Sangue Quente: O Aniversário

Um conto erótico de V.
Categoria: Homossexual
Contém 1881 palavras
Data: 03/07/2013 20:27:09

Meus olhos se arderam quando os abri. A luz branca me incomodava tanto que fiquei alguns minutos de olhos fechados, apenas escutando o que acontecia ao meu redor. Era um hospital. Isso eu tinha certeza. Alguém entrou dentro do meu quarto, mas não disse nada, se sentou do lado da cama e ficou lá. Tentei me virar para o lado, mas meu corpo estava dolorido de mais para fazer qualquer movimento.

O médico entra dentro da sala, e enfia a agulha dentro do meu braço e sinto o líquido entrar nas minhas veias. Começo a sentir meu corpo pesado e tudo para. Acho que era uma injeção para me fazer dormir, mas não sei como, eu estava mais acordado do que nunca. Não me lembrava de nada que tinha acontecido. Só alguns flashes passavam pela minha mente.

O que aconteceu? Começo a contar os segundos para tentar descobrir quanto tempo estarei paralisado. Tinha se passado 3.600 segundos. Alguém segura minha mão. Era um toque fraco, a mão era fria como o gelo, parecia ter dedos longos e magros. Thomas! Ele sobreviveu e ele estava do meu lado.

Junto todas as minhas forças e movo um dedo. Os movimentos dele param e não sinto mais suas mãos. Escuto um grito. Thomas estava chamando o médico. Escuto vários passos dentro do quarto. Tento outra fez mover meu dedo e consigo. Passa mais 200 segundos. Sinto a mão de Thomas envolver a minha de novo. Mas eu já conseguia mover mais dedos. Sinto alguma coisa no meu corpo. Escuto a voz de minha tia, ela estava surpresa como todos. Só quero entender o por que disso tudo.

Sinto sono, e adormeço. Não sentia mais nada. Meu corpo parecia flutuar em um lago, calmo. Então veio a cena. Fausto matando a pobre garota, o sangue por todo o lado, o rosto destruído de Thomas. Depois o sonho fica confuso demais, só conseguia ver chamas azuis com verdes e cinzas no final de tudo.

Abro meus olhos devagar para não começarem a doer. Me acostumo com a luminosidade. Thomas dormia na poltrona do meu lado. O garoto estava diferente da ultima vez que eu o tinha visto. Parecia mais novo, mais belo, mais.... perfeito. Parece que ele sente que eu acordei e também desperta de seus sonhos.

- Nicco! - Grita ele

- Er... - Minha voz estava rouca e a garganta doía.

- Eu disse que você ia acordar, eu não estou louco. - Falou Thomas me abraçando e beijando ao mesmo tempo.

- ok... - Eu fiquei vermelho - Cadê minha tia? - Olhei pelo quarto, mas estávamos sozinhos.

- Ela está em casa - Seus olhos estavam vermelhos, mas de chorar.

- Calma - Afaguei seus cabelos, lisos e sedosos - Por que você esta chorando?

- Porque eu não podia acreditar que você nunca ia acordar.

- Mas...Por quanto tempo eu dormi?

- A mais ou menos 4 meses. - Falou, encarando o chão

- Oi? - Eu não acreditei nas palavras que foram pronunciadas. - Mas eu lembro de ter acordado ontem de manhã.

- Não, você só fez um movimento, e foi a 1 mês atrás. Mesmo assim ninguém acreditou em mim - Thomas me abraça.

- Mas....

Eu não falei nada, simplesmente o abracei. Seus braços eram reconfortantes, eles me envolvem de uma maneira que eu me sinto seguro. Senti falta do seu cheiro, que era algo doce e viciante. Thomas afasta um pouco o seu rosto e me beija.

Seu beijo era bem melhor que o seu abraço. Quando nos beijávamos, eu senti que entravamos em conexão um com o outro. Parecia que ele podia entrar na minha mente. Seu hálito era uma mistura de menta com algo mais refrescante. Thomas era perfeitamente perfeito para mim.

Ficamos nos beijando por algum tempo, até tia Vivian entrar no quarto. Ela pigarra um pouco e nos separamos rapidamente. Tia Vivian estava ao mesmo tempo me abraçando e chorando. Falava que me amava, e não aguentaria me perder.

