OVERDOSE - Parte 15

Um conto erótico de Alê12
Categoria: Homossexual
Contém 1859 palavras
Data: 05/02/2013 14:33:00

Mais uma vez, um beijo grande e obrigado por tudo! Esse post de hoje, dedico ao Dr. Romântico. Um xero meu leitores queridos. Nota 1000 pra vocês. Muitas emoções virão... Aguardem!

“A VIDA É BELA QUANDO PROCURAMOS VIVÊ-LA, É COMPLEXA QUANDO PROCURAMOS ENTENDÊLA”.

Boa Leitura...

- O que será da minha vida agora meu Deus? – ele se perguntou.

Guilherme dirigia pelas ruas sem rumo algum. Não sabia o que pensar, muito menos o que fazer. Jamais passaria por sua cabeça que tudo isso fosse acontecer. Logo a sua mãe, que ele tanto amava... Ela sequer fez alguma coisa para impedir a sua saída de casa. No fundo do seu coração, não acreditava no que acontecia. O retorno do seu pai causara grande destruição em sua estrutura psicológica, e o pior, é que estava de mãos atadas, sem saber o que fazer. Quando parecia que a tão sonhada felicidade, que ele tanto duvidou, invadiu a sua porta, deu-se conta de que, ela na verdade nunca existiu para ele. Não, não Guilherme... Você não pode ser ingrato consigo mesmo, afinal, conheceu um cara maravilhoso, e que lhe mostrou o lado bom de viver a vida. – ele dizia a si mesmo.

Parou o carro num encostamento, atravessou a rua, e seguiu em direção a praia. Não sabia explicar, mas de certa forma, o mar lhe acalmava por dentro, transmitia-lhe uma sensação de sossego, mesmo que momentâneo. Começou a andar pela areia, e as lágrimas naquele momento foram inevitáveis. Ele sempre se sentiu sozinho, durante toda a sua vida. Achava-se estranho perante aos seus primos, seus amigos, perante a todas as pessoas. Diversas vezes, chorando em seu quarto, pediu a Deus que lhe tirasse a vida... Mas buscou força e recuperou-se daqueles pensamentos depressivos. Mas agora tudo parecia querer voltar. Nunca ninguém o entendeu, nunca ninguém perguntou se ele estava bem, ou se precisava de ajuda. Como poderia amar uma família que só o condenava? Que a cada passo dele, parecia que alguma coisa errada iria surgir do nada, desmoronando tudo.

Sentou numa pedra, e sentia a brisa do mar tocar o seu rosto. Ascendeu o seu cigarro, e em meio aos pensamentos, ficou ali por um bom tempo refletindo sobre a sua vida. Seu coração doía por dentro, pois nunca havia se sentido tão só. As lágrimas persistiam em cair, mas fazia-se de forte a todo o momento; não queria passar uma imagem de fracassado para os outros, muito mesmo para o Andrey.

Andrey... Quando o nome dele ecoou em seu pensamento, as lembranças da imagem dele vieram em sua mente. Os dias em que estiveram em Búzios, quando o Andrey se havia se declarado pra ele... Da vez em que fizeram amor na praia, admirando as estrelas... Sim Guilherme! Ele foi à única coisa boa que lhe aconteceu na vida. Agora tinha a certeza de quanto amava aquele homem. Pela primeira vez na vida, estava descobrindo o verdadeiro amor. E nada, nem ninguém irão estragar o seu sonho, nem a sua felicidade.

Voltou para o carro e encaminhou-se para casa da Lívia. No caminho, deixou-a a “par” da situação.

- Oi meu amor! Como você está? Venha, sente aqui que eu vou pegar uma água pra você. – Lívia o recepcionou com um sorriso, e ficou preocupada, vendo a cara de desalento do amigo.

- A minha mãe Lívia... Ela não me defendeu em nada! Deixou aquele monstro me bater e não fez nada. – ele repetia chorando.

- Fique calmo! Eu estou aqui, do seu lado, e nunca vou deixá-lo sozinho.

- Você e o Dinho são os meus irmãos... Você sabe disso não é?

- Sei sim meu amor. E te amo muito amigo. Agora me conte como foi tudo isso. – quis saber Lívia.

- Quando eu saí daqui, deixei o Andrey na casa dele, e fui para casa. Chegando lá, vi umas malas prontas, e o meu pai, junto com o Bernardo e minha mãe, parados no sofá... Na verdade, me esperando. Entrei e foi nesse momento que começou toda discussão. Eu e o meu pai brigamos, ele tirou o cinto contra mim e a minha mãe chorava, sem dizer uma palavra. – ele contava tudo, com a expressão baixa.

