Timmy & Sam: Don't ask, don't tell part 4

Um conto erótico de Syaoran
Categoria: Homossexual
Contém 5507 palavras
Data: 15/03/2013 23:00:07

Primeiro de tudo, obrigado aos amigos que leem meu conto Afonsotico, Grimm, Por do sol, Stahn. Um agradecimento especial ao meu grande amigo Fênix, que me ajudou na hora de revisar algumas coisas do texto. Como sempre digo Fênix, o nosso encontro foi uma coisa muito bem vinda. Um aperreando o outro. E também gostaria de me desculpar pela demora, foi muito devido as atribulações com o baile de formatura, mas acabou e espero poder voltar a postar com mais regularidade.

Sam havia discutido comigo, tá bom, eu sei... eu sei. Eu pisei na bola, não deveria ter agido pelas costas dele, mas ele não pode compreender que eu fiz isso pelo nosso bem?

Nunca culpei ninguém pelas minhas escolhas, mesmo as mais complicadas, e pra poder honrar ao meu pai e ao que eu sentia, ou melhor, ainda sinto pelo Sam eu tive que optar por isso.

Será que ele não tem ideia do inferno que estava sendo minha vida ao longo daquelas semanas? Eu o queria, queria mais que tudo. Ele é o meu amor, mas durante todos os momentos em que estávamos juntos eu lembrava de meu pai, do seu carinho e de como ele estaria envergonhado do que eu me tornei.

O Samuel não merecia alguém assim, eu precisava entrar pro exército para poder expurgar a culpa pelo meu pai, poder zerar o placar e voltar, voltar a conseguir ser feliz ao lado da pessoa que eu amo que, por sinal, é um homem lindo.

Da forma como as coisas iam eu via chegar o momento em que eu o culparia por alguma coisa, como se ele tivesse me desviado do caminho que eu deveria seguir.

Mas, quando penso que ele aceitaria este estilo de vida por mim, meu coração começa a apertar e sinto que o ar me falta nos pulmões.

Eu fui um estúpido, um idiota e feri a pessoa que menos merecia. Por uma infantilidade eu o magoei, mas pelo menos ainda estou em casa, mesmo que no sofá, amanhã nós conversaremos e resolveremos tudo. Dormi nesta esperança.

Durante a noite vi que ele saia, achei meio estranho, mas ele precisava de espaço, então voltei a cochilar, um pouco mais tarde acordo e vejo um bilhete com a sua aliança, nele estava escrito:

“Timothy, já que eu significo tão pouco pra você, acho que isso será melhor. Esta aliança que você me deu e agora se envergonha, pode ficar com ela. Estou facilitando a sua vida de soldado, como você mesmo já deixou claro eu estou fora dela.”

Quem aquele cabeça dura pensa que é? Como ele pode achar que não significa nada pra mim, ele é a primeira pessoa que eu penso quando acordo, a última pessoa que penso antes de dormir. Por vezes até checo o meu telefone pra ver se ele não ligou, ou mandou alguma mensagem que eu não tenha percebido. Ao lado dele eu me sinto um eterno adolescente, como se o nosso relacionamento tivesse começado ontem.

Ver aquela aliança, o símbolo de nosso amor, ali foi um baque. O que aquilo significaria? Não, não podia ser... ele... ele...

Eu não conseguia formular direito este pensamento, então ligo pra ele e temos uma discussão. Ele me acusa de mentir e diz que vai querer recindir o contrato da casa, ele quer seguir a vida dele, e rápido, mas não pode, rápido assim? Eu tenho, tinha que fazer alguma coisa. Se ele ao menos entendesse que eu não suporto a ideia de parecer fraco, que não queria magoá-lo... que isso era pro nós... não, isso não era por nós... mas ele é cabeça dura demais pra pensar nisso, ele pensa que só ele se sente ferido, mas esta atitude infantil dele me fere também... como podemos chegar a este ponto? Assim que acabo de falar com ele ligo pra Sra. Breuer, ela atende assustada.

- Oi Sra. Breuer. – minha voz é chorosa.

- Timmy, meu filho, tudo bem... o que aconteceu? A sua voz esta estranha... aconteceu alguma coisa com o Samuel? – ela perguntava preocupada.

- Não, assim, aconteceu, mas ... – como eu iria falar com ela, eu não sabia por onde começar.

- Timothy pare de me assustar, vocês estão em que hospital? – Ela falou sobressaltada.

