Antípoda - Parte 6

Um conto erótico de Hogu
Categoria: Homossexual
Contém 2317 palavras
Data: 13/05/2013 02:22:03
Última revisão: 13/05/2013 02:57:10
Assuntos: babá, Gay, Homossexual

Boa Noite, Parte 6 ~unlocked~. Desculpem qualquer erro õ/

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- Seu Erick, ligaram da Instituição mais cedo e pediram pro senhor levar uma bermuda e um chinelo amanhã.

- Pra quê?

- Eles não explicaram

- Ta certo, obrigado Sônia.

Preparei as coisas na mochila pra não esquecer, não estava nada satisfeito, custava dar só a indenização do cara e as cestas básicas? Agora vou passar 2 dias na semana por 3 meses de babá de um monte de criança carente.

Após o colégio fui almoçar em casa rapidamente, pra comparecer a instituição 14h. Ela ficava em outro bairro não muito longe, combinei com minha mãe me deixar lá de carro pra não precisar pegar um ônibus. O bairro era um pouco mais simples, mas não chegava a ser uma favela como imaginei. A fachada era de um muro alto um pouco desgastado com um portão para veículos e uma porta, pinturas de figuras infantis contavam na parede. Saltei do carro e minha mãe falou da janela:

- Filho venho lhe buscar as 18:20h se cuida... Não deixa eles te explorarem!

- Certo mãe, não se preocupe que eu sei me cuidar. - Ela faz a volta com o carro e desaparece.

Toco a campainha e sou atendido por uma mulher loira, baixinha e que aparentava ser de meia-idade.

- Sim, o que deseja?

- Oi eu sou o Erick, tenho uma reunião marcada com o Sr. João - Preferi falar assim pra não ficar muito feio.

- Você deve ser o rapaz da medida socioeducativa... Por favor entre. - Dando-me espaço pra passar.

O interior dos muros era o de uma escola ou creche infantil, paredes brancas recheadas de desenhos. Havia uma Van estacionada no espaço que levava a uma casa, talvez a administração e na esquerda uma passagem pra onde as crianças deviam ser levadas. A moça me conduziu até a administração, era uma sala um pouco pequena, com duas mesas. Ela se sentou numa delas e um homem de bigode, careca e atarracado estava na outra.

- João, esse é o rapaz da medida.

- É? Pois bem, sente-se. - indicando a cadeira na frente. - Boa tarde, Erick não?

- Sim, boa tarde. - respondo.

- Muito bem Erick vou ser direto, meu nome é João, mas pode me chamar de Senhor ou Sr. João. Sou diretor desta instituição, ligada a prefeitura, que cuida de crianças de 1 a 10 anos para pais que trabalhem durante um período do dia. Eu vou ser a pessoa que vai supervisioná-lo enquanto você estiver aqui dentro, cumprindo a medida judicial. - Fazendo uma pausa – Você estará aqui quarta e quinta-feira no mesmo horário de hoje, sem atrasos. Vai cumprir todo o tipo de tarefa aqui dentro, não se preocupe pois não será nada que você possa reclamar como humilhante, estou inteirado sobre o que você pode ou não fazer... Mas fique sabendo que não exitarei em reportar qualquer corpo mole ou desrespeito seu, com qualquer um dos que trabalham aqui.

- Fique tranquilo, não pretendo transformar isso em uma experiência ruim pra vocês, ou pior do que já está pra mim – Não tinha gostado muito das ameaças, mas era necessário colocar em pratos limpos que eu não sou querido e também não queria estar alí.

- Ótimo, é bom que você tenha entendido. Acompanhe-me até a pessoa que vai explicar suas tarefas. - levantando e saindo da casa.

Ele adentra a passagem a esquerda do lado da administração comigo no encalço, o lugar não era tão grande assim quanto imaginava. Num espaço amplo ao centro, atrás da administração, brincavam as crianças, havia uma quadra de esportes. No fundo em uma construção maior deviam estar as salas de atividades. O diretor vai até uma mulher que estava brincando com as crianças de roda, ela vem até mim junto com ele.

- Esta é Rose, ela vai dar a maioria das suas tarefas aqui dentro, Rose este é Erick.

- Olá Marcelo, tudo bem com você? – Era uma mulher de meia-idade, usava um óculos de aro de tartaruga e tinha uma aparência muito simpática. - Espero nos darmos muito bem enquanto você estiver aqui – sorrindo e apertando minha mão. - Pode me chamar só de Rose, Senhora está no céu e Tia é apenas para as crianças.

- Também espero. - Rindo do seu comentário.

- Bem vou deixar vocês a sós, mas antes, você trouxe o que pedi no telefone ontem? - falou o diretor.

- Trouxe sim.

- Então lhe darei sua primeira tarefa: Sabe a Van estacionada ali na frente? Quero que você a lave por fora.

