Outras vidas - Parte VI

Um conto erótico de Valentina M.
Categoria: Homossexual
Contém 1231 palavras
Data: 25/01/2013 10:42:50
Última revisão: 30/01/2013 12:21:50

CAP V - O beijo

No dia seguinte eu falei com Bia e dei uma desculpa qualquer, os dias foram se passando normalmente, trocava algumas sms com ela, nos falávamos na faculdade, acabamos nos aproximando.

De algumas semanas pra ca, Duda estava estranha, sumia com freqüência, não atendia algumas das minhas ligações, pouquíssimas vezes me convidava pra dormir com ela, a gente se via somente em sala, e depois das aulas. Tentei conversar algumas vezes mas ela sempre dizia que não era nada, numa dessas conversas acabamos discutindo e ela foi embora no intervalo das aulas, fui até o banheiro para lavar o rosto e organizar meus pensamentos, eu não ia atrás dela, ela precisava de tempo e eu sabia disso. Bia entrou logo atrás de mim, me viu chorando e perguntou o que estava havendo, demorei um pouco até conseguir falar, mas quando ia dizer o celular dela nos interrompeu, ela pediu desculpa e atendeu:

- Eu já disse que não quero conversar com você agora, Cadu... Ok... Agora eu não posso falar... Eu já disse NÃO, eu não quero que você venha... Carlos Eduardo, eu vou falar pela ultima vez, não venha, e não vou mais falar sobre isso, não tenho mais nada com você. Tchau!

A olhei assustada, ela pediu desculpas e se aproximou perguntando o que havia acontecido, então respondi:

- O mesmo que você, acabei de discutir com Duda, e o pior é que nem sei porque, a dias ela anda diferente comigo, e nem se quer conversa comigo, vou dar um tempo a ela. Mas não vou ficar chorando as magos pra você. O que esta havendo com o Carlos Eduardo?

- Terminamos, e ele quer vir pra Minas para conversarmos...

- Como assim? Porque terminaram? – Perguntei assustada.

- Estou interessada em outra pessoa! – Ela me respondeu sem titubear, me olhando diretamente nos olhos com firmeza. A encarei por alguns minutos, mas não pude manter aquele contato, baixei a cabeça olhei para o chão.

- Quer uma carona? Eu estou indo para a casa...

- Claro, vamos...

A deixei em frente seu prédio e fui para a casa, tomei um longo banho, deixei uma sms pra Duda, dizendo pra ela me procurar quando quisesse, eu estava a sua espera. No outro dia passei em sua casa para irmos a faculdade e seu pai disse que ela havia viajado as pressas com a mãe, não acreditei quando ouvi aquilo. Como ela pode viajar e não me dizer nada será que ela estava com problemas? A Liguei algumas vezes, mas ela não atendeu, tentei novamente mais tarde, até que ela atendeu:

- Amor, ta tudo bem? Porque você viajou as pressas?

- Esta tudo bem, meu amor! Precisamos conversar quando eu voltar, vou passar um tempo longe, mais ou menos uma semana.

- O que? Mas porque isso agora, onde você ta?

- Porque sim, meu amor! A gente conversa quando eu voltar... Até mais, meu amor. Eu te amo!

- Ok... Eu também... – Respondi caindo no choro.

Sem pensar muito bem, mandei um sms para Bia e pedi pra ela me encontrar na cantina da faculdade. Ela chegou e me abraçou forte, me senti bem naquele abraço, ela se afastou e perguntou o que estava havendo, em meio os soluços eu tentei falar alguma coisa, mas nem sei se ela entendeu aos poucos eu fui parando de chorar, e contando aos poucos como foi essa ultima semana, ela foi pedindo pra eu me acalmar que logo Duda voltava e poderíamos conversar melhor.

Depois de um tempo conversando ela me convidou pra ir até a casa dela, era pertinho da universidade e seria melhor do que ficar por la, eu não teria mais aula naquele dia mesmo, fui até la, subimos e assim que entramos ela foi até a cozinha e pegou duas cervejas, acho que ela adivinhou meu pensamento, me sentei no sofá e enquanto ela foi no quarto se trocar, peguei o violão no mesmo canto da sala e comecei...

"Olhe só

Como a noite cresce em glória

E a distância traz

Nosso amanhecer

Deixa estar que o que for pra ser vigora

Eu sou tão feliz

Vamos dividir..."

Ela voltou e se sentou no tapete da sala bem em minha frente, me olhando e tomando a cerveja, quando terminei a musica ela disse:

-Acho que esse violão só é usado quando você esta aqui...

- Posso te ensinar se você quiser... - Disse sem pensar.

- Pode ser agora? – Perguntou animada.

- Uai, posso... Te ensino a primeira que aprendi, ela é bem fácil. – Entreguei o violão a ela e mostrei como era e dei altas gargalhadas vendo ela tentar colocar os dedos na posição certa.

- É bom te ver sorrindo... – Ela parou e me olhou encantada.

- Vem Ca, deixa eu te ajudar a colocar o dedo direitinho... – Me sentei ao seu lado bem coladinho a ela segurei seu dedo mostrando onde devia colocar, quando levantei a cabeça me deparei com seu rosto muito próximo ao meu, ela tirou a mão do violão e me acariciou o rosto, sem dizer absolutamente nada, eu não tive nenhuma reação, só deixei que ela me tocasse um toque suave e lento, sua respiração tocava meus lábios, meu coração acelerou e meu corpo ficou tenso, mas mesmo assim eu podia sentir seu cheiro, me deixei curtir aquele toque, sua boca estava tão próxima da minha que não conseguia me mover, qualquer movimento seria inevitável que eles se tocassem.

Ela se aproximou mais um pouco, puxando meu queixo e tocando seus lábios no meu, lentamente, fechei os olhos não acreditando no que estava fazendo, não queria sair dali, muito menos interromper aquele momento, eu havia esquecido tudo, tempo, razão, espaço, lugar, eu só queria sentir aquele momento, sua língua se moveu, acariciando meu lábio e adentrando minha boca, se encontrando com a minha, misturando os gostos, um toque suave, língua macia de gosto doce, eu não tinha a menor pressa, queria saborear cada momento, cada pedacinho daquela boca, chupava seu lábio inferior devagar e mordia suavemente, sonhei com aquilo tantas noites, não queria saber o que era certo ou errado, eu só queria fazer, matar minha vontade, e foi muito melhor do que imaginei às vezes ela queria se apressar, mas eu a contive varias vezes. Parei por alguns instantes, tirando o violão das suas mãos e me virando de frente a ela, passei minha mão por de trás da sua nuca, puxando pra mim, pra saborear aquela boca mais um pouco, queria aproveitar cada segundo, ela me acariciava as pernas, o rosto e às vezes me puxava pra si.

Minha intenção não era parar, não mesmo, eu queria continuar ir além e realizar todas as minhas vontades e pelo jeito ela queria o mesmo, mas de repente levei um choque de realidade, aquilo era errado eu não podia ir além, meu corpo ficou tenso, eu lhe afastei tocando seu peito e disse encostando minha testa na dela:

- Eu não posso fazer isso, é errado! – me afastei e olhei pra baixo...

- Mas eu sei que você quer e eu também quero... – disse levantando meu rosto me fazendo olhar pra ela.

- Não posso fazer isso com Duda... – Disse me levantando e indo em direção a porta.

- Me desculpa Dani... – Ela disse vindo em minha direção

- Obrigado! – eu disse e segurei seu rosto, olhando em seus olhos por alguns instantes. Ela segurou minhas mãos e não disse nada, me seguiu com o olhar até o elevador e desci...

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Valentina M. a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível