A Histótia de Nós Três - 5x01 - "Lágrimas"

Um conto erótico de My Way
Categoria: Homossexual
Contém 3937 palavras
Data: 03/12/2012 20:02:27
Última revisão: 04/12/2012 23:40:43

Oiiii... então... eu iria começar a história no dia 05 de dezembro, mas lembrei que neste dia a minha vida vai estar uma correria... espero que me perdoem... tem um vídeo no final dessa história... espero que curtam... e vamos que vamos!!!!!

- Respira. – pensou meu irmão Phelip antes de cair em sono profundo.

São Paulo - 5 meses antes

Olá? Lembram de mim? Sou Pedro Augusto Elias Soares, tenho 29 anos (sim... estou ficando velho... assim como você também está), gosto das coisas simples da vida, principalmente quando envolve a minha família, meu esposo Mauricio Elias e os meus filhos, Pablo, Patrick, Paulo, Dário e Judith, confesso que formamos uma família incomum, mas existe amor em nossas vidas. Também tenho uma irmã médica, Priscila Soares, de 25 anos e meu irmão que é administrador, Phelip Soares, 23 anos. Durante a nossa trajetória muitas coisas aconteceram, algumas boas e outras ruins, mas sempre nos mantivemos juntos, pois, não podemos cair... precisamos seguir e viver a vida de forma plena, sem arrependimentos ou culpa.

São Paulo – 6 Meses antes

- Como você pode fazer isso comigo? Porra... eu te amo tanto!!! – gritou Phelip.

- Você acha que eu quero isso?! Hein... me responde!!! Você acha? – ele gritou de volta.

- Eu pensei que íamos ficar juntos para sempre... e...e...

- Phelip... você foi e sempre será meu primeiro amor... meu primeiro homem... eu o amo... o amo de verdade, mas eu preciso ir com a minha mãe. – lamentou Duarte.

- E lá nos Estados Unidos... você... você vai encontrar alguém? – perguntou Phelip sentando na beira da cama.

- Eu não sei amor... eu realmente não sei... eu queria poder te responder isso,mas... – disse Duarte se aproximando tentando pegar na mão de Phelip que se afastou.

- Então é oficial? Você realmente vai?

- Me perdoa Phelip... não queria que fosse assim... mas é a minha mãe!!

- Eu te entendo... sem tentar te entender... estou confuso... mas não posso te obrigar a ficar... posso?! – perguntou Phelip de cabeça baixa, a única coisa que dava para ver eram as lágrimas caindo.

- Infelizmente não... – disse Duarte se apoiando na parede.

- Eu... eu preciso ficar sozinho...

- Você não quer nem saber quando nós vamos? – perguntou Duarte.

- Isso faria diferença? – disse Phelip.

- Poderíamos terminar isso numa boa... não quero perder a tua amizade. – disse Duarte chorando.

- Nós nunca fomos amigos...

- Fomos sim... antes de eu te beijar... fomos grandes amigos... – disse Duarte saindo correndo e fechando a porta com violência.

Phelip apenas deitou e ficou chorando. Minha mãe percebeu que havia acontecido uma briga e tentou conversar com ele.

- Filho? – disse Paula se aproximando. – Você precisa jantar... por favor...

- Eu não quero... eu não quero comer... não quero viver... me deixa sozinho... – disse ele colocando o travesseiro no rosto.

- Eu entendo... mas, você também precisa comer... o mundo não acabou...

É... infelizmente para o meu irmão, o mundo estava desmoronado... não demorou muito para todos saberem da novidade. Procurei Duarte na tarde daquela quarta-feira para darmos uma volta e conversamos sobre o que estava acontecendo.

- Pedro, eu amo o seu irmão, ele é o meu primeiro namorado, mas também eu não posso abandonar a minha mãe... seria ingrato... depois de tudo que ela me fez...

- Sim... com certeza... o Phelip está confuso, mas eu te chamei para conversar aqui... por outro motivo...

