OVERDOSE - Parte 03

Um conto erótico de Alê12
Categoria: Homossexual
Contém 1978 palavras
Data: 14/01/2013 20:40:49

Oi meus queridos. Fico feliz que estejam curtindo. Comentem sempre e um beijo grande. Iky meu anjo, nunca vou esquecer de você amigo. Sabe que amo os seus comentários. Pra você não ficar tristinho, eu dedico este capítulo à você, que é o meu leitor desde o primeiro conto. Te amo amore. Beijos aos outros que também sou muito fã. Boa leitura...

"AS RETICÊNCIAS SAÕ OS TRÊS PRIMEIROS PASSOS DO PENSAMENTO QUE CONTINUA POR CONTA PRÓPRIA O SEU CAMINHO.”

O homem olhava para os três, e após alguns instantes pensativo, os ajudou.

- Vamos, entrem. – os guiaram para dentro de uma casa, que não era luxuosa, mas bastante aconchegante.

- Antônio você demorou. – uma voz saiu do fundo do quarto, e quando apareceu na sala... O ENCONTRO!

Um negro perfeito. Alto, másculo, a pele parecia um chocolate nobre derretido. Os olhos pretos transmitiam mistério e charme e a boca carnuda dava um ar de sedutor. Era Andrey o seu nome. Um belo negro de sorriso branco e envolvente, que de imediato deixou Guilherme paralisado. Apenas o observava.

- Quem é essa gente? – perguntou aquele rapaz, olhando para o tio que até então, estava parado na sala.

- Eles estavam fugindo de uns caras. Quando eu digo que isso aqui está cada vez mais violento.

- Desculpa... Nos não queríamos incomodar... É que... - disse Guilherme sem jeito, ainda encantado com a beleza negra do rapaz.

- E eu posso saber o motivo, ao qual vocês três estavam fugindo? – perguntou Andrey nada cordial.

- Na verdade, nós estávamos num baile Funk aqui próximo, quando de repente uns caras, ou melhor, uns traficantes, invadiram e começaram a atirar pra todos os lados. – Lívia foi direta e precisa na explicação.

- Vocês por acaso são daqui? – Andrey queria entrar num interrogatório.

- Não. Moramos na Zona Sul. – respondeu o Dinho.

- Andrey! Quer parar de fazer perguntas? Traga alguma coisa pra eles.

- Não Senhor, não é necessário. Nós estamos de carro, e eu acho que já está mais calmo lá fora. – o Guilherme se sentia incomodado com alguma coisa.

- Imagina meus filhos. Já é madrugada, e vocês não podem correr o risco de sair assim.

- Gui, ele tem razão... – disse Lívia olhando para o amigo.

- Como vocês podem ver, a nossa casa é pequena, não tem nenhum luxo, logo ficarão desconfortados. – a forma como ele falava, parecia que não estava nenhum pouco a fim de abrigar os estranhos.

- Nos vamos embora. Não queremos dar trabalho. – o Guilherme já se virava pra sair, quando senhor forte de cabelos grisalhos o impediu.

- Eu não vou deixar três jovens, arriscarem as suas vidas, por causa de uma teimosia. Você sabia meu rapaz, que quando estes caras descobrem que alguém não é da área deles, costumam torturá-los? Por tanto, vocês ficam e se ajeitam aqui na sala.

Os olhos do Andrey se cruzaram com o do Guilherme, pareciam leão e tigre querendo entrar numa batalha. O Gui percebeu que ele não estava querendo a presença deles e isso pra ele, tornou-se um bom motivo para querer ir embora, mas devido à insistência do Sr. Antônio, ele resolveu ficar. Acomodaram-se no chão. O Sr. Antônio, gentilmente os serviu de lençóis e travesseiros. A casa realmente era muito simples, tinha poucos móveis, e os que tinham percebia-se que a mobília era velha, mas eles, apesar de estarem acostumados com luxo e conforto, não se importavam com futilidades.

- Boa noite gente – disse Guilherme, já deitado no chão. – Eu amo vocês.

- Boa noite amigo. Também te amo. – respondeu Lívia.

- Caraca, só porque eu me dou bem numa noite... Fico com um cara, aqueles filhos da puta aparecem e estragam tudo.

- Dinho vai dormir! – Lívia retrucou.

E os três caíram no sono. Andrey e o tio também se recolheram. Aquela noite ia ficar marcada pelo susto, um grande susto, mas que acabara bem. Já era madrugada, por volta de três e meia da manhã, e o Guilherme revirava no colchonete, mas não conseguia dormir. Levantou e foi para o quintal daquela casa, queria respirar um pouco.

