Walk Away - parte 21

Um conto erótico de Julho
Categoria: Homossexual
Contém 4886 palavras
Data: 14/01/2013 19:49:18
Assuntos: Amor, Gay, Homossexual, Romance

Demorei não? É, não me culpem, estou enrolado com a faculdade, fico sem tempo!

Bom, mas hoje eu estou aproveitando para postar! heah! Brigado pelos de todooooos vcs, fico muito feliz em saber que vcs estão gostando dessa história, que eh especial demais pra mim! A “WA” é o meu xodózinho! Bem vindos, leitores, brigado por me lerem! Brigado a todos que me dão notas, e aqueles que simplesmente passaram aqui e leram! Brigado de coração!

Tô tentando arrumar uma forma de responder as perguntas de vocês, porque me sinto agoniado por postar aqui e não responder aos coments que vcs fazem! Só quero que vcs saibam que eu leio cada um deles que me mandam e fico muito bestinha lendo, rindo quando aparece alguma coisa engraçada! Adorooo ler as opiniões, as críticas, as reclamações de vocês!

Bom, eu fico por aqui, vou tentar não demorar mais, tá bom?! Boa leitura pra todo mundo!

Bgs ;*

Jujuba ;B kkkk

-

Há alguns dias atrás Morgana e Carlos, convidaram-me para passar o final de semana na casa de praia da família. Eu estava louco por um tempo com o Miguel. Ele ainda não sabia nada sobre a faculdade, e eu realmente não sabia o que fazer em relação a isso.

Foi por conta dessa situação que eu agarrei com unhas e dentes o convite dos meu sogros [kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, ta, parei.], para que eu fosse junto com a família Guimarães. Eles estavam planejando viajar durante o final de semana, que seria bodas de estanho dos pais de Miguel. Era incrível o amor que um sentia pelo outros, eu até me emocionava.

Só de pensar na idéia de me ver em uma praia ensolarada, com Miguel ao meu lado, eu já estremecia. Precisava ir naquela viagem! Se dependesse de mim, já estaria de malas prontas apenas esperando o dia que nós fossemos viajar.

Mas no meio do meu caminho havia uma pedra. Uma gigantesca pedra. E o nome dessa pedra era Antônio Albuquerque.

Sabia que convencer meu pai a me deixar ir em uma viagem de dois dias com o meu namorado e a família dele não seria uma tarefa muito simples. Ia ter que usar minha lábia para enrolá-lo. Só não sabia se ia funcionar. Tinha que fazer isso logo, já que o tempo estava passando e o dia da viagem logo chegaria.

Estava voltando para casa, com Miguel, em seu novo carro. Aquele chato tinha me feito aposentar a velha scooter de vez. E o dia seguinte era "o dia". Era o último antes da viagem dos Guimarães e eu precisava falar com meu pai naquela noite.

Miguel estacionou o carro em frente à minha casa, nos descemos e entramos em casa. Ao entrar ele se jogou no sofá voltando para me encarar com atenção.

Você falou com o seu pai?

Hum.. estou com vontade de falar hoje - mordi o lábio, sabendo que Miguel não ia gostar dessa resposta.

E não deu outra.

Porra! Como hoje, Julho?! Pensei que você tivesse falado com seu pai há dias! - sibilou, exasperado, desarrumando o seu já desarrumado cabelo.

Miguel, eu sou covarde, pelo menos quando o assunto é esse tipo de conversa com meu pai. Tentei começar, mas sempre parava antes mesmo de tentar. Não é fácil ser filho dele - retruquei e continuei, encarando-o agora - Mas não se preocupe, eu vou com vocês nessa viagem mesmo que meu pai não deixe.

Miguel revirou os olhos, completamente entediado, e murmurou:

E você acha que os meus pais irão concordar em te levar sem o consentimento do seu pai, Julho? Acha que eu vou concordar com isso?! - É, eu tinha esquecido o quanto Miguel era antiquado. Eu tinha esquecido que Miguel era praticamente um cara do século xviii, ou então era quase um Edward.

Tudo bem, Miguel. Eu vou falar com o meu pai hoje - resmunguei.

Miguel sorriu ao perceber que eu estava chateado e passou os dedos pelo meu rosto, seus olhos presos aos meus.

Julho, entenda que tem que ser assim. Meus pais não a deixarão ir sem a permissão de Antonio.

Eu o encarei e soltei um longo suspiro, antes de sibilar:

Sei disso, Miguel. Já disse que vou falar com meu pai, não disse?

Você precisa ficar tão mal humorado? - perguntou, me olhando atentamente.

Aí eu me enfezei:

Só estou cansado dessa monotonia que está a minha vida, Miguel! Quero muito ir a essa viagem com você e a sua família e eu não sei se vou poder ir. Isso está me matando!

Entendo você, meu branquelo. Mas só vai saber se vai poder ir se falar com Antônio. Essa é a única maneira de você tirar essa dúvida.

Foi a minha vez de revirar os olhos, exasperado.

É, eu sei, mas e aí, o que vai acontecer se ele não me deixar ir? - perguntei, encarando-o.

Vou sentir muito, vou morrer de saudades, mas vou ter que ir. Meus pais estão planejando essa viagem há meses! Minha mãe nunca me deixaria ficar! – Miguel respondeu.

Muito bonito, não é mesmo? Eu vou ter que ficar aqui por duas semanas, congelando de frio enquanto você vai estar lá, em alguma praia ensolarada, rodeado de pessoas exibindo seus corpos sarados! - resmunguei, virando a cara para o outro lado.

Miguel soltou uma gargalhada alta e eu senti a raiva queimando meu rosto.

Você está com ciúmes, Julho? É isso mesmo? - questionou e eu me voltei para encará-lo, não achando graça nenhuma nessa história toda.

Mas é claro que eu estou com ciúmes, Miguel! Se aqui nesse fim de mundo você já faz sucesso, e olha que você anda todo vestido, imagina em uma praia, vestindo apenas bermudas e camisetas. Eu preciso cuidar do que é meu! - falei e ele sorriu, convencido.

Você falou corretamente. Eu sou seu e nada no mundo vai fazer com que deixe de ser - sibilou, seus olhos nos meus.

Tomara que seja assim mesmo.

Miguel me puxou para si, sua boca a centímetros da minha, seus olhos percorrendo todo o meu rosto. Comecei a hiperventilar instantaneamente.

Sabe qual o seu problema, Julho Albuquerque? Você roubou meu coração – Miguel sussurrou e em seguida capturou minha boca em um beijo faminto.

Como sempre acontecia, eu perdi o juízo no momento que a língua dele invadiu minha boca, o fogo percorrendo todo meu corpo, se detendo em meu peito e na parte interna das minhas coxas.

De repente, me afastei, lembrando onde estávamos. Nada de amassos na sala de casa!

Você confia em mim? – Miguel perguntou, passando os dedos pelos meus lábios.

Suspirei, ainda ofegando por conta do beijo.

98% - respondi, mordendo a ponta do seu dedo.

Miguel soltou um risinho baixo e questionou:

E esses 2%?

Desconfiança natural dos garotos que tem medo de serem machucados, não tem nada a ver com você - murmurei, beijando a palma da sua mão.

Miguel soltou uma gargalhada alta e eu sorri, encantado com o som da sua risada. Até aquilo me excitava! Estava desesperado para ficar a sós com Miguel, já não aguentava tê-lo apenas pela metade. Eu o queria por inteiro, assim como aconteceu naquele dia da surpresa.

Vai dar tudo certo. Você é habilidoso vai conseguir dobrar o Antônio – Miguel comentou e eu fiz uma careta, encarando-o.

E se eu não conseguir? - perguntei e ele deu me lançou um sorriso torto matador.

Te trago um souvenir - gargalhou ao me ver vermelho de raiva.

Idiota.

