OVERDOSE - Parte 01

Um conto erótico de Alê12
Categoria: Homossexual
Contém 2064 palavras
Data: 10/01/2013 22:47:24

Voltei meus queridos. Não aguentei ficar muito tempo sem escrever. Rsrsrsrsrs... Espero que vocês apreciem esta nova história, que está recheada de muita coisa boa, muitas emoções, confusões, mentiras, traições, enfim, prometo caprichar em cada capítulo, e espero sempre o apoio de vocês. Peço que comentem depois que lerem o conto, é importante saber como estou dando direção ao mesmo, e a interação de vocês é fundamental. UM BEIJO GRANDE e curtam OVERDOSE. Boa leitura...

- Ei, psiu, acorda! – o Guilherme tentava impaciente, mexendo de forma brusca nos ombros daquele cara ali em sua cama, acordá-lo. O levara para a sua casa, depois de conhecê-lo numa balada, aliás, era típico dele; saia com diversos rapazes, sempre terminando a noite em um motel, só que desta vez foi diferente, não sabia explicar, mas movido pelo impulso, decidiu transar com ele, na sua própria casa.

- Cara, acorda! Tá na hora de você ir embora; eu já estou cheio de problemas na minha cabeça, e o que eu menos quero agora é ouvir sermão de mãe. Levanta daí, por favor! – disse ele já alterando a voz, para aquele corpo, que aos poucos ia abrindo os olhos e espreguiçando-se.

- Mais que horas são? – perguntou ele meio sonolento, cujo nome era dado por Fábio.

- Não me interessa que horas é, o que importa é que eu quero que você saia da minha casa.

Guilherme é do tipo curto e grosso. Seu gênio forte e imperativo, às vezes transmitia medo em muita gente. Nunca foi de engolir desaforos, e muito menos pra conversas longas. Adora curtir a vida, mas tinhas certas restrições, quando o assunto era a sua família; não por esconder nada, pois sempre assumiu ser o que sempre fora, mas simplesmente pelo fato de evitar briguinhas indesejadas que só ele sabe no que acabaria depois.

- Você já está me dispensando? Não gostou da pegada? – disse ele, exibindo um leve sorriso de ironia.

- Puta que pariu! Pega logo tuas roupas e vaza. Será que não percebeu que o tempo acabou? Ou você está me achando com cara de rodízio? – ele já demonstrava impaciência. Guilherme nunca se envolveu intensamente com nenhum de seus casos, apenas curtia um pouco, e depois partia pra outra. Desde que revelou para seus pais sua orientação sexual, a vida pra ele parecia muito curta, apreciando cada momento, cada situação, cada prazer, e um deles era pegar geral.

- Ok! Já vi que você tá meio nervoso... Poxa, descola pelo menos a grana do táxi, to sem nenhum no bolso.

- Vocês são ridículos. Só servem mesmo pra uma foda e nada mais. Se bem que nem pra isso você serve, porque eu odiei a minha noite. Toma, toma... Agora sai daqui. A porta dos fundos tá aberta.

Ele se vestiu rapidamente, e sem muitas palavras, foi embora. Guilherme aproveitou para tomar um banho. Ele tirou a cueca box cor preta que usava e deixou a mostra o seu belo corpo, não malhado, mas um corpo atlético e totalmente em forma. Ele era mediano, com olhos verdes como uma esmeralda, sua pele clara, combinava com os seus cabelos castanhos claros. Seu rosto parecia que fora desenhado a lápis de tão perfeito, sem nenhuma mancha, e com traços bem definidos, o que causava frisson entre as mulheres. Debaixo do chuveiro, com aquela água fria caindo-lhe sobre seu corpo, ele pode refletir sobre sua vida. Volta e meia às lembranças da última briga com o seu pai insistia em perturbar a sua mente.

- Sou viado sim, e daí? Quem é o senhor pra falar alguma coisa de mim. – bradava ele, com os olhos cheios de raiva e amargura.

- Você é um jovem inconseqüente e mimado. Sua mãe devia ter lhe internado, sempre foi a minha vontade, mas ela preferiu sofrer esse tempo todo com você. – o Sr. Alberto falava com desdém e desprezo para o seu filho.

- Eu nunca precisei do seu amor Sr. Alberto, aliás, ninguém precisa do seu amor... Eu não sei como minha mãe, conseguiu esse tempo todo te suportar.

- Olha que eu meto a mão na tua cara, seu moleque – nesse momento ele arqueou a mão, num gesto de agressão.

- Nem se atreva a fazer isso, ou não respondo por mim. Hã – disse ele rindo. - Imagina como ficaria os seus amiguinhos se soubesse que o filho do empresário Alberto Leal, não passa de um viado e que adora – ele deu uma pausa na voz... - Ouça bem o que eu vou te dizer... ADORAAAA pegar geral, beijar na boca... E outras coisinhas mais que eu prefiro nem comentar.

