OVERDOSE - Parte 04

Um conto erótico de Alê12
Categoria: Homossexual
Contém 1959 palavras
Data: 15/01/2013 18:51:33

A história ainda vai pegar fogo. Muitas mentiras pra serem reveladas, e um coração amargurado para explorar. Espero que curtam cada momento. Um beijo grande pra cada um de vocês que comentam e aos anônimos também. Um xero.

“ALGUMAS COISAS NÃO PRECISAM FAZER SENTIDO, BASTA VALER A PENA”.

Boa leitura...

Não demoraram muito e já estavam em suas respectivas casas. Guilherme foi direto para o quarto, e sem pensar muito, arrancou a roupa e correu para o chuveiro. Precisava de um banho, e aquela água caindo sobre o seu corpo, deixava-o mais relaxado. Ficou horas ali, se deliciando... Depois totalmente nu, atirou-se na cama. Ria alto, ria sem parar. Às vezes achava graça de tudo, como também tinha coisas da qual ele nem sequer sorria.

- Puta que pariu! Esqueci o meu celular naquela casa. – disse ele revoltado, ao fuçar o bolso de sua calça. – E agora Guilherme?

Enquanto isso, já no escritório, o Andrey acomodava a sua pasta sobre a mesa. Sentava de frente para o amigo Otávio. Ele era formado em contabilidade e o pouco que ganhava, sustentava a mãe e o irmão mais novo de apenas cinco anos. Ele era um rapaz humilde e simples; durante toda a sua vida, teve que esforçar-se para conseguir se formar e ter um trabalho digno. A casa onde mora, foi à única herança deixada pelo seu pai. A vida sempre fora muito dura pra ele. Em diversas situações quando criança chegou a passar fome, pois seus pais não tinham emprego. Mas com muita luta e dedicação, tornou-se o orgulho de Dona Nair, sua mãe.

- Bom dia Carlos. Como foi o final de semana?

- Foi bom. Fui à praia com minhas filhas e minha esposa, e depois fomos para o aniversário do meu sogro. Mas e aí? Parece que você não dormiu bem.

- Cara, ontem quando o meu tio estava entrando em casa, um grupo de três jovens, dentre eles uma mulher, pediram ajuda pra ele, pois estavam sendo perseguidos por traficantes do morro.

- Sério? E aí? O que aconteceu? – perguntou o amigo curioso?

- Eles dormiram lá em casa. Você acredita que os três são moradores da zona sul?

- O que eles estavam fazendo numa favela? Hum, já sei... Foram comprar droga na mão dos bandidos?

- Não cara, segundo eles, estavam curtindo aqueles bailes que sempre acontece por lá, só que ouve invasão e tiroteio por todo lado.

- Que louco hein?

- Pois é. Mas graça a Deus acabou bem. Até que eles são legais. – disse Andrey.

Acabando o seu expediente, ele pegou o ônibus e voltou pra casa. Foi jogando a mochila no sofá e indo direto para o banho. Tirou a roupa e deixou a mostra o seu belo corpo malhado, tom chocolate, com um cheiro que só ele possuía. Mas mesmo sendo tão lindo, nunca foi fácil pra ele lidar com a sociedade. Diversas vezes sofreu preconceito por parte das pessoas. Várias entrevistas de emprego, e todas as portas fecharam-se, simplesmente por ele ser negro. O pior de tudo era saber que isso existe num mundo tão moderno e evoluído como nosso. Há muitos casos de racismo, de separação de pessoas por suas raças, principalmente quando o assunto é emprego e faixa salarial. Mas ele driblava todas essas barreiras com facilidade, pois o seu jeito simpático e educado de ser conquistava muita gente.

Saiu do banho e viu que um celular não parava de tocar.

- Estranho... De onde está vindo este toque? – perguntou a si mesmo. Percorreu o seu quarto, viu que o seu aparelho estava na mochila, então foi em direção à sala. Viu que um celular, que por sinal custava muito caro, ao perceber que era um aparelho de última geração, pegou-o e na tela tinha a imagem do Guilherme sem camisa, fazendo um biquinho diante do espelho. Desligou o alarme, e fuçou na agenda pra vê se encontrava algum número ou endereço.

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- Como eu fui esquecer o meu telefone? Onde você anda com a cabeça hein Guilherme? Agora terei de voltar lá... Mas vou deixar isso pra depois. – ele já estava pronto pra ir à faculdade. Chegando lá, encontrou os seus amigos Dinho e Lívia.

- Que sinistro foi ontem hein? – disse Dinho rindo.