- Ai Guilherme, como você é louco cara. Como tu se mete numa enrascada dessas? – ele perguntou a si mesmo. – A vida é muito louca mesmo Deus, e olha que eu escapei mais uma vez... Será que o Senhor vai me livrar da próxima? – ele olhava para o céu.

- Conversando sozinho? – uma voz o surpreendeu. – era o Andrey.

- Que susto cara! – Não... Eu estava aqui contemplando as estrelas, só isso.

- Qual é a tua e dos seus amigos afinal? – disse ele sério.

- Hã? Como assim?

- Não se faça de bobo! Você acha que eu não saquei qual é a tua? Vocês vêm de lá da zona sul, um bando de play boyzinho que vem comprar droga no morro, e depois joga esse papinho de que estavam em baile Funk... Conta outra!

O Guilherme olhava pra ele perplexo. Não estava acreditando no que ouvia.

- Eu até entendo que você não queira a gente na tua casa, mas daí dizer que nos estávamos comprando drogas? Você ficou maluco foi? De onde você tirou essa idéia absurda? – disse ele irritado.

- E você quer que eu acredite que três jovens, moradores de bairro nobre, vem numa favela curtir? Fala sério, tu pensa que engana quem idiota?

- Idiota é você que não sabe o que diz e abre a boca pra falar merda. Quer saber? Eu vou acordar os meus amigos agora mesmo e sai daqui... Pra mim foi o bastante.

Ele andou em direção a porta, mas foi impedido pelas mãos fortes do Andrey.

- Me solta cara, você é um louco, esclerosado!

- Calma aí... Foi mal, é que... Bom, me desculpa, eu acho que eu peguei pesado com você.

- Não desculpo não. Eu odeio pessoas que julgam as outras, sem ao menos conhecê - las.

- Eu sei que errei, fui grosso, mas é que... – ele baixou a cabeça, e a sua voz mudou. – Eu perdi o meu pai por causa de uma bala perdida.

Quando ele disse a palavra pai, um impacto de sensações tomou conta do Guilherme. Ele também havia perdido o seu pai, não em morte, mas por circunstâncias da vida mesmo.

- Na verdade, ele me protegeu, pois o tiro pegaria em mim. – um ar de tristeza invadiu sua face.

- Eu sinto muito cara. – Guilherme não teve reação de sair dali.

- Foi uma briga entre facções, eles desceram o morro, e... Naquele dia era tiro pra todos os lados. Eu e o meu pai, estávamos vindo do jogo do Botafogo, quando entramos em nossa rua, o terror já estava completo.

- Imagino como foi difícil pra você... Mas não fica assim não. – ele não sabia o que dizer direito.

- Como você e seus amigos arriscam a vida, indo nesses lugares?

- Eu sei que o que vou dizer é maluquice mesmo, mas eu adoro aventuras. Sei que foi um susto grande, mas no fundo foi divertido. Só de imaginar o Dinho e a Lívia correndo aquela ladeira, já me dá vontade de rir.

- Sua namorada poderia se machucar...

- Ele não é minha namorada... Como eu disse, são meus amigos. Eu não tenho namorada.

- Desculpa, é que...

- Eu entendo. Nos vivemos sempre grudados pra cima e pra baixo, é natural que pensem isso... Na verdade Andrey, eu sou gay.

Ele fez uma cara de espanto. Olhou fixamente para o Guilherme, sem saber o que falar. Não esperava que ele fosse tão sincero e direto.

- Que foi? Por acaso é um crime ser gay? Não vai me dizer que você é preconceituoso?

- Não, não, é que... Ah esquece! E os seus pais sabem?

- Todos da minha família sabem. Alguns fingem aceitar e outros não aceitam mesmo, mas eu fiz questão que todos soubessem, não escondo nada de ninguém.

- Você é mesmo corajoso.

Eles ficaram se observando. O contraste era incrível. Um branco, com pele perfeita, olhos verdes, cabelos quase loiros, e um negro, de pele amarronzada, cabelos pretos e olhos negros como a noite. Eram totalmente o oposto um do outro, cada um com sua personalidade marcante. O Guilherme, pavio curto, explosivo, extravagante e aventureiro, já o Andrey, mas centrado, equilibrado, trabalhador e sereno.

- Bom, eu vou me deitar, pois amanhã quero saí cedinho, ainda tenho muitas coisas pra fazer.

- Claro. Boa noite. Bom descanso – disse Guilherme com um belo sorriso.

- Você não vem? – perguntou Andrey.

- Vou ficar mais um pouco. Quero ascender um cigarro. Valeu boa noite.

Ele ficou ali sozinho, por mais um tempo, refletindo, pensando na história triste daquele rapaz. Por um momento as lembranças do seu pai vieram em sua mente.

- Eu não vou permitir que você seja isso. Você quer me afrontar!

