Meu primo playboy carioca - parte 7

Um conto erótico de Diké
Categoria: Homossexual
Contém 2276 palavras
Data: 25/02/2013 05:18:30

Os dias iam passando e eu estava cada dia mais confuso. As atitudes do Raphael não faziam sentido, ora ele era atencioso, ora agia com indiferença, eu estava mais querendo que ele sumisse, desaparecesse, não queria ter de me preocupar com esse tipo de coisa, só me interessava atingir meu objetivo que era passar no mestrado, eu havia largado família, amigos, toda minha vida em Natal para seguir meu sonho profissional e não aceitava nada que me desviasse disto.

Mas era impossível ficar imune ao perfume dele, vê-lo sorrindo contando piadas de mau gosto, e eu gostava de dar alfinetadas na postura dele de bon vivant, O engraçado disso é que além do tesão que eu sentia por ele, também tinha uma certa admiração pelo espírito livre dele. Raphael só fazia o que queria.

Uma tarde eu estava no escritório de cabeça quente, resolvendo uns pepinos de uma empresa que era cliente de lá quando meu celular toca, era o Raphael, suspirei e atendi.

– Fala lek!! Ta fazendo o que?

– Livrando o mundo das cáries. O que você acha? To trabalhando ne?!

– Muito bem advogado do diabo preciso de uma ajuda sua.

Isso era novo... Raphael precisar de ajuda minha?! Já sei, deve ter aprontado alguma e entrado em cana!

– Vai, diz logo qual a delegacia que tu ta preso?

– hahahaha, não é isso não! De que hora você sai dae?

– Sei não.. acho que umas 18:00hrs...

– Belê, quando sair dae vem pro Barra Shopping, oks? To esperando, valeu!

Ele desligou o telefone sem dar tempo de eu dizer que não ia. Era realmente irritante o jeito dele.

Saí do escritório levando os 6 volumes do processo que eu estava analisando, como eu usava o carro da minha tia não teria problema em transportar. Cheguei no shop ligo pra Rafa, ele diz que ta na Osklen, e lá vou eu procurar onde era a Osklen ali. Chego lá ta Raphael conversando com uma vendedora.

– Fala leeekk!! – ele me estende a mão e quando eu dou a minha ele me puxa e me dá um abraço.

– Pronto Raphael, qual era emergência?

– Pow, eu preciso comprar umas roupas e tava precisando de uns conselhos e pah.

– Como é Raphael Cedeño?? Você precisava da minha ajuda pra comprar roupa?????

Nessa chegou um rapaz de lá que era atendente e perguntou se eu queria uma água ou um café..

– Se você tiver cicuta traga uma dose dupla... – respondi passando minhas mãos pelo rosto, com jeito de cansado.

O rapaz não entendeu nada, e saiu.

– Se você for um bom lekinho e me ajudar, eu te compro um sorvete! – falou o Rafa com jeito de criança.

Acabei rindo daquela palhaçada, ele foi provar roupa e eu tava lá vendo umas camisas. Dae ele abre o provado sem camisa, só com uma calça jeans justa e fala:

– Ficou boa essa lek?

Eu olhei pra ele com cara de “como assim??”. Ele repetiu a pergunta dando uma segurada firme no pau e se olhando no espelho. Aí foi demais! Que puta madre! (ou seja, fudeu!), daí ele virou pra mim ajeitando o pau e dizendo:

– Hein? Gostou lek?

Olhei pra cara dele, Rafa com aquele sorriso de safado, e falei:

– Sei lá Raphael, vai perguntar lá pras tuas negas! – Saí de perto do provador e fui pra vitrine. Ele comprou a calça umas bermudas e umas camisas. Ele ainda me perguntou se eu não queria nada, eu queria sim, ele, mas eu num devia ne?! Hehehehe.

Ele disse que só ia comprar mais uma coisa, entramos numa loja de perfumes e eu finalmente descobri qual era o perfume dele, era uma edição do Hugo Boss In Motion, limitada.

Com o tempo ele passou a me tratar como um irmão, era sempre legal comigo, se oferecendo pra correr comigo, a gente tava até indo malhar junto, as coisas pareciam estar se ajeitando.. seja lá o que isso signifique nesse contexto.

Chegou a época dos exames do mestrado, era perto do final do ano, acho que novembro e eu estava uma pilha, virando noites estudando. Teve uma noite de sábado que eu fui procurar meus livros e não achei, daí cheguei no quarto do Rafa, a porta estava meio aberta, entrei ele estava no computador:

– Rafa, tu viu os meus livros?

Ele ficou todo nervoso, desligando o monitor do computador:

– Porra Edu! Tu sempre reclama que eu entro sem bater no teu quarto, agora vai fazer isso no meu?!

– Deixa de drama Raphael, tua porta tava aberta, tu viu ou não viu os meus livros?

– Vi sim

– E cadê?

– Digo não, hoje você não vai estudar! Hoje a gente vai se divertir!

– Você sabe que eu não gosto de sair com sua turma... E me dá logo os livros que tenho muito pra revisar.

