A História de Caio – Parte 11

Um conto erótico de Kahzim
Categoria: Homossexual
Contém 1553 palavras
Data: 11/07/2013 21:18:05
Última revisão: 07/09/2015 22:29:57
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

A bicha vai me matar, foi só o que pensei, mas não podia fingir que não vi, pegaria muito mal para mim se ele me visse saindo à francesa. E não sei porque, apesar de não estar sentindo nada de especial por ele, ter prometido ao Roney que não tentaria nada me deu um certo vazio, um pequeno lapso se angústia. Como se eu tivesse arrancado uma semente que ainda começava a germinar e podia se tornar uma grande árvore. Me dirigi até ele:

- E aí, moço intelectual? Indaguei.

Ele levantou o olhar surpreso e sorriu:

- Você também é culpado, surpresa agradável, tudo bem contigo?

- Tudo. Vou me retirando, não quero te atrapalhar.

- Que nada, senta aí e pede um café. Tenho a leve suspeita que uma conversa com você se revelará mais agradável para a minha tarde que a NOVA GRAMÁTICA DA LINGUA PORTUGUESA. - Disse ele revelando a capa do volume que estava lendo.

- Mentira, eu vim aqui exatamente comprar essa gramática? Você aprova?

- Acho a melhor. Na verdade é a única que já li, ganhei uma edição antiga em um sorteio no colégio que tenho até hoje. Vi a edição nova e vim conferir. Vou levar.

Abri um sorriso imenso com aquela coincidência, começamos a conversar e ele pediu um brownie para mim também. Em 5 minutos de conversa minha promessa ao Roney de manhã parecia apenas uma vaga lembrança esfumaçada.

- Porque você vive estudando se está de férias?

- Concursos melhores que o que passei.

- Pensei que você era realizado.

- É da natureza do homem nunca estar realizado, sempre buscar melhorar. Eu acho que quem diz que é realizado na verdade é um ignorante que não conhece a si próprio. Mas levando em conta que tampouco eu conheço a mim próprio, menos ainda conheço as outras pessoas, o que compromete a qualidade do meu julgamento.

- Santa Genoveva, para com esse palavreado difícil que eu sou burro. Só entendi a primeira parte.

- O início é só o que importa. - Falou ele abrindo um sorriso. - o resto são divagações de uma mente doentia.

- Eu adoro homem inteligente. - Minha língua solta me atacou com essa. Valeu a pena porque foi a primeira vez que vi ele corar. - Desculpa, escapuliu. Quero dizer, te achei legal, desde aquele primeiro dia que você ficou me olhando. - pronunciar essas palavras fez meu coração palpitar rápido,

- Naquele dia eu não imaginei que você era gay, eu pensei que você era namorado daquela sua amiga. Fiquei observando e pensando como ambos eram tão gatos. E também ela lembra minha primeira namorada, jurei que era ela por milésimos de segundos?

Eu gelei quando ouvi a palavra namorada.

- Namorada? Eu pensei que você era gay. Que vergonha eu aqui falando que te curti.

- Eu sou bi, já namorei homens e mulheres, atualmente prefiro homens, mas ninguém manda no coração. Só Deus sabe para onde as velas do destino me levarão no próximo relacionamento.

- Eu não acredito que existam Bi. Para mim é tudo enrustido. Eu já tentei dizer para mim mesmo que era bi também, hoje sou bem resolvido.

- O foda de der bi é enfrentar preconceito de ambos os lados. - Nem héteros, nem gays vão com a nossa cara. Eu já pensei em ser só hétero e já pensei em ser só gay. Mas hoje também sou bem resolvido e me assumo bi. - completou rindo.

Olhei para ele desconfiado mas parecia uma explicação razoável. Então indaguei como ele tinha descoberto a sexualidade dele e ele disse que desde pequeno ficava com garotos e garotas. Já havia namorado 3 garotas e dois caras. 5 namoros era uma conta alta, mas parecia que era devido ao fato de ele preferir sempre relacionamentos, ai sempre tentava algo a mais e às vezes não dava certo.

Por incrível que pareça o tempo passou e não saímos da livraria, quando vi, eram mais de 20:00 horas e continuávamos nossa conversa. Eu olhei para o relógio e me assustei.

- Yoh, cara, tenho que ir, está tarde e vou te ônibus.

- Que é isso, te deixo em casa. Onde você mora?

- Expliquei para ele o endereço da minha casa e ele disse que passaria por lá mesmo, que inclusive ainda ia pela faculdade. Fiquei super feliz de ganhar carona e fomos para o estacionamento coberto onde estava o carro dele.

Pensei que seria um carro dos mais populares, mas era um prisma, da chevrolet, cor prata. Fiquei impressionado de como era limpo e ajeitado, notando meu olhar ele disse que não me empolgasse que aquilo era efeito de ter mandado lavar e polir pela manhã. Ele parecia ler meus pensamentos com o olhar e isso foi uma coisa que definitivamente me cativou. Fui lembrar do Roney já dentro do carro, então resolvi perguntar a ele.

- Você gostou do meu amigo, o Roney?

- Ah, lembro dele, gente fina. Vocês são muito amigos?

- Somos, demais. Eu acho que ele curtiu você, ele tem alguma chance?