Miguel me lançou um olhar intenso, seu sorriso torto me deixando com mais fúria ainda, e sibilou:

Ah sou idiota? Mas você adora o papai aqui, né? - foi a minha vez de gargalhar, apreciando aquele ataque de convencimento dele.

Você se acha muito, não é, Miguel? - perguntei, cruzando os braços sobre o peito.

Confio no meu taco - respondeu, sorrindo cinicamente.

Se eu fosse você não confiaria tanto assim - resolvi entrar na brincadeira.

Acho que você está enganado. Quer experimentar minha tacada? - Miguel cutucou e passou as mãos pelas minhas coxas, meu corpo automaticamente reagindo ao seu toque.

Safado. Guarde seu taco para o pessoal da praia - resmunguei, afastando sua mão da minha perna.

Tudo bem – Miguel deu de ombros e eu franzi o cenho, confuso.

Como?

Vou seguir o seu conselho. Vou guardar meu taco para as garotas da praia.

Você não está falando sério, não é? - minha voz saiu um pouco estrangulada, reflexo da minha ira.

Miguel esticou ainda mais seu sorriso e deu de ombros mais uma vez.

Foi você que mandou.

Eu o olhei com raiva, odiando a maneira como ele sempre revertia o jogo a seu favor.

Você nem se atreveria - rosnei

Você disse, não disse? - se defendeu, o sorriso torto aparecendo novamente em seus lábios, me fazendo urrar de raiva.

Experimente fazer isso, Guimarães, ouse tentar me trair. Assim que você voltar eu te castro! - ameacei, enervado.

É assim que eu gosto. Selvagem - sibilou e em seguida me puxou para cima do seu colo, me beijando loucamente. Eu o abracei e puxei seus cabelos com força, mandando as regras sobre os amassos na sala! Nada mais me importava.

Miguel passou as mãos pelas minhas costas, descendo para os quadris, acariciando as minhas coxas. Arfei e busquei o contato com o seu membro excitado, querendo senti-lo mais e mais. Ele soltou uma risada abafada, enquanto colocava as mãos dentro da minha camisa, buscando minha pele.

Soltei um longo suspiro e busquei novamente sua boca, apreciando a maciez de seus lábios, ansiando pela língua quente e úmida.

Fomos parando com nossas caricias aos poucos, até dar a hora do Miguel ir embora.

A gente se vê hoje ainda? - perguntei, já me dirigindo para a porta de casa.

Acho mais que não, tenho que arrumar a bagagem e tal - respondeu, me abraçando.

Então, ok, meu baby, até amanhã.

Até amanhã, meu Jujuba, fale com Antônio.

Como quiser, garanhão - sorri e Miguel gargalhou.

Vou te deixar bronzeado, seu branquelo – Miguel avisou, enquanto me encarava atentamente.

Não prometa o que você não sabe se pode cumprir - disse, sorrindo cinicamente.

Já disse que confio no meu taco - ele me olhava como se quisesse me devorar. E eu sabia que era exatamente isso que ele queria fazer.

Pago para ver - sorri

E você verá, meu amor. Você e as gatinhas da praia! - Miguel falou.

Fiquei furioso a tempo de vê-lo sorrir cinicamente, antes de disparar pela porta. Definitivamente eu odiava as piadinhas sem graças do Miguel.

Mas ele não perdia por esperar. Se queria jogar, nós iríamos jogar, mas seria do meu jeito.

Passei o resto da tarde andando de um lado pro outro, esperando a hora de meu pai voltar para casa. Olhava o relógio de segundo em segundo, quase tendo uma síncope de tanto esperar. Enfim, quando o relógio marcou 7:30 da noite eu ouvi o barulho do carro do meu pai entrando na rua e sabia que era hora do confronto final.

Estava com um discurso ensaiado, para o caso do meu pai tentar não me deixar ir. Ia apelar para a chantagem, se ele ousasse me impedir de ir na viagem.

Pulei do sofá assim que ouvi a voz do meu pai me chamar.

Jujuba, estou em casa.

Tô aqui, pai - falei, olhando-o atentamente.

