Segunda chance - 2

Um conto erótico de Luca:)
Categoria: Homossexual
Contém 1939 palavras
Data: 18/06/2013 16:18:14

Como se todos estivessem em câmera lenta, os médicos e enfermeiros entraram para tentar reanima-lo, mas era tarde. Fiquei em um canto da sala vendo toda aquela cena, várias pessoas ao redor dele tentando fazer algo. Seu semblante estava sereno, como se realmente estivesse dormindo.

Os dias que se seguiram foram de profunda tristeza. O velório e o enterro foram para mim às coisas mais terríveis que passei. Eu me sentia vazio, completamente vazio, como se um pedaço houvesse sido arrancado. O amor da minha vida já não estava mais lá, era agora somente uma lembrança. Mergulhei em uma profunda depressão, não saia de casa, não deixava ninguém se aproximar. Meu dia se resumia a ficar dentro do quarto completamente escuro. João ainda estava com seus avós, eu estava completamente sem condições para cuidar dele. Eu estava definhado aos poucos, havia emagrecido muito, meu sorriso que era meu motivo de orgulho não existia mais.

Já fazia três meses que Antônio havia morrido e eu estava entregue a depressão. Eu estava no quarto quando Dona Laura, a mãe de Antônio, entrou no quarto.

Laura – Oh meu anjo, vamos levantar?

Eu – Não quero, me deixa sozinho.

Laura – Já faz mais de três meses Fernando. Você não acha que está na hora de reagir?

Eu – Eu não consigo Laura, parece que toda a vida que existia em mim está enterrada junto com Antônio.

Laura – Eu entendo meu filho, mas a vida continua. Você acha que está sendo fácil para mim? Não é natural uma mãe enterrar um filho.

Fiquei um tempo deitado com a cabeça em seu colo, ela fazia carinho igual o Antônio fazia em meus cabelos.

Laura – Meu querido eu tenho algo para lhe mostrar.

Ela foi em direção a TV e colocou um DVD. Me ajeitei na cama curioso para ver o que ela tinha para me mostrar. Quando ela apertou o play começou uma música que logo me fez chorar, era a música que Antônio e eu tínhamos escolhido como nossa (http://www.youtube.com/watch?v=ac3HkriqdGQ). Logo Antônio apareceu no vídeo, ele estava lindo, provavelmente o vídeo foi gravado no inicio da doença, pois ele estava com boa aparência ainda.

Antonio – Fernando! Amor da minha vida! Quando estiver vendo este vídeo eu já não estarei ao seu lado, mas não pense que vai se livrar fácil de mim, estarei sempre ao seu lado, cuidando de cada passo seu. Quero dizer que você foi a melhor coisa que me aconteceu. Meu amor por ti não tem como mensurar, é infinito. Você me fez muito, mais muito feliz. Sei que não deve estar sendo fácil para você, mas eu te peço meu amor, não se entregue a tristeza. Quero que seja feliz, que viva a vida assim como viveu ao meu lado. Preciso de um grande favor seu meu amor. Cuida do João pra mim? Você sabe que ele é minha vida junto com você. Cuida do nosso filho como você sempre cuidou. Peço também que cuide da nossa empresa, não deixa destruírem aquilo que com muito esforço construí. Cuida também dos meus pais, principalmente da minha mãe, não a deixa sofrer sozinha. Acho que é só meu amor. Desejo que seja muito feliz, que encontre alguém que te faça mais feliz do que foi comigo. Nunca se esqueça de que eu sempre estarei contigo. Agora me dá um sorriso, igual àquele que você deu no dia que nos conhecemos na minha festa. É esse sorriso que vou levar comigo sempre. Te amo minha vida.

Quando o vídeo terminou eu estava chorando, mas com o sorriso no rosto. Ouvir aquelas palavras do meu amor me deu um novo folego de vida. Dona Laura também estava bastante emocionada. Nos abraçamos e compartilhamos nossos sentimentos. Senti que dali para frente seria diferente. Minha vida havia ido embora quando Antônio morreu, mas com este vídeo ele me trouxe de volta.

Eu – Ele tem razão Laura. Não tem cabimento eu ficar assim, mas é tão difícil acordar e não ver ele ao meu lado.