- Não, Sra. Breuer é que ele irá procurá-la para recindir o contrato da casa...

- Oh, oh, oh.. eu sabia, não precisa ficar preocupado meu querido, nós já esperávamos por isso não? Ele já sabe?

- Não senhora, é que... ele terminou comigo. – Falei sem emoção.

- Como?!

- É, ele terminou, disse que acabou.

- Mas, como? Não, eu vou falar já com ele, como assim? Vocês formam um casal tão bonito... ah ele vai ter que me ouvir.

Começo a achar graça, a Sra. Breuer é realmente uma figura. Falo um pouco com ela e digo o que tinha feito, a questão do alistamento, então ela fala que isso é briga de namorado, só preciso dar um tempo a ele que depois, quando a raiva passar nós conversamos e nos acertamos.

- Tomara Sra. Breuer, tomara. – falava esperançoso. – quando ele for acertar as contas com a senhora, deixa ele resolver, mas deixa a casa que eu acerto depois quando voltar.

- Meu querido, isso é complicado...

- Então a senhora não confia que iremos voltar? – questionei.

- Claro? E temos aqueles nossos negócios, dá pra aguentar.

- Obrigado.

Senhora Breuer havia me dado esperanças, na certa isso era coisa de menino, Sam me ama, eu tenho certeza disso. Então é só uma questão de tempo e ele vai voltar. Vai entender os meus motivos, me perdoar e seremos felizes juntos. E, olhando por este lado, quem sabe foi até bom. Quando eu voltar deste treinamento ele vai estar com saudades de mim e aí sim, teremos uma reconciliação. Ele pode dizer que quer me esquecer, mas eu sei que não. No fundo é só ele sendo o Owen orgulhoso que ele sempre foi. E, quer saber, este orgulho besta é uma das coisas que eu mais gosto nele. Ele não ousaria jogar estes anos todos no lixo, ele não esqueceria do Marido, isso mesmo, do MARIDO dele, eu sou o homem que ele escolheu pra passar o resto da vida. Ele só precisa de um tempo pra lembrar disso.

Como eu iria passar nove semanas fora, nada mais normal do que ir até a casa da minha mãe e informá-la. Eu precisava de um carinho, precisava de colo. Se o Sam achava que ele estava passando por dificuldades, imagine as minhas. Chego ainda cedo à casa de minha mãe, toco a campainha e ela logo aparece.

- Oi mãe. – falo com uma expressão abatida.

- Meu filho, você aqui há esta hora?... Nossa você está tão magro, o que aconteceu?

- Éhhh..

Quando eu ia começar a falar com minha mãe eu escuto vários passos na escada, minha irmã, correndo feito uma louca e gritando.

- O QUE VOCÊ FEZ COM ELE? SEU IDIOTA!!

Ah, uma coisa que o Sam me ensinou: nunca, repito, nunca deixe sua irmã se aproximar demais do seu namorado.

No início pode parecer lindo, eles com uma relação forte, um apoio, mas depois... Em suma, em vez de você ter ajuda ao chegar a casa, como agora que nós terminamos, ou melhor, ele terminou comigo e ao invés da minha irmã perguntar como estou, ela grita me chamando de idiota. Tá certo, eu sei que eu fui, mas não precisava sair por ai gritando?

Mas devo confessar que esta proximidade também é bem útil. Ela, como secretária, me saiu um perfeito cão de guarda. Sempre quando alguém vai ao escritório e pergunta “Ele tem namorada?” ela responde: “não, ele é gay”. Mas quando um gay pergunta ela diz que sim. Teve um dia que um safado, sem vergonha, sabendo que ele era gay pergunta a ela se ele tinha namorado, minha irmã respondeu que sim, mas o sacripanta disse “tudo bem, eu não sou ciumento”. Nessas horas agradeço ao meu cão de guarda particular que responde “Você pode não ser, mas eu garanto que o meu irmão é.”.

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Depois da minha crise, na qual eu assumi que gostava de Sam nós decidimos ficar juntos, o que não era nenhum problema, tendo em vista que ele era meu colega de quarto. E pensar que tantas vezes eu queria fugir, ir pra outro dormitório, ou que ele sumisse, mas enfrentaríamos agora um pequeno problema: "As férias".

