Garotos Como Eu - Parte VIII

Um conto erótico de Gadeski
Categoria: Homossexual
Contém 1854 palavras
Data: 26/12/2012 04:31:12

Era fim de domingo, e não é preciso dizer o quanto eu odeio domingos. Só não perdem para as segundas em nível de ódio... Não conseguia falar com o Douglas. Da primeira vez que liguei, ele atendeu mas não falou nada porém consegui escutar seus soluços de tristeza e me faltou coragem pra dizer-lhe alguma coisa que pudesse salvar nossa amizade ou algo do tipo, sendo assim desliguei sem nada ter dito.

Algumas horas depois do ocorrido o Renato me mandou uma mensagem, dizendo: "Estou livre e podemos ficar juntos agora. Só falta você", aquela mensagem me deixara literalmente puto, por que eu não estava nem ligando se ele gostava de mim. Ele tinha que entender que eu estava perdidamente apaixonado pelo Olavo e não queria-o de jeito nenhum. O que me preocupava, era em como o Douglas estava. No ápice da preocupação, após ter muito tentado falar com ele de inúmeros jeitos e não havido resposta. Eu resolvi ir a casa dele, e não sairia de lá até que a gente se acertasse.

Peguei minha bolsa, dei um beijo na minha mãe que não contestou aonde eu ia, então não foi preciso inventar alguma mentira pra que ela me deixasse sair.

Como não moro muito perto do Douglas, resolvi ir de ônibus apesar de que eu poderia ir a pé. Adentrei o ônibus, estava vazio, sentei-me a janela e comecei a pensar no que iria dizer ao Douglas para me desculpar. Muitas desculpas me passaram pela cabeça, mas nenhuma era melhor que contar-lhe a verdade e dizer que estava arrependido, e eu realmente estava. Atônito nos meus pensamentos mal percebi as 7 mensagens que o Renato havia me enviado. Cansado dessa situação, liguei para ele:

- Alô?

- Olá, Hugo. Nossa, eu queria tanto falar contigo... E-eu hum o Douglas terminou comigo... Você recebeu a mensagem?

- Sim - respondi nada animado e cansado dessa situação toda.

- E você não tem nada a dizer sobre isso?

- Claro que tenho - respirei e afirmei - Eu não vou terminar com o Olavo pra ficar com você.

- Vamos, Hugo. Eu te amo, cara. Nunca senti isso por ninguém. Preciso falar o que sinto por você olhando pra ti...

- Agora não dá - afirmo diminuindo suas esperanças

- Por favor, eu te juro que se eu não te convencer de que sou melhor que o Olavo eu nunca mais te encho o saco. Nunca mesmo.

Fiquei pensativo, eu precisava ver o Douglas hoje. Mas a proposta do Renato fora tentadora e eu precisava terminar esse assunto. Eu nunca terminaria com o Olavo. Ainda pensativo aceitei.

- Tá, tudo bem. Aonde te encontro?

- Na minha casa, pode ser?

- Não - recusei pois sabia que se fosse pra casa dele ele iria tentar algo a mais.

- Então pode ser na praça do centro da cidade?

- Pode, tá ok.

- Então tá. Nos vemos daqui a meia hora.

Por sorte estava próximo a dita praça. Dei sinal para o ônibus parar, desci e fui andando até lá. Só precisei andar alguns passos a frente do ponto que eu já estava na praça. Obviamente, cheguei antes dele e fiquei pensando em como devia estar o Douglas. Isso era algo que eu não conseguia esquecer. Nesse meio tempo, peguei o celular e mandei um "eu te amo" pro Olavo que prontamente me respondeu: "Eu também, meu príncipe. Mas aconteceu algo?". Achei melhor não contar pra ele aonde estava, e respondi: "Não, só estou com saudades". Depois disso ele não respondeu mais, deveria estar jogando ou tomando banho.

O Renato havia chego, já estava escurecendo e o sol no horizonte dava lugar a lua, que especialmente hoje vinha vestida de um branco intenso e o céu cheio de estrelas. Realmente, estava linda e aquele lugar seria bom estar com alguém que eu amo e não resolvendo uma confusão.

