A História de Caio – Parte 37

Um conto erótico de Kahzim
Categoria: Homossexual
Contém 1960 palavras
Data: 18/07/2013 22:19:09
Última revisão: 14/08/2013 00:51:21
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:

http://romancesecontosgays.blogspot.com.br/a-historia-de-caio-leitura-on-line-e.html

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O Dan me deixou as 12:10 em frente a um enorme edíficio comercial que próximo ao centro da cidade, fiz questão de comprar um terno para usar, pois não tinha trazido nenhum terno de casa. O Dr. Vasques estava na recepção me esperando. Subimos até o 11º Andar. Este andar era ocupado completamente por escritórios relacionados à negócio da minha família. Fui recebido pelo Borges, eu lembro dele, era um velho sócio do meu avô, que tinha muita importância no meio da nossa família, nossas famílias tinham vários negócios em conjunto há décadas. Empreendimentos como construção de edifícios, corretora de imóveis e coisas do tipo. Nos negócios do meu avô mesmo, minha mãe não tinha muita influência, mas a administradora de imóveis da família foi criada praticamente só por ela e era nessa empresa que eu teria mais influência.

Passei pela porta da administradora e segui com Vasques e Borges para o escritório central, onde meu pai e meu irmão ficavam.

- Caio, realmente uma surpresa tudo isso. - Falou Borges. - Seu pai me falou tudo, o testamento de sua mãe agora que foi descoberto e ele resolveu te entregar todos os bens que ela deixou para você, como um desafio ao seu espírito empreendedor. Eu nunca confiaria assim em um filho meu, ainda mais se tivesse 16 anos. Estão todos te considerando um gênio, não nos decepcione.

Então essa era a mentira que meu pai havia inventado. Devo reconhecer que era bem engenhoso, encaixava tudo e afastavam boatos sobre a diminuição do poder dele dentro da empresa. Procurei confirmar tudo e demonstrar segurança. Quando a porta foi aberta, a sala estava lotada de pessoas, eu reconhecia a maioria das reuniões de negócio de meu pai quando era menor, mas havia alguns novos. Mas certamente nenhum tão jovem quanto eu, o mais jovem ali além de era um rapaz loiro que devia ter uns 22 anos. Meu pai estava sentado à cabeceira da mesa, meu irmão não estava presente.

- Meu filho. - Cumprimentou ele. Caminhei até onde ele estava e recebi surpreso um abraço falso. - Pontualidade britânica. Algo muito importante para os negócios. Sente aqui do meu lado.

Sentei ao lado dele e o Vasques sentou logo após eu. Tudo que me propusessem eu iria conversar com ele antes de dar uma resposta.

- Bem, todos sabem porque estamos aqui. - Começou meu Pai. - Em primeiro lugar, dar boas vindas ao Caio, meu filho mais novo, à essa mesa diretora. Caio, nós aqui tomamos as decisões que vão definir os rumos de todas os negócio do grupo fundado pelo seu avô e até hoje mantido pela sua avó intacto. Outra questão da reunião é que você tem direito a uma porcentagem do que era da sua mãe e estamos aqui para expor exatamente o que você possui.

Era um embaralhado de papéis. 7,5% de cotas para um lado, 3,8 de cotas para outro. Troca os 3.8% de uma por 5% em outra. Não vou cansa-los com esses detalhes malucos. Como eu falei, minha maior influência seria na administradora de imóveis. Eu teria 42% das cotas, inclusive para compensar um fundo de investimento que meu pai havia esgotado antes do inventário. Em virtude disso eu teria o controle sobre a administradora, que além de administrar todos os imóveis da família, também trabalhava administrando imóveis por fora.

Pedi uma sala permanente na administradora de imóveis, para acompanhar eventuais detalhes de negócios meus. Eu também teria poder para substituir os diretores, mas apenas pedi um relatório geral sobre a situação dos imóveis administrados. Eu vi várias caras medrosas quando viram o poder que eu ia ter na administradora. Se mal gerida ela poderia prejudicar seriamente outros ramos, mas tranquilizei dizendo que não usaria minha influência para atitudes levianas. Só agiria em caso de necessidade e sempre sob a orientação do meu advogado. Firmei um contrato permanente com o Dr. Vasques, que gostou de voltar a ter a antiga influência nas empresas que tinha na época da minha mãe.

