Encanto - Família Siren 1 - Capítulo 5

Um conto erótico de Silver Sunlight
Categoria: Homossexual
Contém 1540 palavras
Data: 09/04/2013 19:12:41

O homem estava amarrado numa cadeira, com algemas em suas mãos e pés. Coloquei uma mordaça para garantir que ele não fizesse escândalo. Os policiais já haviam sido avisados por Karen e em breve estariam chegando.

_ Se eles não estão com o diário e ele não está no quarto da mamãe, onde ele pode estar? – Perguntou-me minha irmã enquanto levava uma caneca de chá à boca.

_ Talvez no escritório da loja. Pode ser uma alternativa. – Respondi pegando uma bolacha.

_ E o que vamos fazer com o traste? – Questionou indicando-o com a cabeça.

_ Por enquanto nada. Deixe os policiais cuidarem dele. Assim que eles o levarem, vou à loja procurar esse diário. Danica corre perigo e isso significa que nossa mãe estava envolvida em algo muito maior do que imaginamos. – Comentei levantando-me e pegando um copo com água.

Não demorou para que os policiais chegassem acompanhados do nosso querido investigador. Ele ficou me encarando como se dissesse que sentia muito. Mantive-me frio. Disse tudo o que havia acontecido e ele deu ordem para levarem o meliante à delegacia.

_ Então vocês não fazem ideia de onde esteja esse diário? – Nos questionou.

Karen olhou pra mim com certa incerteza. Ela não demonstrava muita confiança nele. Eu estava inseguro. Meus sentimentos tinham o péssimo hábito de deixar a minha razão mais desorientada que um rato em um estouro de elefantes.

_ Bem… - Suspirei – Acreditamos que ele possa estar no escritório na loja de nossa falecida mãe.

_ Bom lugar para se esconder. Podemos ir até lá? – Perguntou olhando em meus olhos.

Karen me lançou um olhar de reprovação. “Você está entrando em um jogo perigoso demais Marcel!” era o que eu lia nos olhos da minha irmã.

_ Sim. Vamos! Karen, cuide de tudo! – Disse pegando as chaves da loja e um casaco.

Ela apenas soltou um “Maldição!” e me lançou um olhar idêntico ao anterior. Eu sabia dos riscos. Esse interesse do investigador poderia ser a minha perdição. E se ele fosse um dos bandidos? O que poderia acontecer comigo e com Danica? Decidi me arriscar.

Entrei em meu carro e fomos. Não trocamos uma palavra sequer durante todo o caminho. Era cedo, mas o tempo estava escurecendo muito rápido. Nuvens tempestuosas se erguiam no horizonte. Uma forte chuva foi anunciada na estação de rádio. Meu coração estava acelerado. Um misto de dúvida e medo percorreu meu coração. Não sabia o que esperar.

Chegamos à loja. Fui na frente para abrir caminho e desligar o alarme. Fomos ao escritório e começamos a vasculhar. Após uma hora de buscas, deparei-me com uma gaveta fechada a chave. Fiquei intrigado e procurei por uma chave e nada. Decidi arrombar a tranca, já que seria necessário saber o conteúdo da mesma.

Finalmente. O diário estava na gaveta, juntamente com umas pastas, recibos, detalhes de uma conta no banco e outros papéis que eu desconhecia. Era um diário de tamanho médio, com um cadeado dourado. A chave também estava na gaveta. O investigador chegou próximo a mim e pude sentir sua respiração. Aquilo estava começando a me tirar do sério.

Sentei-me e comecei a examinar os escritos. Havia várias memórias escritas ali. Fui folheando e encontrei um desenho. Uma flor, mais especificamente. Não entendi o que aquilo significava. Continuei a virar as páginas e a ler algumas das linhas para entender o que aquilo significava. Mas nada do que estava escrito fazia tanto sentido.

_ Encontrou algo relevante que possa nos mostrar o culpado? – Perguntou sentando-se de frente para mim.

_ Sinceramente não sei. O diário conta de uma pesquisa que minha mãe havia feito. Ela é baseada em uma flor que nasce nas ilhas do Pacífico Leste, a rainha púrpura. Na verdade, essa planta é um pequeno arbusto que possui floras roxas extremamente venenosas. Os nativos dessas ilhas a usam em rituais religiosos. Misturando o chá da raiz e folhas com um líquido extraído das flores, eles criam um elixir. O elixir da Senhora Escarlate.

_ O quê?!

_ Segundo as anotações, Senhora Escarlate é uma espécie de divindade da ilha, o espírito protetor desse povo. Esse elixir é extremamente alucinógeno, mas possui propriedades curativas excelentes. Se essas anotações estiverem certas, as pessoas que fazem uso desse elixir possuem uma capacidade regenerativa celular cerca de 40% maior que uma pessoa saudável comum.

Ao terminar essa frase, as luzes se apagaram e um relâmpago clareou o interior do escritório. Finalmente a tempestade havia nos alcançado. Os ventos estavam muito fortes e a temperatura caiu bruscamente. Era quase impossível enxergar algo fora da loja. Ainda era de dia, por volta das treze horas, mas o ambiente parecia ser de umas dezoito horas.

Sentei-me em um sofá e Albaron sentou-se em uma poltrona. Estava frio e eu comecei a sentir alguns arrepios. Não era só a temperatura. O investigador mexia comigo, mas eu não podia avançar e nem perder o foco original da minha missão: salvar minha irmã e vingar minha mãe.

_ Com frio? – Perguntou-me espantando meus pensamentos.

_ Um pouco. O casaco não está sendo o suficiente. – Respondi tímido.

Ele fez algo que até hoje não compreendo o motivo. Levantou-se, sentou ao meu lado e me abraçou. Eu resisti um pouco, ou pelo menos tentei resistir. Mas acabei cedendo. Eu já queria estar naqueles braços há tempos. Tudo foi uma questão de tempo.

_ Assim fica mais fácil se aquecer. Eu também estava sentindo frio. – Disse soltando um sorrisinho.

_ Obrigado!

_ O que havia nas páginas iniciais do diário? Não consegui entender a letra da sua mãe. – Comentou soltando uma gargalhada.

Aquele não parecia em nada com o policial que me agrediu na praia e muito menos o bêbado que me ofendeu na boate. Parecia que eu estava na companhia de outra pessoa. Aquela proximidade era uma ladeira um tanto perigosa, principalmente porque “pra baixo todo santo ajuda”. Ele era quente, aconchegante.

_ Minha mãe contava um pouco da vida dela. Como conheceu os nossos pais.

_ Seus pais?!

_ Sim! Danica, Karen e eu somos filhos de três homens diferentes. – Confessei um tanto envergonhado.

_ Ual! Sua mãe era um tanto… Excêntrica quando se tratava de relacionamentos. – Percebi um certo constrangimento da parte dele ao dizer isso.

_ Nem me diga. Sempre são histórias que começam bem. A paixão. O amor. A atração. Os sonhos. E no fim, tudo termina mal. Ou no caso, tudo fica num suspense que dura nove meses. Ao menos minha avó nunca a recriminou. Sempre deu apoio, mas nunca ajudou a cuidar de nenhum de nós. – Contei rindo ao lembrar das frases que ouvia da minha avó.

_ Você a amava muito, não?

_ Sim. Era mais que uma mãe. Uma companheira pra todas as horas.

_ Sinto muito. – Disse dando um beijo no meu pescoço.

Um arrepio percorreu todo meu corpo, terminando justamente onde não deveria. Encolhi-me o máximo que pude pra tentar conter a ereção, mas não foi uma das tarefas mais bem sucedidas que já fiz em toda a minha vida.

Ele percebendo a minha reação, começou a morder a minha orelha. Eu não consegui conter alguns gemidos. Isso foi carta branca pra ele me imprensar contra o seu corpo. Ele me deitou no sofá, ficando em cima de mim, pressionando-me cada vez mais forte. Comecei a sentir falta de ar, mas ele nem se importava. Suas mãos percorriam meu corpo. Sua boca desenhava a curva do meu pescoço. Eu já não sabia de mais nada. Perdi completamente.

Agarrei seu pescoço e o puxei para trás. Ele me olhou assustado, mas se acalmou ao notar o sorriso safado que estava estampado no meu rosto. Puxei-o em minha direção para um beijo. Fazia tempos que eu queria aquilo. Desde aquele dia na praia, a figura daquele homem vinha me assombrando. Um assombro de desejo, cobiça. Era algo carnal, mas que insistia em se tornar muito mais especial do que deveria ser.

Tudo estava caminhando muito bem até eu notar que a tempestade havia passado. O relógio na parede marcava 15:30 e a minha única reação foi empurrar aquela montanha de músculos de cima de mim. Ele me encarou sem entender a minha reação. Seu olhar estava triste e um pouco decepcionado. Só fiz uma coisa.

_ Ai, meu Deus! Estamos atrasados. Temos meia hora pra chegar até os bandidos ou então nem sei o que poderá acontecer. – Gritei ofegante.

Ele nada disse. Levantou-se, recompôs-se e saiu. Eu fui trancar a loja sentindo um ódio mortal. “Matar a minha mãe, sequestrar uma das minhas irmãs e arruinar a única chance que eu tinha com um policial gostoso é sacanagem! Essa porra se tornou pessoal agora!” gritei em pensamento. Entramos no carro e partimos para casa. O jogo ainda não havia terminado.

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Bonne nuit, povo sexy! hehehehe

Espero que tenham gostado dessa parte do conto... Pronto! Descobriram o mistério do diário... Satisfeitos? Bem, o conto 1 tá se aproximando da reta final... Talvez mais 1 ou 2 capítulos, no máximo... Vou aproveitar o clima e publicar um preview do conto 2... Vcs vão conhecer mais a fundo outro membro da família Siren... Espero que gostem...

Dedico este conto ao dede88 e ao (AI)... Não fiquem com ciúmes... Tem de mim pra todo mundo... kkkkkkk

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Comentários

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Isso que eu chamo de autocontrole, rs, parar na melhor parte pra ir atars dos bandidos.

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Dr. Romântico, acredito que lerá esse recado... Estou com saudades, amigo. Um grande abraço. Te amo!

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Entao... Quer dizer... Que tudo é para conseguirem encontrar uma flor que proporciona poderes sobrehumannos? Uaaau! 10

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Ah obrigado amigo pela dedicatória o seu conto é excelente.

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