A História de Diego Especial - Noite de São Bartolomeu III

Um conto erótico de Kahzim (Ian)
Categoria:
Contém 1065 palavras
Data: 23/08/2013 02:00:58
Assuntos:

- Vamos Lipe. - Chamei ele. - Nic, como você entrou aqui?

- Menino, eu tive que me virar e fazer uma coisa horrível. Não consegui ligar para você de jeito nenhum e o Samuel não me dizia nada.

- Que coisa horrível? Foi você que mandou o Ferdinando, Nic?

- O Samuel me ligou e disse que o teu namorado tinha sido vendido. Eu tive que fazer algo. E tu nem me fala que tava namorando.

- A gente começou a namorar naquele dia quando voltei do encontro contigo.

- Pois é. Então o Samuel ligou para alguém e pediu ajuda, para fazer algo ainda hoje e essa pessoa mandou esse cara aí. Eu vim com ele mostrar o lugar.

- Meu Deus, deve ser foda essa pessoa que mandou o Ferdinando.

- Deve ser um dos parceiros do Samuel nessas coisas de crimes.

Enquanto falávamos descemos as escadas em caracol.

- Nic, temos que ir no nosso quarto, pegar roupas e documentos.

- Não tem muito tempo. Vamos correr. Fecha os olhos de vocês nesse corredor.

Passamos pela cozinha de olhos fechados. Seja o que for que houvesse lá, devia se mais um cadáver e eu não queria mais um na minha memória. Por um momento fiquei imaginando o que houve com o Beto e o Rafa, teriam morrido? Não consigui lamentar ao imaginar isso, eles ajudaram o Bill em várias coisas, talvez não houvesse como deixá-los vivos. Mas enfim, eram vítimas como eu, o Thor e o Lipe.

Entramos em nossos quartos e não levou 2 minutos para eu juntar tudo que era meu. Quando saí o Lipe já vinha correndo também e a Nic nos esperava o lado de fora. Seguimos por fora para chegar à garagem. A Nic nos disse para olhar apenas para frente, não olhar para dentro da casa. Quando chegamos na garagem, haviam os carros do Bill e outros dois, uma Hilux SW4 e um escorte bem velho e acabado. O Ferdinando estava encostado no escort fumando, no seu bolso, apenas duas rosas. Se ele colocava uma rosa em cada morto, ele devia ter matado vários, pensei.

- Quase que não volta, homem.

- Não sou homem. - Respondeu Nic.

- E nem mulher, que diferença faz. - Respondeu o pistoleiro. - Vão vazando logo daqui que vou fazer tudo arder. Peguem isso. - Falou jogando um saco preto lacrado nas mãos do Lipe, que o pegou.

- Cade o Thor? - Indaguei.

- Tá quase chegando, vão embora logo que quando chegar quero estar só.

- Vamos, gente. Vamos. - Chamou a Nick e entramos no Escort.

Ferdinando se afastou e nos viu sair. Eu nem sabia que a Nic dirigia. Não sei se foi ela ou o Ferdinando mas o portão abriu automaticamente e saímos. Ela dirigiu por 6 quarteirões e parou em uma ruas escura.

- Vamos descer.

- Porque Nic?

- Esse carro é roubado, o Ferdinando vai vir aqui e queimar ele.

Descemos rápido e andamos mais 2 quarteirões a pé até que pegamos um táxi. Fomos diretos para a casa de Nic.

Senti um estranho prazer ao entrar novamente naquele apartamento em que fui acolhido. Embora fosse um prédio velho, mal cuidado e barulhento, aquilo era um verdadeiro palácio para mim. Me joguei na cama da Nic enquanto o Lipe abria o pacote que o Ferdinando jogara. Haviam muitas cédulas de dinheiro.

- Caramba. É um bocado de grana. - Falou.

- Aquele fominha não tinha mais grana que isso não? - Indagou Nick. - Tô achando pouco, ele era dono de motel, cafetão e traficante.

- Não tô nem ai para essa grana agora. Eu quero o meu amor. - Falei.

- O Ferdinando vai conseguir resgatar ele. Dorme um pouco Dee. - Aconselhou Nic.

- Não posso, vou esperar.