- E qual? – perguntou o jovem.

- Me despedir...

- Ahh Pedro... não... eu vou chorar... de novo... – falou Duarte.

- Mas eu preciso... você sempre foi um menino muito especial... sabia? – falei olhando para ele com cumplicidade.

- Obrigado... sempre te vi como um irmão Pedro... você e o Mauricio...

- E você sempre foi para mim como um irmãozinho também... lembro hoje... eu te pegando na escola e você preocupado com o seu pai... depois eu descobrindo sobre vocês dois... parece que foi ontem... 5 anos se passaram hein.... desde que eu te conheci... hoje você tem a mesma idade quando eu tinha...

- Sim... você o conheceu com 22 anos... uma vez tua mãe comentou... – falou o menino de cabeça baixa.

- Sim... conheci o amor da minha vida com 22 anos... ou seja, parece difícil, mas talvez vocês dois não tenham sido feitos um para o outro... antes de conhecer o Mauricio já havia namorado outros garotos e o sentimento é o mesmo... uma faca no nosso estomago... desorientação.... não conseguimos respirar... mas,isso... eu te garanto vai passar e no fim das contas... vai ser apenas um misto de saudade e vontade. – falou Pedro tentando tranquilizar o garoto.

- Eu... eu... sei disso... eu... só não quero aceitar! – disse Duarte abraçando Pedro.

- Duarte... não se preocupa... vai dar tudo certo... eu tenho certeza...

Depois da internação, Osvaldo estava passando por períodos de mudança. Ele estava visitando um especialista semanalmente e também continuava fazendo tratamento contra a dependência química. Ele entrou em um projeto para ajudar jovens como ele, mas que não tem apoio de ninguém.

- Está legal esse folder amor? – ele perguntou para Fernanda mostrando o notebook.

- Sim... eu só trocaria esse preto... está muito... morte... sabe... arghh... – ela disse fazendo uma careta.

- Obrigado... não sei o que faria se não fosse você... mas, você está calada... algum problema? - perguntou ele.

- Sim... o de sempre... Phelip e Duarte...

- Que dureza né? Mas, tipo... eu fiquei dois meses internado e estamos juntos... será que não é passageiro? – ele perguntou.

- Talves, mas... sabia que o Phelip foi meu primeiro namorado né? – ela perguntou.

- Sim... nada oficialmente, mas eu sabia... você o deixou gay... vai fazer isso comigo também? – ele perguntou rindo.

- Bobo! – ela disse jogando o travesseiro no namorado.

- Brincadeira... nem sob efeito de drogas eu sou gay... – ele riu.

- Outra piada sem graça... aff..... continuando... ele foi o meu primeiro tudo... quando terminamos foi difícil... chorei horrores.. jurei que nunca mais teria outra pessoa... e olha eu aqui com você... acho que a pessoa certa... nunca é quem esperamos... sabe?

-Entendo... também fiquei mal quando terminei meu primeiro relacionamento... fiquei dois anos sem namorar...

- Eles vão precisar do nosso apoio...

- Sim... e estaremos lá... ainda mais depois do que eles fizeram... e eu fui tão idiota... tratando eles mal... nunca pensei que a ajuda viria de um lugar tão inesperado...

- Verdade mocinho, mas você mudou muito sabia? – disse Fernanda.

- Que bom... assim eu gosto... – ele disse a beijando calorosamente.

Priscila estava terminando sua tese de mestrado, ela conseguiu completar todo seu curso, apesar do aborto sofrido e das confusões pessoais de sua vida. Orgulhosa, ela mostrou todo o trabalho para Caleb que corrigiu linha por linha. Apesar da diferença de idade, os dois se entendiam bem.

- Falou com a sua mãe? – ele perguntou.

- Sobre? – ela disse sem tirar o olho do notebook.

- Você morar aqui comigo... como marido e mulher...