- Oi - disse ele me abraçando.

Nada animado, devolvi o abraço querendo não ter que devolve-lo. Ele estava me encarando e eu devolvia o olhar dele, com uma enorme frieza. Porém não pude deixar de notar como aquele menino era lindo, seus olhos brilhavam ao olhar pra mim, ele estava muito bonito e se vestia de maneira social como se estivesse pronto para me levar para um jantar romântico. Fiquei pensando: "Só faltam as flores".

- Então, o que tinha para me dizer - perguntei.

- Olhe para mim, por favor.

Estava olhando diretamente para ele, sua voz estava tão suave e apaixonada que fiquei realmente com pena do que teria que fazer...

- Hm - Ele começou a fraquejar - Eu queria começar dizendo que você é extremamente especial pra mim. Eu nunca pensei que alguém iria conseguir me conquistar dessa maneira. Eu ainda lembro quando você entrou na escola há dois anos atrás. Eu estava triste por nunca ter amado ninguém, e ao ouvir sua voz pela primeira vez algo em ti rapidamente me prendeu, não sei explicar o que foi. Os meses foram se passando e para minha felicidade estávamos nos dando super bem. Apesar disso eu não sabia que você era gay. Fiquei extremamente triste no dia que você me contou que estava gostando do Douglas, apesar disso fiquei feliz que você fosse gay tal como eu...

Renato continuou falando, mas só agora parei pra pensar que tal como eu ele também é uma vítima desse maldito amor. Do mesmo jeito que fiquei triste ao saber que o Doug estava namorando com ele, ele também ficara triste ao saber que eu estava gostando do Douglas. Complicada essa história e esse bendito sentimento. Voltei a prestar atenção no que ele dizia:

-... E o tempo foi passando e você não prestava atenção em mim de maneira alguma. Sempre o Doug, sempre. Então pensei que se eu chamasse a sua atenção para nós, você ficaria tão chateado que deixaria de gostar do Douglas e nisso eu teria finalmente a minha chance, mas infelizmente meu plano falhou, pois eu não contava com um certo irlândes...

Numa coisa ele estava errado, seu plano não foi totalmente falho. Eu realmente deixei de gostar do Douglas. Pesar para ele, pois conheci o Olavo e eu realmente o amo... Voltei a ouvi-lo:

- Não culpo você por ter se apaixonado pelo Olavo, ele é realmente incrível. Mas eu tenho certeza que posso fazer-lhe bem mais feliz. Só me deixe te mostrar isso. Eu não consigo te esquecer e te quero cada segundo dos meus dias.

Ele parou de falar. E ficou me olhando esperando que eu dissesse algo. Antes que eu pudesse falar algo ele irrompeu novamente:

- Espere... - mexendo no bolso do paleto que vestia, tirando dele uma caixinha. Eu não queria acreditar que ele ia fazer isso, e esperava que não fosse o que eu estava pensando - Hugo, você aceita namorar comigo? - disse ele abrindo a caixinha e me mostrando a aliança?

"E agora, o que eu faço?" - pensei. Continuava fitando-o sem saber o que dizer.

- Não - seco respondi.

Seus olhos me encaravam com extrema ternura e tristeza. Pela primeira vez virá aqueles olhos marejarem e seu semblante sempre feliz, se fechou.

- Por favor, pense nisso... - implorando ele disse. Seu rosto triste, pedia piedade.

- Não - respondi novamente.

Sua face enrubesceu, ele passara rapidamente de triste e pedante para raivoso e puto.

- Então tudo bem. Fique com o merda do seu namorado, espero que você seja feliz com ele na puta que pariu.

- Renato... Para... Você sabe que eu não posso...

- Não pode por que? Aquele merda vai embora daqui há duas semanas, e você vai ficar aqui chorando por ele. Sozinho e abandonado e mesmo assim ainda prefere ele?

Por instantes me veio a imagem do Olavo tendo que voltar a Irlanda e me deixando. Seu visto de estudante estava perto de vencer, ele tentara sem sucesso pedir uma renovação dele para que passasse mais seis meses no Brasil, mas fora fora negado. Sua família também não autorizou, sentia falta dele e mesmo que não admitisse, ele também sentia falta de sua vida lá.

