estavam vazias. Mas eu me lembrei que na minha época de escola, quando todos rejeitavam a minha companhia porque eu era "viado, baitola, chupa rola, bichona" e que tinham medo que a minha condição sexual fosse contagiosa. Se eu o rejeitasse pela aparência, eu não seria melhor do que os meus colegas do ensino médio, que eram reprodutores de preconceito. Então peguei todo o meu medo e preconceito, colocei umas pitadas de cordialidade e humildade e empurrei garganta abaixo.

Eu: Por favor, sente-se.

Ele levantou um pouco o rosto e vi aqueles,olhos azuis brilhando, como que iluminando aquele rosto lindo, mas assustador. E sentou na cadeira que estava do meu lado esquerdo. Ficou quieto, comendo o seu lanche, olhando para baixo, como se estivesse com vergonha de estar sentado ali. Eu tratei logo de iniciar uma conversa para quebrar o clima estranho:

Eu: E aí cara! Me chamo Paulo. E você?

Ele me olhou espantado por alguns segundos e depois me disse: Me chamo Michal.

Eu: Prazer em conhecê-lo, Michal. Em que turma você está, que eu nunca te vi antes?

Michal: Na mesma turma que você. Eu me sento lá no fundo, por isso que nunca me viu antes.

Eu assenti com a cabeça. Ele parecia completamente diferente daquilo que imaginava ser aquele rapaz assustador. Preconceito é forte! A sua aparência me chamava a atenção.

Eu: Cara, posso te fazer uma pergunta?

Michal: Pode, apesar de que você acabou de me fazer uma pergunta.

Eu ri! Mais um bem humorado na faculdade!

Eu: Por que você se veste assim? Cara, você pode se vestir muito melhor.

Michal: Não sei não cara. Eu só sei se vestir assim.

Eu: Olha, eu posso te ajudar a se vestir melhor. Aliás, a se produzir melhor. Não me leve a mal, mas a sua aparência me dá medo.

Michal: Sério?

Eu afirmei com a cabeça. Eu não tenho o dom da moda, mas sei que existem um mundo de cores além das roupas pretas. Ele é um diamante que precisa ser lapidado (mas ainda não sabia disso). Vixe! Tô me oferencendo para ajudar todo mundo; virei a Irmã Dulce!

Combinei com o Michal de nos encontrarmos no sábado no shopping novo que abriu no centro da cidade e procuraríamos roupas mais legais para ele.

O restante das aulas foram legais (as aulas não são importantes para este capítulo) então fui para o ponto de ônibus, esperar o buzú para casa.

Meia hora depois, ele chega. Eu entro e pago o transporte e sento na cadeira solitária ao lado do cobrador. Assim que ele me viu, parou de mexer no seu smartphone e virou o rosto na minha direção. Um sorriso encantador habitou o seu rosto.

Eu: E aí Bira, vamos continuar a nossa conversa?

Bira: Claro

Eu: Então, posso te ajudar com os seua estudos?

Bira: Se você quiser, eu aceito.

Eu: Claro que aceito, Bira! Quais são os seus horários livres durante a semana?

Ele parou e fez uma cara de que estava pensando, parecia que o que ele falasse a seguir poderia ser a resposta para o problema da humanidade.

Bira: Olha, eu estou livre pelas tardes, a partir das três da tarde e um dia nos finais de semana, pois trabalho em dias alternados, numa semana o sábado, e na outra semana, o domingo.

Eu: Ok! Que tal começarmos a partir da próxima segunda?

Bira: Combinado! - ele deu um sorriso lindo, com aquela quebrada de canto de boca, sabe?! E me olhou nos olhos. Fiquei um pouco mexido, confesso, mas foquei em ajudá-lo, não em ficar interessado nele.

Eu me voltei pra frente e vi o motorista gato. Ele estava secando a bunda de uma outra mulher que descia no ponto logo em frente. 'Foi bom não ter me envolvido', disse para mim mesmo, 'eu estaria sofrendo de ciúmes ao ver ele secando as mulheres. Fidelidade é bom, e eu gosto'.

Eu já avistava o meu ponto de ônibus e me dirigi para perto da porta de saída e apertei o botão de parada obrigatória. Ao sair, tive a estranha sensação de que alguém estava me acompanhando com os olhos. Ignorei isso e fui para casa. Essa semana promete muito!

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Comentários

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Não tenho nada contra a cor preta, acho muito sensual. Acho que o Bira te quer rsrsrs Vc ainda não esqueceu o Sávio né?????

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kkkkkk odeio q me olhem tambem kkkkkkk gostei do cara d pteto

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pelo jeito que você respondeu, a história não deve ser verídica (não que isso mude algo, continuo gostando tanto quanto antes ^^); Hmmmm o Paulo vai fazer um bom amigo com o Michel (torcendo pra que sejam somente amigos, o namorado tem que ser o Bira rs)

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Demais. Que bom que ele superou seu preconceito e deu uma chance ao Michal

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