A História de Caio - Parte 1

Um conto erótico de Kahzim
Categoria: Homossexual
Contém 1866 palavras
Data: 09/07/2013 23:44:40
Última revisão: 07/09/2015 22:27:31
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Saudações a todos, eu me chamo Caio, sou gay, tenho 24 anos, sou branco com sardas, corpo definido, 1,72, cabelos bem lisos e negros que gosto de usar curto e espetado, sempre com gel para manter o visual.

A história que vou contar se passou na minha adolescência e trata de como descobri minha sexualidade e como lidei com ela até ser o que sou hoje. De antemão peço desculpas por erros e inconsistências, estou escrevendo esse relato a partir de apontamentos que fiz em um antigo diário, mas como esse diário não era regular, passava semanas e meses sem escrever nele, serviu apenas de norte para criar uma sequência cronológica para os acontecimentos.

Bem, tudo começou quando eu tinha 16 anos, foi um ano chave na minha vida em virtude de várias coisas que vocês entenderão no decorrer da história. Eu nasci e moro em fortaleza-CE, meu pai é sócio de uma empresa do ramo de alimentos conhecida aqui no estado, minha família sempre possuiu boas condições de vida, inclusive a maioria dos meus parentes é do tipo que acha que tem o rei na barriga, que pertence à nobreza ou algo assim, apenas por nascerem com mais dinheiro que os outros. Felizmente não fui educado dessa forma por causa de minha mãe, que é morena e umbandista desde pequena, me ensinou a respeitar todas as pessoas e religiões e raças. Infelizmente ela havia falecido quando eu tinha 14 anos, é algo que me doi muito e até hoje não gosto de falar.

Eu sou o mais novo de três irmãos, quando eu tinha 16, meu irmão mais velho tinha 22 e cursava Administração em uma faculdade particular e minha irmã do meio tinha 19 e fazia medicina em São Paulo.

Era o meu último ano no colégio e aquilo me fez acordar para o primeiro dia de aula como um sentimento nostalgico antecipado, seria meu primeiro último dia de aula. O último ano de convivência com meus dois melhores amigos, Sâmia, uma loirinha muito bonita e Roney, um dos gays assumidos do colégio, que nem tinha como não ser assumido porque é muito afeminado. Formávamos um trio bem popular, o jogador de basquete metido a besta, a loira arrogante e o viado.

A história de como ficamos amigos valia uma história a parte, mas vou resumir aqui. Quando conclui o último ano do fundamental fui transferido de um colégio religioso para um colégio grande, para preparar para vestibular e tal, sempre tive fama de metido a besta e isso na verdade era uma máscara para esconder minha sexualidade, sempre pratiquei esportes, tive um corpo legal e comportamento bem masculino, era daquele tipo que ninguém desconfiaria, minha única falha era não gostar de meninas e me escondia por trás de uma máscara de arrogância para ninguém notar isso.

Quando cheguei no colégio novo eu era uma sensação, carne nova no pedaço, todo mundo já se conhecia, entrei para o time de basquete e me destaquei muito, isso associado ao meu estilo largadão me deram boa fama com as garotas. A Sâmia era muito amiga do Roney e usou ele para chegar em mim e fazer o cartaz dela, eu tentei me sair de toda forma, mas acabei saindo com ela, ficamos e ela notou meu desconforto, como ela é aquelas pessoas muito extrovertidas, chegando a ser invasiva, não sei como acabei confessando que curtia garotos e morria de medo das pessoas descobrirem, chorei no ombro dela e nos tornamos amigos inseparáveis, o Roney acabou tendo que saber também porque ele só vivia grudado nela mas isso foi bom porque ganhei um amigo a mais. Hoje todo mundo pensa que eu tenho algo com a Sâmia e o Roney é o viado de estimação do casal, quando na verdade somos os dois amigos gays dela.

Meu pai tinha um faz tudo da empresa, o Marcos, que também me levava e trazia do colégio, apesar de ser uma coisa muito cômoda, ele só me levava para o colégio, qualquer outro local que eu quisesse ir eu tinha que pegar ônibus, carona ou adular meu irmão mais velho, o que era muito difícil porque nossa relação era meio difícil.

O Marcos me deixou em frente ao colégio, me deu boa sorte e partiu, peguei o celular e disquei pra Sâmia:

- Onde é que você tá hein, rapariga? - Eu só tinha essas conversas com ela e o Roney, rasgava mesmo meu lado gay, passava a maior parte do tempo disfarçando.

- Olha o respeito sua bicha. Estou aqui na porta do colégio olhando pra tuda cara feia. Se tu não fosse uma bicha rica eu ia falar pra aprender a olhar para os lados antes de gastar crédito de celular.

Olhei para os lados e ela estava mesmo a menos de 5 metros de mim, fiquei com vergonha e me aproximei. Foi aquele abraço apertado e beijo nas bochechas, fiquei com marca de batom, ótimo pra começar o dia.

- Bicha rica é o caralho viu. A coisa tá preta pro meu lado, esse ano meu pai não me deu grana nem uma vez e eu tenho medo de pedir. Vivo gastando da poupança que minha mãe deixou, ainda bem que ele não embaça isso.

- Perdoa, mas teu pai é ridículo. Já te disse que ele deve te tratar mal assim porque sabe que você é gay.

- Também acho, mas prefiro essa guerra fria do que combate aberto. E vamos falar de coisa boa, cadê o viado ? Falei perguntando pelo Roney.

- Agora ele virou coisa boa? Andou comendo foi? Falou ela caindo na gargalhada.

- Não fala essas coisas alto. Falei enquanto dava um beliscão nela. - E você sabe que minha praia não é comer. Completei rindo.

