Continue Agarrando-se aos 16 - 20x02

Um conto erótico de Walmir Paiva
Categoria: Homossexual
Contém 3848 palavras
Data: 12/12/2012 06:18:28
Assuntos: Gay, Homossexual

• 20x02 – O casamento

Não vou mentir, já estava a ponto de me entregar para ele novamente, porém havia prometido para mim que dessa vez eu seria mais forte que meus instintos. Se José tinha vontade de me possuir, eu tinha vontade de ser possuído por ele. Mas dessa vez eu não iria ceder. Eu queria ver o quão forte nós éramos.

Já era quarta-feira, o grande dia do casamento de Silvia e Antônio. Eu nem sabia se o gigante havia esquecido ou não de comprar sua roupa. Aliás, ele iria ser o padrinho de casamento e precisava estar bem vestido, ou, ao menos, ‘apresentável’. Sorri a me ver pensando em José. Ele estava na cama e eu estava defronte ao espelho, fitando-o, zelando o seu sono. Era lindo. Mesmo com todo aquele porte, ele parecia e parece uma criança enquanto dorme. Esperei um pouco mais e tentei acordar José por volta das 08h00min. Ele não quis se levantar da cama e ainda virou do outro lado para dormir. Atletas... Umpf! Tão ativos e tão preguiçosos, ao mesmo tempo. Tentei acordá-lo dessa vez, porém ele puxou o meu braço e me jogou por cima dele. Senti sua ereção matinal e tentei esconder um sorriso. Otávio apertou-me contra seu corpo e se pôs por sobre mim.

– Ainda bem que acordou, né? – Falei, tentando não entrar em seu ‘joguinho’.

– O gigante não gosta de ser despertado de manhã cedo. – Foi impossível não conter o riso da cara de estresse que ele fez.

– Oh meu Deus! O que posso fazer para me redimir? – Pequei ao perguntar isso.

– Um beijo de bom dia... Na boca. – Ele falou maliciosamente.

Tentei me sair de baixo dele, porém não adiantou; ele apertava meu pulso contra a cama e me fazia afundar, ainda mais, naquele lugar.

– Para Otávio! Você sabe que não vai rolar. – Ainda tentava me desprender de suas mãos.

– Então vai ficar aqui. E o gigante vai castigar você. – Ele falou afundando seu rosto em meu pescoço.

Sua barba crespa me fez soltar um gemido. Prazer era a única coisa que eu sentia enquanto ele ralava a sua barba em mim. À mercê de sua brincadeira, eu já nem me importava mais com aquele homem agarrando, com força, meu pulso. Eu apenas lacei minhas pernas em sua cintura e deixei-o fazer o que queria comigo. Eu estava numa zona de perigo. Eu sabia disso. Eu sabia onde podia resultar. Eu queria. Queria muito. Mas eu precisava parar.

– Otávio, por favor...! – Minhas palavras saíram trêmulas.

– Pede! – Sussurrou em meu ouvido.

– Sai de cima de mim, por favor. – Imediatamente ele parou o que estava fazendo.

Ainda na mesma posição, ele olhou-me incrédulo e com raiva. Eu sentia a raiva em sua face. Seus dentes trincavam e um rugido saia de sua boca. Ele parecia um animal. Tal como ele, eu desejava ter continuado, mas a razão e o orgulho impediram-me de fazer aquilo. Alguém precisava parar com aquela loucura.

José saiu de cima de mim com a cara mais fula que eu já havia visto na vida. Direcionou-se ao banheiro e se trancou por lá. “Melhor assim.”, pensei, “Talvez as coisas não terminassem tão bem se ele continuasse.”.

Aproveitei para pegar a roupa que iria vestir no casamento e desci até a lavanderia para que uma de nossas empregadas passasse ferro e engomassem. Eu precisava estar, ao menos, bem vestido em um casamento.

Voltei ao meu quarto quando ouvi José gritando meu nome.