Passada a discussão inicial, o Dr. Vasques ficou de analisar vários pequenos ajustes propostos, discutir comigo e dar uma resposta em meu nome. Eu percebi que precisava entender de administração de empresas urgente, porque captava pouquíssima coisa de todo aquele palavreado. Quando todos saíram, ficamos somente, eu, papai e o Dr. Vasques, acompanhado de mais um cara, que percebi que era o advogado do meu pai, um senhor de meia idade.

- Bem, agora que todos foram, vamos tratar logo o restante Vasques, já cansei dessa conversa mole. - E falou olhando para mim. - O que você ainda quer?

- A mansão. - Falei.

- Não vou ceder. Decidi. - Respondeu ele.

- Ótimo. Dr. Vasques, não quero mais aceitar a permuta do fundo de investimento por ações. Quero que seja feita uma investigação para saber onde meu pai enfiou o dinheiro.

- Você não pode fazer isso.

- Posso sim. - Respondi. - Eu não sei onde o senhor colocou o dinheiro desse fundo, e era o fundo da mamãe que tinha valor mais alto. Eu ficaria bem mais rico com isso na minha mão.

- Vai recuperar tudo com as ações.

- Dentro de alguns anos, segundo o Dr. Vasques. Não quero esperar mais.

Eu vi o sangue lhe subir ao olhar.

- Tudo bem, fique com aquela mansão, não serve de nada mesmo.

- E os objetos pessoais, quero tudo por conta do fundo de investimento também. Nem pense em retirar os quadros.

- Pode ficar com toda aquela droga. - Vociferou ele. - E os quadros nem foram colocados no inventário.

- Mais um motivo para ficarem todos comigo. O juiz não vai gostar de saber que o senhor sonegou o imposto pela transmissão de milhões em obras de arte. - Comentei arrancando um sorriso do Dr. Vasques (eu tinha aprendido uns truques com o Yoh.)

- Escuta aqui moleque. Se você me ameaçar mais uma vez.

- O que? - Vociferei eu dessa vez. - Você vai fazer o que se eu te ameaçar? Vai me bater de novo, vai me seguir com uma arma na mão?

- Calma Caio. - Advertiu o Dr. Vasques.

- O Senhor que pare de me ameaçar ou de ameaçar meus amigos. - Falei mais calmo. - Eu não me considero mais seu filho, sou apenas seu sócio. Um sócio que não gosta nem de olhar na sua cara. Eu vou indo embora agora, sócio, tomar posse da minha casa. Da próxima vez me trate com mais respeito. Ou eu posso me tornar um companheiro de negócio realmente desagradável.

Sai da sala acompanhado do Dr. Vasques, que se apressou a colher a assinatura do meu pai em alguns papeis. Ele me seguiu e lá embaixo me apresentou uma de suas assistentes, Auxiliadora, ele disse que ela me auxiliria em tudo que eu precisasse, ia ficar sempre a minha disposição e inclusive me acompanharia à mansão naquele exato momento. Me entregou uma procuração para assinar, disse que com aquilo iria abrir algumas contas para mim e me passar os cartões, para eu ter de onde tirar dinheiro quando precisasse. Ele foi um anjo eu não sabia como transformar aquele dinheiro de fundos e investimentos em algo que me pagasse um almoço.

Achei lindo o trocadilho de minha assistente se chamar auxiliadora. Adorei ela, era uma moça de 34 anos, levemente fanha e meio aperreada do juízo, mas extremamente eficiente. Tinha três filhos pequenos e não sei como passava o dia resolvendo coisas para o Dr. Vasques e seus clientes. Era o que se chama de despachante.

Ela me levou no carro dela até a mansão. Quando cheguei lá, o portão já estava aberto. O jardim super cuidado como sempre.

- Linda minha casa, não é Auxiliadora?

- Minha nossa. Eu lembro de ter vindo com o Dr. Vasques aqui duas vezes. Você era bem pequeno e eu era nova no escritório. É uma mansão enorme.

Ela parou no pátio e descemos. Tomei um susto, assim que desci estavam alinhados diante de mim todos os guardas da casa. O Mário estava entre eles, respirei aliviado vendo que não havia descoberto que ele me ajudara. O Osvaldo era o mais empavonado de todos.

- Senhor Caio. - Cumprimentou ele. - Seja bem vindo. Fico feliz de saber que vai voltar a morar nessa casa. Estou aqui para servir.

- Sinto muito estragar sua felicidade Osvaldo. - Falei calmamente. - Você está demitido.

- O que? - Perguntou ele rispidamente.