Não que fosse, minha nossa, como este problema é grande, ele morava na mesma cidade que eu, o que me fazia pensar, onde ele estava? Por onde ele havia se escondido que eu não o encontrei antes?

Então aquelas seriam as nossas primeiras férias como namorados, as minhas primeiras férias tendo um namorado... eu estando com um homem! Como eu poderia estar tão feliz? Mas, eu estava. Só que nós não seríamos namorados em Ashley, deveríamos ser amigos, senão o meu pai enfartaria.

Pensem comigo: você obriga o seu filho a ir pra universidade pra ele aproveitar com a namorada, quatro meses depois ele fica solteiro, e quando volta de férias tem um namorado, isso seria demais pra ele. Acho que seria demais pra qualquer um.

- Timmy, você tem certeza disso? – Ele me perguntava.

- Claro, nós vamos passar as férias juntos. – Sam é lindo e um gay assumido, mesmo não querendo demonstrar eu às vezes ficava inseguro em relação a ele. Eu sei que ele me ama, mas eu tenho tantos problemas. Eu preciso tê-lo perto pra saber que isso é real, que aquilo que eu sinto por ele e ele sente por mim é real. Ao pensar nas férias separados, logo me vinha a mente a possibilidade dele encontrar com alguém e terminar comigo. Por que Sam é assim, ele não trai. Se ele se interessar por alguém ele termina e fica com a pessoa que quer. Mas eu, infelizmente estava viciado em Sam. E a possibilidade de deixá-lo sozinho em Ashley me apavorava.

- Mas,... mas...

- Meus pais estão ansiosos por conhecerem o meu “melhor amigo”, de quem eu tanto falo. – falo tentando fazer graça.

- Só espero que eles quando descobrirem que não sou apenas o seu melhor amigo, não queiram comer o meu fígado. – ele fala preocupado.

- Não comem não, eu não deixo.

- Tá certo então.

Começamos a rir os dois. E nos preparamos para a viagem. Engraçado, passávamos por cada coisa, na hora em que arrumávamos as malas era ver de quem a roupa era.

- Timmy, este calção aqui é seu, tu me emprestou na festa da irmandade, mas toma.

- Saaaam, eu vou levar a tua blusa do Pink Floyd. Perdeu, agora é minha. – falava o beijando.

- É? E o que mais eu perdi? – ele falava me provocando.

- A noção do perigo.... – eu chegava mais perto dele, cheirando o seu cangote – falando assim.

- Timmy, a porta não esta fechada. – ele falava.

- A porta não esta fechada e eu não me importo nenhum pouco. – falo massacrando sua boca em um beijo urgente, só de pensar que nessas férias eu não vou poder tê-lo o tanto que eu gostaria, é muito triste.

Sam corresponde ao beijo e se imprensa na parede, eu ficando a sua frente, ele começa a puxar os meus cabelos, enquanto dá um pequeno salto enroscando suas pernas na minha cintura.

- Ahhh garoto... – eu gemia.

Ele tentava beijar o meu pescoço, enquanto eu tirava a sua blusa... aquele tórax, o seu tanquinho. Meu Deus, como eu pude aprender a apreciar tanto a anatomia masculina? Não. Eu não aprecio a anatomia masculina, eu amo a anatomia dele.

Tenho certeza, quando Deus me criou pouco depois pensou em alguém pra mim... tentou uma vez, fez a July, a Michaela, a Isa... mas como viu que não daria certo fez alguma coisa diferente... Deus, muito obrigado, o senhor o fez na medida certa pra mim.

Eu o joguei em cima da cama e fiquei sobre ele, fizemos movimentos ritmados com o quadril, enquanto ele tirava o instrumento de tortura que se convertia a minha blusa, que impedia o seu acesso e começava a beijar o meu tórax e, logo depois, seguiu o caminho da felicidade..

- Ah saudade que eu vou sentir de vôooo...cê... – ele gemia.

TOC – TOC – TOC

- Tem ninguéeem aqui não. – eu gritava.

- O Táxi de vocês está lá fora esperando. – dizia Eddy, um amigo nosso.

- Dispensa... man... man...manda voltar depôiiiiiis. –Sam gemia e começamos a rir.

- Tu é safado hein – eu dizia.

- Você nem imagina o quanto. – Neste momento ele retira o meu calção, deixando-me apenas de cuecas. Ele decide então lamber o meu umbigo devagarinho... vai subindo, cada gomo do meu tórax..