- Não quero nem pensar mais nisso. – bradou Lívia.

- O pior de tudo é que esqueci o meu celular na casa do Sr. Antônio...

- Caramba... Depois você volta lá e pega amigo.

- Gente? Ali não são aqueles três idiotas cercando um rapaz? – disse Dinho, referindo-se ao Victor, Nicolas e Paulo. O trio tirava onda de “os machos” da faculdade, que fazem e acontece. Metiam-se sempre em brigas externas, envolvendo casos de violência contra gays, nerds e até mesmo negros.

- Eu vou lá saber o que ta pegando. – Guilherme deu um passo à frente.

- Você ta doido? Não vá se meter com estes caras. – Lívia o segurou.

- E os deixar humilharem as pessoas? Nunca! – ele não deu ouvido à amiga e seguiu em direção ao trio.

- O que ta acontecendo aqui? Será que eu posso saber Victor?

- Não se mete babaca, isso não é da tua conta. – disse o Nicolas empurrando o rapaz.

- Só estamos acertando umas continhas com esse aqui. É uma parada nossa. – respondeu Victor.

Nesse instante, Lívia e Dinho já estavam juntos ao Guilherme.

- E que parada é essa, pois o que vejo aqui é um bando de desocupados e imbecis, bancando uma de valentões pra cima de uma pessoa, que eu tenho absoluta certeza que não fez nada pra vocês.

- Eles me cercaram porque eu estava no telefone com o meu namorado. Falaram que iam me fazer virar homem por bem ou por mal. – confessou o rapaz, com a voz um pouco fina. Ele parecia ser afeminado.

- Eu sabia! Vem cá? Quem vocês pensam que são hein? Os donos da verdade? Porque não vão viver a vida de vocês e deixam os outros em paz. – o Guilherme já estava irritado, e os três sabiam que com ele a coisa era diferente. O mesmo, numa determinada época, sofreu covardemente um espancamento por cinco caras, quando vinha de uma festa pra casa. Como não costumava deixar barato atos injustos, Guilherme pagou para três rapazes que ele nem conhecia, pra dar o troco, pois não sujaria a sua mão com os marginais. Isso repercutiu na faculdade inteira, e a partir daí, ninguém se atreveu a mexer com ele, nem com seus amigos. Ele odiava violência ou coisa do tipo. Poderia ter todos os defeitos do mundo, mas não tolerava injustiça.

- Chega de palhaçada. Deixem o rapaz em paz, ou vocês vão ver do que sou capaz.

- Eu não tenho medo de você, seu viadinho de merda! – bradou Victor, que dentre o três era o pior.

- Repete o que tu disse seu filho da puta!

Ouvindo aquilo, ele partiu pra cima do Victor, mas foi imediatamente interrompido pelo Dinho.

- Não Gui, não vale à pena se sujar por estes caras.

- Você tem razão. Solta o garoto ou eu vou ter que dar um susto em vocês.

Os três obedeceram, mas saíram ameaçando o grupo. O Victor era mediano, pele clara e tinha três tatuagens no braço. O Nicolas, também pele clara, era o mais alto, porém o menos forte. Já o Paulo, era o mais tranqüilo dos três, e nutria uma paixão pela Lívia, que o desprezava sempre que tinha oportunidade.

- Eles me dão nojo – Lívia falou com a voz de repugnância.

- Bom, vamos voltar pra sala e esquecer estes idiotas.

- Muito obrigado pela ajuda. – disse o rapaz sorrindo.

- Só toma mais cuidado e qualquer coisa, denuncia, não tenha medo. – disse o Guilherme.

Voltaram à sala e a aula transcorreu como de costume. Na saída, combinaram uma festinha na casa do Dinho, pois os seus pais estavam sempre viajando. Guilherme foi andando, curtindo a noite. Ascendeu um cigarro, olhava o movimento da rua. Gostava de admirar o céu, as estrelas. Chegando na portaria da sua casa, viu um homem alto, negro, encostado ao portão.

- Você ta procurando alguma coisa? – disse ele ao rapaz, que quando se virou, reconheceu quem se tratava.

- Oi. Tudo bem com você? É que...

- Como vai? – ele apertou a mão do Andrey.

- Eu vim trazer isso aqui, acho que te pertence. – ele abriu a mão, exibindo o telefone que o Guilherme esquecera em sua casa.

- Poxa Andrey, muito obrigado cara. Eu não vivo sem o meu celular.

- Eu imagino... Bom, eu vou indo.

- Não, espere! Você não veio de longe pra nem ao menos aceitar o meu convite de entrar e fazer um lanche comigo.