Como será que meu pai estava? Será que o seu dia tinha sido muito estressante? Oh meu Deus, tomara que ele não esteja mal humorado!

Tudo bem, Jujuba? - perguntou.

Hum.. tudo.. b-bem - gaguejei, mais nervoso do que nunca. Era agora - Pai, será que.. que.. que.. - as palavras estavam se recusando a sair da minha boca. Ah, porra eu era tão corajoso, tão corajoso para algumas coisas, por que não poderia ter coragem justamente na hora que eu mais precisava?

Algum problema, Jujuba? – meu pai perguntou, enquanto se dirigia para a cozinha.

É pai. Digamos que seja um problema. Podemos conversar? - sibilei, me sentando em uma cadeira, morrendo de medo de desmaiar.

Claro. O que aconteceu? – meu pai sentou de frente pra mim e eu sabia que agora não tinha mais jeito de fugir dessa conversa. Praguejei baixinho, amaldiçoando Miguel até a sua décima geração. Ele era mestre em me colocar em situações embaraçosas.

Pai.. é que.. bom, pai, é que os pais do Miguel.... bom... - passei as mãos pelos cabelos seguidas vezes, quase arrancando os fios. .

Julho, o que foi que você andou aprontando? - meu pai me olhou atentamente, a voz estava carregada de preocupação.

O que meu pai pensava que eu era? Tá certo que eu não era um modelo de filho, mas acho que merecia um voto de confiança.

Não aprontei nada, pai! Eles me convidaram para ir com eles e a família em uma viagem de dois dias para a praia. Posso ir? - despejei em um jato, com medo de não conseguir mais pronunciar aquelas palavras.

Soltei um longo suspiro, enquanto tudo que eu ouvia era a cantoria dos grilos no jardim. Odiava quando meu pai emudecia dessa maneira. O clima ficava parecido ao de um filme de terror, era torturante.

Pai? - chamei, encarando meu pai de forma preocupada. Meu Deus, será que ele estava respirando?

Hum.. uma viagem? Para uma praia que fica a quilômetros daqui? Com o seu namorado adolescente cheio de hormônios em ebulição? Bom, o que eu posso dizer: NÃO! É muito melhor você ir se preparar para sua faculdade – meu pai agora me encarava, sua voz era firme e um tanto quanto ríspida.

Eu sabia que aquela conversa não seria fácil.

Respirei fundo, entrelaçando as mãos sobre a mesa, pronta para um confronto de palavras. E lá vamos nós.

Pai, não me fale nessa faculdade. Bom pai, acho que eu já não sou nenhum garotinho para não saber a diferença do certo e do errado, não é mesmo? Sei muito bem me cuidar e você sabe disso. Então, por que não me deixar ir? Primeiramente não irei sozinho, mas também não irei apenas com o meu namorado-adolescente-cheio-de-hormônios-em-ebulição. Além disso, o senhor acha que eu sou o quê? Pelo amor de Deus, pai. Já sou grande demais para saber como me comportar - sibilei, cheio de coragem agora.

Eu tinha que ir naquela viagem de qualquer jeito. Não ousaria deixar Miguel soltinho em um lugar ensolarado cheio de piranhas de biquínis minúsculos dando mole para ele. Isso nunca!

Julho – meu pai tentou falar, mas eu o interrompi, não poderia deixá-lo contra-argumentar.

Olha só, pai, eu sei que o senhor está preocupado comigo, sei que isso é normal, mas acho que o senhor deveria confiar mais em mim. Sei que sempre fui um filho rebelde e tudo mais, mas nunca na vida a minha rebeldia foi usada para desrespeitar o senhor. Eu quero muito ir nessa viagem, não vou aguentar passar um final de semana trancado em casa sem ter o que fazer. Então, eu imploro para o senhor, me deixe ir! - falei rapidamente, quase caindo no choro. Meu pai precisava ver o quão desesperado eu estava. Caso não funcionasse, teria que usar o plano B.

