A História de Caio – Parte 56.1 (Prólogo de Ramon)

Um conto erótico de Kahzim
Categoria: Homossexual
Contém 1169 palavras
Data: 24/07/2013 01:29:20
Última revisão: 14/08/2013 00:56:49
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:

http://romancesecontosgays.blogspot.com.br/a-historia-de-caio-leitura-on-line-e.html

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Detestava ser pego de surpresa, não era o tipo de pessoa que trabalhava bem sob pressão, ele precisava de tempo para pensar, tempo para agir, tempo para reagir. E tempo era uma coisa completamente escassa para ele naquele dia. Haviam vários fios soltos para analisar, um deles que ficasse esquecido e as coisas poderiam realmente feder.

O irmão o havia confiado cuidar de muitas coisas, e honrar essa confiança era a coisa mais importante na vida dele. Não haveria qualquer tipo de falha. Ele o deixaria orgulhoso do irmão mais novo. Não era um gênio, mas sabia conduzir uma locomotiva em movimento como ninguém.

Naquela manhã de domingo precisou ir em um local que preferiria evitar. Gostava de viver como se a vida fosse apenas luxo. As regiões pobres, as zonas de viciados o baixo meretrício sempre estiveram lá, mas ele preferia fingir que não estavam. Seus passeios eram nas áreas caras, suas putas as mais tops que o dinheiro podia pagar. Mas aquela visita era necessária.

Desceu do carro em uma região alta da comunidade, já havia ido até ali antes e sabia o que ia encontrar. Ali escondida ficava uma rica mansão, ele sabia, era guardada por homens fortemente armados, mas ele era esperado. Não precisou sequer baixar o vidro para sua entrada ser autorizada.

Desceu numa área parecida com um grande galpão.

- O Samuel está de esperando. - Falou um dos guardas armados.

Apenas o seguiu sem falar nada. Samuel era um importante chefe do tráfico na cidade e estava envolvido em muitos outros tipos de negócios, era alguém com quem eventualmente era necessário. Foi conduzido direto para um quarto onde estava Samuel, um adolescente mexia em um laptop em uma mesa, como se fosse uma espécie de secretário.

- Ramon. A que devo a honra? - Falou o traficante polidamente.

- O Y. está na cidade.

- É? E porque eu deveria me preocupar com isso?

- Não é para se preocupar, é para se preparar, ele virá até aqui com certeza.

- Que venha, não fiz nada de errada para ter medo de uma visita dele. Nem sua.

- Samuel, deixe de se fingir de otário. Você sabe do que eu vim te advertir, ele está atrás de uma pessoa. Que anda fazendo uns espancamentos pela cidade.

- Sério? Qual o interesse dele nisso?

- Não é da tua conta. Nem da minha. É um lance dele. Algo pessoal. Você vai ajudar?

- Não vejo problema em ajudar se ele pedir. Sempre é bom fazer favores a ele.

- Eu vim te pedir para não ajudar. Eu vou resolver esse assunto sozinho para ele.

- Está atrás de glória ou algo assim? - Indagou Samuel.

- Algo assim. Então, você me dá sua palavra de que não ajudará?

- Ramon, olha, com todo o respeito. Mas isso soa estranho demais. Porque eu te prometeria que não vou ajudar o cara, se é a ele que eu devo favores, o que eu devo a você? Nada. Sem seu irmão você não é nada. Não tem força para pressionar ninguém.

- Tudo bem. Mas depois que eu resolver a parada e você só atrapalhar, você vai ficar queimado com ele.

- Vou correr o risco. - Falou Samuel num tom de quem encerra a conversa.

Ramon se sentia inseguro, não era algo comum para ele se voltar contra ordens do irmão ou agir fora do que o irmão determinava. Eles nasceram muito pobres e Yohan foi tudo na vida dele, tudo que tinha devia ao irmão mais velho e agradecia com uma dedicação extrema. Eles tinham suas diferenças, mas quando se tratava dos assuntos do irmão, ele apenas ouvia e obedecia.

Saiu da casa de Samuel e se dirigiu a um lugar bem familiar. Era sua igreja, onde costumava ir pelo menos uma vez por semana viver sua espiritualidade. Era uma Igreja Batista tradicional, estava aberta e ele entrou para conversar com Deus.