– E quem disse que a gente vai sair com minha turma, pra falar a verdade nem eu gosto mais de sair com aquela galera.. hoje a gente vai ficar aqui mesmo no ap, tem uma garrafa cheia de tequila aí!

– Você sabe que eu não costumo beber.

– Po lek, larga mão, uma vez na vida não mata ne?! A gente joga dominó apostando birita!

– Humm...deixe-me ver.. N-Ã-O?!

– Se você vencer numa melhor de 5 eu devolvo os livros, e é só assim que eu vou devolver! Ou você vai querer brigar comigo, hein? Hein? Hein? – Ele ficou pulando e dando murro no meu ombro.

Segurei o pulso dele e olhei bem pra ele com cara de mau:

– Você não iria querer brigar comigo...

– Ta todo se achando ne? Só porque é pitty boy de Natal! – ele livrou o pulso e veio me peitando levantando a cabeça com cara de marrento.

– Saí nanico, tenho tempo pra brincadeira contigo não.

– Carai, nanico é pegar pesado, tu só é um pouco mais alto do que eu – disse ele resmungando

– Ta caralho! Eu jogo uma partida, ora porra!

– Aeee, bora encher a cara hoje!

Ele saiu pra pegar um dominó e uns copinho de dose, trouxe também uma garrafa de tequila Herradura fechada.

Sentamos no tapete da sala e ficamos jogando em cima do centro. Enquanto a gente jogava íamos conversando:

– Raphael o que você pretende fazer da vida?

– Hiiii... parece minha mãe, vai querer cortar minha mesada também é dona Consuelo?

– Larga mão de ser atabacado, você já pensou que um dia teus pais vão morrer e daí o que tu vai fazer?

– Vou pra feira de São Cristóvão vender rapadura que você vai me mandar de Natal.

A primeira partida eu ganhei, ele bebeu uma dose e fez uma careta, eu falei:

– Vamos logo com isso que eu quero voltar a estudar

– Vamos logo com isso que eu quero voltar a estudar

– Deixa de coisa ô mane, ce teve sorte de principiante

Continuamos jogando.

– Nunca mais a tua namorada veio aqui – falei pra ele

– Namorada??

– A Paula...

– Ela não é minha namorada.. a gente só tava saindo.. e eu dei um tempo

– Foi? Porque, vocês combinavam tanto – falei em tom irônico, eu sabia que estava alfinetando, mas uma coisa que eu gostava era de provocar o Raphael, só pra me vingar da raiva que o jeito dele despertava em mim.

Ele me olhou com uma cara feia e não falou mais nada. Ele ganhou a partida.

Ele me olhou com uma cara feia e não falou mais nada. Ele ganhou a partida.

– Ta vendo mane, agora bebe – ele feliz da vida se achando

De cara feia eu bebi a tequila que desceu queimando, aquilo tinha cheiro de óleo diesel!?

– Arriba muchacho!! – meu primo tava morrendo de rir com a cara que eu fiz

– Ah! Cala boca Raphael!

– Ce parece um veio, parece o vovô Miguel! – Nosso avó era cubano, tinha se casado com vovó Rosa que era espanhola e tinha vindo pro Brasil. – Só falta ficar falando: “las cucarachas en Cuba son enormes” – o Rafa falava imitando o nosso avô, com a fala arrastada e rápida.

Tive uma crise de risos.

– Deixa de ser leso Rafa..

– Mas era pô, ele veio aqui em casa um vez e ficava fumando aquele charuto fedido e dizendo:” hijo, mira, las brasileñas son muy caliente, si no fuera casado con su abuela...” Além de tarado, aquele velho era traficante, tenho certeza!

– hauhuhaua, ele num era traficante...

– Era sim! Vivia trazendo aqueles charutos ilegalmente pro Brasil!!

– Se fosse assim seria descaminho e não tráfico, há...Deixa pra lá

– Mas o veio era estranho mesmo...

– Ah Rafa, ele tinha lutado na guerra, por isso era meio aperreado das ideias.

Perdi novamente a partida e virei outro copo de tequila, comecei a ficar com calor e tirei a camisa ficando de calça cinza moletom da adidas, um pouco justa que eu usava em casa. – hummm, ¿Te gusta la tequila, no chiquillo?

– Parou a brincadeira, agora vou ganhar! – minha cabeça já estava ficando meio tonta, não costumo beber e a tequila tava de torar!

Continuamos a jogar, eu estava me divertindo de verdade com o Rafa.

– Vê só lek – Rafa se levantou e fui mexer no som da sala, eu reparei na bermuda meio caída dele mostrando o elástico da cueca, daí começou a tocar a musica "Arranca” do Manzanita. – Essa é em homenagem a nossa família de pirados! Ele começou a dançar e cantar como um Mariachi!!!

– Deixa de presepada e vem logo terminar esse jogo Raphael!

Continuamos a conversar, e ele perdeu a partida. Virou o copo de tequila, batendo com o fundo do copo na mesa e fazendo uma careta.

– Você ta fudido Rafa, paguei dominó I, II e III na faculdade! hahaha

– Que meda!- Ele tirou a camisa, ficando só de boné, cordão de prata e bermuda de surfista. Continuamos a jogar.