- Eu te afrontar? Acha mesmo que eu perderia o meu tempo? Ahhh... Você não me conhece mesmo Dr. Alberto.

- Você não vê que a sua mãe está doente? Se ela souber que o seu único filho é...

- Gay? Sim, ela vai saber, e terá que me aceitar. – ele era imparcial com o pai.

- Você é o desgosto da minha vida. – disse ele revoltado.

- E o senhor é da minha. Eu tenho vergonha de você, tenho nojo, nunca vou te perdoar.

Ele observava à pequena fumaça que saía da sua boca espalhando-se no ar. O cigarro era o seu companheiro inseparável. Desvencilhou-se daquelas lembranças, e resolveu voltar a dormir. Algumas lágrimas caíram dos seus olhos, por mais que ele se fizesse de forte durante todo esse tempo, a verdade tinha que ser dita: estava mais frágil e só do nunca. A solidão apertava o seu peito, perturbava a sua mente. Sempre se fez de guerreiro, e ele é, mas também é um ser humano fraco, com tantos erros e que busca um rumo e um horizonte pra sua vida tão atormentada, cheia de mentiras, de dor, de angústias e sofrimento.

Acordaram cedo. Dormiram de roupa e nem perceberam quando o senhor Antônio já os chamavam pra tomar um café. Sentaram-se à mesa. Nesta, havia pães, manteiga, torras, leite e um café fresquinho que ele mesmo preparou.

- O senhor é um homem incrível – disse Lívia sorridente.

- Nem sabemos como agradecer a hospitalidade. – falou Guilherme.

- Agradeçam comendo este belo café da manhã. – uma voz veio por trás dele, e quando este se virou, pode ver a coisa mais espetacular do mundo. O Andrey estava vestido num belo terno preto, que o deixava ainda mais provocante e sensual.

- Desculpa não me juntar a vocês, é que estou atrasado pra o trabalho. Bom, se eu não os vir mais, foi um prazer conhecê-los.

- O prazer é todo nosso. – Dinho já dizia todo derretido, tocando na mão do Andrey.

- Vocês viram que delicia de homem? Ai meu Deus, eu acho que vou desmaiar. – disse o Dinho.

- Será possível que você não aguenta ver um homem sua bicha do mal?

- Você não fala nada Gui? - Perguntou à amiga.

- Realmente, ele é um belo rapaz. – respondeu ele sem muitos contornos.

Tomaram o café, e se ajeitaram para partir.

- Muito obrigado mesmo seu Antônio. Jamais esquecerei o que o senhor fez por todos nós.

- Quê isso meu filho. Vão com Deus, e cuidado.

Eles foram em direção à rua onde o Dinho havia guardado o carro. Pra variar, encontraram o mesmo, com os vidros quebrados e a pintura arranhada.

- Ah nãooo! Eu não acredito nisso! – dizia o Dinho desconsolado.

- Fica tranquilo amigo, o seguro te cobre.

- Vamos, por favor. Eu quero sair logo daqui. – Lívia estava impaciente.

Não demoraram muito e já estavam em suas respectivas casas. Guilherme foi direto para o quarto, e sem pensar muito, arrancou a roupa e correu para o chuveiro. Precisava de um banho, e aquela água caindo sobre o seu corpo, deixava-o mais relaxado. Ficou horas ali, se deliciando... Depois totalmente nu, atirou-se na cama. Ria alto, ria sem parar. Às vezes achava graça de tudo, como também tinha coisas da qual ele nem sequer sorria.

- Puta que pariu! Esqueci o meu celular naquela casa. – disse ele revoltado, ao fuçar o bolso de sua calça. – E agora Guilherme?

CONTINUA...

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Comentários

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Ola meu querido, você correu com o conto hein, nem vi que tinah postado mais capítulos. Prevejo uma linda história de amor entre andrey e gui, mas prevejo também muitos obstaculos. Curtindo demais, bjosss

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Esse conto ainda vai mexer muito com todos vocês, eu prometo. Ogrigado pelo carinho meus lindos.

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Esse Dinho se atira pra todos os lados kkkk, agora com as desavenças da vida o Andrey e o Guilherme irão se encontrar muito agora uma coisa que achei inreressante foi o espanto do Andrey em saber que o Guilherme é gay e assumifo, acho que o Andrey também é gay entretanto não é assumido ; e meu como sempre seu conto esta ótimo e estou adorando mais ainda já que você esta postando com frequência.

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Contraste interessante esse, tanto no físico quanto no psicologico, nossos protagonistas prometem reafirmar a maxima de que os opostos se atraem. Vejo uma história muito promissora se desenrolar a nossa frente. Aguardando o seu próximo post.

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adorando, continua logo 10

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Muito bom... Tô doido pra ver o desenrolar da história. 10

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