Passaram duas horas e eu ali esperando. Comecei a chorar de desespero, perguntei se a Nic não tinha o contato do Ferdinando, ela disse que não. Estava tudo quase bem, só faltava ele, não ia superar sem ele, com ele do meu lado encararia qualquer coisa. O Lipe deitou ao meu lado e me abraçou. Choramos os dois em silêncio enquanto a Nic apenas observava séria.

Quando ouvi alguém bater na porta, apesar da Nic estar mais perto, ela não conseguiu reagir antes que eu pulasse da cama de uma vez assustando o Lipe e me jogasse em direção a porta para abrí-la. Quando abro, o Ferdinando está me encarando, ainda fumando cachimbo. Do lado dele, aquele que era a minha maior razão para viver, o Thor.

- Conhece esse garoto? - Indaga Ferdinando.

- Thor. - Gritei pulando no pescoço dele, que apenas me abraçava e chorava. - Oh meu amor, eu senti tanta a tua falta. Nunca mais ninguém vai separar a gente. - Completei apertando ele com toda a minha força contra meu corpo.

- Nunca mais, amor. - Confirmou ele. - Nunca mais.

O Lipe se chegou a gente e abraçou nós dois ao mesmo tempo. Logo a Nic chegou também e juntou-se ao abraço. Naquele momento me senti pertencendo novamente a uma família. E o melhor, uma família sem preconceito e que me aceitava da forma que eu era. E o melhor, fazia parte dessa família o cara que eu amava. Agora era tempo de superar o passado, o terror dos dias anteriores e construir uma vida mais feliz e livre juntos.

Fim do Especial.

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Pessoal, este especial encerra o primeiro arco de A História de Diego. Um arco é como uma temporada, prefiro não dividir em temporadas porque quando começo já sei onde vai terminar, não dá para alongar. Eu sei que esse conto foi polêmico em algumas partes. Na História de Caio também haviam os arcos (primeiro arco quando ele recebe a herança, segundo arco quando descobre quem é o Yoh e último arco o final), eu pretendia no começo mas não dei intervalos entre os arcos. Na História de Diego darei um intervalo. Retorno segunda-feira para continuar. Até lá, agradeço as opinições, críticas, sugestões e claro, o incentivo para continuar a História. Se acharem que está bom parar aqui, eu paro, afinal, como eu falo, todo escritor é um palhaço, quer público, então humildemente peço a opinião do público.

Inenarráveis agradecimentos a todos que acompanham, que votam, que comentam, eu vi alguns que criaram perfil só para comentar, e isso me deixa muito feliz. Para quem pediu outra música de naruto, encerrei essa parte ouvindo sadness and sorrow.

Obrigado a todos vocês, até os que apenas leem, daqui posso sentir a torcida de vocês.

Muito obrigado respeitável público.

:)

Ian M. (alahric@yahoo.com.br) E até segunda feira.

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Comentários

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Suas estórias são INCRÍVEIS! Pode se orgulhar de ser um dos melhores autores da CDC e tenho certeza de que sou seu fã. Nota 10.

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Muito bom! É claro q vc deve continuar!

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Nem preciso comentar muito, porque fico macabro e bom! Mas é óbvio que queremos a continuação!!

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Era pra falar o final do Beto e do Rafa !!! Queria saber como eles morreram.

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Dever continua, a História realmente é Polêmica e linda, cara estou louco pra saber com vai ser a História do diego com Thor. Perfeito agora aguardado o segundo arco.

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Nem preciso comentar muito, porque fico macabro e bom! Mas é óbvio que queremos a continuação!!

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Finalmente a justiça foi feita!!! Hehehehehe... fiquei muito feliz com o final deste arco, se eu não gostasse tanto de ler teu conto, eu me daria por satisfeito, mas eu quero mais um pouco da História de Diego!!! ^^

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Quer saber por mim pode parar.Ta doidim ta?Se o que o palhaco ai quer e aplausos vai ter a mim o aplaudindo sempre e de pe\o/.Voce e simplismente maravilhoso.Sendo com a historia de Caio,de Diego,seja la no que for duvido muito que fique ruim.Voce com o talento abencoado que tem teria que se esforcar muito para escrever algo e me desagradar.Vou ficar esperando ate segunda para continuar me deliciando.Beijos Ian.

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gente que babado tô passado com tudo isso, tô tipo em choque com tudo que aconteceu na noite de são bartolomeu...

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