- Ainda não... estamos passando por uma fase de adaptação com o Bernardo...

- E como o garoto está se saindo? – ele perguntou.

- Bem... é um menino doce, prestativo e a cada dia me lembra mais o Paulo...

- Sabia... se não me contassem eu diria que ele é irmão do Phelip... fisicamente eles são parecidos...

- Verdade... ainda mais agora que ele cortou o cabelo... mais todos os meus irmãos são lindos... – ela disse rindo.

Meus pais ficaram felizes com a decisão tomada. Bernardo era um jovem atencioso e inteligente. Na escola só tirava notas altas e era o líder do time de futebol. Sim, o meu irmão adotivo estava seguindo os mesmos passos de Paulo.

- Querido... você vai ter aula na quinta-feira? – perguntou Paula.

- Ainda não sei... eu queria levar a Judith para o cinema. – ele disse ficando envergonhado.

- Já pediu do teu irmão? – ela disse referindo-se a mim.

- Sim... ele disse que leva a gente... mas queria lhe pedir também.

- Claro... faço gosto. –ela disse rindo. – Vocês formam um casal lindo...

Em casa, Dora estava fazendo um delicioso creme de camarão, meu prato favorito. DJ estava na sala fazendo dever de casa, Judith estava na aula de dança, os gêmeos estavam dormindo e Paulinho estava brincando no quarto. O meu amor estava deitado na cama cheguei vagarosamente e deitei-me ao lado dele.

- Hummm... conheço esse perfume. – ele disse sem abrir os olhos.

- E aí de você se não reconhecesse... seria um homem capado. – falei rindo.

- Nossa que medo! – retrucou Mauricio.

- Bobo... sabe que eu nunca te machucaria... – falei beijando o meu amor.

Deitei minha cabeça no peito de Mauricio e fiquei ali curtindo aquele momento mágico que acabou no momento em que ele começou a roncar. Fiquei fazendo carinho naquele homem maravilhoso e pensava na sorte grande que eu tirei. Pensei também no meu irmão Phelip e na dificuldade que seria para ele desapegar do Duarte. Para mim, era eu o Fernando mais uma vez. Perdido em meus pensamentos acabei adormecendo. Acordei com o Paulinho em cima de mim... pedindo para jantar fora.

- O que você acha? –perguntei para o Mauricio.

- Pode ser... estou a fim de comer pizza hoje...

- Sair da dieta... amor... não... vamos comer comida japonesa. – falei.

- Tudo bem... – ele disse levantando. – Vou pedir para a trupe se arrumar.

Viola se preparava para ir embora. Encontraria sua outra filha que estava chegando ao Brasil. Vinicius queria ver sua irmã, mas infelizmente por motivos profissionais não poderiam se encontrar naquele momento.

- Puxa sogrinha vou sentir tanta falta da senhora. – disse Jean feliz da vida.

- Eu sei... eu sei que vai... – respondeu Viola com sarcasmo.

- Hummm... vai começar a implicância? – perguntou Vinicius.

- Eu não fiz nada! – falou Viola.

- Mãe... fala para a Lirya que eu a amo... vou ligar para ela esta semana. – disse Vinicius.

- Nunca vi dois irmãos mais desunidos... poderiam ser iguais aos Soares. – ela disse da cozinha.

- Eu amo a minha irmã mãe... apenas seguimos caminhos diferentes, mas não importa a distância que nos separa... o sangue irlandês fala mais alto... – ele falou rindo.

- Tão fofinho... o meu amor!! – falou Jean pulando em cima de Vinicius.

- E o senhor? Sempre falou tão pouco da sua família....

- Eles que falam pouco de mim... me criei sozinho...

- E se tornou um homem maravilhoso... espetacular... sensacional... – disse Vinicius distribuindo milhares de beijos em Jean.

- Amor... bahhhhh!!! – falou Viola.