- Saaaa...fáááá....dooo – eu gemia quando ele abocanhava os meus mamilos e os chupava. E ele apenas olhava nos meus nos olhos e sorria.

Eu o viro na cama, o colocando por baixo e começo a beijá-lo. Minha fome, o meu vício nele estavam em seu auge. Sinto como se fosse nossa primeira vez. Eu abocanho seu pênis enquanto ainda esta na calça e vou tirando seu cinto e puxando suas calças com a boca.

Ainda de cuecas começo a minhas bunda em seu pênis que fica cada vez mais excitado, enquanto minhas mãos percorrem seu peito, até que ele se levanta e me abraça. O cheiro do seu pescoço embriaga minhas narinas e eu arranho suas costas enquanto ainda ficamos cada vez mais colados.

Depois que nós fizemos o que tínhamos que fazer, pegamos outro táxi e seguimos ao aeroporto. Durante o trajeto percebi que chamávamos muita atenção. Nós não éramos homens efeminados, mas estávamos na nossa primeira fase de um casal, ou seja, o Love, o grude, e o taxista percebeu isso e ficava direto nos encarando.

- Algum problema senhor? – Encarava Sam.

- Na... não... é que... – o taxista tentava responder, mas não tinha palavras.

- Pois não se incomode com a nossa vida e volte a fazer o seu trabalho. – Ele foi curto e grosso.

Sam era um amor de pessoa, mas quando alguém se metia a besta com ele, ou o olhava de alguma forma diferente ele logo partia para o ataque, às vezes um ataque velado, algum comentário ácido, outras, as que eu preferia, ele simplesmente me beijava e deixava as pessoas só olhando. Somos assim, um casal possessivo.

A viajem de avião foi calma. Eu tentei convencer Sam a irmos ao banheiro, eu sempre tive uma tara em fazer sexo nas alturas, mas ele recusou. Chegamos a nossa cidade e tivemos que nos separar, ele foi à casa de seus pais e eu na dos meus.

Quando chego, percebo uma coisa estranha, tudo tão quieto e escuro.

- Mãe? Pai? Craig? Vivian? Tem alguém aqui? – falava enquanto entrava na sala, eu comecei a pensar que poderia ser uma espécie de surpresa, mas enquanto eu andava pela casa não tinha ninguém. Eu tinha avisado que voltaria para casa naquele dia, por que ninguém estava.

Então decido subir até meu quarto, tomar um bom banho, organizar as coisas e, se não tem ninguém em casa, vamos sair né? Ver o que a noite reserva. Tomo um banho bem demorado, e quando abro a porta do banheiro e vou em direção ao meu quarto.

- SURPRESA!!! – Minha família grita batendo fotos, eu estava apenas de toalha.

- Que merda é essa? – eu estava com raiva.

- Olhe os modos, moleque, veja como fala dentro desta casa. – falava meu pai sério, sendo que depois começou a rir.

- Sério pai, que brincadeira mais sem graça foi essa?

- Ora, ora... – ele ria – eu soube que os trotes em Stanford não foram tão pesados, então decidi fazer um do meu tempo.

- Na boa, não faz mais isso.

- Tá certo. – ele respondia. – mas essa belezinha aqui vai pro porta retratos da lareira.

- O que?

- Meu primeiro filho que entra pra faculdade, merece uma comemoração.

- Na boa pai, não.

- Nós não temos vergonha de você, meu filho. – minha mãe falava.

- Vivian, Craig? – eu apelava.

- Não vejo problema nenhum – eles falavam rindo.

- Vocês me pagam. – disse sério

Depois deste episódio lamentável, que rendeu e ainda rende boas risadas. Meu pai cumpriu a promessa e deixou aquela foto na sala, pra quem quisesse ver, menos o Sam, quando ele ia lá a meu velho a escondia. Só que, ao invés do Sam ficar chateado ele começava a rir, perguntando o que meu pai acharia de nossa coleção particular.

Dei uma saída, fui ver alguns amigos e, quando volto, vejo meu pai sentado sobre minha cama, eu não havia feito nada de errado. O que será que ele queria.

- Meu garoto, como é que você está? – ele perguntava

- Tô bem pai. A Universidade é boa, não tenho problemas.... – eu falava.

- Não é a isto que eu me refiro. – ele me interrompeu.

- É sobre o que então?

- Filho, você e a Isabelle namoraram durante anos e agora se separaram. – meu pai falava com um semblante preocupado, ele era meu melhor amigo.

