Querido Bruno [10]

Um conto erótico de Tommy
Categoria: Homossexual
Contém 1366 palavras
Data: 09/01/2013 23:54:50
Assuntos: Gay, Homossexual

Pessoal, sobre o acidente, não lembro de muita coisa, grande parte do que relato aqui é o resultado de uma coletânea de informações com os presentes no local, pra poder detalhar mais a historia.

Acordei morrendo de dor de cabeça, aos poucos meu corpo ia dando resultado, eu estava muito assustado então meu coração disparou e logo eu estava cercado de pessoas. Eram duas enfermeiras, um medico, Bruno e minha mãe.

Bruno: - Você tá bem? Fala comigo. – Ele tava meio desesperado.

Mãe: - Filho? Ah meu filho, que bom que você tá bem. – Ela já chorava.

Eu não tinha nem tempo de reagir a nada, só do nada senti uma dor infernal, que parecia que cortava minha carne, parecia tortura e ela vinha do meu pé, mas eu estava deitado de um jeito que não tinha um campo de visão privilegiado que me permitisse enxergá-lo.

O médico interrompeu a todos.

Médico: - Tommy, você tá me ouvindo? Como você se sente?

Eu: - Com dor, muita dor no meu pé e de cabeça também. – Falei com a pouca força que eu tinha.

Médico: - Você precisa de repouso.

Eu: - Posso me sentar pelo menos? Tá desconfortável assim, meu pé ta doendo demais.

Eles se entreolharam e eu não entendi nada.

Médico: - É melhor você esperar, fique assim mais um pouco, qualquer coisa você manda me chamar.

Eu: - Eu não to aguentando, é sério.

Ele pediu que as enfermeiras me colocassem sentado, doía cada parte do meu corpo, mas pelo menos era uma posição mais confortável pra minha coluna.

Meu pé estava enfaixado, aparentemente com extrema cautela, eu não havia entendido porque, mas eu não tinha movimento algum nos dedos, na verdade nem os sentia.

Eu tomaria soro na veia, um remédio pra aliviar a dor. O doutor pediu que todos deixassem com que eu descansasse e apenas um acompanhante ficasse, pro caso de eu precisar de algo.

Minha mãe saiu do quarto e deixou-me com Bruno, a sós. Ele estava bem arranhado, com a pele machucada, mas eram machucados aparentemente artificiais.

Eu: - Como você tá?

Bruno: - Eu to bem, só tive uns machucados, nada demais. – Ele não estava bem, era evidente que ele estava muito abalado.

Bruno continuou: - Como você se sente meu amor? Fiquei tão preocupado com você.

Eu: - To exausto, quase sem forças e com muita dor no meu pé.

Bruno deitou na cama ao meu lado e me aninhou no seu peito, apesar de eu só conseguir mover a cabeça e os braços um pouco.

Bruno: - Descanse um pouco, eu to aqui com você, nada mais vai te acontecer, viu? – Disse acariciando meu rosto com as costas de suas mãos.

Eu não dormi, eu estava de olhos fechados descansando porém tinha plena consciência, ouvia e sentia tudo ao meu redor. Ficamos ali umas 2 horas daquele jeito, até a hora da minha próxima refeição.

Bruno fez questão de dar a comida na minha boca, ele estava sendo muito cuidadoso comigo, além do que já era. Porém eu não comia muito.

Bruno: - Por favor, você precisa comer, quanto antes você se recuperar, antes vamos pra casa.

Eu fiz cara feia mas continuei comendo. Até o medico aparecer e começar um dialogo com Bruno, falavam baixo para que eu não ouvisse.

Só ouvi no final o médico dizendo: - Não temos porque mantê-lo por muito mais tempo aqui, o que tínhamos de fazer está feito.

Bruno: - O senhor vai contá-lo ou eu devo fazer ?

Médico: - Pode deixar comigo.

Retiraram a bandeja com a comida para que as enfermeiras pudessem trocar os curativos do meu pé.

Médico: - Bom Thomas, você deve estar cheio de duvidas e vou esclarecê-las agora, já que você está mais forte.

Eu: - Bom doutor há quanto tempo estou aqui?

Médico: - Três dias com hoje, tivemos de mantê-lo sedado para que a cirurgia fosse bem sucedida nos dois primeiros, por isso você acordou fraco hoje.

Eu fiquei surpreso.

Médico: - Sobre as sequelas, é bom que saiba que nós fizemos o possível para mantê-lo no melhor estado, todas as medidas tomadas tiveram consentimento de sua mãe, todos os riscos foram medidos antes.

Eu não entendia o porque dele falar aquilo, não via sequela alguma. Até que meu pé foi desenfaixado, tive um choque ao olhar, quase morri do coração na hora. Faltava alguma coisa ali, dois dedos na verdade. Daí a dor infernal que eu sentia no meu pé, eu fiquei desesperado. Como aquilo estava acontecendo? Pode não parecer serio, mas é. O médico falou por meia hora, mas eu estava com o pensamento longe dali, só ouvi algumas coisas como: equilíbrio comprometido.

Perdi o dedo a esquerda do polegar do pé esquerdo e o dedo a esquerda dele.

O médico me disse que eu teria alta na manhã seguinte se quisesse, desde que não colocasse aquele pé no chão e tivesse extremo cuidado com a imobilização dos dedos por causa da circulação sanguínea. Tinha o risco de dar algum problema de circulação e eu perdesse os demais dedos do pé. Tomaria vários remédios para dor. Enfim, eu precisava me cuidar rigorosamente e em hipótese alguma sofrer algum acidente com aquele pé, um pisão ali seria uma dor infernal.

