Garotos da faculdade (3) Estarei sempre ao seu lado

Um conto erótico de Matheus
Categoria: Homossexual
Contém 1478 palavras
Data: 31/01/2013 21:44:46

Vai saber se o destino realmente não queria nos ver junto... André era quase 9 anos mais velho que eu.

Minhas roupas estavam quase mofando na gaveta, já faz muito tempo que eu não tenho um encontro. Diogo ligou para o meu celular as 20:00 , ele disse que iria se encontra comigo no metro consolação. Insisti para ele não vir aqui em casa. Se minha mãe descobrisse que eu ando saindo com homens eu estaria MORTO.

Hoje promete, coloquei meu perfume Calvin Klein. Minha mãe estava com um grande sorriso encrostado em sua boca. Senti dó dela. Ela passou minha vida inteira pedindo para eu namorar logo alguma garota no colégio. Mal sabe ela que eu não gosto de garotas.

-Vai sair com alguma garota filha?

-Não mãe... Eu vou ir estudar na casa de uma menina.

-Estudar? Você não me engana... Use camisinha- ela sorriu com uma feição de orgulho como se dissesse "meu filho é pegador de garotas".

-mãe...- eu fechei meus olhos e respirei fundo- não vou pegar nenhuma garota. Estou atrasado... Tchau.

No metro ninguém falava comigo, ninguém olhava para mim... Aposto que nem me viram lá... Eu era invisível como o ar.

Diogo chegou 3 minutos atrasado. Ele saiu do carro e pisou em uma poça. Ele olhou para o pé molhado de barro e falou "merda". O sapato era caro. Eu parecia um garoto da favela ao lado dele. Ele usava uma camisa social feita de cetim roxo.

- você não viu isso né?- ele sorriu e fechou a porta do carro Land Rover. - vamos a pé?

-vamos.

-estamos a só 3 quadras do restaurante.

-ok

No caminho inteiro eu mantive uma certa distancia dele. Ele disse para eu relaxar mas eu não consegui, meu corpo trava quando eu estou assim "muito perto de um gostosinho".

Chegamos no restaurante. Ele puxou uma cadeira para mim. Era o momento perfeito, parecia um sonho maluco. Era muito provável que ele estivesse apenas sendo gentil pelo fato de quase ter me matado bêbado antes de ontem, e eu todo bobo falaria que o amo, ele se assustaria e iria embora e eu seria motivo de piada amanha na faculdade. Resumindo, preferi ficar na minha e não dar em cima dele, afinal ele tem namorada :O.

-você viu? Daniel também foi assassinado.- ele disse enquanto cortava o pedaço de filé mignon mal passado. Eu engoli o arroz com carne a seco.

-como assim? Quem é Daniel?- eu enfiei aquela massa de arroz pela minha garganta tão rápido que fez ela ficar dolorida.

-Era aquele gayzinho que ficava pulando pelo corredor.

-O de cabelo preto? Que era meio roqueiro?- eu estudava com ele no 1º ano da faculdade.

-Esse mesmo.

Me lembro que ele tentou me beijar um dia desses. Ele me convidou para a casa dele e me trouxe um chimarrão do barzinho da frente da faculdade. Ele tentou me beijar mas eu não gostei do jeito dele. Ele segurou meu rosto tentando me obrigar a beija-lo.

-ME LARGA!- eu mordi a mão dele e sai correndo do apartamento.

Eu e Diogo comemos e nos divertimos como nunca. Acho que em só uma noite eu virei o melhor amigo dele.

-Ta tarde, já são 01:47- ele disse olhando para o relógio de pulso.

-Eu vou ir embora então- peguei minha mochila e ia me levantando até que Diogo segurou meu braço e disse:

-De jeito nenhum... Sozinho? Nunca! Eu te dou uma carona.

- não pode...-minha mãe já duvidava da minha sexualidade, imagine se ela me visse voltando da rua as 02:00 da madrugada com um garoto da mesma idade de que eu?- não quero ir para casa de carona... é uma tradição familiar... - eu inventei uma péssima desculpa eu sei... Mas foi o melhor que pude fazer.

-então vai dormir lá em casa, meus pais ainda estão viajando.

-Só se minha cama for quentinha- eu disse enquanto ria

-você é louco cara!- ele sorriu.

Chegamos na casa gigantesca onde ele morava. Ele me chamou para o quarto dele.

-Usa essas roupas minhas, acho que vai caber perfeitamente.

-ta ok- peguei a roupa e vesti no banheiro. Ficaram largas mas eu agüentava por essa noite.

Sai do banheiro e ele estava com um MacBook deitado na cama apenas com uma samba canção. O corpo dele era branco como a parede de gesso que estava logo atras daquele deus grego. Os cabelos estavam molhados formando um massa loira compacta em sua cabeça -provavelmente por causa do banho que ele acabara de tomar-. Respirei fundo enquanto aproveitava cada momento daquela imagem linda que estava em minha frente.