Laura – Ninguém disse que ia ser fácil, mas nós temos que seguir em frente. Você é tão jovem meu querido, tem uma vida inteira pela frente. Faça essa última vontade dele, seja feliz.

Eu – Vou tentar, juro que vou tentar.

Dona Laura ficou mais alguns minutos e depois foi embora. Eu ainda estava deitado na cama pensando em como iria ser difícil superar tudo. Vi aquele vídeo dezenas de vezes, ouvir a voz do Antônio me acalmava. Depois que vi pela última vez, me levantei e fui tomar um banho. Quando olhei no espelho não me reconheci, estava com olheiras profundas, pálido, sem vida. Entrei no box para tomar banho. Quando aquela água começou a cair sobre meu corpo, foi como se ela levasse minha alma, toda angustia foi saindo e indo ralo abaixo. Como foi revigorante aquele banho. Saí completamente disposto a fazer a última vontade do Antônio, eu seria feliz, mas sem nunca esquecer que ele sempre será o amor da minha vida.

No dia seguinte passei bem cedo na casa dos meus sogros, queria ver João, estava morrendo de saudades dele. Seu Roberto, pai do Antônio, se surpreendeu ao abrir a porta.

Roberto – Fernando meu filho, que surpresa maravilhosa.

Eu – Oi Roberto, como está?

Roberto - Bem! Ainda tentando superar.

Eu – Eu sei, não vai ser fácil, mas vamos tentar pelo Antônio.

Roberto - Entre! Estamos tomando café.

A família do Antônio sempre me tratou com muito carinho, isso de certa forma supria minha carência por uma família, já que minha mãe morava na Europa e eu não tinha irmãos. Seu Roberto me acompanhou até a sala de jantar onde Dona Laura e João estavam tomando café. Quando ele me viu veio correndo e pulou em meu colo.

João – Tio Nando! Que saudade do você. Por que não veio me buscar para me levar pra casa?

Ele era muito lindo, puxou os olhos castanhos do pai. Aos cinco anos de idade, João se mostrava uma criança muito esperta.

Eu – Me perdoe meu querido, mas o tio não estava se sentindo muito bem.

João – Está sentindo falta do papai? Eu estou com muita saudade dele.

Eu – Também estou, mas não vamos ficar triste, seu pai não ia gostar disso.

Laura – Nando que bom ver que está melhor.

Eu – Como à senhora mesmo disse a vida continua. Vim para levar o João para escola e também quero levá-lo de volta para casa.

Laura – Sem problemas. Ele perguntava todos os dias quando você vinha buscá-lo para levá-lo para casa.

Eu – Laura preciso de um favor. Depois de levar o João pra escola, vou passar na agência para ver como estão as coisas. Provavelmente vou ficar o dia fora. Você poderia ir lá em casa neste tempo e guardar as coisas do Antônio. As roupas pode doar. Não estou nenhum pouco com cabeça para ver isso.

Laura – Sem problemas meu filho. Depois do café eu passo lá.

Após terminar o café fui levar o João para escola. Eu estava bem, não estava sorrindo aos quatro ventos, mas estava bem. A companhia do João me fazia muito bem. Quando chegamos em frente a escola avistei uma vaga para estacionar, estava manobrando quando um carro me fechou. Aquilo me deixou com uma raiva enorme. O cara estava em frente a uma escola, mas dirigia como se estive em uma rodovia. Desci do carro, peguei João no colo e entreguei para a moça da portaria. Logo vi o cara que me fechou saindo do carro com uma menina no colo. Ele era alto e forte, usava um terno que parecia ter sido costurado no corpo, pois lhe caia perfeitamente. Realmente era um homem bem atraente, mas minha raiva não me deixou pensar muito neste detalhe. Ele deixou a criança e voltou para seu carro. Eu como sou um pouco esquentado fui tirar satisfação com o cara. Bati no vidro, mas ele não abriu, bati novamente com mais força até ele abrir.

Cara – Desculpa, mas eu não dou esmolas.

Não acreditei no que ele havia dito.

Eu – Quem disse que eu quero esmola?

Cara – Se não é isso diga logo o que quer.

O cara era um poço de arrogância.

Eu – Você não sabe que esta é uma área escolar?

Cara – Sei!