- É que...

- Não tem é, nem meio é. Venha, vamos entrar. Eu não mordo não.

- Engraçadinho você né?

- Só quando eu quero.

Eles entraram e o Guilherme percebeu que estavam sozinhos. Nem sinal da sua mãe, tão pouco da Maria. Também pelo horário, ela já devia ter ido embora. O Andrey admirava cada canto daquela casa. Seus olhos percorriam por cada detalhe. A decoração era de muito bom gosto, tudo escolhido por Dona Sandra, a mãe do Gui.

- Parabéns, a sua casa é linda!

- Obrigado. – disse ele meio sem jeito.

- Você deve ter uma vida de muitas regalias né?

- Ai que você se engana. Eu não ligo muito pra grana não. Uso o necessário para os meus gastos.

- Você mora sozinho?

- Não. Eu moro com a minha mãe.

- E o seu pai?

- Não tenho pai. – ele respondeu seco, sem entrar em detalhes.

- Poxa, ele também morreu?

- Não. Enfim, é uma longa história da qual eu prefiro não comentar.

- Desculpa.

- Você é promotor? – perguntou Guilherme rindo.

- Por quê? Eu tenho cara de promotor?

- Não, é que você não para de me fazer perguntas. Me sinto num interrogatório ao seu lado. – ele riu.

- Realmente... Eu exagerei um pouco.

- Andrey, pelo que vejo, só estamos nós dois em casa. Como eu não tenho dom pra cozinha, costumo fazer uma gororoba que no final da certo, você topa?

- Jesus, proteja o meu estômago. – os dois riram, e Guilherme foi pra cozinha preparar o lanche de ambos. Andrey apenas o observava, sentado numa banqueta apoiando-se no balcão.

- Como um cara feito você, rico e simpático está sozinho? – ele quebrou o silêncio.

- É por opção minha. Não sou de me apegar a ninguém, muito menos ter um relacionamento longo. O meu negócio é beijar, transar e tchau. Sacou? – Guilherme respondeu.

- Ahhh... Mas na vida, todos nós queremos sempre alguém ao nosso lado.

- Existem exceções, e eu sou uma delas. Não vou negar a você que já fiquei com vários caras, e ainda fico, mas me apegar a algum deles, em hipótese alguma. Eu nasci livre com um pássaro e pretendo morrer nesta condição.

Andrey o observava perplexo com as revelações expostas. Como alguém tão jovem, já tinha pensamentos tão complexos e seguros? Ele não sabia se aquilo era certo ou errado, mas o jeito de pensar e de agir do Guilherme, o tornava ainda mais sensacional.

- E você? Tem algum relacionamento. – foi à vez de o Gui fazer as perguntas.

- Sim. Tenho uma namorada. Estamos juntos há cinco meses.

- Que legal. – no fundo, Guilherme sentiu um desapontamento, pois no seu íntimo, queria fisgar o Andrey, colocando-o em sua lista.

- Mas vou te confessar uma coisa... Não sei se a amo de verdade. Estou pensando em terminar.

- Ai, ai! – Guilherme jogou a panela com tudo na bancada.

- Se queimou? – Andrey viu que ele assoprava os dedos.

- Relaxa, eu sempre me queimo quando venho pra cá.

- Me deixa vê essa mão...

Ele pegou na mão do Guilherme, que de imediato o encarou fixamente. Suas mãos eram brancas feito neve, e logo ficaram vermelhas pela queimadura. O Andrey percorria os dedos em todo o contorno. O Gui passou a observar os dois tons que se formava. A pele negra do Andrey, sobre a sua pele branca; aquilo o deixou sem jeito e totalmente excitado.

CONTINUA...

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Comentários

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Cara, adorando sua história, muito beme scrita e detalhada. Ja me apaixonei pelo Andrey, ai de você se fizer o Guilherme magoar nosso heroi.

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Bom, muito bom. Espero que não demore a postar, mas a atual frequência tá ótima. Agora, como será que o Andrey irá ser seduzido por Guilherme.

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maravilhoso cont. logo 1000

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Ainda se surpreenderão, pois muita coisa vai acontecer. Só espero que não queiram matar o pobre autor aqui. kkkkk... Aguardem e acompanhem sempre.

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Oi pessoal, acabei de postar a quarta parte d'O Reencontro. Se vocês curtem histórias com romance, intrigas reviravoltas e sexo bem detalhado cliquem no meu nome e deem uma olhada. Por favor votem e comentem para eu saber se vocês gostaram. Beijinhos!

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Sensacional como sempre continua logo

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