Tive que passar mais uma noite no hospital e recebi a minha alta na manhã seguinte. Parecia que eu não andava a anos. Tive um tempo para andar normalmente. Chegando em casa, sento no sofá e acabo adormecendo graças ao remédio.

Acordo na manhã seguinte, era dia de ir para a escola. Minha Tia me obriga a ficar em casa, mas eu decido ir para a escola, só para ver o que eu andei perdendo.

Algumas semanas depois tudo estava nos trilhos novamente. Sou surpreendido por Miah gritando meu nome no estacionamento e falando Feliz Aniversário. Coisa que eu tinha até esquecido. Todos no estacionamento começam a me parabenizar pelo dia.

- Tenho uma coisa para você no final do dia - Falou Thomas atrás de mim.

- O que é - me viro

- Se eu contar, perde a graça

Entramos na escola juntos. O mar de alunos estava bem agitado hoje. As pessoas me parabenizavam, coitadas. Vivem sem saber em que mundo estão situadas. Mundo de trevas e escuridão, criaturas prestes para atacar elas a qualquer momento. Pobres seres que nem podem se defender. Garotas olham para Thomas e eu, as ignoramos.

Entro na sala de aula. Thomas continua andar pelo corredor até chegar a sua sala. A professora começa a dar a sua matéria. Pouco me importa tudo. Hoje é meu aniversário, mas algo estava diferente em mim. Sentia como se fosse meu último. Confirmado, eu estou paranoico. Eu não vou morrer, não mais. Então, a unica coisa que eu tenho o dever de fazer é viver a vida. As aulas passam rápidas.

Ando pela escola sem rumo. Não queria ver mais as pessoas, então, vou para as arquibancadas que existem na quadra do outro lado da escola. Me sento por lá. Percebo alguém me olhando e me viro para ver quem é. Era Bruno, ele via ao meu encontro.

- Oi Nicco, tudo bem? - Ele se sentou no meu lado.

- Tudo e com você? - Perguntei de volta.

- Tudo... Parabéns - Ele me abraça

- Ah - Me surpreendo - Obrigado -

Olho para o céu por alguns minutos. Ficamos em silêncio, parecia que estávamos com algum muro entre nós que era difícil de se comunicar um com o outro. Era totalmente estranho isso. Ventos começam a passar pelo campo.

- Posso fazer uma pergunta? - Bruno finalmente falou.

- Claro.

- Você e o...Thomas... Estão... Namorando?

- Eu...Eu não sei... Ainda não teve a pergunta...

- Ammm - Ele abaixou a cabeça

- Mas saiba que eu te amo como um irmão, não importa quem eu namore.

- Eu também Nick

Nos abraçamos por um longo tempo. Voltamos para o prédio. Ainda estavam todos pelos corredores. Então Thomas aparece em cima de uma mesa de concerto que tem no pátio e grita.

- HOJE, FESTA LÁ NA MINHA CASA PARA COMEMORAR O ANIVERSÁRIO DO NICCO! TODOS ESTÃO CONVIDADOS.

- Legal da parte dele - falou Bruno do meu lado.

Era essa a surpresa que ele me falou? Que coisa mais idiota. Eu gosto de festas mas, por que não me falou antes? Fiquei ansioso e com raiva. Precisava falar com ele.

Final da aula, fui andando para a minha casa junto com Miah. Um Porsche se aproxima de nós bem devagar e para a alguns metros à frente. A janela se abre, era Thomas.

- Oi Miah, Nicco

- Oi - falamos juntos.

- Er... Eu posso falar com o Nicco Miah?

- Ta... Mas to de olho vampiro...

- Ok

Entrei dentro do carro.

- Ela não gosta muito de mim né? - Começou a falar o menino.

- Não... Mas depois melhora... - Olhei para ele - O que foi aquilo?

- É uma comemoração por várias coisas. Uma delas é o seu aniversário

- Ammm... Então era essa a sua surpresa...

- Não diga isso, o dia ainda não acabou.