- Não pai... isso, eu tô bem. Nós simplesmente vimos que não daria certo. E... e a Isa sempre vai ser uma grande amiga. – eu tentava desconversar.

- Simples?! Não se acaba um relacionamento longo desta forma. – ele questionava.

- Mas acabou, tá certo. Foi melhor assim. – eu tentava não dar margens para a conversa continuar.

- Você não esta escondendo nada do seu velho aqui não, né?

- Não pai, não estou.

- Não me diga que ela... ela...

- Que saco pai, pára... não, ela não me traiu. E chega, chega dessa conversa.

- Fale direito comigo, que eu sou seu pai e exijo respeito, pensa que esta falando com quem? Hein garoto? – ele mantinha um tom sério.

- Desculpa – falei baixando a cabeça.

- Se pergunto essas coisas é porque sou seu pai e me preocupo com o seu bem estar, não apenas com as notas... mas de uma forma geral. – ele tentava se aproximar, mas, eu não iria dizer: “Pai nós terminamos porque eu sou gay e tenho um namorado”.

- Eu sei senhor Miller, eu sei o quanto o senhor se preocupa com os filhos. – começamos a rir. Ficamos um tempo em silêncio. Até que ele começa a falar de novo.

- Mais é bom filho, é bom não se prender a ninguém na Universidade, as festas... você deve viver e ficar com quantas garotas você puder... e falando em farras o seu companheiro de farras, ele veio? – meu pai perguntava.

- Companheiro de farras?... Ah, sim, o Sam, veio sim. Ele esta na casa dos pais dele. Mas amanhã ele passa aqui.

- Como é que vocês fazem? – ele perguntava.

- Como? – eu não entendi a pergunta. Como assim fazem? Como, meu pai sabe?

- Na minha época, não conte pra sua mãe. – ele começava a cochichar – quando levávamos garotas para o quarto, sempre colocávamos um pé de meia na maçaneta, ai o outro sabia que estávamos ocupados, se é que me entende – ele começava a rir.

- Ah – sorri sem graça. – não temos este problema.

- Como não? Você não esta sozinho está?

- Como pai?

- Desde que você começou a namorar nunca passou mais de 5 dias solteiro... ou sem pelo menos...

- Ahh, é que... estes últimos dias Stanford estava me sugando ao máximo. – Falava isso pensando, o senhor não tem idéia do que é o Sam. – ai eu estou sem tempo.

- Mas, meu filho, aproveite a vida. Se você não viver agora, o que vai ser de você Timothy. Você é um rapaz muito sério... se divirta com as garotas. – ele me aconselhava.

Ele continuava com seus comentários e eu ficava cada vez mais constrangido, ele mostrava uma preocupação sincera. Como meu melhor amigo sabia que eu detesto ficar sozinho, e sempre dizia que eu devo aproveitar a vida, que é curta, as festas da faculdade. Certo, eu vou às festas, eu aproveito, na verdade, nunca pensei que pudesse aproveitar tanto, mas é com o meu namorado. Sei que podem pensar que sou um covarde, que deveria ter aberto logo o jogo com o meu pai, mas não. Certo, eu sou um covarde, mesmo tendo a confiança de Sam ao meu lado, quando penso em abrir pro meu pai, as coisas ficam turvas. Neste momento Craig vai passando em frente ao quarto e percebo, junto com meu pai que ele esta ferido.

- Craig Miller, o que diabos aconteceu com você? – Gritava meu pai, com isso minha mãe corre para meu quarto e fica perguntando a mesma coisa.

- Nada, não aconteceu nada. – Ele tentava desconversar.

- Aconteceu sim. – Dizia Vivi. – ele ajudou um amigo meu.

- E esse amigo por acaso era pugilista e precisava de um saco de pancadas? – falava meu pai ríspido.

- Deixa, não fala nada. – pedia Craig.

- FALE! – Exigia meu pai.

- É que uns idiotas lá da escola queriam jogar o Henry no deposito de lixo e o Craig não deixou. – Vivi falava eufórica, mas meu pai ficava cada vez mais sério.

- Este Henry, por acaso, não seria o filho dos Pollain, seria? – Meu pai questionava de forma retórica. – Eu já disse: NÃO QUERO VOCÊS METIDOS COM AQUELE MENINO!