Bom, Julho – meu pai começou ao ver que eu não falaria mais - acho que você já falou tudo o que tinha para falar, não é? Agora é a minha vez.

Fechei meus olhos, prevendo o sermão que eu levaria. Meu pai estava querendo mesmo que eu usasse o plano B.

Sou todo ouvidos, pai - sibilei, brincando com meus dedos em cima da mesa de madeira.

Em primeiro lugar eu nunca disse que não confiava em você. Pelo contrário, sempre soube que você era um menino responsável, mesmo com toda essa sua rebeldia nata. Acontece que não confio nele, no seu namorado. Julho, eu sou homem e sei como é essa fase que vocês estão vivendo. Tenho medo de que aconteça algo entre vocês que venha acarretar problemas no futuro, entendeu? - meu pai murmurou, visivelmente desconfortado com a conversa e eu não consegui acreditar no que ouvia. Meu pai ia começar a falar sobre sexo? Não, eu não iria aguentar.

Julho, sei que você e o seu namorado sentem uma necessidade muito grande de ficarem juntos e sei que isso é quase insuportável. Mas você tem que entender que não é bem assim que as coisas funcionam, tem haver um certo limite. E eu acho que a viagem com a família do Miguel ultrapassa esse limite.

Pai, você tem medo que eu faça sexo? - perguntei, incapaz de me conter.

Eu vi meu pai ficar vermelho de vergonha e depois me encarar, sério demais.

É, Julho, é isso mesmo. Não quero que você faça algo precipitado que vai mudar a sua vida totalmente - me olhou e percebeu que eu sorria - A não ser que você já tenha se precipitado...

Puta que pariu e agora? Quem mandou rir, Julho? Agora meu pai estava desconfiado. O que eu ia dizer? A verdade? NUNCA! Ia morrer só de pensar em contar que eu já transava com Miguel há algum tempo.

Meu pai não ia querer saber dos detalhes da minha vida sexual com o meu namorado.

Minta, Julho. É isso. Minta!

N-não, pai. Nada de...precipitações - murmurei, rezando para que meu pai caísse nesse papo furado. Eu era péssimo para mentir. Ele ficou calado por longos 10 segundos e depois sibilou.

Bom..Julho, se você quer muito ir nessa viagem.. - começou e eu senti um fiozinho de esperança brotar dentro de mim. OMG, meu pai estava cedendo? Será que eu tinha conseguido? - Não sei .. não acho muito certo - essas palavras foram como um banho de água fria na minha esperança.

Eu não podia deixar que ele escapasse, tinha que atacar. E o momento era agora.

Pai - sibilei, pegando suas mãos entre as minhas - por favor, me dê uma chance de provar que eu já sou grandinho o suficiente para viajar sem você. Me deixe ir nessa viagem, juro que quando voltar faço o que o senhor quiser, lavo até a seu carro se isso for ajudar. Mas por favor, me deixe ir. Olha só - falei, enquanto pegava um cartão que Miguel me dera, com os números de seus pais – Miguel me pediu para entregar isso ao senhor. São os números de telefone dos pais dele, eles pediram para o senhor ligar, para que expliquem como vai ser a viagem.

Meu pai pegou o cartão e ficou olhando para o papel por um bom tempo. Será que ele tinha deixado? Será que eu iria para uma praia ensolarada ao lado do garoto mais sexy do mundo?

Tudo bem. Eu vou ligar para o Dr. Carlos agora mesmo e vou conversar sobre esse assunto. Podemos conversar mais tarde? – meu pai perguntou, me encarando ainda de forma muito séria, mas não mais tão relutante.

Yeeeees! Eu tinha conseguido passar pela parte mais difícil. Agora era moleza, meu pai respeitava muito o Dr. Carlos e eu duvidava muito que meu pai não levasse em conta isso. Estava com meus dois pés nas ondas da praia.

Aham, pai. Vou para o quarto, tá bom? - murmurei, já me levantando, não querendo me mostrar eufórico demais.

Tá – meu pai resmungou, um pouco mal humorado.