– O que é? – Gritei enquanto abria a porta de meu quarto.

– Vem aqui! Tem uma coisa que quero te mostrar.

Achei estranho, mas, em minha pura inocência, dirigi-me ao banheiro como se ele fosse mostrar algo que estivesse ‘fora de seu lugar’. Estava errado.

Ao abrir a porta do banheiro eu não vi absolutamente nada de anormal e nem o José estava no banheiro. Quando dei um passo a mais para frente, senti uma mão me puxar pelo cabelo e me arremessar na pia. Naquele tempo ele havia estado selvagem. Cai de quatro sobre a pia do banheiro e senti uma mão percorrer meu short e outra agarrar-me ao cabelo e prensar-me contra a pia. A mão que estava em meu short o fez abaixar e puxou, com toda a força, minha cueca Box. Aquilo ardeu em meu corpo, então soltei um pequeno e agudo gemido de dor. A mão que prendia meu cabelo soltou-se um pouco do mesmo me permitindo olhar para trás. José fitava minha bunda com desejo e seu pau já estava ereto e babava um pouco. Ele abaixou-se de modo a olhar entre minhas nádegas e começou a socar sua língua dentro de meu ânus. Eu estava com saudade daquela sensação. Aliás, eu nunca pensei em ficar bastante tempo longe daquilo. Enquanto Otávio me engolia, – sim, pois seria errôneo dizer que ele me lambia. – o próprio se masturbava. E eu o seguia, precisava aliviar também. Meu pênis já estava duro como rocha. Então comecei a me masturbar juntamente com ele. Logo depois ele posicionou seu mastro na entrada de meu cu e quando eu ia dizer “Não” ele pôs seu dedo indicador na boca e emitiu um chiado “Shhhhhhhhhhhhh”. Para não piorar (ou melhorar, depende do ponto do observador) minha situação, apenas fechei meus olhos e me permiti o momento. José pressionou seu pênis em meu ânus e quando fez menção para entrar, ele segurou, com suas mãos, minhas nádegas e começou a sarrar em mim. Sim, meus caros e lindos leitores, ele não me penetrou, apenas tentava dar a si e a mim o prazer que tanto queríamos. Vendo que ele já estava a ponto de gozar, comecei a me masturbar mais rápido. Otávio urrava e batia em minha bunda, fechando seus olhos e jogando sua cabeça para trás. Algumas vezes ele chegou a puxar meu cabelo enquanto simulava aquela transa maravilhosa. Eu gozei antes dele, em meio a meus devaneios. E, passados alguns minutos, ele gozou também, bem na entrada de meu ânus. Eu fiquei por alguns minutos estático e incrédulo sobre o ocorrido. Otávio ainda segurava meu cabelo e olhava para minha bunda. Eu via tudo do espelho e me deliciava com aquela cena digna de um rei. Meu rei. Com aquela cara de safado que só ele tem, ele tirou sua mão de meu cabelo, pegou a gala que escorria por minhas pernas e pôs em minha boca. Eu suguei seu dedo como se fosse um bezerro mamando. Ele repetiu aquele ato insano quatro vezes até terminar tudo o que tinha em minha perna. Ele curvou-se e me beijou na bochecha.

– Eu queria era ter triturado esse cuzinho até você chorar. – Ele falou com um sorriso cínico. Eu fiquei com tanta raiva das palavras que ele havia usado comigo, depois daquela experiência, que falei, virando para ele e deferindo um soco em seu rosto, que aposto que não doeu nada:

– Você é um idiota, sabia?

José agarrou meu punho e jogou-me sentado por sobre a pia.

– Olha que eu ainda tenho energia pra foder você todinho, você quer ver? – Ele olhava em meus olhos, debochava da situação. Era horrível ser submisso a ele.