- E a senhora sogrinha? Quando vai se arrumar com alguém? – perguntou Jean.

- Isso é uma afronta... Vinicius... freie seu namorado...

- Noivo... mãe... Jean... para de implicar... – ele disse sorrindo sabendo que os dois sempre se alfinetariam.

Naquela noite a família Elias/Soares jantaria junta. Os pais de Mauricio e os de Pedro foram os convidados de honra. A noite ocorreu sem maiores preocupações, o único que não compareceu foi o Phelip, por motivos óbvios.

- O cinema está certo para amanhã? Né? – perguntou Bernardo para Judith.

- Sim... eu só vou no orfanato ajudar a Larissa e podemos ir... – ela disse.

- Vou ver se o Phelip leva a gente, mas com a separação dele... não sei...

- O Pedro pode levar a gente... e...

- Eu posso ir? – perguntou DJ.

- Claro... que não... – disse Judith.

- Ahhh... adolescentes... sempre me excluem! – ele disse ficando emburrado.

- Mãe... eu estou com tanta pena do meu irmão... ontem ele parecia tão abatido... - falei.

- Separação não é fácil... vocês dois sabem disso... – falou Paula.

- Eu odeio lembrar a época que ficamos separados! – lamentei.

- Ele é novo... vai passar por muitas experiências até encontrar a pessoa certa. – disse Mauricio segurando a minha mão.

- É, mas eu também estou triste, pois, o Duarte faz parte da nossa vida. – falei.

- Sempre é assim... pessoas vem... pessoas vão... o importante é guardar todos em nosso peito. – destacou meu pai enquanto tomava suco de laranja.

- O senhor está certo. – falei.

- E como está o comportamento do Bernardo... Rodolfo? - perguntou Mauricio.

- Não poderia ser melhor... bom aluno... bom filho... este menino está de nota 1000. – disse meu pai sorrindo.

- E a minha primeira neta... mais linda de todas? – perguntou a minha mãe deixando Judith encabulada.

- Não poderia ser diferente... estudiosa... vai participar do recital de dança na escola. – falei todo orgulhoso.

- Sim... a nossa filhinha vai ser uma bailarina. – disse Mauricio.

- E você... DJ... o que quer ser quando crescer? – perguntei.

- Quero ser médico... igual ao meu pai... – disse o meu filho rindo.

- Mana... quero ir no banheiro. – disse Paulinho pedindo para Judith.

- Com licença... Vamos... – ela disse pegando em sua pequena mão e o levando até o banheiro feminino.

- Estão... vendo? – falei com um sorriso no rosto.

Uma semana se passou e o comportamento de Phelip mudou da noite para o dia. Ele passou a andar com uma turma barra pesada da faculdade. Frequentava festa até altas horas, passou a beber muito e a fumar. Outra coisa que mudou também foi seu gosto para garotas... ele pegava qualquer uma.

- Gente... quem são essas periguetes com o Phelip? – perguntou Fernanda.

- Sei lá. – disse Osvaldo.

- Ele está me punindo... pois... vou deixa-lo. – disse Duarte segurando o choro.

- Ele é um idiota... deveria estar aproveitando os últimos dias com você. – falou Fernanda enquanto abraçava o amigo.

- Não esquenta Du... estamos aqui com você. – disse Osvaldo abraçando Duarte pelo outro lado.

- Obrigado... vocês são demais. – ele disse chorando.

Intrometido como sempre, não deixei de apelar para a mãe de Duarte. Apenas ela tinha o poder de fazer o jovem ficar.

- Eu sei o quanto o Phelip está sofrendo, mas o Duarte é a minha única família... Pedro... infelizmente eu não posso. – ela disse.

- Eu entendo, mas... casa ele teria... família também... não deixaríamos nada faltar a ele. – tentei mais uma vez.

- Isso é um assunto decidido... o meu filho irá comigo... espero que você e a sua família entendam...