Ele andava de um lado para outro, esbravejando e ironizando o pai. Seu sarcasmo doía profundamente o Sr. Alberto, bastava ver em seus olhos, que pareciam pulsar de tanto raiva do filho.

- Você não é meu filho, nunca foi. Basta olhar pra você, e vejo que não coloquei isso aí no mundo.

- Isso aí paizinho? Tipo o quê? – Um cara que resolve ser o que é, e que não tem medo de ser feliz, ou melhor, que sabe um segredo seu e que tem raiva de você até hoje, por ter feito a minha mãe sofrer tanto? – Na verdade, sou eu que não tenho pai. Você e a minha mãe, nunca ligaram pra mim... Quantas vezes você foi numa reunião da escola? Quantas vezes me fez um carinho quando eu ficava doente? Quantas vezes me levou pra sair, só nós dois? Responde! Ou o gato comeu a sua língua?

Talvez fosse por isso, que hoje o Guilherme se via no espelho, e notava no que se transformou. Um jovem sem crença, com pouquíssimos sentimentos, amargo, revoltado e que buscava em suas loucuras, suas festas, suas pegações, apenas uma forma de preencher o vazio, que só ele sabia o quanto torturava a sua alma.

Saiu daquele transe de lembranças desagradáveis, quando ouviu o seu celular tocar insistentemente. Secou-se rápido e enrolado numa toalha branca, pegou o aparelho. Era o Dinho, seu melhor amigo.

- Fala aí meu brother! O que tu manda?

- Pow véi, descolei um lugar show de bola pra gente curtir hoje. – dizia ele eufórico do outro lado da linha.

- Não sei se to a fim de sair hoje Dinho... Ainda tô de ressaca da noite de ontem.

- Ahhhh... Pode parando. Qual é Gui? Você nunca foi de negar diversão. O lugar é totalmente diferente do que já experimentamos.

- Que lugar é esse hein seu maluco? – ele riu. – Vindo de você, fico até assustado.

O Dinho era de cor branca, assim como o Guilherme. Tinha olhos castanhos e um corpo definido, mas não sarado. Seus cabelos eram curtos e era da mesma altura do amigo.

- Advinha? Um baile Funk no morro meu querido. Dizem que lá é o fervo. Vai ser difícil pra nós dois... Você sabe como é né? Pintar gatinhos nesses tipos de lugares é um pouco difícil.

- Tá maluco Dinho? Baile Funk em morro? Você sabe que lá é barra pesada. Vai que rola uma rixa de facções? Eu to fora!

- Tá tudo pacificado Gui. E um amigo meu que mora lá, disse que não tem perigo nenhum. Por favor, vamos? - Vai ser muito legal. – ele vazia uma voz melancólica, tentando convencer o amigo.

- Por favor!

- Ai tá bom seu chato. Mas só vou se você prometer descer a bundinha até o chão hein? Hahahahahaha... Eu vou ligar pra Lívia, quem sabe ela não topa ir com a gente.

- Demorou. Eu passo aí as dez, ok?

Por um momento ele ficou pensando... Baile Funk? É, vai ser divertido. – discava o número da amiga, que nem precisou de muito esforço, topou na hora. A Lívia nunca foi de negar nada, onde tinha aventura, ele estava dentro.

Como ainda era muito cedo, ele desceu, com os olhos inchados e a cabeça explodindo de dor. Morava naquele apartamento gigantesco, apenas com a sua mãe. Ele adorava a Dona Sandra, só que algumas vezes os dois entravam em pé de guerra, e o motivo era sempre o mesmo: os homens com o qual o Guilherme saía.

- Já acordou tão cedo assim? – Dona Sandra perguntou com a cara não muito amistosa.

- Pois é... Eu lembrei que tenho um trabalho da faculdade pra fazer, aí quanto mais cedo eu acabar, melhor.

- Porque você saiu ontem sem me avisar Guilherme? – continuava séria e ríspida.

- Ah mãe, sermão a essa hora da manhã não né? Ninguém merece.

- Você sabe Guilherme, que eu nunca te reprimi, nunca te desrespeitei, muito pelo contrário, quando todos lhe ofenderam por você ser quem é, eu fui a primeira a te apoiar...

- Onde a senhora ta querendo chegar, hein Dona Sandra? – ele tentou abraçá-la, mas viu que a mãe não estava pra afetos.

- Você pensa que eu não vi aquele cara que você trouxe ontem pra cá? O que eu te falei a respeito disso?

Ele foi pego de surpresa. Por mais que o seu cuidado para não ser visto por ela fosse grande, viu que tinha sido em vão.

- Mãe, aquele cara...

- Eu não quero ouvir explicação Guilherme. Fazer a minha casa de motel, isso é um absurdo! – sua voz começa a se alterar.