– Sai de perto de mim, seu monstro! – Exclamei com medo do que eu via em minha frente. – Eu devia ter ficado em Recife e deixado o Artur me... – Não conclui a frase, pois percebi a burrada que fiz.

– Artur? Mentira que aquele nojento estava em Recife, Walmir. Ele tentou te beijar, não foi? Era isso o que você iria falar, não foi?

– Isso não importa. Eu só quero que você saia daqui. – José olhou-me desacreditado de tudo aquilo.

Diferente do que eu pensei que ele ia fazer, ele continuou próximo a mim no banheiro. Ele havia errado em falar daquele jeito comigo, e eu havia errado de ter tentado falar aquilo sobre o Artur. Fui um idiota, eu sei. Otávio apoiou-se em meu ombro esquerdo e deu um beijo onde se deitou. Eu o abracei e chorei enquanto sentia as suas lágrimas descendo por meu corpo. Ele estava frágil, e eu o havia feito chorar. Aliás, o que estava acontecendo comigo? Nem eu me reconhecia. Eu queria vê-lo, olhar em seus olhos e dizer que tudo queria ficar bem. Toquei em seu rosto e o fiz olhar para mim. Seus olhos estavam vermelhos e cheios d’água.

– Isso não vai ficar assim. – Ele falou entre os dentes e deferindo um soco no espelho que havia presenciado nossa simulação de sexo. – Você é meu, Walmir. Só meu.

– Eu sei que sou. – Falei isso dando um selinho em sua boca. Depois fui conferir o estado de sua mão; sem nenhum arranhão. Diferente de meu espelho que havia se despedaçado todo. – Eu sou só teu, ‘tá bom? – Falei o puxando para um beijo de verdade.

E foi um beijo engraçado. Agressivo. Foi algo tão tenaz que nossos dentes chegaram a se tocar enquanto nos beijávamos. De repente ele se desprendeu de meus lábios e sorriu, aquele sorriso terno, cínico e safado que só ele tinha.

– Eu ainda preciso reconquistar a sua confiança e não vou falhar. – Eu queria dizer que por mim estava tudo bem, mas não estava. – Vou tomar banho – Ele falou olhando para seu pau, que já começava a baixar de tamanho, mas, ainda assim, continuava grande... E MUITO grosso. – É melhor você sair. A não ser que você queira tomar banho comigo. – Ele propôs, convidativo.

– Eu quero, mas... – Ele levantou a sobrancelha, achando que eu iria impor alguma regra ou exceção. – só se você me deixar eu te chupar. – Falei na lata e ele fez uma cara de desacredito. – Vai, amor! Sexo sem compromisso, às vezes, é uma boa. Deixa eu te chupar, vai? – Sussurrei em seu ouvido. Não dava pra resistir.

– Walmir, não brinca com o fogo! Você sabe que eu gosto de trepar depois de ser chupado.

– Eu faço você gozar duas vezes... Por favor, não me deixa na vontade! – Eu falei prendendo minhas pernas em sua cintura.

– Hum... Você é uma cadela, Walmir. – Eu sorri, pois sabia que ele iria me deixar fazer o que eu queria. – Eu deveria te brocar inteiro só por essa sua petulância, mas eu vou deixar você fazer o que quer... – Ele me puxou para o Box e deixou a água caindo em nossos corpos. – E eu vou deixar você fazer como quiser, então... – Ele abriu os braços e seu membro começou a enrijecer. – Sou todo seu. Faça o que quiser de mim.

Aquela era a deixa, agachei-me entre suas pernas, tirei minha blusa, joguei-a no balde de roupas sujas e pus minha língua na cabeça do mastro daquele macho. As pernas de Otávio tremeram e, por impulso, ele pôs suas duas mãos em minha cabeça e tentou me forçar a descer até a base de seu pênis. Imediatamente, eu me desprendi daquilo e tirei suas mãos de minha cabeça.

– Você disse que seria do meu jeito. – Exclamei insatisfeito. – Não toque em mim enquanto eu te chupo, Otávio!