Subi correndo as escadas, louco para falar com Miguel sobre a boa nova. Mal eu me joguei na cama, pegando o meu celular para ligar para Miguel, meu pai entrou no meu quarto, vermelho que nem um pimentão.

O-oh, vem chumbo grosso por aí!

Como você não me disse que a viagem será depois de amanhã? – meu pai perguntou me encarando com raiva.

Ops, pequeno detalhe que eu omiti.

P-pai... - tentei me defender, mas ele não deixou, me deixando intimidado ao apontar o dedo na minha cara.

Olha aqui Julho Amorim Albuquerque, você só irá nessa viagem porque o Dr. Carlos insistiu muito pra que eu deixasse você ir, mas escute aqui uma coisa: assim que voltar vai ficar de castigo! Será da casa para escola, da escola para casa! - decretou em um rosnado feroz.

Deveria ter ficado com medo ou até revoltado, mas não consegui me importar com nada disso. Só estava concentrado em uma coisa: eu iria viajar com Miguel.

OMG, nós iríamos passar duas semanas juntinhos. Não estava conseguindo conter a euforia que tomava conta do meu corpo.

Ok, pai - murmurei, tentando parecer chateado.

Agora vá arrumar as suas coisas, antes que me arrependa! – meu pai ordenou e depois saiu do quarto, batendo a porta com força.

Assim que meu pai saiu, pulei na cama que nem uma louco, dançando em cima do colchão, quase gritando de tanta felicidade.

Peguei meu celular e liguei para Miguel. Assim que ele atendeu, eu gritei:

Pode ir se preparando, meu querido, você não vai conseguir fazer eu me bronzear - gargalhei de felicidade, enquanto ouvia a risada dele do outro lado da linha.

Isso quer dizer que você vai?

Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim – gritei

Uau, quanta empolgação! Acho que vamos nos divertir muito nessa viagem – Miguel comentou e sorri, cínico.

Pode apostar que sim - afirmei, enquanto o ouvia rir baixinho.

Então prepare as suas malas, meu princeso, quero ver você branquelo desse jeito torrando na água salgada – Miguel sibilou.

Nunca, vou continuar branquinho, a primeira coisa que eu enfiei na mala foi meu protetor fator 50 – falei.

Eu odeio ficar queimado, arde pra caramba.

Nossa, 50? – risos.

Já imaginou nos dois em uma praia deserta, que demais? Sobre o balanço das ondas e tal – perguntei não escondendo minha empolgação.

Ouvi um suspiro do outro lado da linha. Sabia que Miguel tinha entendido o que eu estava querendo insinuar.

Safado - sussurrou e eu sorri.

Boa noite, meu amor - sibilei, já querendo desligar.

Julho Albuquerque, você é uma pessoa muito má, agora que me atiçou, quer desligar?

Eu gargalhei mais uma vez, adorando provocá-lo.

Sonhe comigo, Miguel - murmurei, sabendo que ele deveria estar tão louco de desejo quanto eu estava.

Pode deixar. Terei muitos sonhos eróticos essa noite - acrescentou e eu sorri, excitado com aquela conversa.

Eu sorri, jogando meu celular na cama, eufórico demais. A viagem prometia fortes emoções e eu não via a hora de começar a vivê-las.

[...]

Cara, precisava listar as coisas dais quais eu tinha medo. Meu Deus, como poderia ser tão covarde?! Cadê o Julho durão, que sai batendo em quem surgir para atrapalhar o seu caminho? Onde foi parar esse garoto justamente quando eu mais precisava dele?

Nesse momento estava mais do que necessitada do Julho mandão, eu queria socar a cara de Miguel por ele estar fazendo aquilo comigo. Em pleno Aeroporto nós estávamos brigando, tudo por que eu me recusava a entrar no avião.

Sim, eu tinha pânico de avião!

Julho, pelo amor de Deus, assim nós vamos perder o nosso voo. Dá pra você parar com esse chilique e fazer o favor de entrar na sala de embarque? – Miguel perguntou, já meio exausto da nossa briga.

