Devaneio - Família Siren 2 - Capítulo 2

Um conto erótico de Silver Sunlight
Categoria: Homossexual
Contém 1296 palavras
Data: 22/04/2013 20:15:04

No dia seguinte, acordei com o som do piano vindo da sala. Minha tutora, Anne, já havia chegado a casa e Ashley já havia saído. Eu amava ouvir Anne cantando. Era surpreendente. O som da voz dela me fez despertar como se um pesadelo estivesse para acabar. Um arrepio percorreu meu corpo ao perceber o que ela estava cantando.

_ Interrompo? – Perguntei caminhando em sua direção vestido de pijama.

_ Ainda dormindo com esses shorts? Eu sei que eles valorizam suas pernas, mas não temos ninguém aqui para agradar com elas. – Disse sorrindo.

_ Não me respondeu e eu gosto de me sentir a vontade. – Falei ao me aproximar do piano e recostar-me nele.

_ Tudo bem. Eu toco e você canta.

Apoiado naquele belo piano eu fiz algo que sentia saudades: ser eu mesmo. A luz do dia irradiava pelas cortinas da sala, que eram agitadas por uma leve e gélida brisa. (http://www.youtube.com/watch?v=y8UWa_I8vX0) O clima era de total harmonia. As cores, os sons, a luz, as pessoas. Por alguns minutos eu senti uma paz que já não sentia há tempos. Infelizmente, isso estava prestes a acabar.

Ao acabarmos a música, fomos tomar café. Ela fez questão de me acordar em grande estilo, mas algo estava errado. Cada canto do meu ser me dizia que aquela música ainda me arrancaria lágrimas e mais lágrimas.

Assim que terminei minha refeição decidi me trancar no escritório do meu pai. Aquele cômodo acabou se tornando uma versão reduzida do pentágono. Eram tantos dados, computadores, listas, planilhas e reportagens que era difícil, quase impossível, eu me locomover naquele espaço. Tudo o que passei esses últimos meses investigando estava ali. Ao menos a parte menos “secreta”. Não poderia permitir que nenhum dos meus inimigos me descobrisse e conseguisse aquelas informações. O jogo era cada vez mais perigoso.

Por volta das 15h meu celular começou a tocar. Demorei até encontra-lo embaixo de umas três folhas. Era uma ligação do hospital onde meu pai estava. A secretária do Dr. Joseph Smith não me disse do que se tratava, mas eu já podia sentir o que era. A música, o ambiente, os sinais estavam todos lá.

Tomei um banho rapidamente e parti para o hospital.

_ O senhor queria falar comigo doutor? – Perguntei enquanto me sentava diante do médico.

_ Sim, sr. Siren. Sinto muito, mas não tenho como não lhe dar esta notícia. Seu pai apresentou uma piora muito grande. O quadro se agravou rapidamente e não foi possível salva-lo dessa vez. Fizemos tudo o que pudemos, mas ele não resistiu. Sinto muito! – Disse ele tentando tocar em minha mão, mas não permiti.

_ Entendo. Isso já era previsível. Bem, Doutor, se me der licença, preciso agir algumas coisas. Quero enterra-lo o mais rápido possível. Ele merece isso. Já sofreu demais. – Disse enquanto me dirigia à porta.

Não conseguia chorar. Não havia lágrimas. Apenas sangue. Uma cor avermelhada que se intensificava em minha visão. Nem que eu fosse obrigado a me deitar com cada membro dos Trinos, mas eles me pagariam por cada lágrima e cada gemido de dor.

Pedi ajuda a Anne pra preparar tudo. Sem velório. Sem convites. Apenas enterramos meu pai e eu permaneci diante da lápide por alguns minutos. Ele foi enterrado junto com minha mãe. Finalmente eles estavam juntos novamente. Unidos. Unidos pela morte. Se em breve me encontraria com eles, eu não sabia. Minha única certeza era da justiça que eu faria com minhas próprias mãos. A pouca misericórdia e clemência que eu tinha foram enterradas com o corpo do meu pai.

Mais um dia se passou. Outra noite sem sono. A música que cantei na manhã parecia ser um tormento para mim. Decidi sair de casa. Andar. Andar me parecia uma boa alternativa. Troquei de roupa e saí.

Chegando ao elevador, lembrei que havia esquecido meu celular. Voltei para busca-lo. Próximo à porta, pude ouvir alguns barulhos estranhos dentro do apartamento. Fiz o possível para entrar escondido. Comecei a ouvir uma voz vinda do escritório.

_ Eu sei. Não precisa ficar me dando instruções como se eu fosse uma amadora. Ele nem é tão esperto. Consegui a senha do escritório. Achei todas as informações que precisávamos. Tenho que sair antes que ele volte.

_ Vai a algum lugar, vadia? – Perguntei com uma ira sobre-humana.