- Você quer que ele tenha? - A pergunta me atingiu com a força de uma bala, eu me recostei no assento em silêncio vários segundos antes de responder.

- Eu não quero nada. Só perguntei pra saber. - Respondi envergonhado.

- Eu notei que ele me curtiu, ele é um pouquinho atirado. Nada contra, mas não faz muito meu tipo.

- Então ele não tem chance nenhuma?

- Eu não sou uma pessoa radical, dizer nunca é uma atitude de quem é tolo demais para entender que nenhum humano pode controlar as malhas do destino.

Tive que sorrir da frase dele.

- Você copia essas frase de onde? Eu podia jurar que tem algum ponto eletrônico no teu ouvido e a produção está nesse exato momento repassando as frases exatas que você precisa dizer para me impressionar.

- Eu tenho um diabrete intelectual no meu ouvido esquerdo? - Respondeu ele às gargalhadas.

- Sabe, eu não te recomendaria ao meu amigo.

- Porque? - Ele me olhou surpreso.

- Porque namorar um bissexual deve ser a pior coisa do mundo, ficar com ciúme de todo mundo.

- O ciúme não se aplaca garantindo ao outro que não se sente desejo por mais ninguém. Somos corpos de carne e é natural sentirmos atração. Ciume se aplaca dando amor e segurança. E isso eu sempre busco dar nos meus relacionamentos. Ou seja, não é por eu desejar só metade da humanidade que você se sentirá seguro namorando comigo e sim porque saberá que eu não irei trair simplesmente porque não faz parte da minha índole participar de um relacionamento construindo com fumaça.

- Me pegou nessa. - Falei levantando as mãos em sinal de rendição. - Mas me diz uma coisa, se você gosta dos dois, porque não pegar só mulher, não é muito mais cômodo?

- É, e quem disse que eu gosto de fazer as coisas da forma fácil? - Arrematou ele fazendo ambos cairmos em risadas novamente.

Eu olhei para ele nesse momento, mas ele só olhava para frente, queria saber o que ele estava pensando. Será que ele gostou de saber que o Roney ficou afim? Será que estava disposto a corresponder? Eu nunca tinha ficado com alguém que tivesse um papo tão bom. Na verdade, normalmente os caras só queriam enfiar algo em mim, estava acostumado mesmo a lidar com enrustidos metidos a héteros que tratam passivos como objetos. Conhecer o Yohan me fez ver um relacionamento homo sob outra perspectiva, mesmo que não rolasse nada, ele marcou a minha vida por isso.

Meu coração apertou um pouco quando nos aproximamos do meu prédio, queria continuar aquela conversa. Esse pensamento foi interrompido por eu lembrar que não tinha comprado minha gramática.

- Caramba, cara, esqueci a gramática. - Falei enquanto ele encostava o carro na frente do meu condomínio.

- Putz. Eu esqueci também. Você me distraiu completamente. Mas não faz mal, Vamos sábado comigo no shopping? Compramos nossas gramáticas e vemos um filme.

Pensei em dizer não, lembrando do Roney, mas não tive coragem e confirmei.

- Vamos sim, obrigadão pela carona. Você é um anjo. - Falei enquanto tirava o cinto se segurança e me virava pra ele. - Adorei a saída. - Completei.

- Eu também. - Respondeu ele encarando meus olhos bem fundo.

Não sei dizer o que passou pela minha cabeça naquela momento, fiquei tão nervoso que minhas mãos tremeram um pouco. Peguei na mão dele para me despedir, mas me joguei um pouco como quem vai dar um beijo, no último momento meio que tive vergonha e virei e beijei a bochecha dele.

- Tchau. - Falei enquanto me voltava para abrir a porta.

- Isso era para ter sido um beijo na minha boca? Indagou ele calmamente sem responder as minhas despedidas.

- Era. - Confirmei, sem coragem de me voltar para encarar ele.

Senti então uma mão dele no meu rosto e a outra no ombro, ele me puxou de volta e me deu um beijo super molhado. Não sei se foi a ansiedade mais eu senti vertigens com aquele beijo, senti meu corpo inteiro sendo beijado apenas com aquele contato. Mal correspondi porque ele me dominou completamente, apenas me entreguei aquela sensação, senti a língua dele invadir a minha boca e brincar com a minha língua. Senti os lábios dele brincarem com o meu queixo e seus dentes mordiscarem lentamente meu lábio inferior. Ele concluiu o beijo com um jogo entre os lábios bem suave e foi afastando aos poucos enquanto dizia.

- Pronto. Agora que me demos um beijo de verdade. Você pode descer …

Continua...

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Comentários

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Poxa.q chato isso.acho q se fosse comigo a amizade acabaria na mesma hr.pq ele sabe q gosto dele.

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Você definitivamente está me surpreendendo!!! ótimo conto!

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Foi perfeito *-* tirando a parte das mil tretas que se seguirão...(mentira, todo mundo gosta de tretas) Eu acredito em bi, claro que há uma preferencia, mas bi tem sim, ninguem é 100%alguma coisa, é o que penso '-'

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Gostei! Gente, deem uma olhadinha no meu conto? é só clicar no meu nome. s2

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Que tuuuuuuudo, um bofe de atitude. O problema agora é seu amigo... Iiiiih, quero só ver. Adorando. Abraço, querido ;**

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