- Senhor, eu sempre fiz tudo seguindo alguma ordem do Y. Agora preciso fazer algo contra o que ele quer. Mas eu acho que é pro bem dele. Senhor, eu não sou o mais inteligente dos dois, mas nessa eu acho que estou certo. Me dá forças para encarar isso. Obrigado.

Quando levantou-se para sair, surpreendeu-se com a entrada do seu pastor na igreja. O Pastor Irineu era um senhor de seus 50 anos, era casado e morava com a esposa e 3 filhas do lado da igreja, ele conhecia Ramon de vários anos.

- Ramon, que supresa você aqui hoje. Estou atrapalhando sua oração?

- Não pastor. Acabei de encerrar. - Respondeu o jovem. - Vim pedir forças ao Senhor para uma coisa muito difícil que preciso fazer.

- Espero que tenha tido uma boa resposta. - Falou o pastor enquanto Ramon saia da igreja.

- Tive sim. Obrigado pastor.

Saiu da igreja mais aliviado, de certa forma tinha ficado mais claro ainda na sua mente o que precisava fazer. Aquela breve conversa com o pastor lhe lembrou quando o irmão revelou a ele que gostava de homens. Recebeu uma resposta difícil de enfiar na cabeça.

“ - Pastor, o meu irmão é homossexual. Eu devo me preocupar?

- Você deve se preocupar apenas se for incapaz de amá-lo por causa disso.”

Amar. Ele amava o irmão. Disso não havia dúvida. E ele estava aprendendo naquela situação que amar não é apenas se dedicar cegamente a alguém. Às vezes amar significa pegar em armas contra quem ama para protegê-lo de suas próprias atitudes.

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Gostaria de agradecer e mandar um abraço super especial para a Nice, de PE, que me mandou dois emails lindo ontem elogiando a história e além disso, me chamando atenção para uma coisa muito importante. O fato de eu não agradecer os que leem esse romance anonimamente. Eu mesmo já li muitos contos aqui durante anos sem nunca ter a coragem de me cadastrar para votar e comentar.

Chorei, senti raiva e vibrei por personagens sem jamais emitir minha opinião. Então queria deixar meu agradecimento a todos que dedicam seu tempo a ler minha história, seja comentando, votando ou lendo anonimamente, me sinto extremamente orgulhoso de saber que estão gostando dela o suficiente para acompanhá-la ao longo dessas mais de 50 partes já postadas. Pelas estatísticas de leitura, pelo menos umas 300 pessoas acompanham a história, obrigado por me deixar penetrar em suas imaginações, obrigado por viajarem junto comigo nesse romance.

Não tenho palavras para agradecer a todos. Nice, obrigado novamente por me chamar a atenção. Esse prólogo do Ramon eu iria postar apenas após o próximo capítulo, mas resolvi postar logo porque, como vocês verão, o Ramon é evangélico, embora isso ainda não tivesse sido revelado, a diferença de religião (Yoh espírita X Ramon evangélico) é uma nuance interessante do relacionamento dos irmãos. E como a Nice também é evangélica, achei super apropriado homenageá-la na parte da história onde a religião do Ramon é revelada.

E quem quiser mandar email como a Nice, alahric@yahoo.com.br .

Obrigado a todos.

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Comentários

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Otília : não fiz o prólogo do Ramon em primeira pessoa para não falar coisa demais, o Ramon sabe muitas coisas do enredo que ainda vão ser reveladas, ele narrando um capítulo seria difícil manter a concisão sem revelar essas coisas.

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Seu conto é maravilhoso, amo cada capitulo aqui e fico tenso esperando o próximo. Seu jeito de mostrar os personagens, de mostrar o cada um sente e de descrever cada situação nos deixa com mais e mais vontade de ler. Parabéns por estar indo tão longe e claro, mais um 10 pra você.

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Nossa, não imaginei que o Ramon fosse religioso u.u ... Surpresa aqui... Mas então, por que você quis narrar este prólogo em 3° pessoa? O Jr. Era ruim e real, por isso você não narrou, mas e o Ramon?

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nego vc e de mais poxa deixa seu email skype , msn seila vc pode nego obg vc e de mais nota 10000 pra vc

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Legal essa homenagem, mas me deixou ainda mais confuso... Aiaiai Parabéns de novo!

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Será que o Ramon tem algo a ver pra ir pedir pra ele não ajudar? Bom se o Yohan tava atrás mesmo não foi ele... E ainda imagino que seja o Dan...

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