Ótimo, começou muito bem comigo servindo de faxineiro. Apenas acinto com a cabeça, não quero começar logo de cara brigando. Serão longos 3 meses... O vejo se distanciar. Viro-me para Rose que fala:

- Erick, espero que você não encare isso de maneira negativa, é uma fase passageira na sua vida e também uma oportunidade única, embora em forma de punição. Desenvolvemos atividades aqui dentro com as crianças carentes, em um período do dia que elas estudam, então elas vem pra cá após ou antes de ir a escola. Atividades de lazer, ajudamos nos seus deveres de casa, esportes, aulas de reforço dada por voluntários, enfim muitas coisas. Não pretendo pegar muito no seu pé pra que você realize todo tipo trabalho, apenas vou pedir que você me ajude a olha as crianças e me ajude em pequenas coisas, como pegar materiais ou distribuir os lanches. Entendeu?

- Entendi.

- Ótimo, agora você precisa cumprir o que o João lhe pediu. Tenha paciência, logo todos nós nos daremos muito bem – Repetiu mais uma vez. Achei graça mentalmente pelos seu otimismo meio exagerado – Vou chamar o outro garoto que é voluntário aqui, ele vai te dizer onde estão os materiais de limpeza. Trouxe uma muda de roupa?

- Trouxe um short e um chinelo.

- Certo – Se dirigindo até o fundo e gritando – Thales! Venha até aqui por favor!

Meus ouvidos não estavam ouvindo direito... Thales?! Não, só podia ser coincidência... um engano. Minhas piores expectativas são atendidas quando o rapaz pequeno, moreno e de cabelos encaracolados saí de uma porta.

- Oi Rose?

- Podia indicar pro rapaz novo, aquele que eu te falei, onde estão os materiais de limpeza?

- Clar.. - Ele interrompe ao olha pra mim, por causa do susto – Esse é o novo rapaz?!

- Sim, vocês se conhecem? - Rose olha pra mim também.

- Ele estuda no mesmo colégio que eu.

- Que bom! Isso facilita as coisas vocês serem amigos.

- Não somos amigos... Só... colegas digamos assim.

Ele se aproxima de mim, me olhava da maneira habitual séria dele.

- Vem, vou te falar onde estão. - Começando a andar.

- Não sabia que você trabalhava aqui.

- Eu sou voluntário aqui, lembra quando eu te disse que era uma pessoa ocupada? Estava dizendo a verdade. - Não parecia mudar nunca o jeito provocativo - O que vai fazer com esses materiais?

- Lavar a Van lá na frente.

- Sério? Imagino que não esteja muito feliz... - O safado ria da minha desgraça – Não deve ser muito acostumado a limpar as coisas... Aqui estamos.

Ele abre o armário e me entrega dois baldes, sabão em pó, esponja e demais materiais.

- Tem uma torneira perto do carro, você pode usá-la pra encher os baldes, num você coloca água e sabão e outro apenas água pra facilitar. Use aquele banheiro – apontando pra uma porta no caminho que levava ao carro. - pra se trocar. Guarde sua mochila aqui – apontando pra uma sala que devia ser de funcionários - Preciso voltar pra ajudar a Rose com as crianças. - Começando a se distanciar.

- Ei!

- O que foi? - se virando.

- Eu não sou um completo vagabundo igual você pensa, eu sei muito bem como lavar um carro.

Ele apenas deu de ombros e se foi. Fui no banheiro me trocar, coloquei o short e o chinelo branco, guardando o resto da roupa. Deixei a mochila na sala e me dirigi até o carro com os materiais de limpeza.

Foi muito chato limpar aquela Van, a lama presa no para-lama quase não queria sair. Dificultava ainda mais ter que ficar enchendo baldes e mais baldes, custava me dar uma mangueira? Enfim estava apenas retirando o sabão, quando o Thales me chama.

- Erick, a Rose pediu pra quan.. - Ele interrompe quando eu saio de traz da Van, ele me olha de cima abaixo e estranhamente desvia o olhar.

- Pediram o quê?

- Pe.. Pediu pra quando você acabar de lavar, se trocar e ajudar a servir o lanche. - Me aproximo e ele dá um passo pra traz.

- Qual o problema?

- Nenhum, só não demore. - Ele saí depressa, como se estivesse correndo.

Me olho de cima a baixo, estava um pouco molhado da cintura pra baixo. “Qual o problema dele? Será que... Ele está com vergonha por me ver assim?”. Finalmente termino de lavar o carro, o sol da tarde cuidaria de secá-lo.

Voltei na sala dos funcionários pra pegar minha bolsa, fui ao banheiro secar as pernas e os pés e trocar de roupa, usei as tolhas de papel mesmo afinal não estava tão molhado. As crianças não estavam mais no pátio, faço uma busca rápida e as encontro num refeitório dentro do prédio maior. Vou em direção a Rose e Thales, ela me vê e fala.

- Que bom que terminou lá Marcelo – Virou-se para as crianças – Crianças, digam oi para o tio Erick!

“Oi tio Erick!”

- Ele vai ficar conosco por um tempo, então sejam bonzinhos com ele certo?

- Crianças ele também atende por tio feio – falou Thales – e eu agora sou o tio bonito de vocês. - As crianças riram da piada, até que uma garotinha meio loirinha de uns 4~5 anos fala.