Concordei com os termos do medico, queria ir pra casa, queria relaxar um pouco. Eu tentei parecer forte mas eu tava arrasado. Quando dei por mim, comecei a relembrar tudo, não entendia a capacidade do Luiz de me machucar, física e emocionalmente, não era o que eu esperava dele, mas aquilo tinha sido a gota d’água, não queria vê-lo nunca mais.

Passei a noite no hospital, mas não dormi espontaneamente, não conseguia parar de pensar no que aconteceu, não tirava o olho do meu pé, que agora era coberto por talas e curativos. Era muita coisa, eu estava agitado e o Bruno , traíra, chamou a enfermeira pra me sedar. Dormi graças ao remédio e só acordei na hora do almoço do dia seguinte.

Acordei afobado, querendo ir pra casa, mas o medico pediu que eu comesse primeiro e depois ele viria me dar informações direitinho e me dar alta, eu já estava impaciente.

Sai de lá, quase 3 horas da tarde, mas estava aliviado quando estava no carro, fui no banco de trás deitado, olhando pela janela do lado oposto e apenas pensando, e amaldiçoando, a vida. Mas ao mesmo tempo eu era grato por ainda ter uma vida.

Eu sabia que agora minha mãe não ia sair da minha casa, ia querer me bajular, mas eu não queria aquilo, eu não estava bem, se não bastasse todos os problemas que eu já tinha de autoestima agora iria mancar para sempre, ou pelo menos sentir dor. Na hora me veio na cabeça para tirar licença e ficar em casa todos os dias que eu pudesse, alem a licença medica que eu já tinha, mas eu tinha meus pacientes, eu não considerava meu trabalho apenas um trabalho, era algo importante.

Droga, mais um contra mim, eu não podia mais viajar e ficar distante, muitos pacientes meus poderiam cometer loucuras se não tivessem ajuda, eram pessoas que precisavam de palavras de conforto, de ajuda, e esse era meu trabalho. Eu não podia ser egoísta e pensar só em mim naquele momento, então meus planos tinham mudado de novo, nem tentar aposentadoria por invalidez eu pensava mais. Mas também não podia voltar a trabalhar rápido, tinha que ficar de repouso em casa, cuidar da saúde.

Chegando em casa, Bruno fez questão de me carregar até o nosso quarto e me por na cama.

Bruno: - Fica bem logo tá? Eu te amo, vou estar aqui pro que você precisar. Vou tirar 30 dias de licença por enquanto pra cuidar de você.

Eu: - Não precisa, eu vou ficar bem.

Bruno: - Eu não quero saber se precisa ou não, eu quero ficar.

Eu nem discuti mais, eu estava exausto. Na verdade eu não queria ser um peso pra ele, queria que ele ficasse comigo porque queria, não porque achava que precisava. Mas aquele dia não queria mais pensar em nada, só descansar com o homem que eu amava do lado.

____________________________________________________________________________________________________

Ta ai mais uma parte amigos, continuem votando e comentando pra eu saber como tá a história pra vocês, valeu pelo carinho.

Até mais

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive TommyMartins a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Bem, se ele não desvinculou os feeds de comentários lá vai: Tommy, volte e nos conte o desfecho da história o))

0 0
Foto de perfil genérica

Cara por favor, volte e conte-nós o desfecho da sua historia!

0 0
Foto de perfil genérica

Muito bom, continue assim que puder ^^

0 0
Foto de perfil genérica

Meus queridos, não esqueci de vocês não, estou viajando pra descansar um pouco, mas em breve retornarei pra continuar contando a historia pra vocês. Um abraço e até mais

0 0
Foto de perfil genérica

Meu Deus que triste :/ Parabens pelo conto nossa, continue logo

0 0
Foto de perfil genérica

Amando! Sua História é linda apesar das coisas ruíns que aconteceram... Parabéns! Essa história me inspira. Abraço e por favor continua.

0 0
Foto de perfil genérica

Amando! Sua História é linda apesar das coisas ruíns que aconteceram... Parabéns! Essa história me inspira. Abraço e por favor continua.

0 0
Foto de perfil genérica

Amando! Sua História é linda apesar das coisas ruím que aconteceram... Parabéns! Essa história me inspira. Abraço e por favor continua.

0 0
Foto de perfil genérica

Amando! Sua História é linda apesar das coisas ruím que aconteceram... Parabéns! Essa história me inspira. Abraço e por favor continua.

0 0
Foto de perfil genérica

Comecei a ler hoje... fiquei super empolgada..... que conto lindo... continua logo

....

0 0
Foto de perfil genérica

Li seu conto todo hoje... Parabéns, escrita perfeita e uma realidade que deixa a emoção ainda maior. 10

0 0
Foto de perfil genérica

Você é um exemplo de superação... Parabéns pelo belo conto... Em algumas partes tristes, mas é uma história muito bonita :)

0 0
Foto de perfil genérica

Agora o Erê Luiz irá te atormentar, tomara que ele sofra algo pior! Até pensei que não iria andar, ainda bem que está inteiro né. Ótimo

0 0
Foto de perfil genérica

vc é um grande exemplo de força e superação.Muitos de nós passam por situações difíceis ao longo da vida, mas nem todos conseguem extrair forças desses obstáculos e transformá-los em molas propulsoras como vc fez.Vc tem toda a minha admiração e com certeza a de muitos outros tbm.BJS QTNHOS

0 0
Foto de perfil genérica

cara, não sei se é a escrita, a história sofrida ou a maturidade do texto ... to adorando!

0 0

Listas em que este conto está presente