- JOHN, não fale isso. – Interveio minha mãe – Ele é um bom garoto...

- Bom garoto? Bom garoto? Você sabe muito bem o que os vizinhos falam dele.

- E se for papai, hein? Ele não vai deixar de ser meu amigo por isso. E se eu for, o que o senhor vai fazer? Me expulsar, me jogar na rua. – Gritava Vivian – O Henry fala uma coisa que é certa papaizinho, ele não deve satisfação da vida dele pra ninguém, não são estes idiotas, ou qualquer vizinho retardado que deve se meter na vida dele.

- Não fale assim comigo! Garota insolente. – Meu pai levantava o braço como se fosse esbofetear minha irmã, mas minha mãe segura o seu braço.

- Não ouse, John, não ouse encostar um dedo na minha filha, entendeu. – minha mãe falava séria, como eu nunca a tinha visto.

Ela ainda o segura por alguns instantes até ele ficar mais calmo.

- Nunca mais ouse falar tamanha barbaridade na minha casa. – meu pai falou sério. – Desculpe Tim, você não merecia ver esta cena lamentável.

- Não pai, que é isso? – eu tentava demonstrar uma calma que eu não possuía. A cena, realmente era lamentável, mas eu ficava receoso por mim. Se o senhor Miller reagiu assim por conta do filho do vizinho ser amigo de sua filha, o que ele diria de seu filho mais velho? Depois daquela discussão ele decretou toque de recolher para todos.

Antes liguei pro Sam, perguntei como ele estava, se estava com saudades, essas coisas, mas não disse da cena que presenciei, ele não merecia saber aquilo, com meu pai quem teria que lidar seria eu, no momento oportuno. Naquele, outra bomba caí sobre minhas pernas, o meu amorzinho me informa que os pais dele queriam me conhecer e teria um jantar no dia seguinte.

Imaginem, depois do show de horrores proporcionado pelo meu pai e do meu namorado dizendo que eu iria conhecer os seus pais eu pude dormir durante a noite? Não. Fiquei repassando em minha cabeça, lembrando do olhar de meu pai, de sua fisionomia quando ele fala de Henry Pollain, não era apenas raiva, era mais que isso. Era um desprezo, como se o pobre garoto não fosse gente. Ou fosse uma espécie de leproso, alguém com uma doença contagiosa que merecesse o exílio. Assombrava-me conhecer este outro lado de meu pai, e se os pais de Sam também fossem assim, tivessem aceitado o filho, mas... mas na verdade não. Uma coisa é aceitar a idéia de que tem um filho gay, outra, bem diferente, é vê-lo tendo condutas gay... meu deus... porque meu pai tinha que ser daquele jeito? Por que os pais do Sam querem me conhecer... será que eles vão comer meu fígado? Uma palavra pode definir como eu estava naquela noite: ATERRORIZADO.

Quando amanheceu eu vejo uma mensagem no meu celular, era dele, dizendo que não poderia ir a minha casa naquele dia, mas me esperava durante a noite. Conversei trivialidades com a minha família e meu pai sempre me perguntando coisas sobre a faculdade, as festas e as garotas. Certo, as garotas eram lindas, uma mais bonita que a outra, mas era engraçado, de certa forma eu tinha receio em falar das garotas, era como se, com isso eu estivesse traindo o Sam.

A noite chegou e eu deveria ir ao abatedouro, ou melhor, a casa dos meus sogros, eu queria causar uma boa impressão, a final eles eram pessoas que eu deveria ter perto se quisesse ter algo sério com o Sam. Meu Deus, como eu posso estar (tão nervoso pra este jantar!) preocupado com ele. Enquanto eu estava vestindo a sétima blusa e trocando a terceira calça, minha irmã aparece no quarto.

- Oi Tim, tu pode... o que aconteceu aqui? – Perguntou olhando para a zona que era convertida o meu quarto.

- é... é que eu... eu vou... eu vou a casa do Sam e... – Gente, o que eu diria? Eu não sei o que vestir para conhecer os meus sogros?

- Sim, mas, pra que isso? – ela perguntava e eu ficava cada vez mais em um beco sem saída.

- é... – eu buscava as palavras – que ele me convidou pra jantar na casa dele.

- E precisa dessa preocupação toda? – ela falava olhando pra zona.

- Eu tô meio na dúvida...