– Mas... – Antes de ele tentar se explicar, eu já começava a chupar, novamente, a cabeça de seu pau.

E eu chupei, chupei e chupei... Ele tomou seu banho completo e no final, enquanto se enxaguava, ele me disse:

– A putinha fez direito. Agora vai ter o quer. – Ele puxou meu cabelo para trás, posicionou seu mastro defronte para meu rosto e esporrou seis vezes mim.

– Otávio, era pra ser na boca. – Falei indignado, levantando-me e saindo do Box, porém ele me segurou e olhou para mim fixamente.

– Você ainda ‘tá me devendo uma chupada, ou pensa que eu esqueci? Quer leite na boca? Vem pegar.

José saiu do banheiro e se deitou na cama, apontando seu membro para mim. Não resisti. Fui até ele e cai de boca naquela anaconda branca. Ele soltou um gemido e começou a foder minha boca fazendo movimentos de vai-e-vem de cima-para-baixo. Eu não engasgava, seu pênis nunca havia chegado ao fundo de minha garganta, e não seria agora que iria conseguir esse feito.

– Puta que o pariu, Walmir! Ahhhhh! Veado, filho da puta, velho! Eu quero foder você. – Ele falou me puxando para cima dele.

– Não. Me deixa terminar o serviço!

– Só sentando na minha vara. – Ele falava em gemidos.

– Então fica na mão, idiota! – Senti sua mão esquerda puxando meu cabelo para trás e a direita deferindo uma pequena tapa em meu rosto. José sorriu, bufando, e me beijou. Depois ele bateu mais três vezes em meu rosto e me beijou de novo.

Otávio virou-me de cabeça para baixo e eu abocanhei seu pau, enquanto isso ele abocanhava minha bunda. A sensação era tão boa de estar fazendo aquilo que em média de dez minutos eu gozei e pedi para que ele gozasse comigo. E assim ele o fez. Gozamos simultaneamente.

– Porra, velho! Que intenso. – Ele arfou e me pôs ao seu lado. José fitava o teto.

– Eu gosto quando você me bate. – Falei, ficando vermelho.

– Como é? – Ele virou-se rindo para mim.

– Eu gosto quando você me bate, imbecil.

– Sabe o porquê disso? – Apenas acenei negativamente com a cabeça. – Porque você é uma puta. – Ele sorriu de mim e eu o bati. – Diz que é minha putinha, vai? – Ele falou agarrando suas mãos em minha nuca e eu balancei minha cabeça em negativa e sorri. – Walmir, em quatro paredes a gente pode falar o que quiser sem constrangimento. Diz que é minha puta, vai?

– Eu sou sua puta, ‘tá bom? – Falei receoso, porém tão safado quanto ele. – E você é meu trator. Meu macho. – Ele sorriu em aprovação. – Meu macho fodedor que eu amo tanto.

– Eu também te amo, Walmir. Te amo bem mais do que você imagina. – E beijou-me a bochecha. – Pelo visto eu vou ter que tomar banho de novo. – Ele afirmou enquanto olhava seu estado.

Dessa vez não me atrevi a pedir nada. Já havia ido longe demais. Deixei-o tomar banho em meu banheiro e fui ao social. Tirei tudo o que tinha sobrado dele, todos os vestígios daquela transa que nós tivemos. Ao sair do banheiro e entrar em meu quarto, percebi que ele já havia saído. Desgraçado! Mas ele precisava. Aliás, sendo um dos padrinhos e filho do noivo, ele precisava ser o primeiro a chegar à igreja. Ele precisava se arrumar. E eu também. Logo, decidi me trocar e ir ao salão menos conhecido e o que eu mais frequentava naquela cidade. Arrumaram meu cabelo para deixar o mais masculino possível, houve a sessão manicure, pedicure, limpeza de pele e massagem. Enfim, foi incrível passar o dia naquele salão. Quando cheguei em casa, com cuidado para não desmanchar o cabelo, a primeira coisa que fiz foi tirar a minha roupa e por uma cueca. Desci para a cozinha e preparei meu próprio lanche. Pus um de meus musicais para assistir e esperei até que o relógio anunciasse 17h00min. E quando ele o fez, pedi para que Rafael buscasse o Acácio na casa de tia Lourdes, para que nós nos arrumássemos e fossemos juntos ao casamento. Acácio chegou em casa e fomos nos trocar.