- Eu sinto muito amigo. – dizia ela, passando as mãos nos hematomas que se formaram na pele dele.

- E agora pilantrinha? O que vai ser de mim? A minha faculdade, minhas coisas? Onde vou morar? – ele perguntava desesperado.

- Amigo... Como assim onde vai morar? Claro que você vai ficar aqui em casa. Os meus pais te adoram, e quando eles voltarem de viagem, eu explico tudo.

- Eu não posso aceitar amiga. Não gosto de dar trabalho.

- Somos irmãos ou não somos? – ela lançou um sorriso radiante, o fazendo rir também, e se atirou nos braços do amigo. – Você achava mesmo que eu iria deixar o meu amigo lindo na rua? Só se eu estivesse maluca né? Se bem que maluca eu já sou. – eles riram de novo.

- Obrigado mesmo meu anjo. Você e o Dinho são muito valiosos pra mim. – disse ele, tocando a face dela.

- Sempre estaremos com você ouviu? E o Andrey? Já sabe do que aconteceu?

- Não. Ainda não tive coragem de contar.

- Mas como assim Guilherme? Ele precisa saber. Vou ligar para que ele venha até minha casa.

- Tudo bem. Será que eu posso pegar as minhas malas do carro? – ele fez uma carinha de piedade.

- Eu me recuso a responder! Anda logo pegar essas malas garoto. – ela ordenou rindo, enquanto ligava para casa do Andrey.

Em poucos minutos, já estavam todos na casa dela, inclusive o Dinho.

- Se eu fosse você, quebrava a cara daquele Bernardo. Que cara mais chato! – o Dinho falava xingando.

- O importante é que ele tem a mim e a vocês, não é meu branquinho? – O Andrey acariciava seus cabelos, enquanto ele repousava a cabeça em seu colo.

- A minha maior preocupação, é que não tenho dinheiro suficiente para me manter por muito tempo; sem contar a mensalidade da faculdade que é cara. – disse Guilherme meio triste.

O Andrey sentiu uma ponta de fracasso no peito. Queria poder ajudar o seu amado. Queria ter dinheiro o suficiente para pagar tudo o que ele quisesse, só que, o seu salário mal dava para pagar as despesas de casa e os remédios da mãe. Ficou um pouco constrangido diante da situação. Mas se tivesse que abrigar o seu namorado em sua casa, isso ele faria de qualquer jeito! Mesmo tendo que enfrentar a sua mãe e a religião dela.

- Por enquanto o Guilherme fica aqui em casa, até as coisas se resolverem. – disse Lívia.

- Se precisar de qualquer coisa, estaremos aqui pra te ajudar Gui. – o Dinho também o apoiou.

- Viu só meu banquinho? Quanta gente ama você? Nunca vai estar sozinho meu amor. – Andrey deu um abraço bem apertado nele, seguido de um selinho.

A semana passou rápida, e Guilherme, por mais triste que estivesse, procurou sempre demonstrar que estava bem para os amigos. Voltou à faculdade, ao menos iria ocupar a cabeça com alguma coisa. Decidiu economizar o resto de dinheiro que tinha para pagar as mensalidades e havia tomado uma difícil decisão: iria vender o seu carro, que custava em torno de oitenta mil, devido as depreciações que sofrera, mas que já era uma grana boa, para dar tempo necessário de conseguir um emprego.

- Há quanto tempo gazelas. – provocou o Victor.

- Cara, do jeito que eu estou, se eu pegar alguém, sou capaz de matar! Então, suma da minha frente! – disse o Guilherme.

- Olha como ela ta nervosinha... Brigou com o negrinho foi? – Nicolas foi mais além à provocação.

- Repete seu filho da puta!

- Calma Guilherme. Ignora esses otários. – disse Lívia segurando ele.

- Vocês não valem nada mesmo. Eu fico me perguntando... Três caras adultos como vocês, com um cérebro de criança de dois anos. Quer saber? Nunca, nenhuma garota irá se interessar por três babacas como vocês. – o Dinho resolveu enfrentá-los.

- Qual é a tua em seu viadinho? – o Paulo já ia partir pra cima do Dinho, mas a Lívia tomou a frente.

- Encosta nele pra tu vê! O viado aqui é você idiota! Nem tira da minha cabeça que vocês três se comem entre si. – ela começou a rir. Victor, Nicolas e Paulo... Os três machões da faculdade, que não passa de menininhas disfarçadas.

- Se eu sou menininha, porque tu não fica comigo hein? – perguntou o Paulo.

- Mas nem morta meu bem. Mil vezes ter um caso com o meu cachorro de estimação, do que me envolver com você.

Guilherme e Dinho começaram a rir da cara dos três. Sempre era a mesma coisa: o trio tinha o prazer em perturbá-los.