– Porque você deu um tempo com a Paula?

– Já tava demorando demais...

– E você não é de ficar com ninguém muito tempo... – falei distraidamente

– Não é isso, é que... Acho to interessado numa pessoa... – nessa hora eu tava de cabeça baixa, olhando para minhas peças de dominó, levantei rápido a cabeça e Raphael estava me olhando fixamente.

Eu senti meu sangue sumir nessa hora! Me levantei, senti as pernas moles, cabeça deu um giro rápido, maldita tequila, sai acertando meus passos pra cozinha. Ele se levantou e veio atrás de mim.

– Vai fazer o que?

– Esquentar calabresa pra gente comer. – eu estava muito nervoso, derrubando as coisas, procurando e não achando o que eu queria.

Ele chegou do meu lado e falou perto de mim:

– Quer ajuda?

– Não precisa e... – me virei e esbarrei nele – se você ficar de açucareiro parado no meio da cozinha não vai ajudar mermu - falei irritado.

– ahuahuaha.. muito engraçado essas coisas que cê fala! E tu lek? Porque num fica logo com a Gabi?

– Não é tão fácil, ela num é o tipo de garota só pra ficar, e agora num dá pra eu ter nada sério com ninguém...

Ele ficou um tempo calado.

Cortei a calabresa e comecei a fritar.

– Sei koé... por isso que eu nunca durmo com ninguém, a gente fode e pah, mas depois eu pico a mula, dormi é muito pessoal, digo pra mina que eu preciso ir, invento qualquer coisa.

– Isso se chamar ser cretino Raphael...

– Mah! Que nada, mulher no Rio de Janeiro quer saber de levar piroca lek, lá nas tuas terras que deve ter essa parada de “tratar a menininha direito”.

Incrível como meu primo me irritava! estava quase virando a panela com óleo quente e calabresa nas fuças dele. Ainda bem que ele voltou pra sala.

Quando cheguei na sala, ele estava sentado no sofá fumando.

– Mas tu fuma hein?!

– Te incomoda?

– Não sou seu pulmão...

– Tu é bem marrento pra um Potiguar.

Fiquei calado e continuamos a jogar, ele ganhou

– Você olhou minha pedras quando eu fui pra cozinha!!!!

– ahhh deixa de onda lek, bebe logo a tequila e deixa de manha!

– Gilipollas! – resmunguei contrariado.

Bebi a tequila e olhei pra ele, pro corpo dele, eu não estava bem! Comecei a misturar as pedras.

– Lek...

Olhei pro Rafa, o que era aqueles olhos dele... Caralho!

– Que foi?

– Nada não... – falou ele em voz baixa – Vou tomar uma dose por conta!

Ele se serviu e virou uma dose de tequila. Começamos a jogar, o único som era o cd de música caribeña, dessa vez eu estava no chão e ele estava no sofá e de vez em quando ele dava uma ajeitada no pau. Putz!

Ele pegou o controle do som e botou uma música. Eu pensei: “essa música não me é estranha”, eu olhava pro som tentando ler o nome da música no visor, quando Paula Toller começou a cantar:

“De longe eu penso em você

E com meus olhos fechados

Te vejo ao lado respirando

Sinto um calor se propagando ”

Meu coração disparou, olhei pra cara do Rafa, ele estava rindo e olhando pra mim, mas era um riso diferente do riso malicioso, ou malandro, era um sorriso de muleke em manhã de Natal... pô... Aquilo foi golpe baixo!

– É a música que ce gosta ne lek?

–É... Mas... – eu num sabia mais de nada! Minha cabeça rodava, e eu comecei a transpirar.

– Achei um cd antigo da minha irmã que tinha essa música, disse que dessa vez você ia se divertir! – Ele piscou o olho pra mim, todo feliz de ter me surpreendido.

– Vou ao banheiro! – Foi só o que eu consegui dizer, sai mais tonto ainda para o banheiro social. A música parecia que tocava em toda a casa!

“E desejo o desejo

Do perigo de um novo jeito”.

No próximo capitulo as coisas acontecem, eu sei que é meio demorado, mas tenham calma...

Comentem e votem obrigado!

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Comentários

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Advogado do diabo e cicuta?! Hauhauahauahauh, ri litros aqui.

Que pitada gostosa de humor pra descontrair qualquer leitor X'D

E esse final tesudo! Que loucura! Que absurdo! Não pera, vou continuar a ler.

1 e 0 = 10!

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Eita o Rafa sabe deixar ot Kadu sem graça facil !!!!!!!! O pior fala de um jeito q vc nao sabe se realmente ele ta afim ou ta zuando !!!!!!!! Teu conto ta muito bom nota 10 !!!!!!!!!!

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Ahh vc quer me matar de curiosidade...huahua.

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Que bom que as coisas têm se aproximado do clímax. Nota 10.

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Puta que pariu! Agora a coisa vai e o Raphael é foda, Cadu, tu tá fudido, ou ele tá fudido, depende do ponto de vista! Conto massa.

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