Eu – Então por que me fechou quase ainda pouco?

Cara – Era você? Não gostou? Me processe.

Ele disse isso, fechou o vidro e saiu me deixando com a maior cara de tacho.

Eu – Que cara mais idiota, sem noção, imbecil...ai que ódio.

Aquilo realmente me irritou profundamente. Como podem existir pessoas deste tipo? Procurei me acalmar, pois ainda iria para agência, mas algo me dizia que eu ainda passaria muita raiva aquele dia.

Cheguei à agência por volta das nove da manhã. Todos me olhavam com certo espanto, pois não pisava ali a mais de meses. No início relutei bastante em trabalhar com Antônio, para evitar falatório, mas logo ele me convenceu. Ele dizia que iríamos tocar o negócio juntos. Já na minha sala pedi para Anita, minha secretária, para convocar todos os gestores para uma reunião. Estava disposto a tocar o barco, mas confesso que o medo me acompanhava. Meu forte era criação e não administração, tanto que isso ficava a cargo do Antônio. Sou interrompido dos meus pensamentos por Anita avisando que todos me esperavam na sala de reunião. Entrei na sala com um friozinho na barriga, apesar de conhecer todos há algum tempo.

Eu – Bom dia a todos. Não vou demorar muito nesta reunião. Sei que todos ficaram abalados com a morte do Antônio. Confesso que estou fazendo um enorme esforço para estar aqui hoje. Quero dizer que nada vai mudar na administração desta agência, sei que alguns projetos ficaram parados devido o ocorrido, mas todos deverão ser retomados. Vou precisar muito da ajuda de todos para tocar a agência.

Nisso a reunião seguiu por mais alguns minutos. Pedi um relatório detalhado do andamento de cada setor, para ver como ficou durante os meses que fiquei ausente. No final o responsável pelo jurídico veio conversar comigo.

Leandro – Nando preciso falar com você urgente e não é coisa boa.

Eu – Nossa! O que aconteceu?

Leandro – Estamos sendo processado por um de nosso cliente por não comprimento de contrato.

Eu – Como assim?

Leandro me explicou todo o caso. Era uma marca de roupas que estava nos cobrando um serviço que não estava em contrato, mas que segundo eles tinham direito pelo serviço. Para piorar a situação, teríamos uma reunião com o advogado da empresa ainda naquela manhã. Voltei para minha sala um pouco nervoso, ter que enfrentar advogados não me agradava muito. Estava debruçado em cima de alguns relatórios quando o Leandro veio me chamar para reunião com o advogado da empresa. Pedi para acompanhar de perto o caso, pois eu fui o responsável pelo projeto.

Entramos na sala e o advogado estava sentado de costa para a porta. Quando ele virou e levantou para me cumprimentar, não pude acreditar quem era o infeliz.

Eu – O que você está fazendo aqui?

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Oi amigos, mais uma parte para vocês. Não prometo postar diariamente, pois estou em período de provas na faculdade, mas não se preocupem que não vou abandonar o conto. Quero mandar um grande beijo para meus queridos Orlando2711', Caio R., Ru/Ruanito, Lucas M., FabioStatz e Mô, sempre acompanhando meus contos. Você são ótimos!

DW-SEX - Meu amigo! Realmente estava com muitas saudades dos seus contos, eles me emocionam bastante. Fico feliz que tenha voltado a ativa. Espero ansiosamente a continuação do conto. Desejo tudo bem para você meu caro. Um grande abraço:)

Música - http://www.youtube.com/watch?v=CrihioC_LXg

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Comentários

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Bom , acho que minha resposta foi respondia, o Fer vai se apaixonar pelo advogado. Pelo visto vou ter que ler o outro capítulo antes de dormir.

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Esta semana li todos os seus contos, e todos são fascinantes, aguardo ancioso o próximo

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Luca meu lindooooo. Eu já disse que te amo? Te amo! Seu conto abalou minhas estruturas. Perfeito! Continua logo.

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\o/ Quem bom que voltou, e pelo visto com tudo! Adoro a maneira como você escreve, sempre me deixa preso ao texto. Abraço.

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Excelente....

seu conto esta muito bom, como sempre!

#esperandocont......

Parabéns.

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O conto está ótimo como sempre meu caro, esperando a continuação.

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