- Ok. - Falei sem mais armas para usar. – Mas deixe a gente levar vocês até o aeroporto? Pode ser?

- Claro... seria bom... o Duarte precisa desse apoio também, não está sendo fácil para ele. – falou a mulher.

Mais uma semana passou. Duarte e Phelip estavam cada vez mais distantes. Então como última tática lembrei de um plano meu para juntar meu irmão Paulo e Luciana. Os tranquei dentro de um quarto. Convidei Phelip para a minha casa e o deixei esperando em meu quarto em seguida levei Duarte e fechei a porta. Pronto... a minha parte estava feita...

- Droga... esse Pedro... – disse Phelip sentando de um lado da cama.

- Eu... quero sair!! – gritava Duarte batendo na porta.

- Não vai adiantar... estão todos indo para a casa de praia...

- Estamos presos aqui... como vamos... vou ligar para a policia... droga... o Mauricio pediu meu celular emprestado para fazer uma ligação.

- Olha aqui. – disse Phelip se levantando e pegando uma carta em cima de um frigobar.

“Meninos... sei quanto é difícil se desfazer de quem a gente ama. Mas, deem uma chance a vocês... nunca é tarde... esqueçam as dores... e feridas... apenas aproveitem para se amar.

OS: Dentro do Frigobar tem água, refrigerante, vinho. E comida... não se preocupem vocês não vão morrer até a gente voltar... beijos. P.S”.

- Eu quero sair!! – gritou mais uma vez Duarte chorando.

- Então é assim... você quer fugir? – perguntou Phelip.

- Não... só quero ficar longe de você...

No primeiro dia dentro do quarto... Duarte só chorou e Phelip apenas bebeu. Ficaram em silêncio. Na hora de dormir, Phelip improvisou uma cama no chão e deixou Duarte dormindo na cama. O silêncio se tornou um companheiro para os dois... até que...

- Eu só queria entender.... – disse Phelip.

- O que? – perguntou Duarte depois de demorar a responder.

- A gente não deu certo? Isso? – ele questinou.

- Não é isso... pensa comigo... na minha vida... eu só tenho a minha mãe... e ela só tem a mim... ela vai morar em um país estranho... sem um conhecido... eu não posso abandona-la... ela só tem a mim... – disse o menino chorando alto. – Você não sabe como dói para mim... está decisão... eu te amo... eu te amo... e eu não posso escolher...

- Ei... – disse Phelip chorando e deitando ao lado de Duarte. – Calma... eu sei que tenho agido como um verdadeiro idiota, mas no fundo entendo a sua decisão...

Os dois se olharam. E Phelip enxugou as lágrimas de Duarte. Naquele momento um beijo foi inevitável. Como eu disse para eles, não existia dor ou feridas naquele lugar... era o momento deles. Phelip beijou carinhosamente cada parte do corpo de Duarte. Tirou a camisa e a bermuda de seu amado. Entre beijos, caricias e lágrimas, eles se esqueceram do mundo.

- Eu te amo... eu te amo muito. – disse Phelip. – E se te perder... significa ter a sua felicidade pode ir.

Phelip tirou a roupa e pegou um tubo de lubrificante em seu bolso. De forma carinhosa e olhando fixamente para Duarte ele penetrou. Duarte gemeu um pouco e Phelip esperou seu namorado se acostumar com seu pênis. Afinal fazia um tempo que os dois não transavam. De forma lenta e gradativa Phelip foi aumentando as estocadas. Eles transaram três vezes naquela noite... o recorde do meu irmãozinho.

- Não queria sair desse quarto... – disse Duarte descansando sob o peito de Phelip.

- Eu também não... mas, o meu avião parte na segunda-feira. – ele disse chorando.

- Calma... até lá vamos aproveitar... que tal? – ele disse tentando animar Duarte.

No domingo a tarde chegamos da casa de praia. Pedi para o Mauricio levar os nossos filhos para comprar pizza enquanto eu expulsava os inquilinos do nosso quarto.