Mirela ria como uma criança, ao me ver tão nervoso com a viagem.

Eu faria de tudo para ir de carro, mas por favor, que eles não me forçassem a entrar naquela coisa que podia cair e nos matar a qualquer momento! Mas parecia que ninguém me levava a sério, eu não estava brincando quando estava dizendo que não ia entrar naquele avião.

Não, eu não vou Miguel. Prefiro ficar aqui, mas pelo menos estou em terra firme. Nada vai me fazer entrar nesse troço que pode cair de uma hora pra outra - rosnei, emburrado, tentando me livrar das suas mãos, que apertavam os meus pulsos com força.

Não, Julho, você vai comigo para a praia! Miguel decretou, autoritário.

Ele sabia o quanto eu odiava aquele tom que usara. Ele não era meu dono.

Já disse que não vou! - falei, enfurecido.

Julho, por tudo quanto é mais sagrado, pare de agir como criança, ou eu juro que você vai se arrepender! - Miguel sibilou, já enfurecido.

Eu o olhei, altivo, querendo desafiá-lo.

E o que você vai fazer comigo, Miguel? Vai me puxar e me arrastar avião adentro? - o encarei, cínico.

Miguel, deixe-o! - Dr. Carlos se intrometeu, chamando a atenção de seu filho.

Miguel sorriu e me soltou, ao ouvir a repreensão do pai. Massageei os pulsos e peguei minha mochila, já querendo ir embora para casa.

Sem chances deles me fazerem ir por ar. Nunca ia entrar em um avião, eu tinha um trauma irracional quanto a esse meio de transporte.

Já estava me dirigindo para uma das saídas do aeroporto, quando senti duas mãos fortes me arrastando de volta, me pegando totalmente de surpresa.

Não desisto assim tão facilmente, Julho – Miguel sibilou, em meu ouvido.

Me solta, seu playboy, ou eu juro que acabo com você! - rosnei, furioso.

Duvido que você faça isso, Julho - desafiou, me deixando ainda mais raivoso.

Não brinque com o perigo, Miguel - murmurei, feroz.

Você que está brincando! Vou logo avisando que se você não entrar nesse avião agora, eu juro que quando voltar você vai estar com a cabeça mais cheia de galhos do que uma árvore – Miguel falou isso em meu ouvido, me soltando, me fazendo virar e encará-lo.

A raiva subiu pelo meu corpo e eu não pensei ao agir. Pisei no pé do Miguel com força, sabendo que iria inchar. Ele gemeu de dor, mas não partiu para cima de mim.

Anda, vamos logo antes que nós percamos a merda desse avião - sibilei, vendo ele mancar.

Quase ninguém viu aquele meu ato falho, apenas Mirela ria descontroladamente.

Eu sabia que ia me arrepender dos meus atos, como sempre acontecia, mas no momento eu estava bem assim.

Miguel me provocara e levara o troco. Muito bem feito pra ele!

Ah, mas olhar para a cara dele de dor estava me deixando maluco. Ah, porra, lá ia eu ter que pedir desculpas. E eu sabia que um simples pedido de desculpas não resolveria.

Mas que merda, ele precisava ter me provocado do jeito que provocara? Não, poderia muito bem ter ficado quieto e me deixado ir embora! Agora eu ia ficar com a merda de um peso na consciência e ia ter que implorar perdão!

Miguel realmente era o meu inferno particular!

[...]

Narração do Miguel:

Tá doendo muito? – Julho me encarava com atenção, a voz cheia de remorso.

Ele sempre ficava assim quando fazia alguma coisa errada.

Não, não está doendo mais - falei, enquanto repousava meu pé, que estava roxo por conta do pisão que eu tinha levado.

Me... me.. desculpe.. eu.. - Julho tentava se desculpar, mas não conseguia, parecia que perdia a fala assim que tinha que começar um pedido de perdão.

Tudo bem. Não foi nada - murmurei, tentando parecer indiferente a ele.