- Me poupe de falar o que tu curte, Ka. O Ro está na sala já, eu vim aqui fora ver se tu tinha chegado, seu viadim atrasado, vamos entrando.

Ela vivia me chamando de viado assim nas conversas e eu vivia reclamando. Cheguei a gritar com ela uma vez de raiva, mas ela é impossível de lidar, por mais que você se estresse, esse é o jeito dela. Ame-a ou deixe-a. E eu amava muito aquela maluca para deixá-la.

Entrei na sala e o professor já tinha chegado, mas não havia começado a aula ainda. Eu conhecia ele, Claudio, professor de história e gente muito boa, bem jovem e já ensinava no terceiro ano de um colégio grande como o meu. Ele sorriu pra mim, eu correspondi e fui me sentar quase no fundão, onde o Roney já estava marcando uma carteira para mim e a Sâmia estava exatamente ao lado.

Cumprimentei alguns colegas e puxei o Roney para um abraço comportado.

- E ai, cara. Blz? Minha conversa com meus amigos no meio dos outros era radicalmente diferente de quanto estávamos a sós.

- Tranquilo, Ca. Senta logo aí que a aula está começando.

A aula seguiu tranquila, falando sobre história do Ceará, primeiras tentativas de colonização e alguma coisa sobre índios canibais. Eu estava quase dormindo quando vejo o Claudio perguntar se tinha aluno novo, que havia ido para o colégio naquele ano, haviam apenas 3 e um deles me chamou muita atenção. Se chamava Daniel, era um moreno muito bonito e musculoso, dizia que era do Paraná e que havia se mudado com a Mãe para Fortaleza. Eu quase comi ele com o olhar, ficou tão evidente que o Roney me deu um tapinha no braço para eu disfarçar. Daniel foi o tema da conversa no intervalo.

- Gato demais ele né, Ca?

- É sim, bonito, eu pegava. Mas acho que ele é do departamento da Sâmia.

- Eu não boto minha mão no fogo – Falou a Sâmia. - Quando te vi chegar no colégio foi do mesmo jeito Caio. Que homem lindo. Quero pra mim. Todo metido a machão, atleta de vôlei. E no final descobri que meu príncipe era uma princesa.

Caimos na gargalhada.

A última aula do dia já era Educação Física, uma das minhas preferidas. O professor, Pedro Jorge, que chamávamos de PJ, gostava muito de mim, o que chegava a gerar ciúmes dos outros, mas isso era devido ao fato de eu ser bom mesmo em basquete, para os pervertido que têm fantasia com professor de educação física, o PJ era senhor, mais de 45 anos, casado, com filhos e ainda tinha barriga.

Cheguei na quadra já com a roupa correta, o Roney usava um atestado médico falso para não fazer exercícios, então eu e a Sâmia deixávamos nossas coisas com ele, que ficava na arquibancada da quadra nos observando. O Professor liberou as meninas para ficarem a vontade, então a Samia se juntou ao Roney. De início não entendi porque o PJ fez aquilo, mas quando me juntei ao grupo entendi.

Do lado dele estava o Daniel, mais lindo ainda em roupas de educação física. Aqueles calções com forramento que deixa o pau livre. As vezes eu me desconcentrava vendo o pau dos colegas por debaixo dos calções. E foi atraves dessas olhadas que fiquei com dois caras da equipe do basquete, o Mário e o Flávio, mas isso tinha sido no ano anterior.

- Pessoal – Chamou o PJ – Esse aqui é o Daniel, ele já ganhou várias competições de basquete estudantil no Paraná e agora está com a gente. Como a sala de vocês possui 3 jogadores da equipe do colégio, achei bom apresentar ele, que está dentro com certeza.

Eu olhei impressionado para ele, e vários colegas me olharam como para ver minha reação. Eu era o cara do basquete e estava sendo apresentado alguém que pelo currículo devia ser bem melhor que eu. Confesso que fiquei com ciúmes, mas não havia nada que pudesse fazer. Fizemos uns aquecimentos e depois jogamos basquete entre a galera da sala. O Daniel mostrou mesmo ser muito bom, me deu duas cortadas bem aplicadas o que me fez ficar emburrado com ele. Ele devia saber que eu era tido como o melhor do colégio e fez de propósito. Sai da quadra pra ir tomar banho puto da vida com ele, não precisava tentar me humilhar na frente da galera. Tomei meu banho e quando estava saindo do banheiro ele estava entrando.

- Você é o caio não é?

- É, sou eu sim. Respondi meio surpreso dele falar comigo.

- Prazer Cara, Daniel, eu sei que você se garante no basquete, vamos ser companheiros de equipe, amigos? Falou estendendo a mão e abrindo um sorriso irrestível.

- Amigos. Respondi meio a contragosto aceitando o aperto de mão.

Encontrei Roney e Sâmia na saída da quadra me esperando. Ele me olhou com cara de espanto de disse:

- Amiga, o que foi aquilo. O boy novo queria atropelar a sra.

- Não fala comigo assim, porra. Vocês ainda vão queimar meu filme. Falei tomando minhas cosias dele e saindo para voltar para casa. Estava passando da hora de saída já, então o Marcos já devia estar me esperando. Fui grosseiro com meus amigos, mas era muita coisa pra processar. Eu não sabia se desejava beijar a boca do Daniel ou dar um soco na cara dele, a segurada opção era cada vez mais tentadora, mas a vida aprontaria umas boas comigo e me ensinaria muitas coisas naquele ano.

Continua …

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Comentários

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Ameeeeei...um amigo meu me recomendou este conto.adorei mesmo!

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sera que o daniel é do tipo que quer zuar com a cara do gay "não assumido"? gostei! continua!

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HUMMM interessante.. Amigos desbocados eu tenho aos montes. Pode prosseguir

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