Revanche - Cap. 8 (A)

Um conto erótico de Emmet Thorne
Categoria: Homossexual
Contém 2390 palavras
Data: 22/02/2013 01:57:08
Última revisão: 22/02/2013 02:02:18

Previously on Revenge…

— Eu anuncio, ou melhor, oficializo (...) O meu namoro com Emmet Thorne.

Capeside era um país-estado equilibrado socialmente. Daniel estava visivelmente bêbado. Uma cambada de gente filmando e rindo dele.

— Estou só pedindo um voto de confiança pra jogar sozinho dessa vez.

— O que você pensou?! Que eu deixaria você brincar de vingador na minha vida?

Nathan havia postado na rede algumas consultas que Michele fazia para algumas pessoas em Capeside. Thiago entregava drogas e o rapaz lhe retribuía com dinheiro

— Hipócritas! Corja de magistrados! Opressores!

— Suma da vida do Daniel! (...) Pra sempre...

Jantei sozinho. Thiago fotografava as imagens do momento do meu perdão.

— Eu quero dar um descanso a RainhaÀ espera de um vacilo que a derrubará definitivamente.

Obstáculos me fortalecem.

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— Eu posso saber o que significa isso?! — esbravejou Daniel ao me ver chegando e jogando o jornal oficial de Capeside em cima de mim, acabando por cair no chão.

Estava desmascarado. Logo na primeira página do jornal estava uma sensacionalista foto minha beijando tio João. Acompanhado da manchete: “Namorado do herdeiro de Capeside, Daniel, é flagrado aos beijos com homem misterioso”. Não podia acuar.

— It’s funny... Porque as fotos do flagra de sua bebedeira nunca foram expostas, não?

— Olha, Emmet, olha! — exclamou apanhando o jornal do chão e praticamente o esfregando em meu rosto — Olha a sua nojeira... Sua sujeira, vergonha! Você me traiu!

Peguei e joguei o jornal longe. Segurei Daniel pelos braços o colocando em frente a um espelho da sala. Pela primeira vez ele se olhou. E percebeu o quão destruído estava.

— Daniel, essa é a mais dolorosa traição! E não as fotos de um papel. Se olha bem... Olha! Você não percebe o quão você está se autodestruindo gradativamente? E não é a imagem de ser um cheirando a vodca e vômito. É só a imagem de uma alma destruída.

— É fácil julgar, né brother? É fácil. Mas e ontem, quando eu topei aquele jantar idiota? Tu simplesmente furou! Me fez desistir da balada pra ficar com você! E me deu cana.

Ele se encarava diante o espelho com os olhos estreitos cheio d’água. Do que ele estava falando? Eu não saí de casa, fiquei preparando o jantar tosco, exceto quando... Shit!

— Você que furou! Eu estava aqui o tempo to... — titubeei, não devia explicações a ele — Quer saber? Eu não te devo explicações. O nosso namoro é tão fake co...

— Não, não, ele é uma verdade para todos lá fora! — ele saiu de frente do espelho — Já não basta ter me dado fama de viado? Agora a de corno! Eu não vou...

— Então a gente termina! Tudo! Perante todos e...

— Não! Você termina! — ele se aproximou irado de mim — Acaba, te afasta, de uma vez por todas desse mané, desse zé ruela, que você resolveu se aventurar! Ou então...

— Ou então o que, Daniel?! O que você vai faz...

— Eu vou te mostrar que eu também sou um Grayson! E você vai ter de aguentar os danos colaterais das tuas atitudes. Ta ligado? Meu chapa!

Temi. O playboyzinho parecia falar como a ordinária da Victória. Nos encarávamos. Resolvi sair para não perder o total controle. Mas gostei da estratégia que usei: Ataque.