- Está demitido. E fique com a boca calada. Eu tenho abuso até da sua voz. Se eu te ouvir mais uma vez além do emprego eu acabo com a sua carreira. Posso impor ao meu pai que não te contrate para nada no mundo. Mas hoje eu estou muito feliz, então você vai pegar suas coisas e procurar meu pai e pedir um posto em qualquer lugar, menos onde eu possa cruzar com você. Porque da próxima vez que eu colocar os olhos em cima dessa sua cara mentirosa, você vai desejar realmente que eu não o tenha feito. Está dispensado.

Ele saiu de cabeça baixa sem dar uma palavra.

- Mário. Tudo bem? - Perguntei.

- Tudo bem, Senhor. Digo, tudo bem Caio. - Corrigiu ele diante do meu olhar de reprovação.

- Sua esposa está bem?

- Está sim. Está ótima.

Venha comigo e a auxiliadora. E nos encaminhamos para dentro da mansão.

Estava empoeirada como antes. A cadeira que vovó sentara ainda estava no mesmo lugar. Eu sentei em um batente e a Auxiliadora sentou do lado.

- Cara, desculpa se tô sendo intrometido. - Mas é verdade que você tomou metade das coisas do seu pai? - Perguntou Mário, sentando-se também.

- Metade não. Metade da metade da metade. - Falei rindo. - E você me ajudou muito nisso. E vou te recompensar, é o novo chefe da segurança.

- Sério? Muito obrigado mesmo. Caraca. Eu nunca imaginaria que ia ficar com o lugar do Osvaldo.

- Escuta, eu preciso muito de você Mário. Preciso que troque imediatamente as fechaduras dos portões e portas, que reprograme os alames, que verifique quais dos seus colegas são de confiança, os que não forem a gente demite. Precisa contratar guarda-costas para mim e outras coisas que ainda vou falar. A Auxiliadora te ajuda no que for preciso.

- Me passa os nomes de quem for ficar. Tenho que refazer os contratos. Passa os curriculos de quem for ser guarda-costas, para fazer o contrato também. Vou arranjar umas faxineiras para virem amanha deixar isso tudo aqui brilhando. Se o senhor.

- Você Auxiliadora. - Corrigi.

- Se você quiser restaurar algo, fala comigo depois que eu providencio tudo também. Quer se mudar quando?

- O mais rápido possível, completei.

- Depois de amanha fica pronto. Você quer internet, TV a cabo, uma linha telefônica e etc?

- Quero.

- Tem preferência?

- Não, sei que você vai saber escolher o melhor.

- Certo.

- Eu preciso ir agora, Mário, providencia isso imediatamente, pode demitir em meu nome os que não achar confiáveis. Amanha a Auxiliadora vem e você passa a ela todas as chaves novas. - Falei entregando a ele um dinheiro para fazer as mudanças.

- Auxi? Posso te chamar assim? - Perguntei rindo.

- Pode. - Respondeu ela rindo também.

- Vou precisar de 1 carro também. E 1 motorista, porque não tenho carteira. Por favor. Providencia isso tudo.

- Estou aqui para isso.

Levantei e olhei toda aquela casa novamente. Mal podia acreditar que ela era toda minha. Será que o Yoh aprovaria a forma como fiz tudo aquilo? De repente me peguei pensando no Daniel, e mal pensei, ele me ligou.

- Caio?

- Oi Dan.

- Terminou não a reunião?

- Terminou, estou na minha casa.

- É que, tipo, posso passar ai e te trazer para conhecer minha mãe? Ela não aguenta mais de vontade de conhecer o cara que roubou meu coração.

Continua.

PS: XeGAY. Ainda tem mais um capítulo hoje, mas vai sair entre 23:30 e meia noite.

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Comentários

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Tipo assim... adorei o modo maduro como você agiu diante dessa situação de pressão vinda de todos os lados, até porque não é fácil pra ninguém ser um CEO de uma grande empresa, quem dirá um garoto de 16 anos!! Fiquei até orgulhoso de ti cara... parabéns!! ^^

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Nossa eu até chorei de tanto rir do que o caio fez, foi otimo parabéns como sempre

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Eitaaa Caio você ficou muito mais maduro depois dessa reviravolta toda. Teve que crescer bem rápido por causa disso... O Dr. Vasques foi uma pessoa confiável? curiosidade...

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Cara, o Daniel merece o amor do Caio! Pelo menos até agora. Tomara que dê certo, parabéns!

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Vc não queria o apartamento à beira mar? Tbm estou com saudades do Yoh e acho que sua ligação com ele em todos os sentidos é maior do que com o Dan.

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