– Você já usou maquiagem? – Ele me fitou curioso.

– Você só deve estar de brincadeira comigo, não é? – Falei revirando os olhos. – Mais gay que eu.

– Meu Deus! – Ele exclamou como se algo de ruim houvesse acontecido. – Você trepou com ele, não foi?

– Quase isso. – Falei me sentando na cama e bufando.

– Você está mudado, Walmir. Seu corpo... Sua forma... Você está perfeito. E nem venha me dizer que foi academia! Acho que você deu a trepada...

– Chupada... – Interrompi-o.

– A “chupada dos milagres”. – Sorrimos daquela piada maníaca dele. – É sério. O José fez um milagre em você. Acho que até a sua bunda cresceu. E, de repente, você ficou mais interessante. – Ele me olhou com um sorriso torto e safado.

– Você não faz meu tipo, idiota.

– Ah, Walmir! Vamos fazer um pouquinho de sabão, vai? Só um pouco?! – Sorri com suas palavras. O agarrei e joguei-o na cama. – Quem vai ser o ativo? – Ele sorriu enquanto me perguntava aquela insanidade.

– Não sei... – Respondi coçando minha cabeça.

– Já sei! Vamos parar que já ficou estranho esse papo de passivas loucas.

Eu sorri e ele saiu de baixo de mim. Trocamo-nos, totalmente, e fomos para o carro de papai.

– Você está diferente, Walmir. – Papai fez sua observação e mamãe concordou com ele.

– Nossa! Vocês combinaram? – Olhei para os dois e para Acácio, que estava ao meu lado.

Acácio foi ‘explicando’ essa história de eu estar diferente, disse que era uma transição adolescente. É a fase em que nos descobrimos quem somos e o que, de verdade, somos. Papai estacionou seu carro próximo à calçada da paróquia e nós entramos na igreja. Quando eu estava indo para frente, próximo ao altar, percebi que José acenava para mim. Ele estava lindo. Vestia-se igualmente as pessoas que estavam alí, porém bem mais elegante. Ele trajava seu sapato e calça social preto, a camisa manga longa branca e um colete cinza a cobria. Por cima dessas peças, um lindo smoking preto. Otávio não perdia tempo, apertava seu pênis por sobre a calça enquanto poucos os observavam e ainda mordia os lábios para mim. Aproximei-me do altar e bati em seu ombro.

– Estamos na casa de Deus. Poderia se dar o respeito? – Perguntei indignado, pois ali não era lugar para se fazer uma coisa daquela.

– Desculpa, eu tentei. Mas você ‘tá muito lindo...

Nem ouvi o resto que ele tinha para falar e fui para o banco de trás ao qual eu estava. Plinio, Sofia, Marcos, Celina e seu namorado juntaram-se a nós e ficamos esperando, por volta de 15 minutos, a noiva; que por sinal, no vestido escolhido, estava linda. Maravilhosa.

A cerimônia ocorreu normalmente, não era o primeiro casamento para o qual eu ia, mas era lindo e puro. O amor de Antônio para com Silvia era, e é, um dos mais lindos que já vi. Logo após o casamento, direcionamo-nos para a festa. A decoração e o buffet estavam maravilhosos. Presenciar festas desse tipo era uma das melhores coisas do mundo. Houve o momento filmagem, cumprimento aos noivos e entrega de presentes. Na hora em que se vai cumprimentar os noivos que eu abracei José, ele apalpou minha bunda e os convidados que viram, riram.