- Tim, você é um dos poucos homens com bom gosto que eu conheço... então dizer: “tô na dúvida... não sei o que vestir,” – ela falava rindo e imitando a forma como eu falava - não rola. A irmã dele vai estar lá?

- Como você sabe que ele tem irmã? – eu perguntava.

- OR. KUT. Eu vi uma foto dela... com você e ele. – ela respondeu

- Vai, o Sam me comentou alguma coisa – falei desinteressado, percebi o quão exposto ficávamos nas redes sociais. Minha irmã já conhecia minha cunhada.

- Eu sabia, eu sabia, você tá atrás da irmã dele né? Eu sabia safado. – ela falava rindo. – O Tim não dá um ponto sem nó. Você terminou com a Isa e ficou amigo dele só por causa da irmã...

- Ahn?

- Você terminou com a Isa pra poder dar em cima da irmã do cara – eu ficava de boca aberta com as idéias da minha irmã. – não adianta mentir. Você já fez isso antes.

- Fiz? – falo lembrando do meu passado e começo a rir.

- Mas, maninho, aquele seu amigo... ele... ele tem namorada?

- Não...

- Humm, bom saber disso... – ela falava pensando – quando ele vem por aqui?

- Não sei, amanhã talvez. – falava já percebendo as intenções dela – Mas sossega o facho, você não o acha um pouco velho de mais pra você não?

- Não, os garotos da minha idade são uns panacas... eu acho que eu preciso de um cara mais velho. E este seu amigo é um gato. Sorte a minha ele esta solteiro.

- Maninha, você esta indo rápido demais. –falei rindo.

- Não, nenhum pouco. Ou ele não gosta de meninas novas, ele é um daqueles que preferem as mais velhas...

- Não é bem assim. – falo já em tempo rir.

- Não é bem assim como? – ela ficava cada vez com mais raiva.

- Digamos que você não faz o tipo dele. – não me agüento mais e começo a rir. Ela fica com muita raiva.

- Se você não quer me ajudar, então não ajuda. Não precisa ficar com ciúmes, mesmo que eu fique com ele sempre serei sua irmãzinha. – ela falava, embora tentasse me consolar, não conseguia e ria cada vez mais.

- Desculpa... desculpa... – ela me olhava com raiva

- Olha aqui, eu não devia te ajudar, mas acho que esta pólo vermelha acentua os teus braços e te deixa mais bonito, e com aquela calça ali – ela apontava – mas, olha da próxima vez que você começar a rir...

- você sabe que é a minha irmãzinha preferida. – falava rindo e a apertando.

- Eu sou a única que você tem. – ela dava um risinho forçado.

- Mas, Vivi, o que você queria mesmo no meu quarto, acho que seu objetivo não era ajudar um irmão aflito. – falo rindo.

- Não sei... meio que pedir desculpas por ontem. Sabe, o papai as vezes me tira do sério. – ela falava com uma seriedade que me assombrava.

- Mas Vivi, você tem que tentar, ao menos tenta entender o nosso pai, as coisas são difíceis pra ele.

- Ah, não Tim, as coisas podem ser difíceis pra ele sim, mas isso não lhe dar o direito de julgar as pessoas... de dizer com quem eu devo me relacionar, quem pode ser meu amigo. Por favor, não estamos no século passado. – ela falava já se exaltando e eu ficava maravilhado com aquilo.

- eu sei mas...

- Eu não sei nem pra que eu perdi meu tempo falando com você. Na certa você pensa da mesma forma que ele. O Henry é uma pessoa, tá certo, ele sofre, sofre mais do que você pode imaginar... eu não vou deixar o meu amigo por conta dois idiotas feito vocês. – eu não consegui me segurar e a abracei.

- Calma, calma, não precisa me atacar... eu concordo inteiramente com você. Mas, só digo que você tem que ir com mais calma com o velho. Ele é assim mesmo, espero que ele mude algum dia, mas até então... é só você ter calma. Agora saí que eu tenho que me arrumar.

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Quando eu ia começar a falar com minha mãe eu escuto vários passos na escada, minha irmã, correndo feito uma louca e gritando.

- O QUE VOCÊ FEZ COM ELE? SEU IDIOTA!!

- Eu? Não fiz nada. Ele que terminou comigo. – falei sério.

- Ele, o que? – Minha mãe e irmã perguntaram juntas.

- Ele terminou. Pronto. Finito. Acabou.