- Mas tio Thales, ele é mais bonito do que você! - comenta inocentemente.

- Assim você me magoa Marina – fazendo beicinho.

- Marina o seu nome? Você é muito esperta sabia? – Chego colocando a mão na cabeça dela – E muito bonita também. - Ela sorri pra mim.

- Muito bem gente, chega de concurso de beleza é hora do lanche!

O clima melhorou bastante depois daquele episódio, ajudei a distribuir a servir os lanches depois disso. Algumas crianças dormiram as quatro, famosa soneca da tarde, mas os maiores continuaram brincando. O dia foi bem mais leve do que eu imaginava, quando vi já eram 18h e levamos as crianças pra próximo do portão, algumas eram levadas de Van pra casa pelo Sr. João.

Observava o grupo de crianças diminuir aos poucos conforme os pais apareciam para buscá-las. Claro que eu ainda me sentia desconfortável no meio de tantas crianças, não tenho muita paciência pra lidar com isso, mas eu precisava cumprir a medida judicial a todo custo, fazer o quê? Até que tomo um susto com algo abraçando a minha perna me dando um susto, era Marina.

- Tchau tio - Ela falou olhando pra cima e saiu correndo ao encontro da mãe.

- T... Tchau - acenava sem jeito vendo ela se afastar.

- É, pelo visto ela gostou de você... - Thales aparece do meu lado falando baixo - Crianças são tão ingênuas.

- Não sei por que, também posso ser um cara legal quando eu quero.

- Jura? Então você se esforça muito pouco. - balançando a cabeça.

- Acho que precisamos conversar... Espera aqui.

- Conversar o que? Não temos nada pra falar.

- Precisamos sim, só espera aqui.

Falei com Rose se podia me ausentar e ela disse que sim, levei o Thales um pouco mais pro fundo da instituição.

- Certo pode começar - Cruzando os braços.

- Olha, eu sei que você não quer me ver nem pintado de ouro, mas vamos passar um bom tempo nos vendo semanalmente. Não é legal nem pra mim e nem pra você que nós continuemos nessa rixa que agora é sem sentido...

- Por que é sem sentido? Até agora você só me deixou em paz no colégio por eu ter te ajudado. - Ele falava de forma bem indignada.

- Bem... - Passei a mão na cabeça - Desculpa tá? Eu sei que eu não fui legal com você desde o início, mas eu queria recomeçar, em nome da convivência.

- Eu poderia muito bem tolerar você, sou muito civilizado e racional o suficiente pra isso. Não se preocupe que eu não vou te destratar... Se era só isso - Me dando as costas.

- E também porque você acredita na redenção das pessoas... - Sabia que isso seria um belo argumento. Resumidamente em um trabalho sobre filosofia, um pouco antes do evento da surra as avessas, ele redigiu um texto acreditando na regeneração dos humanos, que todos erramos e merecemos uma segunda chance na maioria dos casos.

Ele novamente ficou parado, virou para mim e abriu a boca, fechou, abriu novamente apontando pra mim. Até finalmente:

- Você... é um grande... filho da... - Parando logo em seguida - Touche - Erguendo as mãos como se estivesse se rendendo - Uma pessoa que guarda minhas opiniões merece ser reavaliada.

Ele estendeu a mão sério, na qual eu apertei também sério. Ficamos nisso até rir um da cara do outro ainda segurando.

- Tá sabendo que se você sair da linha vou transformar sua estadia aqui num inferno não é? - Falou.

- Prometo que vou me esforçar... - Olhando-o nos olhos.

A situação ficou estranha, ficamos nos encarando e o tempo parecia que tinha tivesse parado. Da última vez que eu o tinha visto tão de perto o rosto dele estava inchado e o semblante furioso, mas agora estava sereno e calmo. Notamos que ainda estamos apertando as mãos e soltamos sem graça. Eu queria continuar falando com ele, mas quando tento meu celular toca, no visor era minha mãe provavelmente me avisando que já estava a minha espera.

- Tenho que ir... Minha mãe chegou...

- Olha... Parece que ganhamos mais uma criança! - Rindo.

- Rara! Sem graça... Ela ainda está um pouco na neura por aqui ser afastado.

- Entendo, ainda mais depois do que aconteceu... Então até amanhã.

- Até - Retirei-me devagar. Passando na saída me despedi de Rose, todas as crianças já haviam ido.

Saindo avisto minha mãe do outro lado dentro do carro. Estava cansado, mas estranhamente feliz.

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Bem gente, essa foi a ultima parte que eu já havia escrito ç.ç . Talvez as próximas partes já possam conter o que interessa =).

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Comentários

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cara seu conto é muito bom, criei uma conta na CDC só para implorar pra vc continuar tá demorando muito. Adorei seu conto nota 10000000

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O Erik agora sim está no meu padrão de moral e carater! Estou passando a gostar dele! Continua logo!!

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Estou gostando muito de tudo que já foi narrado, tenho certeza que teremos grandes surpresas com esse conto.

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O Marcelo super subiu em meu conceito, agora ele está se tornando mais... "Humano".

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