– Tem crianças aqui, José! – Eu falei com receio.

– O que? Você quer fazer amor aqui? – Ele falou sorrindo.

– Cínico. – Acertei uma tapa em seu ombro.

Minutos depois de toda a cerimonia de boas vindas, começaram a servir o jantar e José juntou-se a minha mesa, papai fez cara de reprovação, porém eu não liguei. Enfim, estufados. Fomos para a pista de dança. Naquela noite descobri que alegria de ex-pobre durava pouco, também.

– Oi José! – Exclamou a petulante da Karen dando um abraço nele. – Olá... Pessoas? – Ele fez uma cara de nojo e reprovação.

– Olha só quem decidiu sair do “Piranhas’ Lake” – Acácio retrucou e todos riram.

– Estou seguindo seu caminho, Acácio. Aliás, você também era uma piranha, não é?

– Sim, mas diferente de você, eu tinha alguém pra amar. Outra querida, perseguição é crime. É melhor sair de meu caminho antes que eu lhe tire esse seu aplique de rabujo com as minhas unhas que, diferente das suas, não são postiças. – Karen sorriu para o Acácio e tornou sua vista ao José.

– De qualquer jeito, eu vim aqui parabenizar por como você está bem, hoje. E te dar um presente. – A vadia fez menção de tirar algo de sua bolsa, porém atracou-se nos lábios de meu companheiro.

– Me solta, sua vadia! – Ele falou se afastando dele e passando a mão em seus lábios. – Walmir, me desculpa, amor! Eu errei. – Ele sussurrou e chorou na frente de todo o mundo.

– Ninguém fere o meu trator. – Exclamei pulando em cima de Karen, porém alguém me agarrou. Plinio.

– Você não pode se rebaixar a ela, Walmir.

– Ele não, mas eu posso. – Sofia, mesmo grávida, arrancou os saltos de seus pés, puxou o cabelo da Karen para baixo e lhe deu uma joelhada que a fez cair com tudo no chão.

– Vaca abatida! Vaca abatida! – Gritava Acácio, fazendo todos rirem, exceto os familiares de Karen.

– Vamos, minha filha! – Sua mãe a puxou pelo braço. – Deixem esses ‘falsos amigos’ para lá. Um dia eles vão ter o que merecem.

Em meio àquela confusão, voltei minha preocupação para o meu grandão e comecei a ampara-lo. Ainda ouvi Silvia dizer no microfone “Uma pessoa me disse que “não importa o que aconteça, o show deve continuar” e é isso o que faremos”. A pessoa a qual ela se referia era eu. José abraçou e começou a dançar a valsa comigo. Os convidados já haviam se acostumado com a minha situação com o José. Aliás, tal como a Silvia, a maioria do pessoal da família dela são pessoas sem preconceito.

– Vamos para casa, Walmir! – Papai ordenou me puxando pelo braço, deixando José sem reação.

Eu ainda tentei falar alguma coisa, impedir, mas não pude. Papai era mais forte que eu. Além do mais, eu o respeitava demais para tentar qualquer coisa. Meu pai ainda falou algo com mamãe e os dois se dirigiram ao corra, juntamente comigo.

– Larga ele, Geraldo! O senhor está machucando meu baixinho. – Falou José, me agarrando o outro braço.

– Seu petulante, largue meu filho!

– Não! O senhor é quem deve largar ele. Solta! Agora! – José gritou firme e eu me desesperei em meio àquela confusão. Nunca imaginei meu noivo brigando com meu pai.

– Ele é meu filho e você não tem controle sobre o que é meu.

– Ele é meu noivo. Larga ele!

– Parem os dois! – Gritou mamãe saindo do carro. – O que está acontecendo com vocês aqui?