-olha isso- ele estava quase chorando e olhando horrorizado para o notebook.

O site da faculdade estava aberto com o nome da noticia em letra maiúscula "ESTUDANTE É ASSASSINADA NO BANHEIRO DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP"

-Quem é essa menina?- eu perguntei enquanto sentava no sofá na frente da cama de Diogo.

-Viviane, do 6 ano B.

Viviane era minha melhor amiga, e era lésbica.

-NÃO PODE SER VERDADE!- parecia que um raio havia caído bem na minha cabeça -eu vi ela antes de ontem na festa. Ela esta sorrindo e dançando... - eu deitei na cama e apoiei a cabeça no peito de Diogo, aquela vergonha que eu sentia do começo do conto foi abalada pela noticia da morte da minha melhor amiga. -acho que vou sentir falta dela para sempre como a lua sente falta do sol em uma noite estrelada.-

-ela era sua amiga não era?

-sim, era minha melhor amiga.- uma lagrima escorreu dos meus olhos, abracei o corpo de Diogo sem nenhuma malícia , eu estava acabado, já não chega de mortes?

Diogo me apertou no meio de seus braços.

-Me desculpa.-ele disse enquanto beijava minha testa.

-Não precisa se desculpar. A culpa não foi sua!

Eu chorei durante 1 hora e 34 minutos. Acabei adormecendo deitado no colo de Diogo. Ele fazia cafuné em minha cabeça enquanto lagrimas escorriam de meus olhos.

-Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui para lhe protege de qualquer coisa. Eu estarei sempre ao seu lado. - foi a ultima palavra que eu escutei antes de adormecer.

Acordei ainda na mesma posição que havia dormido, com a cabeça no peito musculoso de Diogo. Ele estava com o cabelo seco e todo bagunçado. Tentei levantar sem fazer barulho. Essa noite o sonho com André havia desaparecido, dessa vez eu sonhei com Viviane. Eu me sentei no sofá do quarto de Diogo e me lembrei do que havia acontecido no sonho.

No sonho o vento uivava forte lá fora, estava em uma cafeteria que fica na frente da garagem da faculdade, ao meu lado estava um idosa de cabelo alto, do outro um homem caucasiano fumando um cigarro. Olhei pela janela enquanto bebia o café quentinho. Queimei a boca. Assoprei o café e depois direcionei meus olhos de volta para a garagem, dessa vez vi Viviane acenando para mim no meio da garagem, ela parecia feliz. Um elemento de capa preta, um homem na verdade, se aproxima dela, ela o atende com um sorriso, ele saca a arma e atira na barriga dela, o homem foge, mas Viviane cai no chão, uma poça de sangue se forma em volta dela. Ela chora, sabe que vai morrer. Eu tentei me levantar da cadeira daquela cafeteria de merda, mas parecia que eu estava preso. Chorei sem esperança. Ela estava caída no chão, assando no sol quente de inicio de verão. O sonho acaba assim, sem sentido, já que Viviane morreu no banheiro e quem morreu na garagem foi o André.

Coloquei um pouco de café em uma caneca, hoje eu acordei sem nenhuma vontade de viver, pensei inúmeras vezes em cortar meus pulsos naquela manha. Sentei ao lado de uma pratilheira de livros, eram 06:12 quando eu acordei daquele pesadelo, não queria mais voltar para aquele mundo cruel. Diogo acordou meio zonzo.

-Bom dia.- ele me disse.

-Bom dia.

-Esta pensando em que?- ele me perguntou.

-Em uma dica que minha amiga me deu a algum tempo atrás.

-Qual dica?-

-Vou deixar o curso de medicina... eu não quero ser medico... quero ser arquiteto, esse é meu sonho... Viviane sempre me disse para seguir meus sonhos, mesmo sendo sonhos "loucos"

-Você não pode fazer isso! Quando nos veremos se você sair do curso de medicina?

-Não sei... talvez você me convide para sair um dia desses.

-Eu não quero ficar sem você!

-Tá tudo bem.- abracei-o e beijei a bochecha dele.

Indo para a faculdade, eu me peguei pensando "E se esse assasino estiver atras dos homossexuais da faculdade. Sera que eu estaria na lista dele?" CONTINUA...

Obrigado galera, e me perdoem pelo ultimo conto... fiz ele correndo... desculpem. Obrigado a todos que seguem esse conto.

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Comentários

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Putz! Mais um que pensou igual eu. Primeiro foi o professor, segundo foi o Daniel e agora Viviane, os três eram homossexuais. Acho que isso vai dar o que falar rsrs. Muito bom

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Enquanto estava lendo o conto fiz a mesma pergunta a mim, esse assasino só mata homossexuais ? isso é muito estranho eu não creio que o proximo " da lista" seje o nosso protagonista, e pra mim esse assasino é bem proximo não que esse seja o Diogo, talvez seje, mais é bem proximo...

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