Thomas me deixa em frente a minha casa. O garoto avisa que é para eu chegar umas 10 horas da noite na mansão. Já como era sexta, não me preocupei muito com o horário.

Miah me liga à tarde para falar que ia passar na minha casa antes de ir para a festa.

A noite estava começando a nascer. Os últimos raios solares estavam invadindo o meu quarto, e deixando ele em vários tons de laranja. Últimos indícios de dia estava se esgotando. As aves começaram a ir descansar e eu estava em frente ao meu Notebook vendo algumas coisas.

No chuveiro, a água começou a cair em meu corpo. Temperatura quente, pois sempre me acalmava. O que vai acontecer hoje?, pensei.

Termino de amarrar o meu coturno e desço as escadas. Miah me esperava no hall da casa, estava bem bonita. Vestindo uma saia longa estampada e uma camisa branca. Dou um beijo em minha tia e saímos.

A garota comenta que eu estou bem bonito.Bem, só estava usando a minha calça preta rasgada nos joelhos, meus coturnos. Usava uma camisa desbotada de uma banda que eu gostava e meu casaco de couro. Não achei nada de bonito, mas não queria discutir sobre isso.

Chegamos a mansão. A festa estava bem animada, porque já tinha bêbada na porta. Miah comenta que vampiros sabem dar uma boa festa. Entramos na casa, Thomas aparece um segundo depois. Odeio essa velocidade de vampiros, penso.

- Pensei que você não fosse vir. - Comentou

- Desculpa pela demora.

- Você ta bem bonito. - Diz ele me olhando de baixo pra cima. - Vem.

Thomas me puxa pela casa toda. Pessoas me desejando felicidades, a mesma coisa de sempre. A mansão estava cheia de adolescentes bêbados, drogados ou fazendo sexo. Tipica festa de Ensino Médio. O garoto me puxou praticamente pela casa toda, e nenhum lugar isolado. Então pensamos na biblioteca.

- Mais que merda! - Exclamou o garoto, irritado por ter algumas pessoas trepando na biblioteca. Eu também fiquei surpreso - Vem comigo.

Thomas e eu em menos de dois segundos chegamos ao telhado. Era estreito, mas consegui me equilibrar. Poderes de caçador as vezes caem muito bem. O menino começa a se aproximar do meu rosto. Eu podia sentir o hálito doce e altamente viciante. Ele me beija. Nossos lábios se encostando, me faziam sentir uma eletricidade percorrer meu corpo. Parecia que estávamos conectados um no outro.

Então Thomas tira uma caixa do bolso da calça.

- O que é isso? - perguntei

- Bem, ainda não foi oficializado, mesmo sabendo que já estamos, mas... - Ele abre a caixa. Tinha um pequeno anel de prata com uma pedra azul escura. - Nicco Bennet, você quer namorar comigo?

- Claro! - Me joguei em seus braços.

Parecia loucura, mas agora eu sentia mais firmeza nele. Descemos para a festa, Miah estava fora de alcance, talvez estava com alguém. Eu bebi bastante, como se não houvesse um amanhecer no dia seguinte. Talvez não existisse mesmo. Uma das coisas que aprendi com tudo que já vivi por enquanto é que sua vida pode mudar de uma hora para outra. Mais uma garrafa de alguma bebida.

A ultima coisa que me lembro é que Thomas levou Miah e eu para casa, e de ele me colocar na minha cama. Eu estava muito feliz para pensar em alguma coisa. Só lembro de mais uma coisa. Pedi para Thomas não ir e este se deitou do meu lado. Alguns segundos depois a escuridão me cercou e eu adormeci.

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Quem gostou? Acharam muito sem sal? Sério? ;( mas comenta ai pra eu saber a opinião de vocês que é sempre muito importante para mim. Quem ficou com curiosidade para saber que vai rolar nos próximos episódios ou quem vai morrer... Melhor ficarem atentos... Bj Bj Do V

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Comentários

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Maravilhoso. Perfeito como sempre V! Bj do A.

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Hmmmmm adoro cada vez mais esta história ^^. Mas não sei porquê, mas sempre tenho a impressão de que o Thomas vai te trair (mas sei que estou errado, ele parece te amar muito)

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