Já era noite. Parti pra casa do tio João. Sentia-me protegido lá. Já cheguei o beijando, o amando, e ele, um tanto que bruto, retribuía em intensidade maior. Seu sexo era rude, violento. E após, carinhos afetivos. Curtíamos o silêncio apenas se tocando e encarando. E mesmo sem dizer um ao outro a que par estava o nosso relacionamento, entendíamos que era melhor não nomeá-lo. Esse clima para um parceiro de sexo era perfeito. Porém para um aliado não. Levantei-me, vesti-me ao atento olhar brutal dele e sentei-me na cama, contando tudo que ocorrera. Contei da minha desconfiança de que Thiago estaria por trás das fotos, do desencontro com Daniel. E minha certeza de que Victória era mentora de tais feitos. Ele sentou, ficou em silêncio e decretou:

— Vamos extrair sangue por sangue dos Grayson. E dar um fim nessa corja de opressores. Começando pela jugular da Rainha.

O olhei assustado. Ele carregava um olhar desumano. Não gostava de tal feição. Me aproximei dele, o beijando, o acalmando e o convencendo que a força cerebral pode ser mais destrutiva de que qualquer força física. E agora tínhamos ambas. Peguei o notebook que trouxe comigo e mostrei a tio João uma das mais curiosas consultas de Michele, que não foi exibido na rede. Era o desabafo de uma mãe desesperada e acuada:

— Eu sei, Michele, eu sei que a dona Victória prometeu a cura do meu filho. Eu não quero expô-lo! Mas eu não aguento ficar longe do meu menininho... E eu não sei se o tratamento está sendo o ideal. Eu só... Eu só queria... — a mulher caiu no choro — Eu só queria meu filhinho limpo do vício das drogas!

Fechei o notebook e olhei para tio João, que se mantinha pensativo.

— Até onde você acha que uma Rainha iria pra esconder as sujeiras do seu povoado?

Partimos para boate. Capeside sempre foi conhecido por ser um país modelo. E até entendia a não existência de desigualdade social. Mas nunca engoli a suposta não existência de problemas sociais como pedofilia, drogas, AIDS, etc. E após ver Thiago entregando drogas para aquele rapaz estranho, tive certeza que no meio daquele ambiente escuro, de luzes piscando e regado a álcool, havia criminosos resquícios.

Dançávamos. Era engraçado ver aquele gigante balançar o corpo e fuzilar qualquer engraçadinho (a) que se engraçava comigo. Olhava o ambiente e não via sinal de Daniel, nem de Thiago. Estranho... Avistei, no mesmo canto extremo, o tal rapaz estranho. Avisei a tio João e ele mandou que eu ficasse ali, e o seguisse quando mandasse. Destetava receber ordem! Tio João foi até o rapaz e trocou um longo diálogo com o tal. O rapaz estranho parecia estar apreensivo, mas depois ficou mais tranquilo e fez sinal para que tio João esperasse. O rapaz saiu e tio João acenou com a cabeça para que eu o seguisse. Disfarçadamente fomos seguindo o rapaz, que foi para o lado externo da boate, indo na direção de uma porta escrita “DEPÓSITO”, acenando para os dois seguranças que estava na porta e entrando com um. Tio João me entregou um copo de bebida, que havia pegado, e me mandou agir. Fui até o segurança, fingindo cambalear, e entornei o copo de bebida em cima dele.

— My God! I’m sorry, man! É que eu to... Eu to meio... Ui! Que tonteira... Eu bebi e...

O segurança me encarou zangado e desconfiado. Deixei-o perceber meu medo. Ele se pôs de lado, segurando meus braços e arregalando os olhos. Sorri. Tio João logo surgiu atrás do segurança, dando uma gravata no tal e o jogando no chão. Depois lhe deu uma sequência de chute no estômago e no rosto, apagando o coitado de vez.

— Nunca mais encene um bêbado. Você é péssimo.

