*CONTINUAÇÃO
Como assim terminar? Quer dizer que o Rafael é gay? Pelo menos não sou o único na família, teria alguém que me entenderia. Agora entendo o motivo da exaltação do garoto quando me viu sentado em sua cadeira, torno a prestar atenção na conversa, agora o menino estava com os olhos vermelhos como quem queria chorar, ele soca o braço do Rafael e sai. Rafael o chama varias vezes mas ele não volta.
Quando ele passa por mim na volta para sala eu seguro o braço dele.
- Rafael espera.
- Me solta se voce não quiser que eu arrebente sua cara.
OI? Como?
- O que? Eu pergunto sem entender nada.
- Isso tudo é sua culpa Felipe, se voce não tivesse aparecido aqui nada disso estaria acontecendo, e ai de voce se contar pra alguém o que ouviu aqui está me entendendo?
Agora deu medo, o que eu tinha a ver com os problemas dele? Pelo o que o menino falou ele já aprontava a um certo tempo e agora a culpa era minha? Resolvi procurar o garoto, depois de andar praticamente a escola toda e me perder algumas vezes o encontro sentado num banco atrás da quadra (não sei como fui procurá-lo lá só sei que encontrei) ele percebe que estou indo em sua direção e faz uma cara de poucos amigos, me atrevo a sentar ao seu lado e antes que eu pudesse dizer alguma coisa ele larga.
- Se voce veio pra me consolar pode voltar e ficar com o seu “Priminho”. Ele disse num tom bastante irônico.
- Olha cara eu vim aqui te dizer que eu não tenho nada a ver com o que está acontecendo com voce, o Rafael é meu primo sim, eu não sabia que vocês namoravam nem que ali era seu lugar.
- Isso não faz muita diferença agora já tudo acabado mesmo.
- Eu posso falar com ele se voce quiser.
- Não precisa.
- poxa cara eu só tava tentando ser gentil.
- Gentil ? quer ser gentil? Sai daqui e me deixa terminar o que estava fazendo.
A vontade que eu tava era pegar aquele garoto e encher a cara dele de murro, será que ele não percebia que eu estava tentando ajudá-lo. Resolvi atender o pedido dele e voltei para a sala. Pego minha mochila e sento numa cadeira sozinho, a aula termina rápido, Rafael fica na porta deveria estar me esperando. Termino de arrumar minha mochila e saio da sala.
- Felipe podemos conversar? Ele diz segurando meu braço.
- Olha Rafael se for pra pedir desculpas tudo bem eu entendo que voce estava de cabeça quente, eu só não esperava voce dizer que a culpa de voce ter acabado o seu namoro foi minha.
- era sobre isso que eu queria falar com voce, meus pais não sabem que sou gay por favor não fala nada pra eles.
- Fica tranqüilo, não sou desses que sai por ai falando da vida dos outros.
Ele me abraça tão forte que sinto minhas costelas doer.
- Agora voce já pode me soltar. Digo com dificuldades.
- Desculpa é que seu cheiro é muito bom.
- Vamos procurar alguma coisa pra comer. Eu digo tentando desviar o assunto que iria se formar ali.
Saímos do colégio e fomos para o refeitório do colégio, nos juntamos com as meninas e compramos um lanche.
Saimos do colégio já passava das uma da tarde, chegando em casa me jogo no colchão na tentativa de dormir, meu corpo queria mais a minha cabeça não deixava, ficava martelando na minha mente o tempo todo tudo que aconteceu pela manhã, meu primo estava tomando banho no banheiro do quarto, não demora muito ele sai completamente pelado com o fone no ouvido, Jesus que visão era aquela, ele era perfeito o corpo todo definido bem branquinho, claro que fiquei morto de vergonha, senti minhas bochechas arderem, ele percebeu.
- Desculpa primo é que eu esqueci que voce estava aqui. Ele disse com a cara mais sínica do mundo, claro que ele fez de propósito, ele queria me ver louco e estava conseguindo, viro para o outro lado do colchão, ele veste uma cueca e uma bermuda folgada.
- Está com fome? Ele pergunta
- Não obrigado. Respondo sem olhar pra ele.
- Quer assistir alguma coisa?
- Não. Tem algum computador aqui que eu possa usar? Pergunto, precisava me comunicar com meus amigos do Brasil principalmente o Bruno, eu não estava agüentando mais de tanta saudade que sentia dele.
- Até tem mais ta quebrado e vai demorar alguns dias pra consertar.
Minha feição muda, eu não conseguia lembrar e não me emocionar, a única pessoa que me fazia sentir bem. Rafael olha pra mim e estende a mão, ele sentia que algo estava acontecendo comigo, só não sabia o que.
- Fica triste não Fe. Ele diz me abraçando. – eu cuido de voce.
Retribuo o abraço dele, seu corpo quente no meu, sua respiração no meu pescoço, me arrepiei e quando fui perceber estava excitado, queria morrer ali mesmo. Ele olha pra mim e sorri, seus dentes lindos.
- Rafa desculpa é que. Sou interrompido.
- Não precisa falar nada Fe, apenas deixa acontecer.
Quando menos esperava ele me beija, melhor nos beijamos.
*CONTINUA
