Uma Droga Chamada Amor — Parte 9

Um conto erótico de Hibrubs
Categoria: Homossexual
Contém 1330 palavras
Data: 03/06/2013 17:52:51

NO FIM DO CAPÍTULO ANTERIOR:

— Pega isso logo e vai embora. Aproveita que a chuva tá começando a parar.

— Tudo bem, então. Tchau.

Não respondi. Ele pegou a mochila e foi embora. Da janela vi o esforço que ele teve pra não molhar as coisas que estavam dentro da mochila. Eu sou um monstro: no mesmo dia destruo meus dois grandes amores. Não aguento mais tanta pressão. Mas sei que, com o tempo, tudo vai dar certo. "Droga... Amanhã é segunda. Tem aula." Pensei comigo mesmo.

Perigo à vista.

Seria isso o fim? Essa foi a primeira vez em que realmente caí de cabeça em algo, realmente o que eu passei em ter que decidir entre um ou outro não foi fácil, agora tudo acabou. Nenhum dos dois é opção agora. Desabei em lágrimas em cima da cama mesmo, me tornei muito emotivo desde que tudo isso começou. Fiquei assistido TV até à noite chegar pra ver se conseguia esquecer tudo isso que aconteceu naquela tarde, tempo gasto em vão. A chuva finalmente parou, e bem tarde da noite meus pais chegaram, pro espanto deles, eu ainda estava acordado. Meu pai subiu direto pra cama, nem falou comigo (tenho uma péssima relação com ele), minha mãe me deu um abraço e disse:

— Meu filho! Que saudade de você! Como foi ficar aqui sozinho?

Minha mãe é bem coruja mesmo, mas às vezes ela dá uma maneirada, amo muito ela. Eu disse:

— Mas mãe, eu não tava sozinho. Lembra que eu trouxe um amigo pra cá?

— Ah, é mesmo! Mas mesmo assim, tudo deu certo?

— Sim, deu. — menti

— Ai que ótimo, agora eu vou tomar um banho e me deitar porque eu estou morta de cansada! Você não sabe o que perdeu, meu lindo. Aliás, o que está fazendo acordado a essa hora? Trate logo de se deitar, está tarde!

— Hahaha, tudo bem, mãe.

Dei outro abraço nela e subimos.

Ainda estava com muito frio, por isso nem tomei banho. Meus pais foram pro quarto deles e eu, ainda sem sono, peguei o celular e mandei umas mensagens pro Lucas, algo do tipo: "me desculpa, quero falar com você :(" e "por favor, responde :(". Eu sabia que ele estava acordado, mas ele fez questão de não me responder. No outro dia, acordei cedo pra ir pro colégio. Na sala, como só tinha a companhia de Victória, fui lá pra perto dela. Estranhamente, Lucas não estava colado com ela, como de costume. Dessa vez, ele estava com uns amigos dele. Puxei assunto com Victória:

— Nem te conto.

— Poxa, não vai me contar? Hahaha.

— Besta. Olha, nem pensa em contar algo pro Lucas, tá?

— Relaxa, bobo.

— Chamei o Emanuel pra dormir lá em casa, isso você já sabe. Então, eu assisti um filme de conchinha com ele, até que a coisa foi esquentando e...

— Ai meu Deus, você não fez sacanagem com ele não, né?!

— Espera eu terminar! Daí a gente começou a se pegar e tal, ficamos de cueca até, eu segurei o pênis dele...

— Aff, não precisa terminar.

— Não, eu não transei com ele!

— Menos mal.

— Bom, daí o pior é o seguinte: ontem, Lucas me chamou pra ir pro cinema, mas com aquela chuva o Emanuel não pôde ir embora. Então o Lucas chegou e o imbecil do garoto abriu a porta, o Lucas saiu furioso e tá brigado comigo até agora. Quando voltei pra porta de casa, Emanuel soltou umas ironias bem sem-graça, eu fiquei com raiva e expulsei ele na chuva mesmo. E ele foi. Eu não sei mais o que fazer.

— Olha pelo lado bom: agora você não tem mais aquele Emanuel enchendo seu saco, nunca fui com a cara dele, ele só te trouxe problemas e mais problemas desde que chegou aqui. Tenta reatar sua amizade com o Lucas que é o melhor que você faz.

— E como eu vou fazer isso?

— Mostra que tá arrependido.