- Vamos pra sala Lívia, deixa estes imbecis aí. Vem. – Guilherme a puxou pelo braço e foram para aula.

- Esses caras me dão nojo. – o Dinho cuspiu no chão.

Assistiram às aulas, passaram na biblioteca para fazer uma pesquisa e voltaram para casa. No caminho, o Guilherme quis passar num barzinho para uma cervejinha e todos toparam. Sentaram numa mesa e fizeram o pedido.

- Já faz uma semana que a minha mãe não me liga. – dizia o Guilherme tragando o seu cigarro.

- Uma hora ela vai te procurar amigo. – disse o Dinho.

- Não sei se quero vê-la agora... Ainda estou triste por dentro, e não volto mais para aquela casa.

- Mas você a ama amigo. – Lívia também fumava.

- Eu sei pilantrinha, mas depois de tudo, fica difícil perdoar assim tão fácil. Ela escolheu aquele homem, então, que seja feliz com ele.

Mudaram de assunto, conversando sobre namoros e baladas, quando foram surpreendidos por um ex-ficante do Guilherme: o Igor, ao qual ele já havia o visto uma vez numa lanchonete.

- Guilherme! – chamou o rapaz com toda euforia.

- Oi meu lindo. – ele se virou para cumprimentar o rapaz. – Como vaio você? Há quanto tempo hein?

- Pois é. Você está tão diferente...

- As coisas mudam Igor. Venha, sente-se com a gente. – Guilherme puxou uma cadeira para ele, e logo botaram o papo em dia. A Lívia e o Dinho já o conhecia.

- Confesso que estou um pouco surpreso. Achei que você estivesse morando em Buenos Aires? – Guilherme perguntou.

- Então... Eu resolvi voltar e abri uma loja de roupas masculinas aqui no Brasil. Amo o meu país, e as lembranças também. – nesse momento, ele lançou um olhar sedutor e atraente para o Gui, que disfarçou como pôde.

- Você continua um gato Igor! – disse o Dinho, fitando ele sem parar.

- Concordo com o Dinho, você continua lindo. – foi à vez de a Lívia elogiar.

- Assim eu vou ficar sem graça gente. – ele falou meio tímido.

O Igor e o Guilherme ficaram diversas vezes. Conheceram-se numa boate e de todos os casos do Gui, o Igor foi o mais consistente.

- O que faz da vida Guilherme? – perguntou ele.

- Nada demais. Estou sem teto e continuo fazendo faculdade...

- Sem teto? Como assim?

- É uma longa história meu caro.

- Ele também está namorando Igor. – disse a Lívia, percebendo que o ele estava partindo para um jogo de sedução com o amigo.

- Sério? Quem é o sortudo?

Ele fez uma cara de surpresa, pois nunca imaginaria na vida o seu caso antigo namorando alguém, pois sempre soube que ele não se envolvia com intensidade.

CONTINUA...

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Comentários

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ALEEEE PROMETO QUE LEIO TUDO E QUE TO MEIO QUE SEM TEMPO MAIS HJ AINDA LEIO E NO TEU PROXIMO CONTO TE DOU O RELATORIO COMPLETO DO QUE ACHEI HASHAHS

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Espero que o Guilherme tome jeito e não faça nada de errado... Será que Igor vai tentar algo? Rsrs. Adorando. 10!

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Continuaaa logo to amando cada pedacinho dessa história ^.^

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Problemas a vista. Bem, trabalho de meio expediente pro Gui, ele precisa de um choque de realidade! Pode ser na loja do Igor, então a trama poderá ficar mais interessante. Igor tentando conquistar Guilherme sua paixão "inconquistável" que agora namorava, então dois problemas. Fugir de Igor sem correr o risco de magoar o amigo, de perder o emprego, pois Andrey poderá ficar extremamente inseguro e enciumado. Ótimo conto.

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obrigado po comentar meu conto também, e eu concordo com o Dr. Romantico o Guilherme vai fazer bobagem. beijos, continuarei acompanhando seu conto. adorei

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por favor eu te peço encarecidamente não deixa o guilherme fazer besteira pois ele ira se arrepender amargamente

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Muito bom mesmo... Só espero que o Guilherme não cometa uma traição. 10

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Agora esse Igor vai fazer de tudo pra seduzir o Guilherme.

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esta extra maravilhoso como sempre né,um xerão amor.10

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Cada dia melhor sua história, sei não, mas acho que o Guilherme vai fazer bobagem né, tanta gente e coisas contra, a namorada do Andrey, a mãe, o pai do Gui, o Bernardo, os amigos da escola, agora esse Igor. Por favor, deixe o casal ser feliz hein.

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