- Mas, o que você fez pra ele fazer isso? – Minha irmã perguntava me fuzilando com os olhos.

- Não culpe seu irmão pelas decisões do Sam Vivi. – minha mãe sempre tentando remediar a situação.

- Quando eu liguei pro Sam hoje de manhã ele estava chorando... e eu tenho certeza que foi por causa deste daí – ela falava apontando pra mim.

- Ele estava... chorando? – Um misto de tristeza e alegria invadiram o meu corpo. Estava triste por fazê-lo sofrer, mas feliz por saber que ele estava chorando por mim. E se ele estava chorando por mim é porque ele me ama.

- É, me conta logo a burrada que você fez. Você não... você não o traiu?

- É Vivi, traí sim, o Sam me pegou na cama fazendo uma Gang Bang... era isso que você queria ouvir? – ela ficou calada então eu continuei – Não. Eu não o traí. Ele terminou simplesmente por não aceitar a minha decisão. E eu também não o forçaria.

- Filho, que decisão? Você esta me assustando. – minha mãe falava visivelmente aflita.

- Mamãe, você esta vendo o soldado Miller, que irá se apresentar para o treinamento daqui há poucas horas. Só vim avisar e me despedir. – eu informava sério.

- Mas... mas meu filho... como? Quando você?... em que moment... – minha mãe tentava organizar um pensamento.

- Que palhaçada é essa Timmy? Você é gay... entendeu? G.A.Y. Gay. Você... você entrou pro Exército...

- Pouco depois da morte do papai. Eu vi que era isso que ele gostaria pra mim. É isso que eu quero pra mim. – Esta era a única certeza que eu tinha. E tinha que ficar repetindo diversas vezes para não desistir e correr pedindo o perdão de Sam.

- Não entre no exército de brincadeira, ou por causa de qualquer culpa pessoal. O Papai morreu. Entenda Timmy, entrar no exército não vai trazê-lo de volta. Fazer o que ele queria agora não adianta nada. Ele Morreu.

- Viviane Miller, não fale assim com seu irmão! – interveio minha mãe. – Querido, esta decisão é sua?

- É mãe...

- Timmy, eu não vou deixar você sacrificar a sua vida. A... a sua felicidade e a felicidade do Sam por conta da morte do papai... se você entrar pro exército eu te denuncio. Pronto. Eu digo que você é gay e acabo com esta palhaçada toda. – Viviane tinha os olhos sérios.

- Você não vai fazer isso. – dizia minha mãe. – Ele é um Miller e esta é a escolha dele. Se ele esta disposto a isso, só nos resta aceitar.

- Obrigado mamãe.

Tomei o café da manhã com elas, Craig estava na casa da namorada, e o clima não melhorou muito. Minha irmã estava visivelmente alterada. E eu não a culpo. Sei que no fundo ela apenas se preocupava com a minha felicidade. Depois fui pegar minhas malas com Vivi e ela me deixou na estação, no hotel onde passaria as minhas últimas 24 horas antes de ir para o treinamento.

- Então aqui estamos. – dizia ela.

- É. Aqui estamos. – Eu respondia.

- Você vai realmente fazer esta merda?

- Vou sim... eu tenho que fazer isso... – eu respondia. – Posso te pedir um favor?

- Qual?

- Toma conta dele pra mim? Eu tô dando um espaço pra ele, mas... mas...

- Eu não vou ser ex-cunhada chata. Eu não posso tomar conta dele, ele é grande e pode se virar sozinho... – ela me olhava e me via com o olhar perdido. – tá bom. Mas tu vai entrar no exército, porque não o deixa em paz.

- Eu sei que ele me ama e eu o amo. É só uma fase. Quando eu voltar eu vou tê-lo de volta... isso eu te garanto. – E dizendo isto eu parto rumo ao hotel e a minha nova vida como soldado.

Continua.

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Comentários

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eu torço mto p qndo o timmy voltar ele de de cara com o sammy e seu novo amor do lado! ai sim ele vai ver oq é abandonar o amor da vida dele p uma crise d culpa atrasada.... amo os dois, fazer os dois pacçsarem p esse sofrimento todo p besteira é mta burrice. tomara q realmente o sammy siga em frente e arrume outro!

IMPERDOAVEL SUA ATITUDE TIMMY!

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espero que essa semanas voem estou anciosa pelo reencontro dos dois

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Maravilhoso, ficou ótimo a parte que eu não tinha visto.

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