— Eu já fiz isso, mas já pisei na bola com ele não uma, não duas, mas várias vezes. Ele não quer me ver nem mais pintado de ouro.

— Você vai dar um jeito, eu confio em você.

Victória era aquele alguém que você precisava quando estava em apuros. Ela nunca me deixou na mão e por isso eu adoro tanto essa garota. Nada de interessante ocorreu nos dias que vieram em seguida. Eu esqueci Emanuel e sempre tentava um minuto pra conversar com Lucas, todos em vão. Emanuel se mostrava indiferente com isso, coisa que me irritava um pouco, mas deixei relevar. O meu foco agora é o Lucas, o novato que tanto mexeu comigo pareceu ser só uma "paixonite" momentânea que nem sequer se importava comigo. Semanas passaram.

Era uma noite de sexta-feira (engraçado que essas coisas só acontecem na beira de um fim de semana), estava indo embora da casa da minha tia à pé mesmo, já que ela morava bem perto da minha casa, as ruas estavam escuras e esquisitas, confesso que estava com um pouco de medo enquanto voltava, se tinham umas 6 pessoas na rua, esse número era muito. E justo quem eu mais queria que estivesse na rua, surgiu como se meu desejo estivesse sendo realizado: Lucas, saindo de um mercadinho, andando rápido, acho que ele estava com medo de sair na rua toda escura, assim como eu. Sem pensar, gritei logo:

— LUCAAAAAAS!

Ele fez uma cara de desgosto e me deu as costas. Eu corri em direção à ele e puxei o braço dele num gesto de fazer ele virar pra mim, ele se soltou e disse:

— Você não entendeu? Eu N-Ã-O quero mais papo com você! Quantas mensagens mais eu vou ter que ignorar pra você entender?!

— Por favor Lucas, me escuta. Você sabe o quanto eu sou orgulhoso, e é por você que eu estou passando por cima de tudo e de todos... Só pra reatar nosso amor. EU TE AMO.

— Ama uma droga! Se me amasse mesmo não levaria aquela criatura pra dentro da sua casa, você é um imbecil mesmo, não me procura mais!

Ele deu as costas mais uma vez pra mim, já estava ficando irritante essa cena. Agi sem pensar de novo, o virei pelo ombro e dei-lhe um beijão, no meio da rua mesmo. Um ou outro que conseguiu ver a cena só ficou meio que, tipo: "Que merda é essa?" mas logo em seguida seguia seu rumo. Notei que ele tentava se soltar, e com razão, afinal, ele não queria mais me ver, quanto mais me beijar:

— Me solta, doente. Tá maluco?

— Acho que é só assim que você vai ver o quanto eu te amo. Eu te beijei no meio da rua pra todos verem, não acha isso uma prova concreta?

Ele ficou sem resposta. A rua estava ficando mais ameaçadora do que já estava, era tarde e eu acho que deveria ter escutado o conselho de ir embora só pela manhã, mas cabeça dura como sou, resolvi ir à noite mesmo. Um bobalhão. Escutamos gritos que pareciam ser de homens jovens, que diziam: "IH ALÁ, OS VIADINHOS!" "HAHAHA, OLHA SÓ ELES SE BEIJANDO 'MIMIMI'" "AI QUE FOFO, AS BICHINHAS. HAHAHA" Quando me virei, três caras de jaqueta e calça, que aparentavam uns 23/24 anos vinham em nossa direção com uma cara furiosa. O que andava no meio parecia ser 'o líder'. Ele lançou:

— O que os viadinhos pensam que estão fazendo aqui, se pegando no meio da rua?

— Aqui não é lugar pra bichinha ficar de frescuragem não!

— E as duas vão aprender a virar macho agora.

Putz, eram três homofóbicos. Não tinha hora pior para eles aparecerem: rua escura e vazia, com dois garotos gays e indefesos na rua. Os caras nos empurraram pra dentro de um beco sem saída e nos derrubaram ali mesmo:

— Deixa a gente ir embora! — eu gritei

— Embora é o caralho, vocês vão é apanhar!

~~~~CONTINUA~~~~

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Comentários

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eu adoro os comentarios que vc faz durante o texto . Tou amando e torço para Lucas

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Nossa, por que esses fulhos da puta tem sempre que achar que podem sair batendo em todo mundo?! Continua logo, quero saber o que vai acntecer.

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