Ele fez cara uma emburrada e ri. Entramos no tal depósito que estava cheio de bebidas. Nenhum sinal de outra porta de saída. Arrastei as caixas de bebidas a procura de uma porta e tio João apenas andava de um lado para o outro. E parou. Olhou para chão. Ajoelhou-se e esmurrou o assoalho de madeira que fez uma rachadura. Logo identificou o piso falso e o levantou como uma tampa exibindo uma escada para uma tubulação. Corri até a ele e tio João pôs-se na minha frente, descendo primeiro, na tentativa de me proteger. Argh! Desci em seguida e caminhávamos juntos pelas tubulações com vários ratos, urinas, baratas. Aproveitava e filmava tudo com a micro câmera que eu havia trago em meu bolso. Avistamos uma escada. Ao lado dela, um corpo de um jovem morto já entrando em estado de decomposição. Era bárbaro. Tio João tomou a frente e subiu as escadas, e ao chegar ao topo, empurrou o imaginável falso teto e subiu, sumindo. Fiz o mesmo, porém ao chegar ao topo me surpreendi ao ver que estávamos num jardim, de céu aberto, na frente de uma velha e destruída casa. Mas a surpresa maior foi ver vários homens, e o rapaz estranho, apontando suas respectivas armas pra mim e tio João. Coloquei as mãos na cabeça. Um ataque não seria o ideal. Mas estrategicamente e discretamente, deixei que a minha micro câmera caísse na tubulação.

Amanheceu. Por toda a noite, tio João e eu ficamos amarrados e vendados em um dos cômodos da casa velha. Porém no caminho para o tal cômodo, vimos cerca de quinze a vinte jovens drogando-se num estado deplorável, jogados no chão. Alguns usavam do crack num cachimbo improvisado, uns cheiravam cocaína, injetavam heroína. E todos fracos, debilitados e sujos. Uma espécie de Cracolândia. E depois de uma noite tensa, amanhecemos sendo levados para um local no mínimo curioso: A mansão dos Grayson.

— Olá invasores de propriedades alheias. — entrou Victória sorrindo no escritório dos Grayson — Sintam-se gratos por eu ter concedido vossas liberdades daquele cativeiro. E lamento pelo demasiado tempo lá. Mas sou uma Rainha muito dedicada ao seu povo.

Tio João levantou-se, irado, cerrando o punho. A sua vontade era matá-la ali mesmo.

— Hello Victória. — intervi, levantando-me, calmo — Confesso que me surpreendi com a sua atitude sensata em não nos exterminar. Pena, que praqueles jovens a sorte não seja a mesma. A tua ignorância e preconceito te move a atrair dependentes químicos prometendo a cura dos tais para a família em troca de segredo. Mas você os entrega para a própria morte no próprio vício. Mantendo assim, o aparente mundo alegórico de Capeside. Esconde, por exemplo, a revolta de um povo que resultou no apedrejamento de uma mulher. Ou então, monopoliza a imprensa estatal, censurando as bebedeiras do seu querido filho e expondo uma suposta traição minha.

— Eu não sei do que você está falando, ‘darling’. Você tem uma imaginação e tanta! Agora prove. Vença a censura. E exponha-a. — ela olhou pra tio João — E você, hein?! Continua incapaz de acertar um tiro certeiro num alvo, seu janota patético!

As veias do rosto moreno de tio João saltaram e ele saltou em cima de Victória, a agarrando violentamente pelos braços, a jogando contra parede e fazendo-a bater com a cabeça, gritando de dor.

— Sua vagabunda! — ecoou sua voz grossa no local e temi — Malfeitora! Plebeia! Como tu és capaz de fazer aquilo com aquelas crianças?! Jovens! Tu é que continuas a mesma! Não, não, muito pior... Mas o teu castelo de areia desmoronará! E aí, seremos feito do mesmo pó e lutaremos de igual pra igual. Mande todo o teu exército pra lá, pois ainda hoje voltarei praquele local e vou expor esses pobres jovens ao mundo!

— Não! — gritou Victória temerosa — Eles são a escória! Você não entende, João? A escória! Não ouse atravessar novamente meu caminho, pois o impedirei com meus melhores homens!

— Você sabe que nenhum deles são páreos pra mim. E só não escapei hoje pelo Emmet.

Tio João largou Victória. Eles se encaravam, revoltados e misteriosos. Era tudo muito intrigante. Victória suspirou, limpou os braços e ordenou:

— Vá! Suma daqui! Pois o teu cheiro fétido de pitbull enraivado está impregnando a minha casa. E Emmet, querido, eu entendo que esteja encantado pela proteção de ter um cão. Mas não se dá pra amar alguém que só saber rosnar e latir. É necessário pensar.