– Esse moleque não está namorando nosso filho, Suzana. – Como ele sabia sobre o nosso fim (?) de relacionamento? – Ele só está se aproveitando do Walmir. Só isso. Esse bosta não merece nosso bebê de ouro.

– Não é verdade, dona Suzana. Eu e o Walmir estamos juntos, sim, porém eu apenas estou tentando reconquistar sua confiança. Ainda estamos juntos.

– Eu não acredito nisso. – Papai falou puxando, com força, meu braço.

– O senhor está me machucando. – Falei chorando.

– Meu filho, eu não...

– Sai de perto dele, seu monstro! Você só toca no Walmir por cima de meu cadáver, agora. – José estava irredutível.

– Me dá meu filho, moleque pervertido! – Papai falou se aproximando de mim e do José, se eles brigassem, nada acabaria bem.

– Já chega, Geraldo! – Mamãe interrompeu. – Você não toca no Walmir. – Papai a olhou incrédulo. – Em dezesseis anos ninguém machucou, fisicamente, meu filho na minha frente, e você, hoje o fez. Está feliz? – Papai se debruçou em lágrimas. – Vamos para casa! – Como um subordinado, papai foi até o carro e girou a chave dando partida a sua viagem. – José, leve o Walmir para a sua casa. Deixe a poeira baixar! – Depois que mamãe falou aquilo, papai sumiu, rapidamente com o carro.

– Vai ficar tudo bem, Walmir! Confia em mim! – Minhas lágrimas ainda rolavam, mesmo sabendo que eu estava ao lado dele, eu sentia muito pelo papai.

...

Eu não imaginava a dor que aquilo poderia causar a meu pai, mas era grave. E eu não gostava daquilo. Ele estava magoado. E eu não podia fazer nada. Estava inerte.

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Comentários

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Qnts saudades senti de vcs. Bem aqui estou eu comentando essa história maravilhosa desse casal tão fofo e apaixonado. Bem adoro a historia de vcs walmir e jose. Vcs são uma dupla e tanto escrevem maravilhosamente bem. Q tensa essa briga do jose com seu pai, walmir, eu acho q vc deveria ter se imposto, ñ deveria ser tão submisso. Mas entendo sua reação, afinal, ñ deve ter sido nada fácil. Aguardo o proximo capitulo bjssssss

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Nossa mas esses sequissus estão parecendo estupro kkkkkkkkkkk. Olha só José a safadeza oculta dos dois, eu pensei que iria ter algo Walmir hahaha. Realmente te ama, quis apenas te ajudar, ele deve estar muito aflito com seu relacionamento, seu pai talvez não acredita que você pode morar com José e ele não lhe por perto. Mas que vagaba é essa, podia ter apanhado mais kkk.. Muito bom

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Walmir vc nao contou sobre a garota o que aconteceu (do acontecimento da festa do conto anterior) ela nao fez aquilo né pelo amor de deus se vcs falao que a criança e inocente entao porque tira a vida de um inocente...PF!!!

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Nossa o clima esquentou bastante, tomara que consigam se acertar . ta muito bom como sempre , continua logo.

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Seu pai estava tentando te proteger,a maioria dos pais são assim mesmo.Quase morro de tanto rir de voce e o Acácio(passivas loucas como ele mesmo disse).

I'm loving the story of you.

continues,note 10

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Por quê você em todas as brigas/discussões com José, sempre acaba se culpando? Será mal de passivo ser submisso?! (perdoa-me a indiscrição) Tadinho do seu papi, pais são assim, eles só querem o que acham melhor pra gente, pelo menos os bons são assim! Seu pai só estava tentando de proteger, convenhamos José fez muita MERLIN algumas vezes né?! Logo seu pai aprende que os filhos têm que caminhar com as próprias pernas e se errarmos, faz parte do aprendizado da vida!!! 10 fofuxu como sempre...

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Tadinho do geraldo eu intendo o lado dele, adoreii.

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