Ashley estava com vários dos meus arquivos em mãos. Ela era uma espécie de espiã. Ela trabalhava pra eles. Todo esse tempo a minha investigação estava sendo sabotada por ela. Muitas pistas eu seguia por conselho dela. Aquela vagabunda arruinou tudo. Por culpa dela a minha vida estava virando um inferno, mas isso não ficaria assim. Ela me pagaria e caro.

_ Que susto, Jeremy! Eu vim o mais rápido que pude…

_ Cala a boca! Acha mesmo que sou surdo ou burro para cair em outra das suas artimanhas, sua degenerada. Por sua culpa eu ainda não consegui pegar esses ordinários. Você vai me pagar! – Gritei e avancei em sua direção.

_ Parado! – Disse apontando uma arma pra mim.

A fúria é incontrolável. Como um demônio que emerge das sombras e nos deixa cegos, assim eu estava. Agarrei-a e saímos do escritório em uma luta. Ela não era só cínica, também sabia lutar. A briga foi dura, mas consegui arrancar a arma dela e acertar um soco deixando-a desacordada. Agora sim! Hora de descobrir a verdade.

Ela foi acordando aos poucos. O local? Um galpão abandonado. O local perfeito. Eu estava com uma arma munida de um silenciador. Ninguém saberia o que aconteceria ali. Ela só precisava me dar a informação que eu precisava.

_ Acorda vadia! – Disse dando uma bofetada nela.

_ Seu viado desgraçado! Eu vou acabar com você! – Gritava.

_ Pode gritar a vontade. Ninguém vai conseguir te ouvir. Aliás, eu pouparia saliva já que você tem muito que me explicar, não acha?

_ Não vou te dizer nada.

_ Você é tão engraçada! Deveria tentar carreira como comediante. EU te dou três opções para me contar o que quero saber. O modo amigável, a tortura ou o modo Siren? Escolhe qual? – Perguntei com um sorriso altivo.

_ Já disse que não direi nada!

_ Quem é o seu chefe?

_ Não vou responder.

Desferi um soco.

_ Quem?

Silêncio. Desferi outro soco.

_ Última tentativa! Quem está por trás dessa sua armação? – Perguntei altamente irado.

Silêncio. Não tive escolha. Peguei um pequeno bisturi e fiz algo que me deu uma enorme vontade quando a vi com meus documentos em mãos: marcar aquele rostinho angelical. Fiz uns cinco cortes em seu rosto. A expressão de pânico que ela fazia alimentava o meu lado sombrio. Quase sem forças e muito machucada, ela decidiu me dizer algo.

_ Ele. Ele está perto de você. Ele me ameaçou. Ele ainda vai tentar te matar. Tenha cuidado! – Ela disse quase sussurrando.

_ Hora de descansar! Espero que você consiga alcançar esse descanso. – Disse apontando a arma para ela e acertando bem no centro de sua testa.

O tiro mortal foi dado. Ela jamais sobreviveria. Estava feito. E eu tinha minhas suspeitas sobre quem era “ele”. Mais investigações ainda estavam por vir.

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Bem, pessoal, espero que tenham gostado dessa parte do conto... Estou com alguns bloqueios criativos... Não me importo de dividir isso com vcs: segundo o zodíaco chinês, pessoas que nascem sobre a influência do MACACO tem uma capacidade nata para se encantarem e desencantarem com outras pessoas... Eu estou nessa... Me apaixonei e aquele arroubo romântico passou deixando uma big dúvida... Ainda não sei quando vou postar o cap3... Minha vida anda muito atarefada... Viagens, trabalhos e provas da faculdade... Aproveitem o texto e digam o que acham...

Para "prosear" com minha humilde pessoa: silver.sunlight@live.com

Beijos e abraços... Obrigado a todos!

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Comentários

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Essa nova fase esta melhor que o família Siren 1, adoro esse clima de suspense, intrigas, pena que são raros os contos aqui que seguem essa linha.

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Esse garoto é fogo hein. Que tiro certeiro! No meio da testa! Ainda bem que nao presenciarei uma cena assim. Beijo Silver ta demais o seu contto. Continue assim arrasando com todos os malfeitores do planeta. Ah quando o primo do Jeremy vai chegar?

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Nossa ele é tao frio que a lagrima nem veio,e sim sangue na morte do pai,Ashley bem feito,eu desconfiaria da Anne sua tutora

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muito bom amigo,vc e meu escritor favorito.

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Obrigado! Aliás, vou mandar um beijo pro pessoal da faculdade (UFF), se é que existem alguns que me acompanham... hehehehe

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Maravilhoso como sempre! Como a Ashley pode! Q descarada! Bom q ela morreu :3... Quem sera "ele" *MORRENDO DE ANSIEDADE*... Meu querido vc e seu conto são 10! Então, Sr. atarefado estarei esperando o próximo capitulo kkkk. MUITOS BJS ^^

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