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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:
http://romancesecontosgays.blogspot.com.br/a-historia-de-caio-leitura-on-line-e.html
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- E aê. Caio, não é?
- Deixei de ser a bonequinha foi? - Alfinetei.
- Aquele era um termo pouco educado, resolvi não usar mais. - Falou rindo. - Eu só vim te dar um recado e ver como tá a galera que vigia a outra boneca, digo, o teu amigo.
- Que recado, do Yoh?
- É. Ele disse para avisar que teu irmão teve alta, voltou para casa. Não sei qual a utilidade dessa informação, você pretende visitá-lo ou coisa do tipo?
- Jamais. - Respondi. - Mas se eu fosse não seria bem da tua conta.
- Calma aê. Precisa disso não. - Ele retrucou com estranha simpatia. - Eu só queimei mal com você porque não me passa pela cabeça como uma pessoa fica em dúvida entre meu irmão e um panaca drogado como o Daniel.
- Aquele panaca drogado me ama. - Respondi secamente. - E amor é uma coisa que você parece não entender.
- Amor até entendo. Mas de viadagem entendo porra nenhuma. Então fica de boa que eu vou chegando. - Respondeu enquanto saia rápido do meu campo de visão.
Respirei fundo para não deixar as palavras dele estragarem o meu dia, o meu carro já estava chegando, foi o Mário que me buscou dessa vez. Eu gostaria ainda de conhecer a mãe do Yohan para entender como ela pode educar dois filhos tão diferentes. A única coisa que salvava o Ramon era um respeito enorme que ele parecia ter pelo irmão mais velho, senão seria realmente um cachorro louco descontrolado. Creio que o Yoh deva ter conversado com ele em particular sobre ficar me chamando de boneca para ele corrigir isso. Ainda me doía ele falar que eu não era digno do irmão dele, quem era ele para julgar aquilo? Ele era mais velho do que eu, mas pelo menos em maturidade eu parecia estar bem melhor.
Mulher era um bicho estranho. Não entendia como a Samia estando com um cara super maduro como o professor Cláudio ficava se engraçando por um frangote sem noção como o Ramon. Se bem que o desgraçado era lindo, e eu não tinha muito o que falar porque troquei o Yoh pelo Dan, que também era meio crianção, mas eram situações bem diferentes.
Almocei com a Auxiliadora, ela havia ido na minha casa deixar uns papéis. Notei que eram coisas que tinham que passar pelo meu pai ainda, formalizações de alguns acordos ainda pendentes.
- Eu preciso voltar voando para a empresa. Antes que o Dr. Carlos saia. Senão os acordos só entram em vigor no próximo mês. - Explicou ela.
- Porque, Auxi? - Indaguei sem entender.
- Por causa da operação do teu pai, ele vai passar por uma cirurgia depois de amanhã e só volta ao trabalho daqui a um mês.
- Eu não estava sabendo. E estive com ele ontem. Meu irmão vai ficar no lugar dele?
- Não, o Dr. Borges que vai ficar. Qualquer coisa da empresa a gente resolve com ele. Mas os acordos da herança só o teu pai mesmo. Vou indo amor. Até logo.
Parei para pensar como eu era alienado das coisas da família e parei para pensar que eu devia uma visita à minha avó. Desde que assumi minha herança não falava com ela, precisava me apresentar após o meu novo status e saber qual seria a reação dela. Claro que ela já devia saber de tudo, mas eu ainda não tinha ido ver pessoalmente como estava meu cartaz. Resolvi ligar e falar com a Lu, cuidadora da minha avó, ela disse que tudo bem eu ir até lá visitá-las. Marquei para as três da tarde.
Fazia um bom tempo que não visitava a casa de minha avó, era um casarão em estilo vitoriano muito lindo, lembro de algumas coisas da minha infância naquela lugar, mas não era exatamente um ambiente familiar. A mesa estava posta no jardim para um café, a cara de Dona Magnólia tomar café no jardim. Ela estava sentada usando uma longo vestido azul, me esperando.
- Vovó, benção. - Falei pegando sua mão e beijando.
- Deus abençoe. Pensei que não ia lembrar mais de agradar a avó agora que ficou rico por conta própria.
- Eu estava falhando mesmo com a Sra. Mas estou a ponto de ficar louco tendo que assumir tanta responsabilidade. - Falei sentando-me ao lado dela.
- Não é desculpa, menino. Neide, ponha café para o meu neto. - Chamou ela uma de suas empregadas, que estava próxima, que me serviu de uma xícara de café com leite. - O maluco do seu irmão aprontou mais alguma?
Não podia falar para minha avó que no mesmo dia que ela me salvou de ser espancado pelo Carlos ele me estuprou e eu quase me matei numa crise depressiva por causa disso. Então apenas falei que ele tinha se comportado. Passamos a tarde inteira conversando amenidades. Também soube por ela que meu pai iria operar um cisto nos rins. É incrível como pessoas idosas sempre têm algum assunto para conversar. Creio que se deixasse minha avó conversar tudo que queria, passaríamos dias sentados tomando café até ficarmos pretos. Mas eu precisava interromper, no cair da noite resolvi voltar para casa.
Notei que havia deixado meu celular dentro do carro e quando vi haviam várias ligações perdidas. Tinha ligação do Dan, do Yoh, da Samia e até de um número desconhecido. Resolvi não me estressar retornando para todo mundo. Voltei para casa e se ligassem novamente eu atenderia.
Quando cheguei em casa me bateu uma imensa solidão e pensei em chamar o Dan para dormir comigo. Peguei o celular para discar e depois iria retornar as ligações da Samia e do Yoh também. Com mais da metade dos dígitos discados o telefone do lado da cama toca e é da segurança.
- Caio? - Ouço a voz do Mário. - Tem uma visita aqui. Se chama Ramon.
O que aquele chato queria aquela hora. Fiquei tão estressado com a notícia de uma vista dele que esqueci de ligar pro Dan e desci as escadas para recebê-lo. Sentei em um dos sofás da sala e preparei minha cara mais amarrada para quando ele entrasse mas quando o vi fiquei completamente desarmado. Ele estava muito nervoso, pálido e até o cabelo estava desarrumado e as roupas suadas. Parecia estar a horas trabalhando em algo sem parar.
- Credo, Ramon, o que aconteceu?
- Aconteceu que você está ferrado. - Falou ele de um fôlego. - Nós estamos ferrados. A bicha sumiu. O Roney.
- Como assim?
- Ele foi até o hospital levar uma coisa para a mãe dele. Os caras que estavam de olho nele não entraram, ficaram na recepção, mas ele não apareceu. Quando foram procurar, a mãe dele disse que não tinha visto ele. Ele evaporou no ar. Onde você passou a tarde? O Yoh está te caçando, ele acha que foi você. E está furioso comigo também, porque eu que arranjei os caras para vigiar o teu amigo.
- E porque você veio me avisar isso?
- Porque eu não acho que foi você. E quero pegar esse filho da puta.
- Não preciso da sua ajuda, Ramon. Porque eu sei bem quem é o único capaz de fazer isso. Chegou a hora do Yoh parar com essa palhaçada. Você quer pegar quem fez isso, mas com certeza não se voltar contra seu irmão. Então me deixe sozinho que eu vou desmascarar ele.
- Você está fazendo uma burrada cara. O Y não fez isso.
- Não esperava que você concordasse. Por favor, se retire da minha casa.
- Você que sabe, Caio. Mas olha, isso vai ser uma guerra. E você está entrando sozinho nela porque quer.
Continua …
(Até amanhã pessoal, obrigado a todos ^^ )