Miguel? - chamou, um minuto depois, enquanto eu estava olhando pela janela do avião, apreciando as nuvens espessas do céu.

O que é, Julho? - sibilei, sem encará-lo.

Vai ficar quanto tempo com raiva de mim? - perguntou, já irritado com a minha indiferença.

Eu me voltei para ele, encarando-o seriamente, seus olhos estavam arregalados e ele mordia o lábio inferior em uma clara demonstração do seu nervosismo.

Já disse que tá tudo bem, Julho. Agora me deixa quieto, por favor - resmunguei e ele ficou vermelho.

Era bom brincar com o Julho daquele jeito. Realmente ele tinha um golpe de matar, quase tinha arrancado meu dedão. Seria legal ter uma vingancinha antes de perdoá-lo.

Por favor, não fique bancando a vitima agora, foi você quem me provocou! - Julho murmurou, irritado.

E você acha mesmo que eu faria aquilo, Julho? Será que eu sou tão cachorro a ponto de fazer uma coisa dessas com você? - eu o encarei novamente, não gostando do rumo que aquela conversa estava tomando.

Eu odiava a desconfiança de Julho.

Já disse que sou ciumento. Aprenda e aceite esse meu defeito - revidou, me olhando muito sério.

Soltei um longo suspiro. Julho me encarou por um bom tempo, sua boca estava retorcida, como se ele quisesse falar alguma coisa que parecia entalada no meio da garganta.

No instante seguinte, ele falou, sua voz estava chorosa.

Vai, me perdoe, tá bom? Eu sei que errei, mas eu odeio brigar com você. Você sabe que eu te amo não é? E... - me olhando nos olhos - me perdoe pelo seu pé, não queria deixá-lo assim.

Eu sorri lentamente.

Tá, tudo bem. Sem problemas. Mas você sabe que isso não vai ficar assim, não é? - eu o encarei e percebi que ele já estava corando.

O que você quer dessa vez? - perguntou, passando as mãos pelo meu pescoço.

Ainda não pensei, mas prometo que vou considerar uma idéia que beneficie a nós dois - falei e Julho sorriu .

Obrigado pela parte que me toca - sussurrou e eu sorri.

Sempre sou tão bonzinho com você - sibilei e ele sorriu, cínico.

Com certeza - afirmou, irônico.

Não me desafie, Albuquerque, eu posso ser muito mau com você - ameacei, enrolando no dedo uma mecha do seu cabelo.

Duvido muito – Julho falou mordendo os lábios.

Vamos apostar? - perguntei e ele sorriu

Claro.

Tudo bem, espere o meu comando e em breve lhe digo o prêmio para quem ganhar a aposta, ok? - eu a encarei e ele sorriu, cinicamente.

Você quem manda, chefe.

Cínico.

Lindo.

Delicia - provoquei e ele gargalhou alto.

Você ainda não viu nada, Miguel.

Espero você no banheiro, agora - murmurei, querendo me levantar.

Gostei do que ouvi - no momento que nós íamos nos levantar, a aeromoça anunciou que estávamos chegando.

Uma pena, Julho. Você realmente não tem sorte - murmurei, voltando a sentar.

Quem sabe no voo de volta - Julho sorriu e eu gargalhei.

Aprendeu a gostar de aviões, não é mesmo? - sussurrei, com a minha boca já próxima ao seu ouvido.

Tô adorando - Julho murmurou e em seguida mordeu seu lábio inferior.

É, ele não perdia por esperar.

[...]

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Comentários

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um dos meus contos favoritos voltou... 10 sempre!

> fb.com/tomasnogue

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Se divertir nas alturas é bem divertido kkkk.

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Adorei, sempre adoro, quem nao gostaria de ter um namorado assim? Essa viagem promete kkm

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Ai me diverto muito hoje lendo mais esse capitulo ai julho você não muda nada

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o julho como sempre dramatico, adorei o capítulo

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Amei seu conto!!! cara voce é d+ ABRÇÃO!!!!!

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