- Posso me explicar?

- Explicar o quê? Que eu tenho um filho gay, que não consegue ter um relacionamento fixo, pois acha que a vida é só diversão, e que fica saindo com vários homens. É isso que você quer me explicar Guilherme?

- Não é bem assim como à senhora pensa... – ele tentou encontrar uma saída para o argumento da mãe.

Sandra era uma mulher bonita, elegante. Havia herdado a fortuna do seu pai, que faleceu quando ele ainda tinha 15 anos. Aos vinte e três, conheceu o Sr. Alberto, onde pouco mais de um ano se casaram. No início tudo era maravilhoso, até ele dar em cima de outras mulheres e ter casos com elas. Isso levou a mãe do Guilherme a entrar numa depressão terrível, pois ela era louca pelo marido. Hoje mais tranquila e firme, ocupa sua mente com o trabalho.

- Você quer adquirir uma doença? E o que os outros vão pensar de tudo isso? Seus parentes...

- Foda-se os outros mãe. A senhora acha mesmo que eu me preocupo com parentes? Hã, fala sério!

- Olha essa boca, quando fala comigo.

- Quer saber? Tô saindo, tenho muita coisa pra fazer.

- Guilherme volte aqui, eu ainda não acabei. – ele saiu feito um furacão, deixando-a falando sozinha. Ele não gostava de discutir com a mãe, mas viu que desta vez tinha vacilado.

Já na Biblioteca Nacional, folheou alguns livros, fez a sua pesquisa e saiu. Resolveu parar numa lanchonete, pois estava faminto. Sentou-se numa cadeira, na área externa, ascendeu um cigarro e colocou o fone de ouvido, enquanto esperava o seu sanduíche. De repente aparece um amigo, ou melhor, um ficante dele, que há muito tempo não o via.

- Vejam só como este mundo é pequeno. – disse um belo rapaz, alto, sarado e com um sorriso devastador.

- Oi meu querido, que surpresa. E aí Igor? Como você está?

- Melhor agora, falando com você.

Guilherme puxou uma cadeira para o conhecido, e logo começaram um bom papo.

- Você continua lindo Gui. – disse ele lançando um sorriso safado.

- E você continua uma delícia com esse sorriso que me deixa... – ele falou sem menor cerimônia. Era do feitio dele ser assim. Dizia o que pensava, não procurava palavras certas, talvez por isso conquista a todos com o seu jeito louco de ser.

- Tá fazendo o quê da vida meu anjo?

- Eu? Nada demais. Estou terminando a faculdade, pretendo viajar pra outro país, e do mais, beijando, curtindo...

- Amando...

- Eu? Hahahahhahaha... Você acredita mesmo nisso? Amor são pra tolos, pessoas que não sabem aproveitar a vida com intensidade.

- E porque não juntar intensidade com amor? – disse o cara, ainda mais charmoso.

- Porque intensidade é para os fortes, os indomáveis, que não se deixam levar por paixões bobas...

- Você me surpreende. Eu tava com saudade das nossas saídas.

- Podemos marcar quando você quiser. Pois eu também estava com saudades.

- Bom, agora eu preciso ir. Ainda vou para o trabalho. – disse Igor, que ao cumprimenta-lo, chegou próximo ao ouvido de Guilherme e sussurrou algo. – A sua bunda ainda continua apetitosa. – ele riu.

- E você continua o mesmo. Beijos meu lindo. Me liga tá?

Guilherme voltou para casa, precisava descansar, ainda sentia dor de cabeça. E logo mais, ia para o tal Baile Funk com os seus melhores amigos. – Guilherme, Guilherme... Hum, deixa pra lá. – disse ele pensativo, acelerando o carro.

CONTINUA...

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Comentários

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Alê não acredito que ainda não tinha lido seu conto. Mas enfim, antes tarde do que nunca. Quanto ao conto, maravilhoso, começo envolvente, instigante eu diria. Claro que vou acompanhar. Parabéns e bem vindo de volta.

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Que cara rápido... Rsrsrs Parabéns pelo retorno, gostei desse início. 10

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Adorei sua nova história, e esse Guilherme é um galinha em o pai dele julga tanto ele mais o Guilherme puchou o pai nesse quesito quem sabe nesse baile funk ele não encontre o amor da vida dele ;e meu seu novo conto esta exelente espero que você continue o mais rápido possivel.

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Interessante.... Muito bom. Adoro seus contos Alê. E acho que esse vai ser especular! Sempre tento acompanhá-los. Continua cara!

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Muito interessante cara, pelo visto vem história boa por ai, mas faça o Guilherme mudar de vida e virar gente, não deixe ele fazer cagadas não, ok???

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Listas em que este conto está presente

Romance
Romance, série, gay, homossexual, amor, drama,