— Of course, Victória. Mas trate de soltar os teus cachorros e limpar a tua sujeira. Pois hoje à noite, o meu pitbull aqui, está bem treinado, e inutilizará toda a tua inteligência.

Sorri dando um beijo provocativo naquele rosto barbado e irado, e jurei ter visto um sorriso naquela expressão rude. Peguei as mãos de tio João e saímos a caminho de casa. No meio do caminho, avistamos Nathan. O galego avisou que precisava ter um particular comigo, e tio João entendeu, e disse que esperaria mais na frente.

— Ei! Eu vi a capa do jornal, ia te ligar, mas... — ele coçou a cabeça com o olhar de criança que fez o que não devia — Eu acho que tive responsabilidade pelo que ocorreu.

— What are you talking about, Nathan? — perguntei sem muito entender.

— Ok! Vamos lá! Só que antes, me deixa contar tudo, não me interrompa, ok? — concordei — Eu tinha tudo sobre controle! Eu juro, mas... O Thiago me usou. Eu descobri que ele era um gigolô, um prostituto. E como você sabe, as mulheres não valorizam muito essa mão de obra, né? Ok, sem ironia! Mas enfim, ele se arranja como pode. Fez até clientes aqui em Capeside mesmo chegando há pouco tempo. E aí fui chantageá-lo, afastá-lo de você, mas ele... Me seduziu. Eu estava no controle, resolvi brincar, me lambuzar no sorvete e não ficar só na casquinha...

— Nathan!

— Enfim! No dia que eu mandei você ir atrás do tio lá, agora faz sentido, mas na hora... Quando você saiu ele disse que precisava ir. Ele deve ter te seguido. E também descobri que ele usou meu celular, lhe mandou uma mensagem, te tirando de casa e depois apagou. Descobri isso com um programa depois que... Que ele me deu um pé na bunda após eu pressioná-lo pra saber se ele estava por trás de tudo isso. Foi mal aí, loirinho.

— Congratulations. — sorri — Espero que você tenha conseguido provar pra si mesmo, o quão fracassado e loser você é. Você é uma ótima piada. That’s it.

Nathan abaixou a cabeça, envergonhado. Até senti pena, mas estava revoltado com as consequências do seu vacilo. Cansei de avisar que minha vingança não era brincadeira e ele nunca me ouviu. Saí, mas antes ele me entregou um misterioso pen drive.

Parti com tio João para casa dele e lá organizávamos detalhes da missão que teríamos a noite. Anoiteceu, ajeitamos tudo e resolvi passar em casa, pois fiquei um dia sem passar por lá. Inconscientemente não queria encarar Daniel. E ao chegar lá, minha casa estava praticamente destruída, feita de balada com música alta e lotada por estranhos, bêbados.

— Qual é, Emmet! — caminhou Daniel extremamente bêbado até a mim — Resolvi agitar a minha casa! Ta ligado que eu que mando nessa porra de Capeside né? Então, tudo que te pertence é meu!

Tio João, que insistiu em me acompanhar, cerrou o punho. Desejei que meu pitbull desfigurasse o rosto daquele menino mimado.

CONTINUA...

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Comentários

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tb acho... gosto mtooo do Daniel, mas algumas atitudeeess dele é xata :( ja o tio joao axo ele mto misteroiso, n seei

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Você não perde a mão mesmo né? kk parabéns! ps: ainda aguardando o romance Dani e Emmet :D

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Tomara que o tio joão de uma surra no Daniel esse menino ta passando dos limites.

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Wow! I Fucking love it, man! Ahehe. Vei virei fã do tio João, esse é dos meus, pitbull sangue no zoio :D. Sem onda agora, é tão triste ver contos como o seu neste site assim como em outros sites de putaria (tem muuuitos contos fodas aqui não me entenda mal) mas autores como vc deviam estar lançando livro como tantos outros. Parabens mesmo. Abraços sombrius \m/

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