- Ei... 5 minutos antes que eu libere vocês daí... – gritei batendo forte na porta.

Eles não demoraram a sair. Duarte e Phelip agradeceram e se despediram. Foram para a casa dos meus pais, ele ligou para a mãe e pediu para dormir na casa do namorado.

A segunda-feira amanheceu nublada. Apesar do motivo triste... a despedida de Duarte. Bernardo, Judith e DJ estavam felizes, pois, conheceriam a capital de São Paulo. Mauricio prometeu uma visita rápida em alguns parques de diversão e contou com a ajuda de Luciana e Carlos para controlar a trupe.

No caminho, Duarte e Phelip iam abraçados e em silêncio. Minha mãe tentou quebrar o gelo algumas vezes, mas não conseguiu... sim... aquilo parecia um enterro. No carro de trás estavam eu e a minha família e no carro atrás o nosso estavam Priscila, Caleb, Carlos e Luciana. Fernanda e Osvaldo estavam vindo na moto do jovem.

- Se eu chorar... não se desespera tá. – disse Phelip.

- Durante o nosso namoro... eu nunca te fiz chorar...

- Fez sim.... mas a culpa foi minha... – ele disse rindo.

Quando chegaram no aeroporto, o coração dos dois jovens parou. Fernanda chorou muito e abraçou o amigo de forma avassaladora.

- Meu Deus... olha só para a gente... eu nunca pensei amar o namorado do meu ex... é uma loucura. – ela disse limpando as lágrimas do amigo.

- Eu te amo tanto... – ele disse abraçando a amiga. – Mas, não é uma despedida... nos falamos pela internet todos os dias... te conto todas as novidades... eu prometo...

- Bem... eu não sou muito bom com palavras, mas você sabe que foi e será muito importante na minha vida... sem você acho que não estaria aqui hoje. – disse Osvaldo abraçando Duarte e dando um beijo na testa do amigo.

- Duarte... nossa... eu lembro como se fosse ontem eu te pegando na escola... – falei abraçando ele sem evitar as lágrimas. – E estou deixando um homem no aeroporto... não sabe como estou orgulhoso de você.

- Obrigado Pedro... muito obrigado...

- E ai campeão... vou te usar muito... pedindo produtos dos EUA. – disse Mauricio. – E quero que seja feliz... não importa o que aconteça... aproveite cada momento da sua viagem... – ele disse abraçando Duarte.

Todos se despediram de Duarte. Até que chegou a vez de Phelip.

- Eu te amo... e quero que seja feliz... um dia nossos caminhos podem se cruzar novamente... eu... eu.... eu não levo essa situação como um adeus... pois... o destino pode nos unir novamente... apenas até logo – ele falou abraçando o namorado ou ex-namorado.

Passageiros do Vôo 3450 com destino ao Rio de Janeiro... por favor... apresentem-se ao Portão 08. – disse a atendente.

- Bem... chegou a hora... – disse a mãe de Duarte. – Gente... eu quero agradecer imensamente a cada um de vocês... eu não imagino a nossa vida sem vocês... desde o inicio nos ajudaram... nos mais difíceis momentos... obrigada... agora vai começar uma nova fase em nossas vidas... mas vocês sempre estarão aqui... em nossos corações... – ela disse antes de se despedir formalmente de todos.

Parecíamos um velório ambulante. Duarte se foi... para uma nova aventura... sem nós... sem aqueles que os amavam.

Ficamos em São Paulo por mais um dia... somente para os meninos irem aos parques de diversão. Ser pai é uma tarefa difícil... por mais que o nosso coração esteja doendo, não podemos demonstrar fraqueza em frente a isso. Eles não tinham nada haver com isso, mal conheciam o Duarte.

Fernanda e Osvalado foram até o escritório do pai dele, mas parece que o homem não queria ver o filho.

