Antípoda - Parte 2

Um conto erótico de Hogu
Categoria: Homossexual
Contém 1920 palavras
Data: 07/05/2013 23:56:08
Assuntos: Bully, Gay, Homossexual

Boa Noite, a segunda parte aí :D. Desculpe qualquer erro ^^

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- Meu problema não é contigo – aponto pra ele – Se não quiser apanhar junto dele vaza daqui.

- Todo esse estardalhaço por causa de uma camisa? - Me olhava de uma maneira irritante, sério e com um tom calmo.

- Muito enxerido pra alguém que mal começou... To te avisando... Vaza – Começo a virar o pescoço pros lados em sinal de impaciência.

- Não vai me dizer que sua mãe vai brigar com você? Porque pelo que me parece um simples uniforme escolar não é problema pra ser reposto. Solta o garoto...

Thales deve ter por volta de 1.70 de altura, magro (devia pesar 55~60 Kg) com nenhum músculo mesmo, um frango como se diz nas academias. É muita coragem, ou burrice, alguém que visivelmente não deve aguentar um soco meu, me peitar dessa forma. Não preciso de ninguém me censurando, ainda mais um nada igual a ele, me olhando daquela forma impassível.

- Eu te avisei nova... - antes que eu pudesse fazer alguma coisa, o inspetor chega nos interrompendo.

- O que está acontecendo aqui? Espero que não estejam brigando – Falou se dirigindo principalmente a mim.

Antes que eu ou João, que estava próximo a parede apenas observando, pudéssemos falar algo, Thales toma a dianteira:

- Não está acontecendo nada demais, o garoto ali – apontou pro João – derrubou ácido de corroer placa na camisa deste rapaz aqui – apontou pra mim – e eu o estou acalmando, explicando que não é perigoso, nada vai acontecer com ele.

- Só isso? - Olhou buscando aprovação do João. Obviamente com a minha fama, era difícil não duvidar.

- S.. Sim – João um pouco nervoso, mas concordando em colocar panos quentes no ocorrido.

- Por que estava correndo com ácido por aí? Há locais apropriados nos laboratórios pra isso!

- As pias de lá estão sem água, então vim até aqui buscar a água necessária, então resolvi dissolver lá mesmo o pó pra produzir o ácido. - Tentou justificar.

- Foi muito imprudente da sua parte, não quero mais saber de ninguém andando por aí com isso, vão acabar emporcalhando o corredor. – E se dirigiu a mim – Marcelo...

- É Erick...

- Isso... é melhor você ir pra casa, quanto antes retirar o ácido da roupa, maiores as chances de não deixar ela manchada.

- Só isso? O cara corre com um copo de ácido por aí e é só isso que você diz??

- Bem, se a camisa estragar você fala comigo que o João pagará uma nova, certo? Agora vão pras suas casas. - Se retirando, João que não era bobo sumiu num piscar de olhos também.

Mal ele vira o corredor, me dirijo para o Thales:

- Ninguém gosta de intrometidos, tá sabendo? Você arrumou sarna pra se coçar. - mantinha o dedo apontado pra ele, me afastando.

Ele somente ergueu as mãos em tom de “não posso fazer nada” e seguiu na direção oposta.

Fui para casa sem camisa mesmo, com a raiva que estava joguei a camisa na primeira lixeira que encontrei, muito provavelmente era caso perdido. Liguei para Diego e disse que não estava com cabeça pra ir em sua casaNo mês que se seguiu, eu adotei uma série de medidas de retaliação por aquele episódio. Não pretendia partir pra violência de imediato, mas fazer um certo terror psicológico antes, tornar a convivência dele no colégio um pequeno inferno por atrair a minha antipatia. Dentre as práticas estavam esbarrar no corredor, sumir com alguns objetos pessoais, impedir sua passagem, fazer provocações, espalhar boatos maldosos, enfim, tudo de ruim que minha cabeça podia pensar. A única coisa que nunca dava certo era tentar acertar objetos nele ou derrubar coisas, ele parecia muito atento até a uma bolinha de papel.