- Sim - respondi com pena do pobre Renato que só queria alguém que o amasse. Mas esse alguém não poderia ser eu.

- Então tá. Fique com ele, mas você vai se arrepender amargamente por essa decisão - e saiu correndo.

Fiquei em dúvida se aquilo foi mais um agouro de pé na bunda ou uma ameaça. Na dúvida, voltei ao ponto de ônibus para ir a casa do Douglas e resolver isso que era meu principal motivo de ter saído de casa hoje.

Não tardou muito, eu estava a frente a casa dele. Toquei a campainha, uma vez. Nenhuma resposta. Toquei novamente, e sua mãe veio abrir a porta:

- Olá, dona Meire. O Douglas está?

- Sim, mas não está bem desde que chegou em casa ontem. Você sabe por que ele está assim?

- Não - menti pois o Douglas não era assumido para sua mãe, já que seu pai o abandonou-os ainda quando ele era uma criança.

- Entre meu jovem, talvez você possa anima-lo um pouco.

Acenti que sim com a cabeça, apesar d'eu ser o maior motivo pelo qual ele chora agora.

- Suba ele está lá em cima no quarto dele.

Eu conhecia aquela casa como a palma de minha mão, muitas vezes visitara o Douglas seja pra fazer trabalhos, seja para passar a tarde toda conversando e fazendo-o companhia.

- Douglas? - chamei-o batendo na porta.

Ele reconheceu minha voz, adivinhei isso pois ele acabara de trancar a porta.

Novamente insisti e bati novamente.

- Vá embora!

- Não, eu não irei sair daqui até que você me escute.

Ele não respondeu. Sem opções, eu me certifiquei de que dona Meire estivesse realmente entretida com a novela e comecei a falar:

- Douglas me perdoe. Eu sei que fiz algo muitíssimo errado, me perdoe. Eu estava com raiva de você - tomei um pouco de folego e continuei - Eu só queria fazer você se sentir mal do mesmo jeito que eu fiquei sabendo de você e do Renato. Fui um imbecil e sei disso, por favor, me perdoe. Você é uma das amizades mais importantes para mim, e eu não quero perder-te. Por favor, me perdoe... Eu não sei como te pedir desculpas, foi uma maldade, algo mal pensado. Fui levado pela vingança. De coração, peço que me perdoe.

Não sabia mais o que falar, e realmente não se tinha mais o que dizer. O Douglas do outro lado nada disse, resolvi deixa-lo sozinho. Fui embora, agradeci a dona Meire pela atenção e me despedi dela, que me acompanhou até o portão.

Estava escuro, deveriam ser umas 21 horas já. Estava pensando na vida, quando meu celular toca. Havia recebido uma sms: "Você quer saber quem enviou aquele vídeo pra você? Então venha nesse endereço e vamos ter uma conversa franca".

Como eu havia me esquecido, em meio a essa confusão. Eu não parei pra pensar em quem poderia ter gravado e mandado aquele vídeo. Instigado resolvi ir até o endereço passado na mensagem. Coloquei meu celular no bolso, mas novamente tive que pega-lo, ele havia vibrado novamente, agora recebeu um arquivo. Quando abri, estava em choque. Era uma foto minha enquanto lia o sms.

Olhei rapidamente a rua em busca de alguém, mas a rua estava deserta. Com medo sai correndo o mais rápido que pude dali.

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Comentários

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Muito obrigado, Jhoen Jhol e Garoto Solitário. Bom, eu já terminei de escrever toda a história. Ela já está até salva nos meus rascunhos.

Eu acho que vou liberar a nona parte hoje também. E garanto que esse fogo que vocês disseram só vai aumentar.

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Cada vez pegando fogo, acho que deve ser fiel ao Olavo, mesmo ele indo embora. Acho que vou Renato que gravou o vídeo, agora ele vai tentar de tudo pra lhe prejudicar. Continua logo

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Gadeski por favor não demora muito igual você fez no começam da história porq ela e muito boa.10

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