- Infelizmente... ele está...

- Em uma reunião. – falou Osvaldo completando a frase da recepcionista.

- Tudo bem... obrigada... vamos amor... – disse Fernanda.

- Ele nunca vai me perdoar... nunca...

- Vamos dar um jeito... vamos para casa. – disse a jovem.

Quando voltamos fui deixa-los no colégio. O mesmo onde estudei com meus irmãos. Judi se despediu com o beijo e me chamou de pai pela primeira vez. Ela pegou na mão de Paulinho e o entregou para a responsável pela alfabetização.

Eu olhei para um corredor e lembrei. Não pude evitar as lágrimas. Voltei ao tempo e lembrei o dia em que apanhei Duarte na escola... ele era apenas um menino assustado.

- Oi... tudo bem? – falei cumprimentando o Duarte.

- Sim...

- Sua mãe mandou eu vir te pegar aqui... ela está esperando você no hospital. – falei agradecendo em seguida ao porteiro da escola. – Obrigado.

- Meu pai... vai... vai ficar bem? – perguntou Duarte.

- Sim... claro que vai querido... vai dar tudo certo... tudo certo...

São Paulo - Atualmente -

Minha mãe me ligou... estava preocupada com Phelip... ele só chorava e não saia do quarto. Cheguei na casa da minha mãe e esperei Priscila chegar do trabalho.

- E como ele está? – ela disse prendendo o cabelo.

- Ele precisa de nós... – falei.

Entramos no quarto do meu irmão. Estava tudo escuro. Deitei de frente para ele e Priscila deitou por trás abraçando-o. Coloquei minha cabeça próxima a dele e fechei os olhos. Naquele momento a dor dele era a minha e a da Priscila.

- Porque ele fez isso? – disse Duarte chorando.

- Eu não sei querido... eu realmente não sei. – falei segurando as mãos dele e beijando.

No apartamento de Osvalado ele quase vacilou. Pegou a droga e colocou em cima da cama. Se trancou no banheiro e passou a chave por baixo da porta. Chorava igual a um menino. Mandou um torpedo para Fernanda que chegou em poucos minutos. Ao ver a droga em cima da cama, ela pegou e foi até o outro banheiro, despejando todo o conteúdo na privada.

- Calma. – ela disse para Osvaldo enquanto abria a porta.

- Eu... quase... ele me odeia Fernanda... – falou Osvaldo chorando.

- Vai dar tudo certo... vamos superar isso juntos! – ela falou o abraçando.

Duarte estava em Nova York, mas parecia estar na lua. Sua mãe escolheu um belo apartamento e começaram uma nova vida. Da janela do seu quarto, ele olhava fotografias. Quando a neve começa a cair, lentamente, parecia dançar. Ele apenas chorava. Sim... aquela escolha foi única na vida dos dois... “mas quem sabe não foi melhor assim?”, pensou o jovem.

- Eu sempre vou te amar Phelip... espero que entenda a minha decisão... espero que seja feliz... que encontre alguém que te faça mais feliz do que eu...você sempre será o meu primeiro amor... e isso ninguém vai tirar de mim... espero que entenda a minha decisão...

Phelip dormiu nos meus braços... e sonhou... sonhou com o dia em que essa dor sumiria de sua vida...

http://www.youtube.com/watch?v=G_I0vQVD62Q&feature=youtu.be

Mais informações - contosaki@hotmail.com

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Comentários

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Triste essa despedida, se separar assim pela distância, não é fácil, agora nada vai ser como antes, tudo sempre muda, e a saudade fica

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Chorei muito na "despedida" do Duarte

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Lindo conto, espero que o duarte e o philip voltem a namorar.

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Ahh até eu vou sentir falta do Duarte :(... Coitado do Phelipe, uma despedida sempre é triste...

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Lindo, seu conto sempre é o máximo! Adoro seus contos!

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não teria como ser diferente, nota 10.

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