Numa oportunidade arrombei seu armário pra subtrair algo de valor (entenda por estima também), durante uma aula que os corredores ficam vazios, enquanto Diego vigiava. Ele possuía algumas coisas dentro do armário como revistas de jogos, mangás e revistas relacionadas, um verdadeiro nerd mesmo. Mas nada que ele vá sentir falta.

- Não tem muita coisa aqui... - Já sentindo uma certa decepção, até que avisto uma espécie de chaveiro, pendurado estava uma pedra negra esculpida e polida no formato esférico, com alguns detalhes artísticos desenhados. Podia se ler em letras miúdas “In Memoria” na peça.

Analiso mais de perto, até que Diego avisa que vem vindo alguém, apenas coloco o chaveiro no bolso, fecho o armário e saímos de fininho.

O problema é que ele parecia estar pouco ligando para o que eu fazia ou deixava de fazer, na maioria das vezes ele mantinha a pose séria e não se intimidava. Pelo contrário, até costumava intervir mais vezes quando eu estava tirando uma com alguém. Isso só me deixava cada vez mais irritado, não via a hora de partir seu nariz empinado.

É sexta-feira, eu ando pelos corredores quando o avisto com uma pilha de papeis, como por instinto eu vou me aproximando até trombar com ele, fazendo-o derrubar várias folhas no chão.

- Opa! Precisa ter mais cuidado novato... - Falei cinicamente.

Ele não respondeu, nem se quer olhou pra mim, apenas abaixou para pegar as folhas rapidamente. Quando levantou para ir embora bloqueio seu caminho:

- Ei ei, não está esquecendo de nada? Esbarra nas pessoas por aí e não pede desculpas?

- Você vai sair da frente, ou terei que chamar o inspetor do corredor pra tirar vossa majestade do caminho? - Alguém acordou do lado esquerdo hoje.

- Está nervosinho é? É pra estar mesmo... Você arrumou um baita problema se metendo nos meus assuntos com os nerds. - Exibia um pequeno sorriso e falava de maneira mansa, tentando provocá-lo.

- Pois bem, vejo que você não tem muito o que fazer, mas eu tenho. - Ele começa a andar em direção a sala da inspetoria do andar, que ficava atrás dele.

- Eu tenho sim o que fazer – falando pra ele – Mas não me importo em perder um tempo me divertindo as suas custas, até mais.. - me retirando.

O vejo de relance suspirar profundamente e colocar a mão na testa, ela tremia um pouco, senti uma mistura engraçada de sentimentos. Satisfeito por começar a abalar toda a sua fortaleza de calma e indiferença, mas desconfortável ao mesmo tempo. Incomodava saber que estava gastando tanta energia com uma só pessoa, ele não merecia tanto da minha atenção assim. Resolvi dar uma trégua por enquanto, tinha coisas mais importantes pra me preocupar. Um trabalho extenso de história sobre a 2ª Guerra Mundial, não era difícil, afinal era um tema até interessante.

Sobre ele ser ocupado, realmente era um aluno esforçado. Arrancava elogios e a simpatia dos professores logo nas primeiras semanas, por causa dos primeiros trabalhos desenvolvidos em classe e programas envolvendo pré-vestibular. Sempre muito centrado e sério. Não me causava inveja seu estrelismo prematuro, mais incomodava seu comportamento CDF.

Cumpro o resto do dia tranquilamente, vejo o Thales apenas na aula, ele se mudou algumas carteiras a frente possivelmente pra me evitar. As matérias estavam naquele início monótono, introduções e mais introduções a assuntos, ansiava por tudo aquilo terminar e começar logo o fim de semana. O sinal do último tempo toca, começa a tradicional correria em direção a saída de alunos. Vou até o corredor que levava ao anexo, agora vazio por ser oposto a saída e o pátio, encontrar um conhecido que me entregaria algumas coisas que deixei com ele. No caminho encontro ninguém menos do que o João, resolvo cobrar o estrago da camisa que não tive oportunidade desde então.

- Ora quem está aqui, se não o garoto do ácido – bloqueando sua passagem.

- O..oi algum problema?

- Estragou sabia?

- O quê?

- Minha pele... Claro que a camisa não é idiota!? - empurrando-o

- Não tem problema eu pago outra! Só não me bate por favor?! - Ele foi pego de surpresa, provavelmente não esperava me ver por aqui.

- Vai ser difícil atender esse pedido...

Não tive muito tempo pra me divertir, de repente aparece o mesmo inspetor da vez passada com a mão nos quadris.

- O que está acontecendo aqui?

- Ele está me importunando por causa do assunto da camisa Sr. Jonas – Jonas era o nome do inspetor, João foi rápido antes mesmo deu fomentar alguma desculpa.

- Eu não te disse pra me avisar caso estragasse? Não precisa levar neste extremo por causa de uma camisa, vamos os dois pra sala da diretoria.

Ótimo, parece que o santo do garoto era forte, na verdade suspeitava que era apenas dedo-duro, pois o vejo de roupa de educação física acenando pra mim com um sorriso de lado quando passamos em direção a sala da inspetoria: Santo Thales. Escuto meia hora de discurso, João é liberado nos primeiros 15 min, acertado que ele pagaria o crédito aberto pra mim na loja do colégio para uma nova camisa.

- Francamente Erick, eu não sei qual é o seu problema – Fala a diretora. - Nesses anos que você estudou aqui é sempre assim, você não consegue ter uma convivência pacífica com todos os seus colegas... - o mesmo blá blá de sempre. - … Se não fosse o rapaz avisar o inspetor você teria batido no garoto!

- Que rapaz??

- Não vem ao caso, não mude se assunto!

Então estava confirmado: Ele me dedurou. Depois de acabado o sermão, sou avisado pra me manter longe do João e de encrenca, mas ele não me interessava mais, as favas com a camisa. A raiva estava canalizada só no cabeça de mola... Como ele podia ser tão intrometido?

Esperei o discurso acabar, recebi apenas uma advertência oral dessa vez. Podem estranhar essa conivência toda da diretora para comigo, mas eu sabia muito bem que o filho dela fazia estágio no escritório do meu pai, por isso essa tolerância toda.

Sabia que ele estaria no ginásio. No nosso colégio a Ed. Física era feita de maneira diferente, os alunos se inscreviam em 5 modalidades: Futebol, Vôlei, Basquete, Handebol e Ginástica. Cada uma sendo realizada respectivamente num dia da semana, após o último horário regular do dia. Eu por exemplo era inscrito em basquete na quarta, apesar de preferir futebol, não gostava do professor que administrava essa aula que era o mesmo de Vôlei, as outras 2 modalidades eram do mesmo professor de basquete.

Esperei mais meia hora para o horário da aula acabar, pretendia seguir o espertinho pra tirar satisfações. Mas ele não saí junto aos outros alunos. Minha visão estava vermelha de ódio, entrei no ginásio e encontrei o professor carregando suas coisas. Eis que um presente é me dado, quando pergunto se ele o tinha visto:

- Ele está lá atrás guardando as bolas como eu pedi, por quê?

- É que ele deixou a chave de casa cair no chão e nem viu, vim aqui devolver – Menti. A propósito, passei a usar o chaveiro que encontrei em seu armário com minha chave, achei uma peça muito peculiar e interessante. - Posso ir entregar?

- Pode, agora se me dá licença estou atrasado pra uma consulta no dentista. Você me faz um favor? Peça pra ele devolver as chaves na inspetoria depois.

- Claro, vai lá professor. - Via-o se distanciando rapidamente.

A sorte sorria pra mim, era um aluno conhecido por atitudes ruins para com os outros, mas vandalismo era uma coisa que não constava em nenhum registro. Por isso essa confiança toda por eu permanecer no ginásio após a aula, ainda mais por estar acompanhado de um aluno “modelo” como o Thales.

Ele estava trancando a sala dos materiais esportivos, eu o agarro e empurro para o vestiário que ficava a direita. O arrasto até a região dos armários que era estreita em direção oposta a porta, lá ele não poderia escapar.

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Comentários

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Pobre Tales... eu entendo o que ele tem de fazer para agir com tanta frieza e maturidade. Estou amando seu conto. Ele é perfeito e envolvente. Estou ansioso pela continuação!!

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Cara nao pornada nao mais eu eu te odeio por enquanto,prefiro João e Thales N10

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